sábado, 16 de agosto de 2025

O reparo das brechas


“Não subistes às brechas, nem reparastes o muro para a casa de Israel, para estardes firmes na peleja no dia do Senhor.” Ez 13;5

São figuras eloquentes para denunciar a mesma situação. A omissão dos profetas de então, quanto ao dever de chamar o povo ao arrependimento. Se, havia brechas, havia falhas. Nesse lapso, eventuais profetas teriam trabalho a fazer.

Quando O Eterno estabeleceu Jeremias como Seu mensageiro, disse: “Porque hoje te ponho por cidade forte, coluna de ferro, muros de bronze...” Jr 1;18 A própria Palavra interpreta as figuras que apresenta.

Um muro carecendo de reparos, com rachaduras, atinava a uma situação de apostasia, desvio dos ensinos do Senhor; discernir essas coisas, e se colocar solícito ante O Eterno para denunciar tais erros, seria a entrada esperável de um profeta idôneo.

Adiante, pelo mesmo Ezequiel, O Eterno evidenciou a falta de intercessor naquela ocasião; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante Mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém a ninguém achei.” Ez 22;30 Pelo seu escolhido de então, Ezequiel, O Senhor já não esperava concerto; anunciava o juízo.

Embora um profeta devesse receber instruções da parte do Senhor, no sentido clássico, a Lei de Deus e suas demandas eram conhecidas. Mesmo não sendo chamado, estritamente, um fiel que discernisse os desvios, teria autoridade moral e espiritual para denunciar; chamar ao arrependimento. 

Poderia ser até mesmo um sacerdote. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

Eli fora sacerdote; sua omissão em disciplinar aos próprios filhos, contaminou ao povo e foi fatal, naqueles dias.

Esposar aquilo que O Eterno falou, no devido contexto, faz de qualquer um, eventualmente, um profeta; “Rugiu o leão, quem não temerá? Falou O Senhor Deus, quem não profetizará?” Am 3;8

Os “profetas” atuais não são como os de então; temos A Palavra de Deus em sua plenitude. Devemos identificar desvios que acontecem e exortar ao arrependimento, sem carecer de novas revelações. Onde alguma heresia grassa, ou uma desobediência assola, o ministro idôneo identifica a brecha e deve se colocar solícito ao Espírito Santo que o anima, para o devido reparo.

De igual calibre ou, ainda pior que a omissão silenciosa perante os descaminhos, é o ativismo oco, que enseja novas expectativas, fechando os olhos aos lapsos gritantes do que deveria ser reparado, antes de qualquer coisa.

Além de omissos, atinente a essas falhas, produziam falsidades, como se, o lapso de obediência e correção pudesse ser preenchido com futilidades, desde que atribuídas ao Todo Poderoso. “Viram vaidade e adivinhação mentirosa os que dizem: O Senhor disse; quando o Senhor não os enviou; fazem que se espere o cumprimento da palavra.” Ez 13;6

A doença mais pujante do que nunca, de camuflar desobediência com ativismo vem desde antigas eras. Nos dias de Saul quando O Eterno mandou varrer a Amaleque da terra, sem poupar nada, eles viram os viçosos rebanhos daqueles ladrões, e decidiram poupá-los, para “oferecer ao Senhor.” Essa “astúcia” custou o reino a Saul.

O Eterno que sonda os coração não pode ser manipulado. E se pudesse, aquele que O Ama, deveras, se recusaria a tentar.

Os mensageiros de futilidades que viçam quais ervas daninhas ao calor da primavera, não dão a mínima para a vontade de Deus. A rigor, desconhecem; senão, não agiriam de modo tão temerário.

O ministro idôneo sempre atuará nas brechas; isso enseja confronto, antipatias.

Aqueles como querem aceitação das suas plateias mais que de Deus, precisam caramelizar todas as suas patifarias espirituais, para que a ausência de substância seja diluída pela doçura ao paladar.

Vício antigo também; “Dizem aos videntes: Não vejais; aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, vede para nós, enganos.” Is 30;10

Quando ouço um “profeta” se dizendo amigo de todos, não polêmico, apenas pregoeiro do amor, sinto o mau cheiro de longe.

Estamos alistados numa batalha eterna; perderíamos tempo e mentiríamos em demanda dos aplausos humanos? Desculpem, mas nosso alvo é infinitamente mais alto que isso. “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar Àquele que o alistou para a guerra.” II Tim 2;4

Se, nosso alvo é agradar ao Senhor, qual sentido de bajularmos à impiedade que Ele odeia?

Embora essa geração sentimentalóide chame de “amor” à condescendência cúmplice com os errados de espírito, frouxidão moral, o vero amor atina aonde determinados caminhos conduzem, e veta os que levam à perdição. “Os que deixam a lei louvam o ímpio; porém os que a guardam contendem com eles.” Prov 28;4

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