segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

O Ano Que Vem

Usamos e abusamos de clichês como “feliz Natal”, “feliz ano novo”, “boas festas”... Coisas que têm tanto coração, quanto, platitudes que políticos usam em seus discursos têm essência.

Somos mecanizados pelo lugar comum, condicionados pela cumplicidade coletiva. Nada errado, em se desejar boas coisas a outrem; porém, a imensa maioria dos desejos é estéril; a pessoa o faz por que é isso que se espera que faça; ou, inócua, pois, mesmo sendo sincero, para galgarmos um melhor porvir precisamos mais que isso; que bons votos de nossos amigos, digo. Carecemos, como se diz, colocar o peito n’água.

Não há um fatalismo que pré-determine a sina de uns e outros; arbitrários que somos, nossas escolhas são determinantes do devir, com, ou, sem, bons votos de lambuja.

Bondade se aprende; virtude se exercita; caráter se forma; a luz dos ensinos, a emulação dos exemplos e o estímulo das recompensas ainda são apenas sementes prometendo frutos, se, fizermos nossa parte, cultivando-as.

Assim, nada nos isenta da responsabilidade pelo que nos vier às mãos, em se tratando de coisas naturais; exceto acidentes fortuitos que podem tocar a diligentes e negligentes, virtuosos e viciosos indistintamente.

O mesmo sol que endurece à argila amolece à cera; o efeito diverso deriva da diversidade das essências sobre as quais incide; assim, a mesma situação na vida, para uns parece oportunidade, desafio; para outros, privação, castração; uns reclamam da dureza de seus empregos; catadores de material reciclável que puxam suas carroças, se alegram quando acham algum rejeito útil.

Assim, mais que a vida circunstante, conta nossa índole; não é o que a vida traz que se torna determinante, mas, a vida que trazemos internamente impulsiona nossos passos e escolhas.

O entortamento moral que assomou em nosso país, governado pela esquerda perverteu tudo; culpas individuais se fizeram macro, do Estado, digo; os marginais, foras-da-lei, perversos, não são basicamente maus, apenas, “vítimas da sociedade”. Ora, a sociedade foi roubada, corrompida, violada por esses biltres e ainda assim é culpada? Cacete! Que mentalidade mais doentia e corrupta!

Em que momento uma célula que é parte do todo é separada e se faz vítima desse? Essa gentalha, bem ou mal é integrante da sociedade também; e, as privações, decepções que poderiam alegar como “patrocinadoras” de suas más ações também incidem sobre outros tantos agentes sociais que, não agem como eles; logo, seus argumentos são fajutos, ou, os argumentos de quem os defende.

Quando alguém está enfermo geralmente procura um médico; antes de mais nada, em face aos sintomas expostos, ele faz o que chamamos, diagnóstico. Essa palavra é a aglutinação de duas palavras gregas que significam, “através do conhecimento”. O médico preparou-se para isso, conhecedor dos sintomas geralmente chega às causas e prescreve o devido tratamento.

Pela hierarquia natural do conhecer perante o ignaro, ele é o agente, que faz, ou, determina o que deve ser feito; a nós cabe a aceitação passiva do tratamento prescrito; daí somos pacientes.

Ora, um professor, ou, Juiz, ou, fiscal de tributos, um policial, etc. cada um é “médico” em sua área estrita; devem ser tratados com reverência e acato; se, queremos formar uma sociedade sem febre.

Assim, os ensinos como, ética, moral e cívica precisam retornar ao currículo escolar. Quiçá, a filosofia adentrar mais precocemente ao mesmo. Religião pode ser alternativa, mas, certamente seus valores agregam muito.

De certa forma a presente geração é sim, “vítima da sociedade” que sonegou a devida formação rebaixando a educação a níveis pífios, com livros didáticos sofríveis, preocupando-se mais com o viés ideológico que, com o cognitivo. Porém, isso não justifica aos crimes de alguns, já que, estamos todos no mesmo barco e mesmo assim, a maioria é ordeira, trabalhadora, cidadã.

É sofrível ver pessoas funcionalmente em altos postos, todavia, com cérebros ermos, abaixo da linha de pobreza intelectual. Tivemos dois presidentes; temos agora a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, analfabetos funcionais. Analfabetismo não é crime; mas, está para a administração pública como a pajelança para a medicina. Onde a boa e velha penicilina poderia resolver, muitos estão recebendo baforadas de fumaça. Isso precisa mudar.

Como dizia o “filósofo” Batoré: “Pensa que é bonito ser feio”? Então, além da lisura moral, a ficha limpa, os governantes devem ter o mínimo de preparo intelectual; chega de paparicar à ignorância. Se meu médico souber menos que eu, prefiro os chás da vovó.

Felizmente, no ano novo estréia nova equipe de governo, outra mentalidade. Não deixaremos de estar atentos, cobrar, por que são “dos nossos”. Mas, tudo indica que vem um upgrade econômico, social, educacional; queira Deus! Independente de partidos, ideologias, é nosso país. Se assim for, e fizermos nossa parte teremos, então, um feliz ano novo.

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