segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Instruções de vida



“... Porventura nunca aceitareis instrução, para ouvirdes Minhas Palavras? diz o Senhor.” Jr 35;13

Entre iguais, opiniões e valores distintos é absolutamente normal. Nada garante que a perspectiva de um, ou o ponto-de-vista de outro seja preponderante, ou, correto. No mundo das opiniões e das escolhas, é uma pancada no cravo, outra na ferradura. Isto é: Ora, acertamos, outra, estamos totalmente errados.

O que faz a fortuna das casas de apostas, senão, a ilusão humana de que suas opiniões são verdadeiras, em contraponto com os fatos que as revelam enganosas? Eventualmente, alguém acerta, mas a proporção de erros é infinitamente maior, para alegria dos promotores desses jogos.

Estribarmos escolhas vitais na “solidez” das nossas percepções naturais é como apostar numa loteria, com infinitas possibilidades de perder, e uma ínfima, de ganhar.

Entretanto, quando se trata de instruções procedentes do Senhor, isso passa longe da esfera rasteira das opiniões; verte da Fonte da Sabedoria; sempre tem como alvo o que é melhor para nós. “Porque o Senhor dá a sabedoria; da Sua Boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos Seus santos.” Prov 2;6 a 8

Os que “canonizam” mortos bem que poderiam aprender o que é um santo. Todos os que abandonam o modo mundano de ser, e passam a andar segundo a Santa Palavra, são santificados em Cristo, ainda vivos, sem necessidade de processos humanos.

A ilusão que poderemos equiparar nossas rasas percepções às Divinas, ou quiçá, contrapô-las, verte de fonte espúria. Foi o inimigo que disse à mulher que desobedecendo seriam como Deus, aptos a discernir bem e mal. 

Contudo, mediante Jeremias, O Eterno ordenou que se faça distinção entre as coisas de origem rasa e as Suas: “O profeta que tem um sonho conte o sonho; aquele que tem a Minha Palavra, fale-a com verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor.” Jr 23;28

Ora, no que seria possível as criaturas serem como O Criador, nos Seus Atributos comunicáveis, Adão e Eva já eram; foram criados à Sua Imagem e Semelhança. O fato novo pela desobediência foi a ruptura da comunhão, a perda da vida espiritual. Medo de Deus, desejo de se esconder pela vergonha da própria culpa, vieram à baila, invés de deificação prometida pelo enganador mor.

O Eterno colocou cérebros em nossos crânios, para que os usássemos. Não deseja que creiamos de modo fanático contra evidências; não é errado termos dúvidas, questionamentos honestos; e para iluminar-nos os caminhos, enviou Sua Palavra, Sua Instrução. O entendimento dela, requer submissão, estudo, meditação, mas está ao alcance de todos.

A busca progressiva deve ampliar nosso entendimento da Palavra da Vida, não, propor “alternativas” a ela, como se, deveras, existissem. “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Se, ao homem natural a “razão” aconselha coisas que lhe dão prazer, conforto, comodidade, ao espiritual, a razão requer renúncias da natureza caída, para que possamos ser guindados a uma dimensão superior. “Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos, e os Meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;9

Paulo aconselha: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Acatarmos as instruções Divinas é o que de mais racional podemos fazer. Desde dias idos as pessoas manifestavam uma tendência a evitá-las, para dano das próprias almas. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6;16

Tentar reduzir a Palavra da Vida ao rés do chão, equiparando-a às humanas percepções, é um truque de quem quer rejeitar a Deus, fazendo parecer que está contrapondo-se a mera opinião. “Cada um tem sua religião” dizem. Se a “esperteza” dos tais permite que diluam sua incredulidade, invés de assumirem-na, a rigor, estão usando-a contra si mesmos.

A pergunta inicial permanece, atinente a esses: “... Porventura nunca aceitareis instrução, para ouvirdes Minhas Palavras?”

Se as pessoas ousassem considerar o que está em jogo, certamente seriam mais prudentes. “A minha alma está pegada ao pó; vivifica-me segundo Tua Palavra.” Sal 119;25

domingo, 14 de setembro de 2025

O Mediador



“... Bendito o Rei que vem em Nome do Senhor; paz no Céu, e glória nas alturas.” Luc 19;38

Na entrada do Senhor em Jerusalém, e, iminência de completar Seu ministério. Quando da Sua entrada pelo nascimento, reduzido às limitações humanas, os louvores foram outros: “Glória a Deus nas alturas, Paz na Terra, boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

Os homens que exaltavam ao Senhor cantaram: “Paz no Céu.” Os Anjos que O louvaram recém-nascido, “Paz na terra.” Por quê?

Porque uma mediação carece atingir ambas as partes em litígio; então, a humanidade e O Criador. É necessário que as partes estejam dispostas à reconciliação; e os termos sejam apresentados a um lado e outro. Sobre, quem seja Ele, nenhuma dúvida: “Porque há Um só Deus, e Um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem.” I Tim 2;5

Os “mediadores” alternativos para nada prestam. A cada dia “canonizam” mais um, para que os errados de espírito falem às paredes, invés de falarem com O Pai. “... Porventura não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos consultarão mortos?” Is 8;19

Sobre Sua Obra, temos: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Se o problema da inimizade, num sentido amplo, está resolvido desde a cruz; pontualmente, cada um precisa reagir acatando os termos do Eterno, para que a sua reconciliação se verifique. Por isso ficou com os servos do Senhor, a “Palavra da reconciliação”, para ser anunciada; que todos a conheçam reajam.

Não apenas entre a humanidade e o Criador; mas, entre judeus e gentios a vitória de Cristo também pacifica. Pois, Ele, “Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em Si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz; e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades. Vindo, Ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto;” Ef 2;15 a 17

Ao homem era preciso que trouxesse A Palavra de Deus; os termos do Eterno para que a reconciliação fosse possível; “... A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;29

Atinente ao Altíssimo, a Divina Justiça requeria o pagamento do resgate, para que o homem fosse liberto do reino das trevas; “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os Céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo a Si mesmo.” Heb 7;26 e 27

Zacarias anteviu a abrangência do Sangue de Jesus. “Ainda quanto a Ti, por causa do Sangue da Tua Aliança, libertei Teus presos da cova em que não havia água.” Zac 9;11

Nossas misérias espirituais foram figuradas como estando nós, lançados ao fundo de uma cova seca, como foi, José. Justo para trazer suprimento a essa sequidão, O Salvador ensinou: “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

O bendito ministério do Salvador, não apenas nos reconcilia com o Pai; também supre nossas carências espirituais, reabrindo, por Seus méritos, um acesso, antes, fechado.

O Texto Sagrado encoraja: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo Sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo os corações purificados da má consciência, o corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel É, quem prometeu.” Heb 10;19 a 23

“De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;20

As condições para paz, tanto na Terra quanto, no Céu, foram plenamente satisfeitas pelo ministério e sacrifício de Cristo. A pergunta de Pilatos deve ser feita por cada um, ao qual O Mediador for apresentado. “... Que farei então de Jesus, chamado Cristo?” Mat 27;22

A quem prefere seguir inimigo A Palavra adverte: “... segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira na manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5
Porém, “... o que me der ouvidos habitará seguro, estará livre do temor do mal.” Prov 1;31

sábado, 13 de setembro de 2025

Os psicopatas



“Judas, que O traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se ajuntava ali com Seus discípulos.” Jo 18;2

Por que, Jesus, sendo uma figura pública, que ensinava abertamente, precisava ser “entregue” às escondidas por um traidor, como foi?

Para evitar alvoroço da multidão, tem um quê de lógico; Ele era seguido por muitos; mas, considerando que, depois, liderados pelos do Sinédrio, a plebe também pedia a condenação do Senhor, unindo seus gritos no mesmo propósito, isso torna a ideia de evitar tumulto, um motivo frágil.

Claro que, encontrado apenas com Seus discípulos, num lugar particular, isso facilitaria o trabalho sujo. Contudo, a fragilidade permanece.

Israel era vassalo do império romano, então. Eles não tinham poder de polícia sobre Jerusalém. O império o possuía. Como os “crimes” pelos quais pretendiam justificar a prisão, eram suas desavenças religiosas com a Doutrina do Senhor, isso seria argumento pueril para pedir ao regente de então.

Precisavam agir por conta própria; sem auxílio das autoridades romanas. “Tendo, pois, Judas recebido a coorte e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, archotes e armas.” Jo 18;3

Foram os oficiais a serviço do Sinédrio, a guarda pessoal dos sacerdotes que efetuaram a prisão; os romanos não participaram. Não apenas prenderam como “julgaram” às pressas, à noite; só então, depois de terem feito o conchavo, que foram a Pilatos no outro dia, apenas solicitando a execução do trabalho sujo.

“Depois levaram Jesus da casa de Caifás para a audiência. Era pela manhã cedo. Não entraram na audiência, para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa. Então Pilatos saiu fora e disse-lhes: Que acusação trazeis contra este homem?” vs 28 e 29

Tinham uma ideia bastante peculiar a respeito de contaminação. Entregar um inocente à morte por inveja, tudo bem. Agora entrar numa audiência com gentios, nunca. Precisavam estar “limpos” para participar da páscoa. Há certas “noções” de higiene, bastante sujas.

Qualquer semelhança com certos “defensores da democracia” atuais, é semelhante mesmo. Os crápulas não temem fazer as maiores patifarias, mas desejam que se cole rótulos limpos nos frascos das suas impudicícias. Gente asquerosa!

O governador ainda tentou evitar o problema transferindo de volta para o Sinédrio: “Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo vossa Lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não é lícito matar pessoa alguma.” V 31

Disseram uma mentira; a Lei previa pena de morte para blasfêmias, feitiçarias, adultério... e, fica evidente que a pena capital já tinha sido decidida; o que estavam requerendo era que os romanos fizessem parecer, obra deles.

Enfim, burlaram a possibilidade da multidão atrapalhar na prisão do Senhor; saltaram sobre o obstáculo de não possuírem poder de polícia; por fim, maquiaram a culpa pelo que estavam fazendo, deixando a coisa de modo a parecer que teria sido obra dos estranhos.

Como num dito proverbial atual, “quando a pessoa quer, dá um jeito; quando não, dá uma desculpa.” Pois, os líderes religiosos de então queriam muito silenciar ao Senhor; deram seu jeito.

Precisaram do escurinho da noite, como O Salvador advertira sobre o “modus operandi” dos maus. “... os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Ainda hoje, muitos que temem se aproximar da Luz de Jesus Cristo, também usam seus subterfúgios; se possível, de modo que suas incredulidades usem roupas melhores.

Se adornam de ceticismo acusando escândalos que, infelizmente, acontecem; outros aquecem seus ombros avarentos com mantos, “teológicos” discordando dessa ou daquela doutrina, para disfarçar seu amor ao dinheiro; alhures, promovem todas as crenças, por espúrias que sejam, ao mesmo patamar; não negam o Singular; tentam fazer parecer mais do mesmo, ao nível de credos ordinários; desse modo, mais do que negar, profanam... 

no entanto, malgrado, os acessórios que lhes soam mais atraentes, segue o fato que todos usam o “pretinho básico” da impiedade; no fundo, bem sabem disso.

Cada um pode reverberar contra o que lhe aprouver, no reino das palavras. No entanto, no recôndito da consciência, o eco das suas “defesas” se fará uma pujante acusação.

Não existe maior perfídia do que quem trai a si mesmo. A desonestidade intelectual acostumada, cauteriza a consciência; faz de seu hospedeiro um zumbi moral, um ser que respira, mas sem vida, sem empatia, sem amor próprio. A sociedade chama de “psicopatas”.


Da aglutinação de duas palavras gregas que significam, almas doentes. À luz do Dia, o Senhor chama: “... aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” Mat 11;29

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Amor e disciplina



“Mas Deus prova Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Alguns, movidos mais pelas íntimas inclinações, do que por uma interpretação sadia, derivam dum texto assim, o universalismo. Gente que lê “A Cabana”, invés da Palavra de Deus, tende a ver doçuras em toda parte, malgrado, não seja assim.

A doença de pautar escolhas espirituais por predileções pessoais, coloca multidões a perder, infelizmente. “... tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Pensam; uma vez que Deus ama a todos os pecadores, no fim, a todos salvará apenas por isso, não importando o que venham a fazer.
Tal conclusão evidencia uma compreensão errônea sobre Deus, sobre amor, e do próprio texto.

Que o Divino Afeto abarca a todos, isso é pacífico. “Pregai O Evangelho a toda a criatura.”

Todavia, se nós, imperfeitos, não nos contentamos com um relacionamento amoroso unilateral; antes, desejamos que o sentimento seja correspondido, por que Deus se contentaria com menos? Bastaria Ele nos amar, e mesmo voltando-lhe as costas, seríamos salvos?

Diferente do que possa parecer, o amor é mais que mero sentimento. Envolve uma decisão moral, com alguns valores anexos; o amor, “Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;” I Cor 13;6

Antes de entrar na esfera do amor, estritamente, precisa haver um concerto atinente à justiça. Somos chamados a reconhecer nossos pecados, nos arrependermos e mudarmos em Cristo; a reconciliação primeiro; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

O Salvador nos convidou a tomar Seu jugo, para encontrar descanso; isso requer submissão incondicional ao Pai, como demonstração de que, tentamos corresponder ao Seu amor por nós.

Paulo explica algumas coisas necessárias, para que uma eventual decisão nossa se mostre veraz; “Não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo o fomos na Sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim andemos em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Nos identificarmos com a Sua morte significa as renúncias das nossas vontades, pelo Divino querer para nós; andar em novidade de vida, requer, nos identificarmos com Suas pisadas, deixando patente mediante obediência, nossa correspondência ao Seu amor.

“... Se alguém me ama, guardará Minha Palavra, e Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23

Se, a entrega do Salvador em prol dos pecadores foi uma manifestação universal de amor, o restabelecimento da relação pessoal com O Eterno, dependerá da nossa reação diante de Cristo. Isso não pode ser evidenciado de outro modo, senão, pela obediência a Ele. “Se alguém Me ama, guardará a Minha Palavra...” Por isso, é uma decisão moral, mais do que um sentimento.

Se a manifestação universal nada requereu para isso, senão, o próprio Ser Divino, “Deus É Amor”, a relação particular com cada um, demanda que O amemos também. Invés de um andar desleixado quanto aos pecados, uma vez que Deus nos ama, seremos zelosos para não pecar, para não entristecermos a Quem amamos. Se assim não for, seremos falsos; o egoísmo seguirá no comando das nossas vidas.

O texto em análise esposa que O Eterno provou Seu amor para conosco com uma demonstração espetacular. Como provaremos o nosso, para com Ele? “Se me amais, guardai os Meus mandamentos.” Jo 14;15

Os bobos alegres que se escudam na “era da graça” como se isso significasse ausência de limites, libertinagem consentida, pretendem a insanidade de ter o Divino Amor como fiador, e a indiferença pecaminosa, humana, como contrapartida.

De um serviço relapso de má vontade na Antiga Aliança O Senhor disse: “... Ora apresenta-o ao teu governador; porventura terá ele agrado em ti? ou aceitará a tua pessoa?” Ml 1;8

Ora, quem deveras entendeu O Divino Amor não fica se esforçando em provar sua incidência; antes, se sente constrangido a amar também e demonstrar tal sentimento, mediante atitudes.
Quem pretende que o amor seja fiador das suas extravagâncias pecaminosas, evidencia amar ao pecado, não a Deus.

Se alguém pretende ter relação com O Eterno, fiado apenas em sentimentos, sem comprometimento, aprenda algo mais sobre o Divino sentir; “Estas seis coisas o Senhor odeia; a sétima a Sua Alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e quem semeia contendas entre irmãos.” Prov 6;16 a 19

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Ouro de tolos



“Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro, como são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro!” Lam 4;2

Quem jamais sofreu idêntica decepção? Ante pessoas que pareciam ter alto valor, de repente, algum fato novo veio à luz; o que se assemelhava a ouro, se mostrou argila?

Pela derrocada da vida, na ladeira dos interesses rasos, onde escorregam valores, dificultando a caminhada costumamos dizer: “Eu era feliz e não sabia.” Isto é: As coisas pioraram. Pois, quanto aos nossos “ídolos” que nos decepcionam, seu brilho era falso e desconhecíamos; não pioraram, necessariamente; a visibilidade aumentou.

Duas coisas ao menos, concorrem para as decepções: Uma; à medida que amadurecemos, deixamos de ser presas das aparências, porque somos treinados pela mão do tempo para identificar essências; da agudez perspicaz alguns dizem: Fulano conhece o rengo assentado e o cego dormindo. Outra; as dores que nos assolaram onde houve privação de caráter, contribuíram para que víssemos o quão preciosa é essa nuance da alma humana, e, quão nociva sua ausência.

Se, na nossa fase imatura nos impressionávamos mais com carisma, talento, do que com outro valor qualquer, ora, podemos colocar cada coisa na devida prateleira. Assim, um patife talentoso segue sendo um patife; se, outrora lhe pediríamos um autógrafo, quiçá, agora desejamos tão somente, distância.

Àquele que pagaríamos ingresso para ver, agora recusaríamos receber em nossas casas. Tanto mais, quanto, maior a fama, o alcance do canalha em apreço.

A diversidade em questões políticas é um direito social inalienável. Porém, quando determinada escolha traz no bojo, passar pano para ladrões e corruptos, pior que isso, alimentar a perseguição contra pessoas honestas, ao custo das vidas de gente inocente, aí deixa de longe de ser um direito, para se tornar cumplicidade, com o que há de mais abjeto no tecido social. A choldra dos sem valores.

No caso do Eterno, Sua bronca era com os do “povo eleito”, que tendo sido libertos por Ele, miraculosamente, da escravidão, e estabelecidos numa situação de honra, depois deixaram ao Eterno e preferiam cultos alternativos.

Pelo profeta Ezequiel, O Senhor figurou-os como uma mulher adúltera se esforçando apara agradar aos amantes.

“Mais ainda, mandaram vir alguns homens, de longe, aos quais fora enviado um mensageiro, e vieram. Por amor deles te lavaste, coloriste teus olhos, e te ornaste de enfeites. Te assentaste sobre um leito de honra, diante do qual estava uma mesa preparada; e puseste sobre ela Meu incenso e Meu azeite. Com ela se ouvia a voz duma multidão satisfeita; com homens de classe baixa foram trazidos beberrões do deserto; puseram braceletes nas mãos das mulheres e coroas de esplendor nas suas cabeças.” Ex 23;40 a 42

Notemos que, embora se enfeitando para estranhos, havia um quê do “marido” no ambiente; “puseste sobre a mesa Meu incenso e Meu azeite...” A infiel ao Esposo estava preservado indevidamente elementos do Seu culto, como se, os tais fizessem sentido naquela prostituição. “Então disse à envelhecida em adultérios: Agora deveras se prostituirão com ela, e ela com eles? Entraram a ela, como quem entra a uma prostituta...” vs 43 e 44

A transformação para baixo, onde coisas que foram preciosas se tornaram sem valor, foi um processo reiterado, contínuo. Na introdução de Jeremias já encontramos a denúncia contra um povo que deixara ao Senhor pelas suas doentias e inúteis inclinações. “Porque o Meu povo fez duas maldades: a Mim deixaram, o Manancial de Águas Vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.” Jr 2;13

Não apenas abandonaram ao Deus Vivo, como buscaram simulacros pífios sem nenhuma utilidade. Desses deuses Isaías versou: “... nada sabem os que conduzem em procissão suas imagens de escultura, feitas de madeira; rogam a um deus que não pode salvar.” Is 45;20

Não que O Eterno tenha sido surpreendido pela apostasia. Ele É Onisciente. Todavia, estava em jogo Seu amor, mais que, Sua ciência. Por isso falou do modo humano, como se fosse um marido traído, para que o povo entendesse a gravidade do mal que fizera.

Se cultuar ídolos lhes era mais importante, que ao menos se separassem em definitivo do Eterno. “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus; Ide, sirva cada um os seus ídolos, pois, a Mim não quereis ouvir; mas não profaneis mais o Meu Santo Nome com vossas dádivas e com os vossos ídolos.” Ez 20;39

Nabucodonosor sonhou com uma estátua que tinha cabeça de ouro e pés de barro. Pois, muitos que se dizem de Cristo, malgrado O “Cabeça de Ouro”, têm pés de barro, andando segundo a carne. E profanando ao Senhor. Na hora da verdade, cada um aparecerá estritamente como é.

A extrema nudez canhota


“Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso;” Col 4;3

Paulo estava preso por causa da palavra que pregava. Anunciando a Obra de Cristo e chamando pecadores a se comprometerem com ela para serem salvos.

Os judaístas o perseguiram até à morte; uma vez o apedrejaram pensando tê-lo matado; mas, sobreviveu. Atos 14;19

Se alguém pode ser definido como sendo de “extrema-direita”, esse, foi Paulo. De direita porque defendia valores como liberdade de escolha, de credo, de expressão... extremo porque, estando ele preso por causa da Palavra, invés de rogar orações às igrejas, no sentido de que lhe fossem abertas as portas da prisão, pedia, antes, que lhe fosse aberta a porta da Palavra; queria falar mais.

O “argumento” de quem não possui argumentos sempre foi a violência. Levar a defesa do que crê às últimas consequências como fez Paulo, certamente foi um ato extremo. Eis a diferença entre um extremista digno e um patife!

A extrema esquerda, como ontem fez contra o cristão americano, Charlie Kirk, mata aqueles contra os quais não pode argumentar.

Um de direita seu “extremismo” o expõe ao risco da própria vida. Nada mais natural de quem pretende e ensina, “socializar” aos bens alheios, jamais aos próprios. Uma vida se sente incomodada com a existência de outra? Basta eliminá-la e tudo estará “resolvido”.

Por isso, nos meandros escuros onde a esquerda tem seu habitat, acontecem mortes como a de Celso Daniel, Toninho do PT, o atentados contra Jair Bolsonaro e Donald Trump... a quem os incomoda, eles enfrentam com o jeito esquerdista de resolver problemas.

Acaso, a morte do Senhor Jesus Cristo, não foi porque Sua vida incomodava ao sistema dominante, e Ele era imbatível em argumentos e poderoso em obras? Então, o STF da época em conluio com o PT, decidiram acabar com a ameaça. Antagônicos como Fariseus e Saduceus se uniram e requisitaram o serviço sujo aos romanos, sob ameaça de denunciá-los a César por traição, se assim não fizessem.

A quem, a defesa de valores como liberdade de escolha, crença, expressão, a vida, família e Deus incomoda? A rigor nem se trata de politica estritamente. É uma questão moral, de valores que evidenciam caracteres. Quando determinada “vitória” é comemorada apenas nos presídios, isso basta para denunciar quem está triunfando.

Quando deparo com um “cristão de esquerda”, vejo três possibilidades; a) o sujeito não entendeu o cristianismo; b) não entendeu o esquerdismo; c) não é nem uma coisa nem outra; apenas um infiltrado tentando minar nossas defesas poluindo o ambiente com seu lixo de estimação. A ideologia comunista.

Aquela frase bonitinha de Voltaire, “Não concordo com uma palavra do que dizes; mas, defenderei até à morte teu direito de dizeres o que pensas”, parecia mera platitude, dada a obviedade da liberdade de expressão. Os fatos mostram que não é assim, infelizmente.

Extrema violência precisa ter consequências, do mesmo nível que a praticada. Afinal, não fazer ao semelhante o que não deseja a si é um conceito basilar da doutrina de Cristo. Nos provérbios, encontramos: “O homem de grande violência deve sofrer o dano; porque se tu o livrares ainda terás de tornar a fazê-lo.” Prov 19;19

A pena de morte como existe nos States, faz boa figura para casos abjetos assim. No Antigo Testamento havia casos em que tal pena se aplicava; e no novo há uma janela aberta que diz: “... se fizeres o mal, teme, pois (a autoridade) não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, vingador para castigar quem faz o mal.” Rom 13;4

Onde fica o amor cristão? No caso de ontem, com a viúva e os filhos órfãos pela covardia do bravo esquerdista. Atinente a ele, ficamos com o amor pela justiça.

Infelizmente a violência é um mal que só pode ser freado por outra ainda maior. A destruição da humanidade pelo dilúvio, foi o violento juízo Divino por causa da violência humana sobre a terra. “Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante Minha Face; porque a Terra está cheia de violência; eis que os desfarei com a Terra.” Gn 6;13

Enfim, a extrema direita leva a defesa das suas ideias ao extremo de arriscar a vida; a extrema esquerda, refém do seu lapso intelectual, moral e ideológico, precisa ceifar vidas inocentes; pois, falta-lhe estatura para sustentar um contraponto; e idoneidade moral para rever escolhas. “Pois não dormem, se não fizerem mal, foge deles o sono se não fizerem alguém tropeçar. Porque comem o pão da impiedade, e bebem o vinho da violência.” Prov 4;16 e 17

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

As recompensas



“... há justo que perece na sua justiça, e ímpio que prolonga seus dias na sua maldade.” Ecl 7;15

As ações sendo recompensadas segundo seu mérito é o esperável. Costumamos pensar que os de boas índoles merecem toda sorte de bênçãos; enquanto, aos maus, eventual má sina que os alcançar será justiça.

Nas reflexões de Salomão encontramos o oposto. O justo perecia na justiça e ímpios prolongavam-se na maldade. Qualquer pessoa minimamente esclarecida, convirá que esse padrão que foi observado então, ainda se mantém.

Se, tudo acontecesse na esfera imanente, nada restaria para que esperássemos do transcendente. De outra forma: Se a justa retribuição fosse precisamente sobre a terra, nem seríamos testados em nossa fé; pela qual, somos desfiados a esperar recompensas no porvir.

Paulo foi categórico: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Das riquezas espirituais, ouvimos, nalgumas falas onde pontuam a importância das coisas que o dinheiro não compra. Todavia, uma coisa é saber da existência; outra, viver de modo a priorizá-las. A Palavra ensina: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra;” col 3;1 e 2 Questão de prioridades; nenhum veto os cuidados necessários com a vida aqui.

Natural quem serve a Deus desejar que as boas ações tenham recompensa, assim como, as más. O senso de justiça implantado em cada alma o requer.

Contudo, a excelência é buscarmos ao Senhor pelo que Ele É, não por coisas que dá. Fazer as escolhas certas com o sentimento correto, como ensina Paulo em I Cor 13

Faz parte da fé, primeiro crer de modo irrestrito, manifestando uma confiança sem reservas em Deus. Depois, poderemos também confiar que as escolhas virtuosas serão recompensadas em tempo. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e é galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6

Se alguém se mostrar ressentido por ter uma não retribuição imediata, por certo o fará, em cima de um presumido mérito. Não podemos esquecer que se o Eterno decidisse por um imediatista “bateu levou”, “plantou colheu”, o juízo contra as más obras também seria imediato. Contudo, não é. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11 Antes de alguém reclamar da “demora” de Deus quanto às recompensas, considere a longanimidade que retarda o merecido juízo.

Quando ensinou aos Seus, O Salvador os chamou a um padrão mais alto que mero mercantilismo, de ser bom para com quem só lhe faz bem, o mau para com os demais.

Das reles trocas na mesma moeda perguntou: “Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?” Mat 5;46 Aquilo que qualquer ímpio consegue fazer, por certo não é o que foi demandado dos que foram chamados a ser sal da terra e luz do mundo; “Porque vos digo que, se vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus.” Mat 5;20

Antes, dissera: “... Amai vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos Céus; porque faz que Seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.” Vs 44 e 45

Os que escolhem a justiça como modo de vida, optam por agradar a Deus a despeito do que recebam nessa vida.

Não que as recompensas por um viver assim estejam apenas no além. A boa reputação que geralmente acompanha ao homem íntegro, a paz de espírito que a integridade enseja são de usufruto imediato. Dos que assim não são, A Palavra diz: “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

Quando ímpios prolongam seus dias na injustiça. Não significa a Divina aprovação dos seus passos; antes, O Divino amor esperando que se arrependam e não pereçam.

Seria escárnio ante O Eterno, não fazer justiça no seu tempo. “... Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

A arte de permanecer


“...Pois que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram.” Ecl 2;12

Desejar singularidade é compreensível em se tratando de criações artísticas. Expor algo ainda não pensado oxigena a excelência da arte, cujo produto deve visar a exposição do belo; toda a criatividade busca ensejar enlevo; e como um anelo quase impossível à veia criativa mira a excelência da proposição original.

Assim, mais do mesmo não soaria de bom tom, nessa arena. Acontece que, “seguir ao rei” está longe de ser uma arte. É uma postura prudente de quem reconhece como boas as coisas estabelecidas, a ordem social vigente, e acredita que vale empreender esforços para que essa permaneça.

Arruaças em demanda por mudanças, comuns em nossos dias, nos tempos de Salomão, de poder absoluto nas mãos do rei, não eram de bom tom. “Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei; não te ponhas com os que buscam mudanças, porque de repente se levantará sua destruição; a ruína de ambos, quem o sabe?” Prov 24;21 e 22

Portanto, ao homem prudente que se dispusesse a seguir ao rei, lhe cabia antes, o ser comedido, mais que, inovador.

A célere marcha tecnológica, patrocina mudanças todos os dias. Cada aparato, por rebuscado que seja, acaba superado por outro mais “hightec”, que, em breves dias também será novamente suplantado. Não seria essa saga, uma advogada imbatível em defesa das mudanças?

Uma distinção é necessária antes de maiores explicações. A mudança de método, não é sinônima de um câmbio de mérito. Os meios podem ser aperfeiçoados diuturnamente, sem que isso signifique mudar os valores, os objetivos.

Uma fraude eletrônica, pode soar mais prática, menos custosa, que um roubo à mão armada. Mas, tanto uma, quanto a outra ação, serão afrontosas a um mandado da Divina Lei: “Não furtarás.” Por esse ou aquele método, o erro será o mesmo. Assim a facilidade dos meios não tem nenhuma ingerência, que altere os fins. Furtar continua sendo um erro.

De igual modo, a difusão do Evangelho, que iniciou oral, depois foi escrito; com a modernidade passou a usar a arte, cinema, teatro, poesia... e agora pode dispor da celeridade da Internet em todas suas nuances. Tudo isso é bom; todos esses meios de difusão acabam sendo ferramentas de grande valor, que permitem o fluxo da Palavra da Vida por diversos meios.

Entretanto, no que tange ao teor do que é veiculado velozmente, nenhuma alteração foi concedida. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6;16

Nossos melhoramentos tecnológicos que a toda hora se superam são retratos das nossas imperfeições; se, tivéssemos potencial para fazer algo perfeito e esse não seria mais superado. Assim são as coisas Divinas. A Santa Doutrina é perfeita e eficaz para sempre.

Os meios podem cambiar à velocidade da luz; o conteúdo permanece inalterável. “O céu e a terra passarão, mas Minhas Palavras não hão de passar.” Mat 24;35

Somos desafiados à “monotonia” da perseverança na doutrina perfeita do Senhor. A sentença de Salomão naqueles dias, se aplica a isso também; “Pois que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram.”

Infelizmente os da “teologia liberal” que estão infiltrados em vários espaços do cristianismo, já não se conformam com a “mesmice”; fazem seu barulho “teológico” em demanda por mudanças.

Como o foco desses é agradar ao homem, e os homens modernos preferem alterar à Palavra de Deus a terem suas vidas transformadas por ela, a cada dia aumentam pleitos revisionistas, dos que, sonham em reescrever à Palavra de Deus.

Se, aos que pretendem seguir ao Rei estão previstas as mesmas coisas de sempre, esses modernistas modernizantes assumem, implicitamente, que se recusam a seguir O Rei dos Reis. No máximo, preservarão o rótulo; a essência não lhes interessa, absolutamente.

A diversidade de “mestres” cada um com suas adições e alterações ao gosto do freguês na interpretação da Palavra Divina, tem feito a festa de gente imprudente, que, prefere um engano palatável, a um confronto medicinal.

“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Circula nas redes uma postagem na qual a caneta BIC permanece a mesma desde que foi criada em meados do século passado. “Às vezes é só questão de fazer o básico, bem feito.” Diz na legenda.

Quem pretende seguir ao Senhor aprenda dessa ideia. Sem novidades; apenas, “o mesmo que outros já fizeram.”

domingo, 7 de setembro de 2025

A ousadia da fé



"pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; saiu, sem saber para onde ia.” Heb 11;8

“Pela fé Abraão...”
Assuntos de milênios atrás registrados no primeiro século da era cristã. Deus chamara Abrão, (pai) dizendo que faria dele, Abraão (pai de nações); desde o momento em que ele creu na Divina Promessa, embora o cumprimento estivesse no devir, poderia já chamar a si mesmo como Deus chamara. Pela fé, Abraão.

Deus chama às coisas que não são como se já fossem; quem Nele crer, também pode fazer isso, atinente às Suas promessas.

“... sendo chamado...” Embora, O Eterno possa apreciar eventual voluntarismo para Sua Obra, há casos em que isso enseja mais problemas que soluções. A humana vontade está enferma; tende o homem voluntarioso a confundir seus anseios desorientados com o Divino querer.

Embora, para salvação o chamado deva ser extensivo, inclusivo, “pregai O Evangelho a toda a criatura;” para algum ministério pontual ou um projeto do Eterno, Ele saberá quem, e quando, chamar.

Após o ministério de Paulo, nos trabalhos que ele fundara, alguns foram por conta e produziram confusão, invés de gerar proveito. Desses o concílio apostólico escreveu: “... alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, transtornaram vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a Lei, não lhes tendo nós dado mandamento...” Atos 15;24

A boa intenção daqueles, sem o Divino chamado era mera temeridade; acabou fazendo danos, invés de dar frutos na obra de Deus. Além do chamado, pois, indispensável certo preparo. “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, e maneja bem a Palavra da Verdade.” II Tim 2;15

“sendo chamado, obedeceu...”
Um chamado de Deus, não deve ser entendido como convite; antes, uma ordem. Jonas tentou se evadir à incumbência de falar por Deus em Nínive e sabemos os meandros da história. Assim, um Divino Chamado além duma grande honra não faz menor, a responsabilidade. Só um completo sem noção se atreveria em algo tão sério sem ser comissionado.

Dado o que está em jogo na peleja espiritual em curso, as vidas de milhares de pessoas, não tem direito, um eventual chamado, de apresentar alguma evasiva, como se tivesse alhures, coisas mais importantes. Quem for convocado a determinada função, lembre-se que está alistado no Exército do Eterno, onde as prioridades devem ser as Dele; “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.” II Tim 2;4 Afinal, o objetivo primeiro da fé não pode ser egoísta; “Sem fé é impossível agradar a Deus...” Heb 11.6

“... indo para um lugar...”
embora a fé seja uma disposição espiritual, derivada do relacionamento com Deus, eventualmente tem demandas geográficas; requer movimentos segundo o propósito Daquele que nos chama a andar por ela. Podemos ser enviados a um lugar, não pela paragem em si, mas para exercitar nossa obediência; traço inseparável da fé. Ou, tolhido de outros, como foi Paulo, quando O Senhor o queria na Macedônia. Ver atos 16;6 a 9

“... que havia de receber por herança...” O fato do O Eterno tencionar nos dar algo, não significa que possamos cruzar os braços e esperar que Ele faça tudo; nossa reponsabilidade poderá ir além de confiarmos. Eventualmente, seremos chamados a agir. No caso da conquista da Terra Prometida, os do povo eleito deveriam derrotar aos cananeus; tarefa na qual, O Senhor estaria com eles. Todavia, temeram aos inimigos e duvidaram de Deus. Fraquejaram na fé, deixando a promessa para a geração futura.

Coisas que foram prometidas a Abraão, a maioria delas, foram usufruídas pela sua descendência, não por ele, estritamente. Quem se dispõe a um relacionamento com O Eterno, deve aprender a ver as coisas desde a Divina perspectiva. Como “Deus não é Deus de mortos...” em tempo, o patriarca viu o cumprimento do prometido.

“... saiu sem saber para onde ia.” Embora, como vimos, a fé tenha, eventualmente paragens escolhidas para seu desenrolar, está atrelada mais ao Senhor que às promessas.

Se carecemos que Deus nos mostre uma gama diversa de “sinais” como condição para que “creiamos”, não cremos. A verdadeira fé desfaz as dúvidas atrelada à integridade do Eterno, sem carecer do aval pífio de algum sinal. “... Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.” Jo 20;29

Somos descendentes espirituais de Abraão, devemos descansar na Divina integridade, mesmo sem o concurso de sinais “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do Seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor e firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

sábado, 6 de setembro de 2025

Corações sábios



“Ensina-nos a contar nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.” Sal 90;12

Óbvio que ninguém se tornará sábio apenas contando dias. “Contar nossos dias” significa viver, passar pela vida com uma percepção aguda acerca do que é melhor, para que, no final, tenhamos feito as melhores escolhas.

A busca em demanda da sabedoria é bem antiga; a encontramos desde o livro de Jó. “Onde se achará a sabedoria, onde está o lugar da inteligência? O homem não conhece seu valor; nem ela se acha na terra dos viventes.” Jó 28;12 e 13

Na verdade, a sedução na qual o primeiro casal sucumbiu, foi de receber mais sabedoria. “Sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Uma das “qualidades” da árvore proibida, aos olhos da seduzida Eva, foi que ela pareceu, “desejável para dar entendimento.” Gn 3;6

Estamos, na presente era, numa situação extremamente privilegiada em relação aos antigos. Eles, no máximo logravam fazer as perguntas certas; “Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas numa roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é Seu nome? Qual é o Nome de Seu Filho, se é que o sabes?” Prov 30;4

Os expoentes de atos heroicos de fé, em tempos idos, não tinham os horizontes que temos; tampouco, as esperanças pelas quais creram se cumpriram em seus dias; seus feitos não foram pequenos; “... venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos. As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; outros experimentaram escárnios e açoites, até cadeias e prisões.” Heb 11;33 a 36

Não obstante sua bravura, ainda não foram galardoados; “Todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.” Vs 39 e 40

Todos viveram antes de Cristo, sem conhecimento da Sua Obra Majestosa, sem Seus ensinos sábios e do Novo Testamento. Sobre a vantagem dos que viram a Cristo, O Salvador comentou: “Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram; ouvir o que ouvis, e não ouviram.” Mat 13;17

Se, nossa investigação iniciou em busca da sabedoria, como chegamos em Jesus Cristo? É um dito proverbial que ninguém pode dar o que não possui. Pediríamos sabedoria a quem? “Porque o Senhor dá a sabedoria; da Sua Boca vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;6 e 7

Quando se distingue o dom de Deus como “verdadeira sabedoria”, é por que, simulacros concorrem por aí. Paulo também diferiu a sabedoria de origem Divina, das espertezas terrenas; disse: “Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da Glória.” I Cor 2;7 e 8

Portanto, se os nossos dias forem contados num modo de viver que honre a Cristo como Senhor e Mestre, há fundadas razões para chegarmos ao fim deles com razoável porção de saber; num modo de viver que valha à pena.

Paulo combatia em oração pelos seus filhos na fé, “Para que os seus corações sejam consolados, estejam unidos em amor, enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus Pai, e de Cristo, em Quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Col 2;2 e 3

Se todos os tesouros estão Nele, onde mais pensaríamos em buscar sabedoria? Ele disse: “Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;29

Um jugo costuma ter anexo um peso; no entanto o de Cristo traz descanso às almas por quê? Porque é necessário subjugarmos nossas más inclinações para fruirmos a leveza de um viver espiritual aprovado.

Paulo desenvolveu isso: “subjugo meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira ficar reprovado.” I Cor 9;27

Se nosso alvo for mesmo corações sábios, não, vidas fáceis, pagaremos o preço do caminho estreito, para aprender de Cristo. Quem olha de fora não entende, mas também não conta. “... Se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio.” I Cor 3;18

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Medo da verdade

 “Todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da Sua boca; e diziam: Não é este o filho de José?” Luc 4;22

Jesus em Nazaré, cidade onde crescera. Depois de ler um fragmento do Isaías, apresentou o vaticínio como cumprido naquele dia, em Sua pessoa.

Espantados com as palavras que Ele falava, lembravam de que Ele era um morador da aldeia. “Não é este o filho de José?” Não pode que um galo dos nossos cante assim; deve ter algo errado.

Ciente dos desafios, e da rejeição que sofreria, O Salvador se antecipou: “... Sem dúvida Me direis este provérbio: Médico, cura a ti mesmo...” v 23 na parte seguinte do verso, o que significava o citado provérbio: “... faze também aqui na tua pátria tudo que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum.”

Se, não teriam grandes expectativas acerca do “filho de José”, que crescera entre eles, tinham sido informados de grandes feitos Dele, na cidade de Cafarnaum. Logo, a “honra” da leitura dos profetas, certamente não fora fortuita; escolheram-no, já informados de sinais operados na referida cidade; sinais, e possível concurso de alguns ensinos. Estavam testando-o.

A má disposição na qual fora recebido, pois, estava longe de lhe ser surpresa; disse: “... Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.” V 24 Até então, apresentara-se como profeta, apenas; como alguém escolhido e ungido pelo Espírito de Deus; mesmo assim, as nuances da rejeição já lhe eram bem visíveis.
Então, alistou dois profetas do Antigo Testamento, que foram rejeitados pelos seus, e serviram de bênçãos para estrangeiros. “Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome; a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva. Muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o sírio.” Vs 25 a 27

Dois profetas de Israel, desconsiderados pelos seus, e usados para abençoar pessoas de outras nações; uma mulher sidônia, e um general sírio.
Quantas igrejas providas de obreiros aptos, idôneos, os ignoram em seus eventos, trazendo de longe ao custo de altos cachês, gente estranha; de moral duvidosa! Isso de um profeta não ser apreciado entre os seus, é um mal que perdura ainda.

Além de dizer que não se costumava receber bem um profeta entre os seus, O Salvador ofereceu exemplos inequívocos.
Qual foi a reação? “Todos, na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira.” V 28

Quando a exposição da verdade leva alguém à ira, necessária a conclusão que esse não possui um relacionamento sadio com “véritas”. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

A falta de argumentos contraditórios, quando, a vontade de contradizer é maior que outra qualquer, acaba ensejando um abalo emocional. Tal lapso de recursos dá espaço aos “argumentos ad hominem”. Não podendo combater aos ensinos, combatem à pessoa.
Na verdade, queriam um pouco mais que ataques pessoais contra O Senhor; desejaram matá-lo. “Levantando-se, o expulsaram da cidade, o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem. Ele, porém, passando pelo meio deles, retirou-se.” Vs 29 e 30

Pretendiam jogar ao Senhor do precipício; mas, aproveitando o tumulto Ele evadiu-se das suas mãos.

É fácil cantar loas a valores estabelecidos, como justiça, verdade, democracia, liberdade... difícil é quando, a livre expressão desses, eventualmente, nos desnuda; podemos já não defendê-los com a mesma ênfase, as mesmas certezas.

A rigor a inversão de valores grassa a partir disso. Quando interesses rasos, melindres periféricos recebem maior atenção que as coisas como são; os homens avessos a mudar, segundo a verdade, pervertem as coisas preservando os rótulos estabelecidos e alternando a essência dos mesmos. “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas luz, da luz, trevas; fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” Is 5;20

A Palavra de Deus genuína nunca nos será palatável, sempre nos confrontará, por causa do concurso da nossa natureza carnal; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

A tentativa inglória de ocultarmos esqueletos no armário, ante O Senhor não funciona. A prosperidade material até pode se dar, ao de maus passos; a espiritual, jamais. “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Os benditos frutos



“... Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? Respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e esterque; se der fruto, ficará, se não, depois a mandarás cortar.” Luc 13;7 a 9

O dono das terras possuía uma vinha. Sua produção em escala comercial era de derivados da uva. Entretanto, no meio das videiras havia uma figueira, da qual, o dono também desejava os frutos.

O fato de alguém ser diferente da maioria, sem aptidões para pregar, talento para cantar, perspicácia para dirigir, ainda assim, há frutos que pode e deve produzir para agradar ao Senhor.

“Por que ocupa a terra inutilmente?” Aquele que criou à Terra, O Eterno, tem total direito de exigir que os que residem nela exibam algum tipo de utilidade, de propósito. Os dons espirituais, aliás, são distribuídos com esse fim; “A manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” I Cor 12;7

As pessoas frustradas, tendem a pensar que a vida lhes deve; que vieram para ser paparicadas bem-sucedidas, felizes. À menor cobrança de responsabilidade, não poucos se eximem de modo desaforado: “Não pedi para nascer.” Eis, sua “defesa” do indigno viver!

Que cada um atue como aprouver, alheio às consequências, é permitido alhures; mas, nos que fazem profissão de servir e desejam conhecer ao Senhor, a relação é um pouco mais estrita.

Pois, antes dos nossos anseios particulares, os legítimos anelos do Criador precisam ser considerados. Nos plantou para que demos frutos, por certo tem razões para estar decepcionado, encontrando-nos privados desses.

Há uma responsabilidade especial, pois, dos que “estão plantados” na Casa do Senhor, a congregação dos salvos, na denominação que for; onde, todos são chamados a serem frutíferos para Deus.

“O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano. Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos, para anunciar que o Senhor é reto. Ele é minha Rocha Nele não há injustiça.” Sal 92;12 a 15 Se, até de árvores velhas O Senhor espera obter frutos, pois.

Então, passados três anos de espera vã, O Senhor da vinha pensava em cortar à figueira. Mas, surgiu um bendito intercessor; “Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e esterque; se der fruto, ficará, se não, depois a mandarás cortar.” Ah, o valor da oração intercessória!

Certa vez O Eterno afirmou que se tivesse achado um intercessor apenas pelo seu povo ele teria sido poupado do juízo. “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, estivesse na brecha perante Mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém a ninguém achei.” Ez 22;30

O intercessor não apenas rogou ao senhor da vinha em favor da figueira infrutífera; antes se comprometeu a ajudá-la. Ia escavar nas suas raízes, estercá-la. Com um toque de adubo orgânico, talvez começasse a frutificar.

Infelizmente, grande parte da esterilidade espiritual da presente geração deriva das raízes ruins, nas quais está firmada. Uma “teologia” adoecida, alienada da Divina vontade.

Ás vezes, desejos de prosperidade tomam o lugar da necessária santidade; mensagens humanistas, antropocêntricas, motivacionais, usurpam o lugar da Palavra da vida. Como poderiam dar frutos para Deus aqueles que são acoroçoados ao egoísmo?

A Palavra do Eterno, nada perdeu em sua Santa eficácia; “Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, para lá não tornam, mas regam a terra, a fazem produzir, brotar, dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a Minha Palavra, que sair da Minha Boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, prosperará naquilo para que a enviei.” Is 55;10 e 11

O Salvador foi categórico sobre o propósito para o qual nos chamou: “Não me escolhestes vós a Mim, mas Eu vos escolhi e nomeei, para que vades e deis fruto, e vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em Meu nome pedirdes ao Pai ele vos conceda.” Jo 15;16 

Assim, antes de “colhermos” as bênçãos do Pai, devemos frutificar de modo que Ele colha o que espera das nossas vidas. Da videira da Antiga Aliança reclamou decepcionado: “Que mais se podia fazer à minha vinha, que Eu lhe não tenha feito? Por que, esperando que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?” Is 5;4

Cada vez que chega ao nosso espírito uma mensagem falada, escrita, que nos faz meditar a respeito, é como se O Senhor adubasse nossas raízes. “... Hoje, se ouvirdes Sua Voz, não endureçais os vossos corações...” Heb 3;15

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Mestres no escuro


“Porque Eu quero misericórdia, não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais que holocaustos.” Os 6.6

Entendermos o real teor disso, pode nos livrar de uma série de incompreensões.

A Divina vontade não está estabelecendo uma coisa, misericórdia, e banindo outra; o sacrifício. Antes, está apresentando a prioridade, acerca dos relacionamentos interpessoais aos quais somos chamados.

Afinal mesmo após a Majestosa Vitória de Cristo, ainda resta um sacrifício que cada salvo deve fazer, para viver de forma agradável ao Senhor. Ele chamou de “caminho estreito.”

A “imolação” das próprias tendências pecaminosas, a “mortificação da carne” na cruz; ou, como desafiou Paulo: “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12;1

Logo, “não o sacrifício”, não tolhe seu valor nem o elimina; apenas, significa, não, prioritariamente.

Nos dois primeiros embates do Senhor com os Fariseus, registrados por Mateus, esse verso foi usado como diatribe à ignorância deles. A primeira acusação dos “Justos”, foi que O Senhor não mantinha distância segura em relação aos pecadores; pior, assentava-se com eles. “Os fariseus, vendo isto, disseram aos Seus discípulos: Por que come vosso Mestre com publicanos e pecadores?” Mat 9;11

“Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque Eu não vim a chamar justos, mas pecadores, ao arrependimento.” Vs;12 e 13

Para quem se pretendia lumiar espiritual, em meio aos pecadores, receber ordem de aprender o significado das Escrituras das quais, se diziam mestres, deve ter ferido fundo o orgulho deles.

Quando alguém se sacrifica, buscando maior consagração, jejuando, meditando, estudando, não significa que isso seja um erro; longe disso. Certo ascetismo relativo aos prazeres e maior aprofundamento espiritual pode nos melhorar para os necessários embates.

O problema acontece, quando, aquilo que deveria ser uma escola a me capacitar para melhor servir, se torna um fim, fazendo eu me sentir melhor que outros por isso. Se me sacrifico para melhor servir ao próximo, ainda será a misericórdia meu motivo. Se o faço apenas por vazia ostentação, não passo dum egoísta desejando aplausos. A diferença está nisso, entre pensar no próximo ou apenas em si.

Adiante, O Salvador usou o mesmo texto noutro embate: “... Eis que teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado. Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes? Ou não tendes lido na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? Pois Eu vos digo que está aqui quem é maior que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.” Mat 12;2 a 7

Outra vez a humilhante reprimenda aos “mestres”, “Não tendes lido... se soubésseis o que significa...”

De longe a impressão que dá é que aqueles “comiam sem mastigar” à Palavra de Deus; invés de buscarem as transformações que ela opera em quem a ouve, tinham pressa de se apresentarem como juízes de terceiros, sem sequer terem entendido os fundamentos da fé que professavam.

Quando O Salvador curou um paralítico que sofria havia 38 anos, num leito, num dia de sábado, invés de se alegrarem com tamanha misericórdia manifesta, censuraram à ”desobediência” do que, finalmente podia andar, levando seu leito.

“Por esta causa os judeus perseguiram Jesus e procuravam matá-lo, porque fazia estas coisas no sábado.” Jo 5;16 Sua falta de relação com a misericórdia era tanta, que viram numa espetacular manifestação dessa, um “crime” de morte. A cegueira religiosa fazia ritos, mais importantes que pessoas.

Certo que, A Palavra foi figurada como sendo a Espada do Espírito. Mas, antes, temos o cinto da verdade, a couraça da justiça, escudo da fé, capacete da salvação e o calçado da preparação do Evangelho. Ef 6;14 a 17 Devemos ser salvos invés de juízes; depois, poderemos apresentar ao Salvador com verdade.

Assim, antes de usarmos à Palavra como arma para ferir a outrem, usemos como sabão sobre nossas próprias almas. Afinal, o Ministério do Senhor também foi apresentado desse modo: “... Porque Ele será como fogo do ourives e como sabão dos lavandeiros.” Ml 3;2

Na primeira figura, derrete metais para retirar escórias; na segunda, esfrega firme o tecido das nossas almas para remoção das suas máculas.

Cada tentação é uma oportunidade da qual poderemos sair vitoriosos por amor a Cristo. Ide e aprendei o que significa.

Os bipolares



“Examinais as Escrituras, porque pensais ter nelas a vida eterna, são elas que de Mim testificam; e não quereis vir a Mim para terdes vida.” Jo 5;39 e 40

Essa bipolaridade dá o que pensar. Se, aqueles examinavam às Escrituras buscando pela vida eterna; o Príncipe da Vida viera a eles e se recusavam a recebê-lo, agiam como se, ora quisessem à bênção; outra, não mais.

Talvez a desejassem às suas maneiras, não à maneira de Deus. Paulo interpretou: “Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, procurando estabelecer sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque o fim da Lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.” Rom 10;3 e 4

Pesa o apego dogmático, superficial, pretendendo a imposição das diletas maneiras, invés de humildemente buscarmos a compreensão de Deus.

Eles eram zelosos de Deus; todavia, sem a luz necessária. “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.” Rom 10;2

Escrevendo aos coríntios, Paulo usou uma pitada de ironia, chamado o caminho escolhido pelo Eterno, de loucura; “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela Sua Sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

Não que não seja lícito termos, eventualmente, nossas predileções; todavia, quando essas se chocarem com a Divina direção, não venhamos ceder a um apego fanático, recrudescendo no erro. Muitos se atêm a dogmas, tradições religiosas, desprezando ao Senhor da vida como Ele se revelou, infelizmente.

Embora, Deus seja Grandioso em perdoar e em manifestar Sua misericórdia, a salvação graciosamente oferecida terá que acontecer nos Divinos termos, ou, jamais acontecerá. “O que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

Uma coisa é suprir graciosamente nossas necessidades; outra seria supormos que Ele, abriria mão dos Seus Eternos Decretos, para encaixar algo em nossas efêmeras vontades.

Os que frequentam igrejas acreditando receber nelas a Cristo, O Príncipe da Vida, se mostrando refratários à plenitude da Sua Doutrina e necessárias correções, também oscilam numa bipolaridade pendular, de quem quer algo, mas não ousa recebê-lo como é dado.

Assim agem os que pretendem “editar” à Palavra para encaixar seus pecados de estimação. Querem muito uma igreja, pouco, ao Senhor.

“O fim da Lei é Cristo”, não está advogando a ausência de lei, libertinagem; “estamos na graça, podemos tudo” como devaneiam incautos. “O dízimo era da Lei, - comemoram os avarentos – estamos na Graça.” Sua resposta à Divina Graça é pífia, doentia, materialista, mentirosa.

O fim, no argumento paulino, significa objetivo, não, término. A Lei foi dada revelando nossos pecados, para que entendamos por ela, o quanto carecemos do Salvador. “De maneira que a Lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo...” Gál 3;24

Ele eliminou a necessidade de sacrifícios oferecendo a Si mesmo; sintetizou os dez mandamentos em dois; advertiu do risco duma compreensão superficial, meramente da letra; sobretudo, nos mandamentos de não matar e não cobiçar; assim, Seus ensinos são a Nova Lei, pala qual devem aprender a viver os que pretendem pertencer a Ele. “... não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da Lei de Cristo...” I Cor 9;21

Deu O Espírito Santo a cada convertido, para conduzi-lo sem necessidade de um rígido código. “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7;12 Diz mais: “Esta é a aliança que depois daqueles dias Farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei; Eu lhes serei por Deus, eles Me serão por povo;” Heb 8;10

A sensibilidade de quem ouve e voluntariedade de quem se submete ao Bendito Consolador, é chamado de “andar em espírito.” Quem assim faz, não precisam temer a lei nenhuma. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2

Como então, muitos, ainda, pertinho do Senhor da Vida, perecem pelo devaneio de desejarem as coisas às suas maneiras. Sempre que decidirmos investigar algo, devemos fazer, de tal modo desarmados, que estejamos prontos a descobrir coisas contrárias aos nossos credos. Quando acontecer termos a ousadia de mudar em direção à luz recebida.

Aquele que não o faz nessa disposição, a rigor, não investiga; apenas pesquisa onde pode melhor ancorar o barco das suas predileções. É fácil se aproximar do Salvador; Ele é acessível; é difícil fazer com verdade, pois, requer a eliminação dum ídolo entranhado, o ego. “Negue a si mesmo.”