terça-feira, 24 de outubro de 2017

A bênção desprezada

“A bênção do Senhor enriquece e não acrescenta dores.” Prov 10;22

Alguém poderia objetar: Mas, não são assim todas as bênçãos? Não. Algumas trazem efeitos colaterais danosos, entre os quais, podemos encontrar a cegueira espiritual, visão distorcida, onde, alguém se supõe abençoado, de posse de certas coisas, mas, é apenas desgraçado coberto de auto-engano.

Com essa régua, aliás, O Senhor mensurou certa igreja que descambara para o materialismo e desprezara a pureza necessária. “Dizes: estou enriquecido, de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, miserável, pobre, cego, e nu; Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; roupas brancas, para que te vistas e não apareça a vergonha da tua nudez; unjas teus olhos com colírio para que vejas.” Apoc 3;17 e 18

Paulo realçou o exemplo dos que isso buscavam, e, no fim, acharam dores também; “Os que querem ser ricos caem em tentação, laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;9 10

Dizemo-nos, pela fé, descendentes de Abraão; e àquele O Senhor ordenou: “Sê tu uma bênção!” Assim, antes que, uma coisa a se buscar, estritamente, bênção é um modo de ser; e, fomos desafiados a ser “Sal da Terra e luz do mundo.”

Quando diz que a bênção do Senhor enriquece, precisamos como disse Paulo, “comparar as coisas espirituais com as espirituais”; As riquezas que O Santo tenciona para nós são, justo, aquelas que faltavam à igreja de Laodicéia, que, malgrado a opulência material, era miserável.

Num mundo apodrecido como vemos, onde a perversão em todos os aspectos, inclusive deformando até às crianças, libertinagem parece ser o “sonho de consumo”; quem ainda preza valores como, verdade, pureza, decência, pudor, família, dignidade humana, etc. de repente, sem mais nem menos descobre-se muito mais rico que supunha, dada a miséria circunstante.

Parece que nossa sociedade ocultava de modo hábil, até, suas mazelas; vindo a lume de roldão a impressão é que apodrecemos cem anos em dez.

Por um lado um congresso desértico nos itens probidade, e competência; um oásis aqui outro, acolá; por outro, um sistema educacional eivado de obscenos obscenizantes, cuja meta, invés da difusão do conhecimento é, abertamente, a desconstrução dos valores cristãos, das famílias. A erotização precoce, consumo de drogas várias, tudo o que sempre nos soou abjeto, de repente virou objeto das escolas que, desviados do mister de forjar alunos cultos, pretende formar rebeldes indecentes, libertinos.

Em meio a isso, uma “Igreja” descompromissada com O Senhor e Seus ensinos; o capeta subindo na mesa, destruindo tudo; os bravos “missionários e apóstolos” em ensurdecedor silêncio quanto a isso; porém, a sempre agitada promoção dos seus valore$, uma vergonha!

Se, sabem o caminho das pedras esses canalhas pós-graduados em simonia, digo, se podem mesmo vender bênçãos como acenam, por que precisam do dinheiro do povo? Se, suas orações são canais de bênçãos, por que não as fazem em proveito próprio? Porque a ignorância dos incautos, em última análise é a “bênção” deles.

Parecem com certo vendedor de dicas de como acertar na Loto fácil; afirma conhecer a fórmula infalível, mas, invés de ganhar dinheiro usando sua técnica, prefere vender seus “segredos” em livros virtuais; pior, tem quem compre. Esse tipo de “bênção” tem filas de gente anelando, mas, a do Senhor, que oferece bens duráveis, “tesouro no Céu”, aí faltam pretendentes.

Quem ignora a diferença entre pedras e diamantes pode usar preciosidades numa funda; a maioria, infelizmente, não sabe; corre após o estrepitoso berrante do engano recebendo pedras ordinárias e desprezando as quem têm valor, deveras.

Quando diz que a Bênção do Senhor não acrescenta dores não significa que servi-lO seja indolor, antes, requer cruz, e encontramos ferrenha oposição; mas, mesmo as dores necessárias em nosso aperfeiçoamento são bênçãos embaladas em pacotes toscos, que em seu tempo encherão de sentido as lutas; trarão lenitivo e conduzirão a bênçãos maiores.

O Senhor não acrescenta nada além do necessário; quando decide abençoar o faz como Pai que ama; não, como mercador; claro que espera a contrapartida da fidelidade, não por bênçãos, mas, por Seu Amor que anseia ser correspondido.

Abençoa injustos, inclusive; mas, quando a pauta for o livramento do juízo será seletivo: “Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim jóias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve. Então vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Ml 3;17 e 18

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