segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Paciência; duro combate

“Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições.” Heb 10;32

Essa evocação trazendo de volta dias duros não se dava por que fosse bom recordá-los, estritamente; antes, porque os cristãos hebreus estavam esmorecendo, desanimando, e o autor queria lembrá-los de que já tinham lutado contra adversidades bem maiores.

Muitas vezes o mesmo se dá conosco; passamos galhardamente por temporais, e fraquejamos em momentos brandos de espera; pois, devaneamos que as coisas devam acontecer no nosso tempo, ou, do nosso modo.

Então, o desafio à paciência, essa virtude mais difícil de ter que a própria coragem. “Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.” V 36

Mas, voltando ao começo, chama atenção o ponto de partida para as lutas; “depois de serdes iluminados...” O inimigo não tem nenhum problema com, eventuais, boas obras, doses cavalares de religião; mas, treme suas anteninhas, se, divisa em nosso andar, lampejos da Luz Divina.

Sendo príncipe das trevas, qualquer feixe de entendimento espiritual lhe soa como ameaça; como certos políticos preferem o povo ignorante para dominá-lo. Então, ocupa-se na difusão do “bem” que possui; escuridão. “Se ainda nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4

Se, escuridão espiritual é o entendimento obtuso, óbvio que a luz é o entender vívido, perspicaz, esclarecido. Porém, isso vai muito além de uma propriedade intelectual; antes, se faz raiz do ser, patrocínio do agir.

Tal vereda foi chamada por João de “andar na Luz”; assim, e só assim, a eficácia de Cristo em nós se verifica; “Esta é a mensagem que dele ouvimos, e anunciamos: que Deus é luz, não há nele trevas nenhumas. Se dissermos que temos comunhão com Ele e andarmos em trevas, mentimos, não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;5 a 7

Tem consequências horizontais, comunhão fraterna; e, verticais; purificação. E, além disso, quando agimos na luz, servimos de testemunho, quiçá, estímulo a outros que contemplam nossos passos; o mero reconhecerem nossa boa conduta já se torna glória ao Nosso Pai. “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas, no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;15 e 16

Então, passamos a ter oposição ferrenha do inimigo não quando entendemos à Palavra, mas, quando começamos a viver por ela. Ele propôs verter pedras em pães; O Salvador deixou em lugar secundário o alimento do ventre, e priorizou o cumprimento da Palavra.

O capeta segue a mesma tática mediante seus mercenários atuais, com desdobramentos vários; propondo usar a Bíblia buscando dinheiro. Os servos de Deus idôneos são conduzidos pelo Espírito Santo; Esse realça O Feito de Cristo atinando à regeneração, à transformação; o passar das trevas para a luz. O Senhor disse a Paulo que ele fora escolhido, “Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz; do poder de Satanás a Deus...” Atos 26;18

A verdadeira mensagem não enseja alento ao pecador, antes, ilumina por dentro seu esconderijo e o desafia a deixá-lo. Como traz certo desconforto eventual, quem ilumina tende a ser rejeitado, sobretudo, por quem ama mais sua perdida condição que as promessas de perdão e vida eterna acenadas pelo Salvador.

Cegados pelo inimigo preferem enfrentar ao Senhor do Universo, que a si mesmos.

Assim, seguem no escuro, escravos do diabo e presumidos senhores de si, alienados da vida, condenados. “Quem crê nele não é condenado; mas, quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;18 a 21

Enfim, bênção não é calmaria, ausência de lutas; antes, luta diária pela preservação espiritual, mantendo acesa a luz da vida. Ora, coragem; outra, paciência; mas, sempre com as armas da justiça.

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