“Quando a sabedoria entrar no teu coração...” O simples admitir que carecemos, já requer que tenhamos alguns fragmentos. Saber da nossa ignorância, não deixa de ser um saber.
Aquele que reconhece isso e se mostra receptivo à luz, em princípio já é sábio; tem as prerrogativas para vir a sê-lo em contingência. Desses está dito: “Dá instrução ao sábio e ele se fará mais sábio; ensina o justo e ele aumentará em doutrina.” Prov 9;9
A sabedoria não força portas; ela só entrará em nossos corações se esses se abrirem para ela. Aquele em Quem estão todos os tesouros da sabedoria e da ciência, Jesus Cristo, (Col 2;23) se apresenta em determinada situação, assim: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir Minha Voz, abrir a porta, entrarei em sua casa, com ele cearei e ele comigo.” Apoc 3;20
Há dois tipos de sabedoria; a vulgar acessível até aos ímpios, que é valorada como inferior; “Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.” Tg 3;15
E a espiritual com suas peculiaridades; “... primeiramente é pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e bons frutos, sem parcialidade nem hipocrisia.” V 17
Não é fruto de uma busca por ela apenas, alienado de outras coisas; antes, um dom do alto, dispensado sobre quem se propõe a se deixar moldar, andando conforme a retidão. “Ele (Deus) reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;7 e 8
Tem um conteúdo moral anexo ao conhecimento. “Veredas do juízo” não, mero cabedal de conhecimento. E, um liame afetivo; deve entrar no coração, invés de, no cérebro apenas como seria a terrena.
“... o conhecimento for agradável à tua alma...” Pode parecer elementar gostarmos do conhecimento, todavia, não é bem assim. Quando conhecemos que coisas que fizemos, das quais gostamos, estão em oposição ao Divino querer, aos mais melindrosos, isso ofende.
O homem quer ser aceito, não, corrigido. Foi exatamente porque a Doutrina de Cristo mostrava que os pretensos “bons” ainda eram maus, e precisavam profundas mudanças para agradar a Deus, que Ele foi rejeitado. “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;7
Acontece que, o “sábio” aos próprios olhos, é apenas um alucinado, a devanear que, suas percepções alinhadas às suas predileções sejam coisas luminosas. Desses está dito: “Tens visto o homem que é sábio aos próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo que dele.” Prov 26;12
“... o bom siso te guardará...” O juízo, o bom senso, pés no chão, decisões bem ponderadas, é prerrogativa natural, de quem cultiva à sabedoria do Alto. Invés duma oscilação de altos e baixos, quem se firma no Eterno e Sua Palavra vive uma progressão contínua. Mesmo de eventuais erros, frui feixes de luz; seu compromisso ético com a justiça, herdado da Sabedoria, é o inibidor suficiente contra maus passos no espectro moral, espiritual.
Assim, mesmo passando por maus momentos, eventualmente, desses inda herdará uma têmpera que converterá aos tais, em bem. “... todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus...” Rom 8;28 pois, “a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18
“... a inteligência te conservará.” De si mesma a inteligência é neutra. Tanto pode ser usada por bandidos, para a prática de crimes, por políticos para manipulação de eleitores, quanto, pode estar a serviço de causas nobres, na Seara do Senhor.
Por isso, antes dela entrar em cena, é necessário que a sabedoria do Alto tenha acampado no “terreno.”
A porta de entrada ao Reino dos Céus não se abre às batidas da sabedoria; porém, à confiança irrestrita da fé. “Como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua sabedoria, aprouve a Ele salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21
A sabedoria terrena até dá sua mão à esperteza, a celeste requer um quê de loucura antes de nos visitar. “... Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio.” I Cor 3;18
“Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes dele, que se aniquilam; mas, falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória...” I Cor 2;6 e 7
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