“Portanto
assim diz o Senhor Deus: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já
provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que
crer não se apresse.” Is 28; 16
Sendo a
fé um elo entre dimensões distintas, efêmera e eterna; e, o vetor dessa distinção,
o tempo, natural que seus pacientes deparem com certas “discrepâncias”. Simplificando: As mesmas coisas se fazem mui
diferentes em face ao ponto de vista.
Por exemplo: No texto supra entregue a
Isaías mais de sete séculos antes de Cristo, Seu advento é dado como cumprido; “Eis
que assentei em Sião uma pedra...” Depois, falando aos tributários do tempo,
nós, desafia-nos à confiança, não, à pressa. “Aquele que crer não se apresse.”
Afinal, Deus chama as coisas que não são como
se já fossem; vê através do tempo. Insta aos que Nele confiam a um “upgrade” excelso,
onde, passariam a ver, em parte, como Ele. Essa “viagem no tempo” mediante a fé
só é possível nos parâmetros da Sua palavra, fora disso não passa de fantasia
enfermiça.
Entretanto, a “fé” que tem desfilado por aí, não raro, é desprovida
de essência; mera confiança otimista que as coisas passarão a “dar certo” em atenção
a certas asseverações “bíblicas.” Uma espécie de macumba virtual que forçaria
ao Eterno a atuar no nosso tempo; de acordo com nossos anseios rasteiros.
A fé
Bíblica tem objetos definidos: “Crede em Deus, crede também em mim”; desafiou
Cristo. Mais; além do alvo hígido se requer que o fim pela qual foi legada
também seja bíblico. “Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar.” Ensinava Spurgeon.
E o lugar da fé em nossas vidas é
propiciar o renascimento espiritual, a edificação, de modo que, um ser, antes,
inimigo do Eterno, mediante a fé em Cristo receba adoção de filho, capacitação
do Espírito Santo, para atingir um modo de vida que agrade a Deus; o alvo
Bendito a ser buscado na senda da fé. Ouçamos: “Ora, sem fé é impossível
agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que
ele existe e que é galardoador dos que o buscam.” Heb 11; 6
Notemos que, o
galardão, ( recompensa ) deriva de buscarmos Deus; atingirmos um padrão de
vida, valores, que nos façam agradáveis a Ele; o que só é possível em Cristo.
Assim, as bênçãos verazes são o “efeito colateral” de uma relação refeita e
sadia como o Criador. As petições egoístas e imediatistas que muitos confundem
com as digitais da fé não passam de um “pedir mal”, que não será atendido; pelo
menos, por Deus; como adverte Tiago: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal,
para o gastardes em vossos deleites.” Tg 4; 3
A fé correta, pois, não pretende
burlar ao tempo em sua marcha; antes, amoldar-se confiante Àquele que preside
sobre ele; O Pai da Eternidade. Os simulacros podem dizer, após suas “profecias”
convenientes: “Quem crê compartilha”; a fé bíblica diz diverso: “Quem crer não
se apresse.”
Afinal, depois de assentar em Sião Sua “Pedra Preciosa”, como
vaticinou Isaías, as consequências tinham a ver com santidade, justiça, invés
de prosperidade como devaneiam alguns. Disse: “E regrarei o juízo pela linha e
a justiça pelo prumo; a saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas
cobrirão o esconderijo. A vossa aliança com a morte se anulará; o vosso acordo com
o inferno não subsistirá; quando o
dilúvio do açoite passar, então sereis por ele pisados.” Vs 17 e 18
Um alvo
horizontal: “Juízo pela linha.” O que semearmos ceifaremos; o que fizermos aos
nossos semelhantes farão de novo a nós. Outro, vertical; justiça pelo prumo; ou
seja, segundo o padrão celeste.
Alguns imaginam que Deus depende de nossa fé
para atuar; jamais. Apenas se agrada de abençoar a quem crê e obedece. O Eterno
mesmo disse algo assim ao relapso sacerdote Eli: “...aos que me honram
honrarei, porém, os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2; 30
Isso excede muito ao recitar mecânico de belas palavras.
Ainda, Isaías: “...este povo se aproxima de mim com sua boca; com os seus lábios me honra, mas, o
seu coração se afasta para longe de mim...” Is 29; 13
Em suma, aquele que,
graças a uma fé sadia consegue ver o que lhe cabe como Deus vê, não se inquieta
tanto com coisas, antes, com valores do alto. “Portanto,
se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima... Pensai nas
coisas que são de cima, não nas que são da terra;” Col 3; 1 e 2
Invés de vãs
promessas fáceis, que tal compartilharmos uma fé sadia? Aquele que crer não se
apresse.
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