“... Porventura nunca aceitareis instrução, para ouvirdes Minhas Palavras? diz o Senhor.” Jr 35;13
Entre iguais, opiniões e valores distintos é absolutamente normal. Nada garante que a perspectiva de um, ou o ponto-de-vista de outro seja preponderante, ou, correto. No mundo das opiniões e das escolhas, é uma pancada no cravo, outra na ferradura. Isto é: Ora, acertamos, outra, estamos totalmente errados.
O que faz a fortuna das casas de apostas, senão, a ilusão humana de que suas opiniões são verdadeiras, em contraponto com os fatos que as revelam enganosas? Eventualmente, alguém acerta, mas a proporção de erros é infinitamente maior, para alegria dos promotores desses jogos.
Estribarmos escolhas vitais na “solidez” das nossas percepções naturais é como apostar numa loteria, com infinitas possibilidades de perder, e uma ínfima, de ganhar.
Entretanto, quando se trata de instruções procedentes do Senhor, isso passa longe da esfera rasteira das opiniões; verte da Fonte da Sabedoria; sempre tem como alvo o que é melhor para nós. “Porque o Senhor dá a sabedoria; da Sua Boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;6 a 8
Os que “canonizam” mortos bem que poderiam aprender o que é um santo. Todos os que abandonam o modo mundano de ser, e passam a andar segundo a Santa Palavra, são santificados em Cristo, ainda vivos, sem necessidade de processos humanos.
A ilusão que poderemos equiparar nossas rasas percepções às Divinas, ou quiçá, contrapô-las, verte de fonte espúria. Foi o inimigo que disse à mulher que desobedecendo seriam como Deus, aptos a discernir bem e mal.
Contudo, mediante Jeremias, O Eterno ordenou que se faça distinção entre as coisas de origem rasa e as Suas: “O profeta que tem um sonho conte o sonho; aquele que tem a Minha Palavra, fale-a com verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor.” Jr 23;28
Ora, no que seria possível as criaturas serem como O Criador, nos Seus Atributos comunicáveis, Adão e Eva já eram; foram criados à Sua Imagem e Semelhança. O fato novo pela desobediência foi a ruptura da comunhão, a perda da vida espiritual. Medo de Deus, desejo de se esconder pela vergonha da própria culpa, vieram à baila, invés de deificação prometida pelo enganador mor.
O Eterno colocou cérebros em nossos crânios, para que os usássemos. Não deseja que creiamos de modo fanático contra evidências; não é errado termos dúvidas, questionamentos honestos; e para iluminar-nos os caminhos, enviou Sua Palavra, Sua Instrução. O entendimento dela, requer submissão, estudo, meditação, mas está ao alcance de todos.
A busca progressiva deve ampliar nosso entendimento da Palavra da Vida, não, propor “alternativas” a ela, como se, deveras, existissem. “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18
Se, ao homem natural a “razão” aconselha coisas que lhe dão prazer, conforto, comodidade, ao espiritual, a razão requer renúncias da natureza caída, para que possamos ser guindados a uma dimensão superior. “Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos, e os Meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;9
Paulo aconselha: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2
Acatarmos as instruções Divinas é o que de mais racional podemos fazer. Desde dias idos as pessoas manifestavam uma tendência a evitá-las, para dano das próprias almas. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6;16
Tentar reduzir a Palavra da Vida ao rés do chão, equiparando-a às humanas percepções, é um truque de quem quer rejeitar a Deus, fazendo parecer que está contrapondo-se a mera opinião. “Cada um tem sua religião” dizem. Se a “esperteza” dos tais permite que diluam sua incredulidade, invés de assumirem-na, a rigor, estão usando-a contra si mesmos.
A pergunta inicial permanece, atinente a esses: “... Porventura nunca aceitareis instrução, para ouvirdes Minhas Palavras?”
Se as pessoas ousassem considerar o que está em jogo, certamente seriam mais prudentes. “A minha alma está pegada ao pó; vivifica-me segundo Tua Palavra.” Sal 119;25