sábado, 31 de maio de 2025

A ateulogia


“Disse o néscio no seu coração: Não há Deus...” Sal 14;1 Essas nove palavras que se repetem no salmo 53, é o máximo de atenção que A Bíblia dá, ao ateísmo.

Dá nomes aos bois, e prossegue. Charles Spurgeon, comentando o Salmo 19, disse mais ou menos o seguinte: “Aquele que, após contemplar a perfeita ordem dos planetas, o sol com sua rotina certeira e vital, a amplidão das galáxias no espaço estelar, ainda se apresenta como ateu, juntamente, se declara, imbecil e mentiroso.”

Immanuel Kant foi além: Não apenas a imensidão dos céus, mas, a voz “audível” da consciência valorando as coisas como devem ser, lhe causavam assombro. “Duas coisas me espantam, - disse - o céu estrelado sobre mim; e a lei moral dentro de mim.”

Portanto, gastar latim para provar o óbvio, dá certa preguiça. A Palavra sustenta que ela nem seria necessária, para que Deus fosse revelado, bastando para isso, as obras Dele.

“Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Rom 1;20 a 22

Os que contemplaram às Obras do Santo, tendo recebido Dele, cérebros capazes de ler evidências, ao dizerem não! ao Eterno, fizeram uma escolha moral; não foram detidos por alguma limitação intelectual. “... tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus...”

Mesmo assim, gastarei algumas palavras nessa inglória empresa, de falar aos que acreditam que não precisam ouvir. Os ateus.

Ontem deparei com o vídeo de um que, disse ser capaz de provar que a Bíblia não é confiável” pela própria Bíblia. Como “provas” disso, até onde assisti, pois, tive preguiça na metade, ele apresentou: Uma fala descontextualizada de Mateus, que citou Oséias 11;1 “Do Egito chamei meu filho”, aplicando o texto a Jesus; 
originalmente se refere à nação de Israel; leu ainda que “Magos vieram do oriente visitar ao recém-nascido” sendo que A Palavra de Deus proibia o exercício da magia; depois citou discrepâncias onde, incidentes são narrados por um evangelista e omitidos por outro; eis a “provas” dele!

Algumas coisas precisa saber, o presumido crítico, antes de se lançar à empresa; Mateus escreveu para os judeus, tendo sido testemunha ocular; Marcos, para os romanos, tendo ouvido grande parte dos relatos, de Pedro; Lucas fez uma pesquisa ulterior, e registrou, “Segundo nos transmitiram os mesmos que presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra.” Cap 1;2

João fez o último registro bem mais tarde, onde lutou contra influências gnósticas e helenistas, trazendo uma abordagem mais teológica, com ênfase no ensino, mais que, nos feitos de Jesus, nem por isso deixou de registrá-los.

De fato, Mateus se equivocou, ao citar um texto fora do contexto. Em seu afã para que os judeus cressem, deu uma escorregada visando ser mais convincente. Isso elimina o resto dos seus textos?

Quanto aos “magos” a coisa é um pouco mais profunda. Algumas traduções trazem “Sábios”, pois, eram observadores dos astros.
Tanto que, eles viram a nova estrela, enquanto a maioria dormia. O que hoje chamamos astrônomos. O que a Palavra proibia era astrologia; os prognosticadores fraudulentos que bem conhecemos; “Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo seu filho, sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos;” Deut 18;10 e 11

O veto se refere à feitiçaria, espiritismo, não à observação dos astros. Além disso, era uma lei ao povo hebreu, não, aos demais povos.

Restam as “contradições”; um evento dessa grandeza, um ministério com mais de três anos, sendo registrado dessa forma, por repórteres distintos, em tempos e locais diversos, naturais algumas discrepâncias, nas coisas periféricas.

Isso só prova a idoneidade da Bíblia. Imaginemos que os quatro registros trouxessem estritamente os mesmos eventos, num a fraseologia similar; com o nome dos quatro evangelistas. Um crítico diria: qualquer beócio sabe que tudo verteu da mesma fonte; apenas o espertalhão colocou em nome de quatro testemunhas para soar mais crível.

Dum prisma sadio, pois, pequenas diferenças entre um e outro Evangelho, são a mais eloquente prova da sua autenticidade. Se fosse produto da manipulação de algum astuto, o erro de Mateus seria corrigido; permanece lá.

Um americano chamado Mccandlish Philips disse: “Você não põe o verdadeiro Evangelho fora de combate com três ou quatro perguntas desajeitadas; antes, suas ilusões é que irão ruir, destacando mais claramente à verdade.”

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Nação roubada


“Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e má produz frutos maus.” Mat 7;16 e 17

Essa verdade elementar, que cada planta produz conforme sua espécie, às vezes não parece ser entendida, assim. Deparo com alguns espantos, onde a reação deveria ser, de normalidade.

Me refiro ao sistema criminoso e corrupto que furtou nossa nação e dela dispõe como lhe parece. Alguns se exasperam vendo a “primeira dama” viajando para cá e para lá, às nossas custas, com bagagens alarmantemente suspeitas. Outros gritam impropérios contra milhões de reais direcionados a ONGs suspeitas;

todos os decentes se escandalizam com a roubalheira na previdência, correios; uns, se indignam com o fato dos deputados de esquerda, não assinarem pela urgência da anistia para as vítimas da falácia de 8 de janeiro; nem a CPI para investigar a roubalheira dos aposentados, etc.

Honestamente, não consigo entender a estranheza das pessoas. Estamos debaixo do crime organizado; esperavam o quê? Cada ato criminoso, o escândalo nosso de cada dia, é o “novo normal”. Ou, algum ingênuo acredita que, finalmente, os espinheiros produzirão uvas? Que os ladrões defenderão direitos civis; que a quadrilha desejará melhorar o país, invés de colonizá-lo?

A eleição foi flagrantemente roubada; Moraes e quadrilha o fizeram. Barroso antecipou que eles fariam isso: “Eleição não se ganha, se toma;” gabou-se. No assalto, usou a linguagem adequada: “Perdeu mané!”

A imprensa prostituta se vendeu aos bandidos; (nem só de crimes eles vivem, precisam aliviar as tensões.) Essa vagabunda, Globo, Band, Veja, Estadão, CNN et caterva, lhes levam a orgasmos, ocultando seus crimes, e chamando-os por nomes honrosos, como se, as “excelências” não fossem os patifes que são. A puta se banha nas águas da corrupção; “lavou tá novo” consola-se.

Malgrado, existam alguns deputados e senadores honestos, os pontos chaves do Congresso, estão nas mãos da quadrilha; de modo que, mesmo que uma CPI seja instaurada, desacredito dos resultados, e de que haja alguma punição decorrente. Pois, a Suprema Corte que usa canhões contra meras opiniões da Direita, envia buquês à vergonhosa roubalheira da esquerda. Destruiu à “Lava Jato”, pois, onde já se viu, criminalizar o crime?

Portanto, invés de denúncias pontuais, fingir espanto quando da descoberta do novo tentáculo da quadrilha, a desviar bilhões, me pergunto se algo pode ser feito; e, o quê? Pobres agricultores gritando por atenção e socorro, em face de uma safra ruim, diante dum sistema desses!

Pois, o “projeto para o bem do país”, que a república dos pilantras acarinha é o sonho de censurar às redes sociais. Por que não, importar esse belo exemplo de totalitarismo “Made in Cina”? Textos nocivos como esse, nunca mais; não será permitido nada que “ameace à democracia”, exceto, roubar eleições em favor dos “democratas” de sempre.

Se, nenhum fato novo romper isso, daqui pra frente só vai dar “Maduro”. Quem ousar defender o contrário será preso, morto. Abaixo a todos os Fascistas, inimigos da democracia!

Quando deparo com algum jumento aplaudindo ao projeto de censura, me pergunto, se o faz por cumplicidade, ou por ser a demonstração prática de uma teoria de Einstein; ele dizia: “Duas coisas são infinitas, o Universo e a estupidez humana; não estou muito certo, quanto ao Universo.”

Ora, combater à mentira proibindo de falar! Puta que os pariu! Como podem ser tão obscenos? Quem mentir e for demonstrado isso já pode e deve ser punido pelas leis existentes. Nalguns casos, basta a exposição da verdade. A vergonha do mentiroso seria sua punição.

Chegamos ao ponto de uma subserviência tal, ao domínio do crime, que, vergonhosamente acalentamos mais, a expectativa que uma potência estrangeira faça algo que minimize a cleptocracia ditatorial por aqui, do que, a nossa própria nação, pelas suas instituições corrompidas, consiga fazê-lo.

Quem acompanha o que escrevo deve ter percebido que raramente falo de política ultimamente; não se trata de medo, mas de desesperança. A coisa não é pontual, é sistêmica; assim, ficar exasperado com uma ninharia pontual, o desvio de um bilhãozinho aqui, outro ali, é ficar perdendo tempo com minúcias.

Minha esperança está onde sempre esteve; em Deus. Ele pode mudar isso, caso o queira. Senão, mesmo abandonando a ideia de um país decente, devo seguir vivendo e ensinando meios, para que, quem quiser viver segundo Deus, saiba o que lhe convém.

Honestamente deixei de assistir jornais na TV, e tenho preguiça, de ficar zeloso do Erário a cada denúncia que assoma; uma sensação de inutilidade de falar, o que, equivale a abdicar do meu tempo que pode ser usado para fins mais proveitosos, para ir ministrar um cursinho de boas maneiras, e bons costumes na zona.

Homens duplos


“Os Olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando maus e bons.” Prov 15;3

Sempre que O Eterno supervisionava o andamento da Sua obra, O texto diz: “... Viu Deus que era bom.” Gn 1;10 Até que, completando-a, com o homem criado também, acrescentou: “Viu Deus tudo quanto tinha feito, eis que era muito bom; foi a tarde e a manhã, do dia sexto.” Gn 1;31

A variação foi do “bom”, ao “muito bom”. Não havia nada de mau, para entristecer à Divina contemplação.

Se, os Olhos do Eterno, precisam contemplar mal e bem, isso se dá, porque o homem ouviu um “profeta alternativo”, o qual, defendeu que as definições de maldade e bondade eram estreitas, limitadas, preconceituosas. Então, sugeriu ao primeiro casal, que rompessem a cerca; bastaria desobedecer; os horizontes humanos seriam ilimitados.

Tal “profeta” foi ouvido, como são até hoje, os que semeiam facilidades, na terra que foi preparada para a verdade.

Invés da advertência de morte, o Capiroto prometeu que havia grande crescimento espiritual, autonomia, por detrás da desobediência. “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão vossos olhos; sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Gn 3;5 Haveria um aprofundamento espiritual, além de autonomia, no pacote; só que não.

Aceita a sugestão, males como, mentira, blasfêmia, perversão, coação, saíram do ovo da serpente; consequências como, medo, vergonha, dissimulação, pesaram nos ombros humanos.

O homem, que era “muito bom”, acolhendo sugestão espúria, não apenas buscou maldição para si, como todo o seu domínio se fez maldito; novas “criações” surgiram na superfície da terra, como testemunhos da presença do mal, dali em diante.

“A Adão disse: Porquanto deste ouvidos, à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo.” Gn 3;17 e 18

Espinhos e cardos não eram parte da criação “muito boa”; vieram como um testemunho da invasão consentida, do mal.

Por isso, a mistura de espinhos nas escolhas humanas, é sempre uma figura dessa mescla indesejável de mal com bem.

Na Parábola do Semeador, O Salvador aludiu a sementes que caíram entre espinhos; depois, interpretou: “O que foi semeado entre espinhos é o que ouve a Palavra, mas os cuidados deste mundo, a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera;” Mat 13;22
Acaso não foi com uma sedução “enriquecedora”, que o criador de espinhos corrompeu ao primeiro casal?

Assim, a mescla de mal com bem, acaba sendo um testemunho da duplicidade do homem. Algo no seu íntimo diz que deve escolher e praticar o bem; mas, como juízo pela desobediência, resultou a queda, e com ela, a escravidão ao pecado. Da tentativa de agradar a essas duas nuances, a que deseja a virtude, e a refém do vício nascem os hipócritas. “Agradam” à virtude nos discursos, nas encenações; onde apenas Deus vê, praticam o vício.

Sim, “Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons”. Essa mistura, não coloca, necessariamente, ambos na mesma foto. O Criador vê o mal, quando olha para um hipócrita.

Nos seus dias, Jeremias já denunciava a mistura indevida, dos que acreditam que trigo e espinhos sejam igualmente necessários: “Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: Preparai para vós o campo de lavoura, não semeeis entre espinhos.” Jr 4;3

A duplicidade, é o tema central da epístola de Tiago. O que crê e o que duvida; o que apenas ouve a Palavra e o que a pratica; o que tem apenas fé, e o que faz as obras correspondentes; o que deseja amar a Deus e ao mundo, ao mesmo tempo; o que amaldiçoa e o que abençoa com os mesmos lábios; enfim, todo o tratado do Apóstolo, é um conselho para que separemos as boas plantas dos espinhos; uma diatribe contra a duplicidade.

Por fim, ele mesmo usa essa definição, como um obstáculo, e aconselha que nos aproximemos do Senhor, com inteireza de coração; “Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;8

Enfim, escolher o bem, não é mera vitrine, para que possamos fazer boa figura num concurso de estética social. 

Antes, é escolher à justiça que Deus ama, e fazê-lo por amor a Ele; quando O Senhor julgar, isso fará diferença fundamental; “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Ml 3;18

quinta-feira, 29 de maio de 2025

O poder de escolha


“Portanto, como diz O Espírito Santo: Se ouvirdes hoje Sua Voz, não endureçais vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto.” Heb 3;7 e 8

Incontáveis textos ensinam a liberdade de escolha dada ao homem. Esse acima é mais um. Convida quem ouve, da parte do Espírito Santo, a não endurecer o coração, uma vez tendo escutado, a Voz de Deus. O que seria esse endurecer o coração, senão, ignorar quando O Eterno fala? “O coração desse povo está endurecido...” disse O Salvador, durante uma das muitas rejeições que sofreu.

Não devemos entender o livre arbítrio de forma rasa, desconsiderando a condição do homem após a queda. Não foi a Mão Divina que o tolheu da possibilidade de escolher; antes, a escolha de Adão, lançou-o e a toda sua descendência, numa situação de servidão, refém duma rebelde insubmissa, a carne. “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou.” Rom 8;20

Essa madrasta se voluntaria sempre ao pecado, indo de encontro ao querer do Criador. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Sua lei, nem pode ser.” Rom 8;7

Paulo apresenta o pecador como se fosse um ser duplo; com uma inclinação íntima saudável, que quer a virtude e não pode praticar; e outra, enfermiça, que se inclina ao vício e domina a parte mais fraca, impondo-se. “Porque o que faço não aprovo; pois, o que quero, não faço, mas o que aborreço, faço. Se faço o que não quero, consinto com a Lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;15 a 17 Assim, não se trata de dois seres, mas de um, escravizado pelo pecado.

Sobre a disposição interior à obediência, o apóstolo disse: “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus;” Rom 7;22

O Novo Nascimento que Jesus colocou como indispensável, para o homem poder ver/entrar, no Reino de Deus, Jo 3;3 e 5, é uma dádiva que inverte os papeis; após a conversão, o homem interior é capacitado a agir como convém; “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12 Aquele prisioneiro que desejava agir segundo Deus, não podendo, em Cristo, pode.

Como o homem natural, jazendo sob a inclinação perversa da carne, não consegue fazer a boa escolha, sem auxílio, aí entra O Bendito Espírito Santo.

Quando A Palavra é pregada, tanto atua, O Espírito, capacitando ao pregador, quanto, obra tentando persuadir ao ouvinte para a melhor escolha; “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado, porque não creem em Mim; da justiça, porque vou para Meu Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.” Jo 16;8 a 11

Apenas nesse momento, em que o homem está sendo influenciado pelo Espírito Santo, convencido por Ele, que o tal, tem arbítrio livre; seja para escolher consoante com a mensagem que ouve, seja, para endurecer o coração e continuar como sempre, na inclinação natural.

Por isso, seja quem for o agente humano da mensagem, em última análise, é O Espírito Santo que fala; “Portanto, como diz O Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a Sua Voz, não endureçais vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto”.

Depois que cremos, todos temos livre arbítrio, embora essa liberdade seja restrita, não, absoluta. Nossa escolha, como numa eleição em segundo turno, resume-se a duas opções: pode ser, andar em espírito, segundo Deus, ou, por conta própria, o que, a rigor, significa, segundo o diabo. Foi ele quem propôs a “liberdade”, que, em última análise coage o homem a agir segundo ele quer.

Por isso está dito que, mais que a profissão dos lábios, o desfilar das nossas ações, evidenciará a quem servimos; “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6;16

O vulgo simplifica a “Lei da semeadura” como se, nossas obras apenas, devessem colher sua recompensa; embora, a Palavra ensine a referida “Lei”, pesa nossos motivos antes das ações. 

Se as mesmas são derivadas da direção do espírito, ou mera emulação da carne; “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7e 8
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A vereda antiga


“As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos, bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo Único Pastor.” Ecl 12;11

Algumas coisas são múltiplas, plurais. As palavras, os sábios, os mestres, as assembleias. Entretanto, a fonte segue sendo, ímpar, completa. “... o Único Pastor.”

Os levantes dos que, por avessos à Palavra de Deus, falam em edição, atualização, são vetados pela mesma Escritura em diversos lugares; “Toda Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam Nele. Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

“Porque testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras... Deus tirará sua parte do livro da vida, da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro.” Apoc 22;18 e 19
etc.

A Divina revelação é progressiva, e muitas coisas que foram permitidas quando dos “rudimentos do mundo”, como a escravidão, poligamia, justiça sumária, sem espaço para arrependimento, perdão, etc. Essas coisas foram superadas na Nova Aliança.

Como O Único Pastor É Eterno, Sua Palavra não é biodegradável; não há nada nela que careça ser apagado, rasurado, emendado; cada texto, no devido contexto para o propósito que foi dado, cumpriu fielmente seu fim, deve ficar onde está; se, eventualmente, sua prescrição literal já não se aplica, os Divinos princípios que o motivaram seguem iguais, e podemos melhor ordenar nosso futuro, olhando, com entendimento, para trás.

Timóteo foi elogiado pelo fato “que desde tua meninice sabes as Sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda Escritura é divinamente inspirada, proveitosa para ensinar, redarguir, corrigir, instruir em justiça;” II Tim 3;15 e 16

Podem fazer-te sábio, não farão, necessariamente; isso ocorre porque parte dessa forja depende da vontade humana. Ninguém será feito sábio por decreto. Porém, “Se clamares por conhecimento, por inteligência alçares tua voz, se como prata a buscares e como a tesouros escondidos procurares, então entenderás o temor do Senhor, acharás o conhecimento de Deus.” Prov 2;3 a 5

Se, eventualmente, coisas antigas precisam ser vistas à luz da Nova Aliança, como a mudança da Lei para os que se convertem, e o fim do sacrifício de animais, isso está expresso na Palavra de modo inequívoco. “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7;12

A “edição” necessária aos Divinos Olhos, já está na Própria Palavra. Há princípios revelados em dias bem antigos, desde o início das Escrituras, ainda em voga; e coisas novas que a Vitória de Cristo, o cumprimento de algo vaticinado no Antigo Testamento todo, acrescentou.

De um mestre idôneo se espera que entenda um e outro aspectos da Revelação, e saiba lidar com cada, no devido contexto. “... Por isso, todo escriba instruído acerca do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” Mat 13;52

Invés do abandono da Lei de Moisés, como acusavam os Seus Oponentes, O Salvador veio cumpri-la, e o fez cabalmente. “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir.” Mat 5;17

Resumiu seus princípios em dois mandamentos, amor a Deus e ao próximo; ensinou que o sábado era um cuidado amoroso de Deus com o homem; desobrigou a rigidez dum dia de descanso, sempre o mesmo. “É lícito fazer o bem nos sábados.” Mat 12;12 o mal, não é lícito em dia nenhum.

Em Sua Doutrina, invés de apontar para a Lei antiga, chamou quem lhe escutava a praticar Seus Ensinos, que, são superiores à Lei. “Todo aquele, pois, que escuta estas Minhas Palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha;” Mat 7;24

Num trecho da Epístola aos Hebreus, se coteja Cristo e Moisés, cada um, no devido lugar: “Porque Ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou. Porque toda a casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus.” Heb 3;3 e 4

Basta ler o texto com os olhos abertos para ver que Moisés é servo, Jesus Cristo, É Deus.

Portanto, o cerne da questão entre os “editores” pretensos e A Palavra da Vida é simples: Aqueles querem reescrever à Palavra para que O Eterno se amolde às suas paixões efêmeras; A Palavra nos convida a revermos nossos caminhos, conforme ela para que sejamos salvos. Quem precisa se converter?
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quarta-feira, 28 de maio de 2025

O novo normal


“O que foi, isso é o que há de ser; o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol.” Ecl 1;9

O autor se refere aos monótonos ciclos naturais; sol, ventos, rios; nessa esfera não há nada de novo, (original) pois, toda incidência já é um, de novo. (repetição)

“Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós.” V 10 Se, essas coisas atinentes à natureza, não obstantes seus movimentos, estão restritas a um eterno “plágio” do pretérito, no que tange ao ser humano, O Criador desafia ao abandono das coisas velhas, pela ousadia de abraçar às novas.

O Santo não se prende a protocolos, tampouco, limita-se às nossas expectativas, como se, nos coubesse determinar, onde, quando, como; da Sua atuação.

Ao estabelecer Nova Aliança, mediante Jesus Cristo, invés de buscar uma audiência no templo, tomar oficialmente, um dos setenta do Sinédrio, e publicar o anúncio na “Ordem do Dia”, O Senhor desprezou protocolos da sonolência humana e fez algo novo. “Sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João...” Luc 3;2

Estranhamente havia dois sumos sacerdotes, quando o normal seria um; assim, se mesmo os encarregados de preservar o normal estavam imersos na anormalidade, que mal teria se, O Todo Poderoso, invés de fazer uso do suntuoso templo, enviasse Sua Palavra ao deserto? “... veio no deserto a palavra de Deus a João...”

Por alguma razão, evitou o templo. Não obstante, João fosse filho de Zacarias, de linhagem sacerdotal, vivia no deserto, comendo gafanhotos e mel, usava pele de camelo como veste, invés do linho sacerdotal.

Muitas coisas estavam “fora do lugar”; invés de exortar aos pecadores, para que cada um se arrependesse, levasse um cordeiro ao santuário, e o sacrificasse, para que fosse perdoado, propunha algo diferente; começou eliminando a vantagem hereditária do “povo eleito”; “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” Luc 3;8

Invés de recomendar sacrifícios, junto ao chamado para arrependimento, batizava; em dado momento, explicou a novidade; “Respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, batizo-vos com água, mas eis que vem Aquele que é mais poderoso que eu, do qual não sou digno de desatar a correia das alparcas; Esse vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.” V 16

Quando Cristo apareceu, João apontou para o sacrifício do qual todos careciam; “Vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus.” Jo 1;36 Invés das pessoas pegarem um cordeiro e irem ao templo, O Cordeiro veio a elas, para ensinar-lhes como caminhar, antes de sacrificar-se, por elas.

Os que estavam acostumados à mesmice religiosa, viam em qualquer inovação, ou mudança, uma ameaça, se indispuseram tanto, contra João, quanto, contra O Senhor.

O propósito da Lei estava se cumprindo; mas, os afeitos à mesmice, não queriam mudanças; “De maneira que a Lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24

Como o “novo normal” trouxe novo sacerdócio, outros câmbios se fizeram necessários; “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também, mudança da Lei.” Heb 7;12

Não houve uma rejeição da Antiga Aliança, estritamente; como ela não era suficiente para remover os pecados, carecia de um “upgrade”; “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os Céus;” Heb 7;26

Natural que os mais apegados à tradição religiosa se opusessem ao Evangelho; ele significa, “Boa Nova”. Para aqueles, as coisas velhas já eram “boas” o bastante.

Como a conversão demanda que, deixemos nossos pensamentos pelos Divinos, ver Isaías 55;7ss o que Ele chama, bom, não o que nos parece, deve contar, doravante.

Não se derive disso, porém, uma diatribe à religião, uma defesa aos desigrejados, coisa que tantos fazem, como se, esse fosse o foco; as mudanças que deseja, O Senhor antecipa na Sua Palavra, e no devido tempo, as cumpre. As insubmissões disfarçadas de reformas seguem sendo o que são, apesar dos disfarces.

O mesmo Salomão que falou com certo tédio das mesmices repetitivas dos ciclos naturais, quando se tratou do Eterno, prescreveu o temor, não uma letargia tediosa; “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Ecl 12;13 e 14

Os benditos frutos


“Se der fruto, ficará, se não, depois a mandarás cortar.” Luc 13;9

A última chance, para uma figueira que tinha passado três anos sem frutificar; o agricultor a quem foi ordenado cortá-la, sugeriu adubar mais uma vez, e esperar para ver como seria.

A necessidade de frutificarmos na Obra de Deus, quase sempre é incompreendida; talvez, porque contrarie à inclinação natural do homem caído, e nem todos queiram ser reerguidos nos termos Divinos. Tendemos a usufruir, amontar posses, comodismo, nos esbaldarmos em prazeres, a “felicidade” possível na terra.

Os chamado pelo Senhor, são desafiados a uma economia diferente: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e ferrugem tudo consomem, ladrões minam e roubam;” Mat 6;19 O convite é para que olhemos mais distante que nossos breves dias terrenos.

Aqui não é o objetivo; antes, um local de peregrinação. Então, que nos baste uma bagagem módica; “Porque nada trouxemos para este mundo, manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.” I Tim 6;7 e 8

A hipótese de algum cristão apostar todas as fichas por aqui, foi descartada como feitora de miséria: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Somos chamados a nos associarmos na Obra do Senhor; as recompensas pelo que for produzido aqui, estão armazenadas no tesouro celeste.

Aqui, fomos convidados ao trabalho, a frutificarmos. “Não escolhestes vós a Mim, mas Eu vos escolhi e nomeei, para que vades e deis fruto, e vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em Meu Nome pedirdes ao Pai Ele vos conceda.” Jo 15;16

Antes de termos nossas orações respondidas, carecemos estar andando segundo o querer do Salvador; atuando com fim de frutificarmos para a Glória Dele. Nesse caso, invés de pleitos egoístas, por certo rogaremos meios para frutificar mais; petição que, por agradar ao Senhor, será atendida. Dos que assim não fazem, versou Tiago: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites.” Tg 4;3

A “prosperidade” dos mercenários que ganham dinheiro profanando ao Santo, não é uma inversão dessa lógica do “Vinhateiro”. No tocante a esses, é juízo. O “dar certo” sua simonia por aqui, fecha as portas para lá, onde estão os veros tesouros. “... porque não receberam o amor pela verdade para se salvarem. Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam na mentira; Para que sejam julgados todos que não creram a verdade, antes, tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2;10 a 12

A reprovação de Israel, na Antiga Aliança, em parte se deu pelo egoísmo; malgrado a promessa feita a Abraão, que Nele seriam benditas todas as famílias da terra”, nem sempre o povo eleito trilhou de acordo com esse propósito.

“Israel é uma vide estéril que dá fruto para si mesmo; conforme a abundância do seu fruto, multiplicou também os altares; conforme a bondade da sua terra, assim, fizeram boas estátuas.” Os 10;1

Atinente a adoração, falharam; fizeram imagens de esculturas e atribuíram a elas, as bênçãos recebidas; na retidão das relações interpessoais, a apostasia também deixa suas digitais, como denunciou Isaías: “Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das suas delícias; esperou que exercesse juízo, eis aqui opressão; justiça, eis aqui clamor.” Is 5;7

Foi precisamente se colocando no lugar dessa videira que se revelara falsa, que O Salvador disse: “Eu Sou a videira verdadeira, Meu Pai é o Lavrador. Toda a vara em Mim, que não dá fruto, a tira; limpa toda aquela que dá fruto, para que dê ainda mais.” Jo 15;1 e 2

Assim, invés de denunciarmos aos erros do “povo eleito” simplesmente, devemos aprender observando a isso, para não erramos da mesma forma. A mesma perspicácia que nos permite ver as falhas alhures, faculta entendermos as nossas. “Tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?” Rom 2;3

De certa forma a maioria de nós está como a figueira aquela, vista no início; decepcionado ao fruticultor pela ausência de frutos.

Alguns, evasivos, se escondem sob circunstâncias adversas, como se essas fossem obstáculos atenuantes. Não são; o homem que se separa das más companhias, e influências, e se ocupa em meditar na Lei do Senhor, “será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; suas folhas não cairão, tudo quanto fizer prosperará.” Sal 1;3

A figueira recebeu adubo, escavação; enfim, fomento na raiz. Em geral, aí que reside o problema. Onde estão nossas raízes?

terça-feira, 27 de maio de 2025

O medo da paz


“... então os anciãos da cidade saíram ao encontro, tremendo e disseram: De paz é tua vinda?” I Sam 16;4

Um movimento de alguém da envergadura de Samuel, que fora juiz até bem perto daqueles dias, causou temor, no “presbitério” de Belém; os anciãos temeram que alguma notícia não muito alvissareira viesse, em companhia do respeitável profeta. Quiçá, algo relacionado à guerra.

As peripécias de Saul, que, começara bem e logo caíra em desobediência, certamente eram públicas. Os assuntos de “Brasília” alcançavam todas as tribos. Tendo sido os anciãos, que, rejeitaram ao governo Divino mediante Samuel, e pediram um rei, quando surgiram problemas na gestão do novo monarca, natural que temessem. Ih, será que fizemos bobagem?

Da rejeição a Samuel encontramos: “Então todos os anciãos de Israel se congregaram, vieram a Samuel em Ramá e disseram-lhe: Eis que já estás velho, teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações.” I Sm 8;4 e 5

Eram bem plausíveis no âmbito humano, os argumentos deles para querer mudar as coisas. “Tu estás velho; os teus filhos não são do mesmo calibre que tu.” Podiam soar verazes os dois motivos; mas a decisão sobre mudar a forma de governo ou não, era do Senhor.

Sempre que o homem coloca suas mãos, temerariamente, no que não lhe cabe, termina colhendo segundo o insano plantio. O medo é uma boa resposta da “terra”, onde se semeia arrogância, temeridade.

O fato de O Eterno ter ordenado a Samuel que fizesse segundo o conselho dos anciãos, não significa que tenha se agradado daquilo; pois, era desobediência; ingerência indevida. “Dei-te um rei na Minha ira; e tirei-o, no Meu furor.” Os 13;11 É melhor que eventualmente O Eterno nos diga, não! ante um pleito, e permaneçamos em paz com Ele, que responda, sim! tendo ficado irado contra nossa insubmissão.

A certeza que termos culpa no cartório ajuda a ter medo, em casos assim. Como o novo rei fora obra de um pedido de todos os anciãos, então, os de Belém estavam assustados com a inesperada visita de Samuel. “É de paz tua vinda?”

A bem da verdade, o profeta fora enviado para ungir o futuro substituto de Saul, o jovem Davi. Mas, como era uma providência profética, então, que se cumpriria vários anos mais tarde, Samuel foi instruído a omitir isso do povo; revelando apenas à casa de Jessé. A unção de um novo rei havendo um no trono, poderia significar, aos olhos desse, alta traição, motivo para divisão entre o povo, combates até. Mas, reitero, como a unção de Davi mirava ainda, o devir, naquele momento, a visita de Samuel fora de paz.

Sempre estamos prontos para visitas pacíficas; ou, pensamos estar. No caso do Salvador, quando do Seu nascimento os anjos cantaram: “... paz na terra...” Luc 2;14 a proposta reconciliadora que O Salvador traria; quando entrou triunfalmente em Jerusalém para verter Seu Sangue em nosso lugar a canção mudou: As turbas O saudavam, “Dizendo: Bendito o Rei que vem em Nome do Senhor; paz no Céu...” Luc 19;38 A remissão que a Justiça Divina requeria, seria então, feita.

Sua vinda foi amplamente de paz, na terra, e nos Céus; porém, é preciso que, como os anciãos de Belém, temamos, e tenhamos consciência das nossas culpas, e arrependidos aceitemos a remissão que “O Filho de Davi” operou em nosso favor. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

O problema que oblitera a redenção é quando, mesmo estando errados, não reconhecemos, queremos as coisas do nosso jeito. As lideranças judaicas de então, não viram a Jesus Cristo como um embaixador de Paz; antes, como um inimigo. Por não terem recebido a paz proposta, isso custou caro, como lamentou o próprio Senhor: “Dizendo: Ah! se conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos.” Luc 19;42

A vinda do Senhor fora amistosa; mas o fanatismo, a presunção, cegam. “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis ajuntar teus filhos, como a galinha os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste? Eis que a vossa casa se vos deixará deserta. Em verdade vos digo que, não Me vereis até que venha o tempo em que digais: Bendito aquele que vem em Nome do Senhor.” Luc 13;34 e 35

A “vinda” do Senhor, onde Sua Palavra é pregada, ainda é reconciliadora; continua, como Samuel, ungindo aos humildes; breve virá julgar.