“... se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, sobre ti será seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Gn 4;7
Instruções Divinas ao ciumento Caim, que, estava com o semblante desfigurado, porque a adoração de Abel fora aceita, e a sua, não.
O Senhor apresentou o pecado como algo separado dele, que o olhava da porta, sobre a vontade do qual, ele deveria exercer domínio.
Figura de linguagem; pois, o pecado “à porta” são as tentações. Invés duma residência, espreita em demanda de espaço, em nossos corações, anelando albergar-se em nossas almas, para moldar ao seu querer, nossas ações. Dominar sobre o pecado é exercitar-se em domínio próprio.
Tiago pormenoriza tal gestação, em consórcio com as humanas inclinações; “Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela própria concupiscência; depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; o pecado, sendo consumado, gera a morte.” Tg 1;14 e 15
Primeiro nos atrai, acenando com algum prazer, alguma vantagem de se incorrer nele; depois, nos engoda, fechando nossos olhos para as consequências, fazendo parecer que essas, sequer existem. Assim, vencidas as defesas da alma, a ideia passando a ser aceita, o mesmo é “concebido”, acatado como algo a ser feito; então, é “dado à luz”. Até aqui, as coisas acontecem apenas no âmbito íntimo, numa luta interna onde a obediência a Deus, e o desejo desorientado pelejam, pela anuência da nossa vontade.
Quando o pecado vem à luz, o faz em nossa consciência que nos adverte sobre o que ele é, e as consequências de insistirmos nele. Caso retrocedamos nesse momento, teremos dominado o penetra indevido que se assentou à porta dos nossos corações; senão, “... o pecado sendo consumado, gera a morte.” Nesse caso, terá passado de um desejo doentio, para uma atitude má.
O desafio do Criador, ao homem caído, para que esse dominasse sobre o pecado, foi uma forma oblíqua de deixar patente nossa impotência, a nossa necessidade de que, alguém mais forte que o mesmo, o vencesse em nosso lugar. O homem caído não passa de um refém impotente, que, é levado ao bel prazer do “sequestrador”; “De maneira que, agora, já não sou eu que faço isso, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;17
A Lei, com seus mandamentos detalhados, aumentou nossa percepção dos pecados; concomitantemente, a necessidade do Salvador. “De maneira que, a Lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados.” Gl 3;24
A primeira consequência da ruptura do homem com Deus foi o medo; tanto que, Adão que sempre recebera alegre ao Criador, então, se escondeu. O medo é um péssimo conselheiro, que pelo instinto de autopreservação, nos leva a transferirmos nossas culpas a terceiros, como fizeram Adão e Eva, e ainda fazem, quase todos da sua descendência.
Em muitos casos, não apenas transferimos as culpas, como também, “exercitamos o domínio”, sobre coisas que não estão na nossa esfera. O que são, o juízo temerário, a maledicência, fofocas várias, senão, derivados do nosso juízo sobre as escolhas de outras pessoas?
Somos convidados, como Caim, a dominar sobre o pecado, mas nos omitimos nisso e compensamos exercendo nosso “domínio” sobre vidas de terceiros. “... tempo há em que um homem tem domínio sobre outro, para desgraça sua.” Ecl 8;9
Por isso, dos renascidos em Cristo que receberam poder para agir como filhos de Deus, Jo 1;12, a expectativa é que andem em espírito, e assim produzam seu fruto.
Se o primeiro passo para alguém se render ao Salvador é o “negue a si mesmo”, necessário é que esse exercite-se em domínio próprio, agora, capacitado para tanto, pela regeneração do Espírito que deve pautar seu novo modo de viver. “Portanto, agora, nenhuma condenação há, para os questão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito; porque a lei do espírito de vida em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;1 e 2
Enquanto nosso homem interior, espiritual, estiver no controle das ações, a obediência não nos será penosa; antes, dará alento; “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus.” Rom 7;22
Óbvio que a carne continua viva com sua punção, segundo a sua inclinação pecaminosa; contudo, em Cristo, podemos dizer um sonoro não! mortificando-a, quando ela nos pedir do seu pão costumeiro.
Para os que ainda não reconciliaram com Deus, a boa nova que há algo mais “na porta”, que o pecado assassino; O Salvador diz: “Eis que Eu estou à porta e bato! Se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, com ele cearei, e ele comigo.” Apoc 3;20
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