terça-feira, 7 de julho de 2015

O eunimigo mortal

“Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso; para que manifeste, como convém falar.” Col 4; 3 e 4 

Maravilhosa lição de entrega nos dá Paulo! Estava preso e pediu orações para se abrisse a “Porta da Palavra”, não, da cadeia. Sua preocupação passava de largo à ideia de ser livre; contudo, queria ser preciso, cirúrgico no uso da Palavra de Deus. 

Que a condição básica dos salvos é o “negue a si mesmo” todos sabem; Um coisa, entretanto, é saber a receita; outra, fazer o bolo.

Nesses tempos difíceis, de afirmação do ego, de culto à personalidade, uma negação nesses moldes soa estranha. Normal tem sido vermos grandes biltres da política usando o poder econômico para impetrarem “Habbeas corpus” preventivos, com medo de serem presos. 

O sociedade como está organizada há muito deixou de ser um arranjo para a convivência, tornando-se arena de competição. Assim, o fito não é a negação, antes, a afirmação do eu. Eventualmente, alguém, ou, uma instituição qualquer faz algo filantrópico e vira notícia, tal a quebra de paradigma que se revela, algo que deveria ser o modo de vida ordinário dos cristãos. 

Não raro vemos o marketing apregoando igrejas como empresas, pois, a porta que se busca abrir é a da prosperidade denominacional, não, a que ensejaria o crescimento do Reino de Deus. Grandes “stars” góspeis circulam para cima e para baixo, ao estímulo de polpudos cachês, pois o “eu” esse déspota assassino encena, rodeia, apregoa, mas, ser pregado na cruz, não aceita de jeito nenhum.

Não estou hipocritamente pretendendo me eximir da culpa, antes, me incluindo no alvo dessa reflexão, para, constatarmos juntos, o quanto ainda falta até podermos esquecer nossas barreiras pessoais, desde que, A Vontade de Deus se cumpra em nós. 

Se, é verdade que o domínio tecnológico nos abre um milhão de possibilidades, também, nos estimula a sermos pueris, superficiais... Podemos “compartilhar” grandes “nacos” de sabedoria, que, em nenhum momento vivenciamos. Apenas passaram diante de nós, “curtimos” e mandamos em frente, como que usando pedra preciosa na funda. 

O universo virtual faculta a facilidade de fazermos cortesia com chapéus alheios. “Quem gostou compartilha” parece ser o aferidor; invés de, quem entendeu viva, pratique.

Ninguém mais pede oração temendo não falar a coisa certa, esses pruridos infantis que acossavam Paulo; todo mundo sabe o que é certo; por que ajuda Divina se tem tudo no Google? 

Na verdade, antes da qualidade da reflexão, em si, o próprio ato de refletir é mais notório por sua ausência, que, por eventuais frutos. Volto inevitavelmente a uma das minhas frases favoritas; “A mente não é um vaso para ser cheio; é um fogo a ser aceso”. ( Plutarco ) Não precisamos uma mente filosófica para constatar a superioridade de uma chama viva que se propaga sobre um amontoado de trastes empoeirados. 

O apóstolo Paulo rogou orações pela abertura da “porta da Palavra”, talvez, nós precisamos ser libertos da prisão das nossas certezas. Nada mais letal que estar nas garras da condenação e sentir-se seguro. Salomão denunciou uns assim: Tens visto o homem que é sábio a seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo do que dele.” Prov 26; 12 

Mas, agindo assim não correremos o risco de isolamento, recebermos um “gelo” dos nossos amigos virtuais, pois, estaríamos andando na contramão? Essa é a ideia. 

Jesus nunca pretendeu que os Seus fossem alinhados com o mundo, antes, diversos dele, mediante frutos e alvos mais excelentes. “Dei-lhes a tua palavra, o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.” Jo 17; 14 Por que Paulo estava preso, senão, que sua mensagem e modo de vida perturbavam aos figurões de então? 

Que importa que grasse o culto do lixo moral, como tem se acentuado no país nos últimos tempos, quem considera prioritariamente a Vontade de Deus mantém os pés na Rocha, não se inclina ao sabor do vento. 

Afinal, “negar a si mesmo” em prol da vontade de Deus é a anulação do efêmero pelo triunfo do eterno; anular a si mesmo amalgamado, massificado, pelo lixo do mundo é delegar escolhas vitais a um assassino que há muito escolheu ser, inimigo de Deus. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4; 4 

Que importa que o mundo nos rejeite, se Deus nos aceita? Afinal, “o mundo passa, e a sua concupiscência; mas, aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” I João; 2; 17

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Jesus, em nosso tribunal

“Pilatos, pois, tomou então a Jesus, e açoitou. Os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, lhe puseram sobre a cabeça; lhe vestiram roupa de púrpura. E diziam: Salve, Rei dos Judeus. Davam-lhe bofetadas. Então Pilatos saiu outra vez fora, e disse-lhes: Eis aqui o trago fora, para que saibais que não acho nele crime algum.” Jo 19; 1 a 4

Estranha figura esse Pilatos. Depois de submeter O Salvador a açoites e escárnios, defendeu Sua inocência. “... não acho nele crime algum.” Adiante reiterou: “...Tomai-o vós, crucificai-o; porque eu nenhum crime acho nele.” V 6

Ora, se sua consciência dizia que estava diante de um inocente, como autorizou que fosse crucificado? Talvez o clamor popular fosse muito forte; pode ser, mas, não bastava isso para tolher-lhe a autoridade, coisa da qual jactou-se ante O Mestre. “Disse-lhe Pilatos: Não falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e poder para te soltar?” v 10

Quando alguém não faz o que pode para salvar uma vida inocente, tudo o que pode é encenar, como fez ele, lavando as mãos. Limpou da poeira sujou de sangue. Na verdade, dado o valor de uma vida, e a inexorabilidade da morte, devemos fazer o possível para salvá-la, mesmo que seja culpada.

Quantos fazem o joguinho de Pilatos cegados pela própria hipocrisia? Tipo: Posso, mas, não farei, desde que pareça que a culpa não é minha. Embora tudo e todos, possam concorrer no sentido de me induzir a tomar certo caminho, sou o único senhor de minhas escolhas, salvo em casos extremos de tiranias opressoras, que mesmo ameaçando com morte, não têm como ingerir em minha consciência.

Todos nós, em certo momento estaremos como Pilatos, ante uma decisão de vida ou morte envolvendo a Jesus. Dessa vez, porém, a vida em questão é a nossa, não, a Dele. Daquele foi dito: Sei que é inocente, mas, que morra mesmo assim; nós outros podemos diferir, pois, mesmo sendo culpados, nos é facultada a escolha pela Vida.

Quantos “lavam as mãos” na bacia rota da hipocrisia colocando obstáculos inventados para disfarçar vontades rebeldes? “Há tantas religiões, dizem, como saber qual a certa? Tanto Pastor ladrão, mentiroso, por que me converter? Muitos se vestem de justiça própria; Não faço mal pra ninguém, não tenho vícios, como iria para o inferno? Etc.

Ora, quando o Senhor disse que os sãos não precisam médico, antes, os doentes, em momento algum esposou a ideia que existissem “sãos”. Como os pretensos sãos, os religiosos da época O censuravam por se misturar à ralé, usou esse argumento lógico, eivado de ironia para os desmascarar.

A condenação não foi Obra de Cristo; veio sobre toda a humanidade desde a queda. Erra quem afirma que a simples menção da Palavra de Deus estaria condenando alguém, antes, porfia por salvar aos já condenados. “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas, para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” Jo 3;17 e 18

A razão básica da condenação é a incredulidade. Claro que, crer deve gerar obediência para se revelar autêntico, senão, não passa de simulacro. No fundo, os que “não conseguem crer” recusam-se a obedecer.

A proposta maligna original, que, o homem se bastaria alienado de Deus, decidindo por si mesmo acerca do bem e do mal, sempre seduziu-nos. Meras partículas em mais de sete bilhões, de um gênero entre milhões da criação, nos supomos deuses universalizando preferências, inclinações, paixões... Frágeis a ponto de um invisível ser, vírus, bactéria, nos poder vulnerar, presunçosos ao extremo, como se nossa miopia contivesse a luz do Universo.

Não sem razão, Paulo associa incredulidade com cegueira: “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 4

Assim, gostando ou não, com o “júri” da fé ou, da incredulidade, acabamos, como Pilatos, julgando a Cristo. Quem crê O declara inocente, verdadeiro; quem foge, como o romano, o faz mentiroso. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.” I Jo 5; 10

Enfim, não basta identificarmos a inocência do Salvador, é preciso que também reconheçamos nossas culpas, pra que Seus méritos nos sejam imputados mediante perdão.

Senão, O entregamos para seja morto uma vez mais; e matar ao Único que salva, é só uma forma oblíqua de cometer suicídio.

domingo, 5 de julho de 2015

Inútil exposição Divina ante rebeldes

E o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, entendimento, ciência, em todo o lavor, para elaborar projetos, trabalhar em ouro, em prata, cobre, lapidar pedras para engastar, e entalhes de madeira, para trabalhar em todo o lavor. Eis que eu tenho posto com ele a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã; tenho dado sabedoria ao coração de todos aqueles que são hábeis, para que façam tudo o que te tenho ordenado”. Êx 31;3 a 6
Os que, em dado momento abraçam a tarefa de defender o indefensável, tipo a confecção de imagens para a “obra de Deus” lançam mão de textos como esse e similares para reforço de seu argumento. Se, o mesmo Senhor ordenou que se fizessem obras artesanais para o Tabernáculo, como seria contra tais artefatos?
Bem, não é necessário muito esforço para concluir que O Criador faz coisas que só Ele pode. Se, alguém pode usar com propriedade o “Faça o que eu digo, não o que eu faço, Esse, é Deus.
Os artefatos por Ele ordenados eram adornos e utensílios do Seu lugar de culto, tanto que, os artesãos foram cheios do Espírito de Deus, sabedoria e entendimento para a tarefa. Quando veda a “livre iniciativa” tolhe o concurso de deuses que usariam o Seu lugar, uma vez que receberiam preces, culto, como se tivessem espírito, poder, invés de serem inanimados. Assim, o Santo não veta um direito humano, antes, a estupidez, a profanação, dos que, deveriam conhecê-lo.
O mérito ou demérito de determinada ação não deriva da ação em si, antes, do objetivo, do espírito que a anima. O que são os hipócritas, tão combatidos pelo Salvador, senão, homens que fazem a coisa certa, eventualmente, mas, com motivação errada? “Fazem para ser vistos pelos homens” denunciou.
Entretanto, O Eterno fazer tudo para ser “visto”, entendido pelos homens é a mais excelsa demonstração de amor. Paulo denuncia aos que recusam a ver o obvio, tal a exposição de Deus. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto seu eterno poder, como sua divindade, se entendem; claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes, em seus discursos se desvaneceram, seu coração insensato se obscureceu.” Rom 1; 19 a 21
Adiante, conclui que o desconhecimento voluntário de Deus não acalma seu desejo espiritual; no intento de fugirem aos reclames do Santo, buscam deuses alternativos, de seu próprio feitio. “mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, aves, quadrúpedes, e de répteis.” Vs 23
Assim, como tais não se importam ao rebaixarem Deus, também Ele, não se incomoda de os entregar a um sentimento coerente com o espírito rebelde que os anima. “Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. Semelhantemente os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. Como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;” vs 25 a 28
Viram como a coisa é concatenada? A Rejeição de Deus e Seus santos padrões leva os rebeldes aos deuses alternativos, falsos; tal culto profano descamba rumo ao vilipêndio da própria dignidade humana; justo juízo de quem profana à Dignidade de Deus.
Assim, sempre que o Eterno veta algo aos seus, no fundo, Seu alvo é livrar da morte. “Porque o salário do pecado é a morte, mas, o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6; 23
Erram grotescamente os que se escandalizam por não ser, a Bíblia, “politicamente correta”; Deus labora para salvar almas, não, melindres. Mais, a polis, ( cidade ) dos salvos é mui coerente com a linguagem bíblica, posto que não é daqui. “Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.” Heb 11; 10
Deus enviou Sua Palavra, mediante o Salvador para guindar obedientes à Sua cidade; no tocante a isso a linguagem é precisa, única. “... Ninguém vem ao Pai senão, por mim.” Assim, todos são livres para escolher até a morte, se desejarem; ninguém, pra contrariar impunemente aos Divinos preceitos.