sábado, 13 de setembro de 2025

Os psicopatas



“Judas, que O traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se ajuntava ali com Seus discípulos.” Jo 18;2

Por que, Jesus, sendo uma figura pública, que ensinava abertamente, precisava ser “entregue” às escondidas por um traidor, como foi?

Para evitar alvoroço da multidão, tem um quê de lógico; Ele era seguido por muitos; mas, considerando que, depois, liderados pelos do Sinédrio, a plebe também pedia a condenação do Senhor, unindo seus gritos no mesmo propósito, isso torna a ideia de evitar tumulto, um motivo frágil.

Claro que, encontrado apenas com Seus discípulos, num lugar particular, isso facilitaria o trabalho sujo. Contudo, a fragilidade permanece.

Israel era vassalo do império romano, então. Eles não tinham poder de polícia sobre Jerusalém. O império o possuía. Como os “crimes” pelos quais pretendiam justificar a prisão, eram suas desavenças religiosas com a Doutrina do Senhor, isso seria argumento pueril para pedir ao regente de então.

Precisavam agir por conta própria; sem auxílio das autoridades romanas. “Tendo, pois, Judas recebido a coorte e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, archotes e armas.” Jo 18;3

Foram os oficiais a serviço do Sinédrio, a guarda pessoal dos sacerdotes que efetuaram a prisão; os romanos não participaram. Não apenas prenderam como “julgaram” às pressas, à noite; só então, depois de terem feito o conchavo, que foram a Pilatos no outro dia, apenas solicitando a execução do trabalho sujo.

“Depois levaram Jesus da casa de Caifás para a audiência. Era pela manhã cedo. Não entraram na audiência, para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa. Então Pilatos saiu fora e disse-lhes: Que acusação trazeis contra este homem?” vs 28 e 29

Tinham uma ideia bastante peculiar a respeito de contaminação. Entregar um inocente à morte por inveja, tudo bem. Agora entrar numa audiência com gentios, nunca. Precisavam estar “limpos” para participar da páscoa. Há certas “noções” de higiene, bastante sujas.

Qualquer semelhança com certos “defensores da democracia” atuais, é semelhante mesmo. Os crápulas não temem fazer as maiores patifarias, mas desejam que se cole rótulos limpos nos frascos das suas impudicícias. Gente asquerosa!

O governador ainda tentou evitar o problema transferindo de volta para o Sinédrio: “Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo vossa Lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não é lícito matar pessoa alguma.” V 31

Disseram uma mentira; a Lei previa pena de morte para blasfêmias, feitiçarias, adultério... e, fica evidente que a pena capital já tinha sido decidida; o que estavam requerendo era que os romanos fizessem parecer, obra deles.

Enfim, burlaram a possibilidade da multidão atrapalhar na prisão do Senhor; saltaram sobre o obstáculo de não possuírem poder de polícia; por fim, maquiaram a culpa pelo que estavam fazendo, deixando a coisa de modo a parecer que teria sido obra dos estranhos.

Como num dito proverbial atual, “quando a pessoa quer, dá um jeito; quando não, dá uma desculpa.” Pois, os líderes religiosos de então queriam muito silenciar ao Senhor; deram seu jeito.

Precisaram do escurinho da noite, como O Salvador advertira sobre o “modus operandi” dos maus. “... os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Ainda hoje, muitos que temem se aproximar da Luz de Jesus Cristo, também usam seus subterfúgios; se possível, de modo que suas incredulidades usem roupas melhores.

Se adornam de ceticismo acusando escândalos que, infelizmente, acontecem; outros aquecem seus ombros avarentos com mantos, “teológicos” discordando dessa ou daquela doutrina, para disfarçar seu amor ao dinheiro; alhures, promovem todas as crenças, por espúrias que sejam, ao mesmo patamar; não negam o Singular; tentam fazer parecer mais do mesmo, ao nível de credos ordinários; desse modo, mais do que negar, profanam... 

no entanto, malgrado, os acessórios que lhes soam mais atraentes, segue o fato que todos usam o “pretinho básico” da impiedade; no fundo, bem sabem disso.

Cada um pode reverberar contra o que lhe aprouver, no reino das palavras. No entanto, no recôndito da consciência, o eco das suas “defesas” se fará uma pujante acusação.

Não existe maior perfídia do que quem trai a si mesmo. A desonestidade intelectual acostumada, cauteriza a consciência; faz de seu hospedeiro um zumbi moral, um ser que respira, mas sem vida, sem empatia, sem amor próprio. A sociedade chama de “psicopatas”.


Da aglutinação de duas palavras gregas que significam, almas doentes. À luz do Dia, o Senhor chama: “... aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” Mat 11;29

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