domingo, 2 de fevereiro de 2025

A falácia do padre


“Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida pela vontade de homem algum, mas homens santos de Deus, falaram inspirados pelo Espírito Santo.” II Ped 1;20 e 21

Circula um vídeo, onde o padre Paulo Ricardo, depois de ler esse texto, sorri matreiro, como um menino que encontrou um bombom embaixo da mesa, e fala: “Esses versos acabam com os protestantes”.

Segundo ele, a diversidade de denominações deriva da livre interpretação de cada um, das Escrituras, enquanto, a coesão do catolicismo, a “Única Igreja verdadeira”, derivaria de uma interpretação do magistério, não de uma pessoa em particular.

Lamento informar ao menino, que o “bombom” que ele encontrou está podre.

A Palavra ensina que o “deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos...” II Cor 4;4 mas, um líder espiritual, um hermeneuta do calibre dele, não tem direito a uma “exegese” tão rasa, um erro tão crasso de interpretação.

Basta ler o escrito, sem carecer nenhum domínio de hebraico, grego, nem ser profundo conhecedor dos métodos de interpretação. O texto é autoexplicativo.

O veto à interpretação particular, remete à necessidade de auxílio do Espírito Santo, que produziu os textos proféticos, não a um suposto colegiado, ou magistério, como se, a hígida interpretação fosse democrática, invés de espiritual.

Sabem os que conhecem a história que o catolicismo emergiu no início do quarto século; antes, nos dias da “Patrística” não havia a pretensão centralizadora em Roma, nem a ideia de um bispo supremo, o “Papa”.

O mesmo Pedro, que ensina a necessidade da assessoria do Espírito Santo, para entender o real significado das coisas espirituais, quando teve uma visão tríplice, na cidade de Jope, acerca de matar e comer animais “imundos”, por se recusar, foi corrigido pelo Espírito Santo que lhe disse: “... não faças tu comum, ao que Deus purificou.” Atos 10;15 Depois foi acrescido ao seu entendimento, que deveria pregar também aos gentios, não, mudar sua dieta.

Não foi um “magistério” ou “colegiado” que corrigiu ao erro de interpretação dele; antes O Espírito Santo. De igual modo em Cesareia, quando instruiu Cornélio que mandasse chamá-lo, o fez diretamente ao Centurião romano, sem necessitar de instituição nenhuma.

Mas, sendo assim, não existe o risco de cada um dizer o que quiser, e invocar um chamado do Espírito Santo, como fiador? As seitas fazem assim; em geral, um “profeta” ou “anjo” seriam os instrumentos da “nova revelação”.

Ora, o contexto em que Pedro escreveu, remete à interpretação das Escrituras, não, eventual surgimento de novas “revelações.” “Nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.”
Isso reduz o preceito à hígida interpretação Bíblica, e não dá margem a “criações” de novas “revelações.”

Assim a interpretação de um texto, no âmbito doutrinário deve estar alinhada com passagens paralelas das Escrituras; sendo O Espírito Santo que inspirou ao conjunto todo, não pode Ele se contradizer. A isso atenta, o veto contra as idiossincrasias.

A Palavra diz: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5 O catolicismo contradiz, fazendo de Maria, “Medianeira de todas as graças.” Diz mais o texto do Espírito Santo; “Aos homens está ordenado morrerem uma vez, depois disso o juízo.” Heb 9;27 O catolicismo ensina a possibilidade da suposta “remissão” via “purgatório”, orações pelos mortos.

O Espírito Santo ensina: “Não há um justo, nem um, sequer.” Rom 3;10 O catolicismo declara o “Papa” infalível.

Jesus disse: “... ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jo 14;6 O “Infalível” Francisco disse outro dia, na Indonésia, que todas as religiões estão certas, são linguagens diferentes, mas buscam ao mesmo Deus.

Acusam aos ditos protestantes de serem apenas Bíblia; quisera fosse. Há muitos sem noção infiltrados. O Catolicismo seria a única Igreja verdadeira, porque, além da Bíblia teria a tradição e o magistério a validar seus ensinos.

Essa postura é particular; apenas o catolicismo possui. Outras seitas como Mórmons, Testemunhas de Jeová, e Adventistas, têm seus “profetas” suplementares. Mas, protestantes sérios recusam acréscimos à Palavra. Aliás, ela mesma o faz: “Toda a Palavra de Deus é pura, escudo é para os que confiam Nele; nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreendas e sejas achado mentiroso.” Pro 30;5 e 6

Foi do mesmo Padre, Paulo Ricardo, combatendo o comunismo na Igreja, que ouvi a citação de uma frase, cujo autor eu não decorei, mas dizia: “Queres conhecer a motivação espiritual de alguém? Observe contra o quê, ele está lutando.” Pois, o catolicismo luta contra os que não aceitam nenhum acréscimo à Palavra de Deus. Como disse O Salvador; “Pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas Palavras, serás condenado.” Mat 12;37

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