“... que farei então de Jesus chamado O Cristo? Disseram-lhe todos, seja crucificado.” Mat 27;22
Uma decisão que pertencia a Pilatos, ele “terceirizou”, pedindo a opinião da plebe, que, manipulada pelo sinédrio, sabia bem, o que pedir. Crucifica-o!
Os gregos não tinham em estima a pressão das multidões. O homem prudente teme mais o juízo de meia dúzia de sábios, que praticar perante uma turba ignorante. A multidão é uma besta acéfala (sem cérebro) que não sabe o que quer. diziam.
Então, terceirizarmos decisões pessoais, por causa do clamor de uma multidão, ou cedermos a determinada tendência capitulando a uma pressão social, é como dar a estranhos a mordomia sobre nossas vidas. A Palavra de Deus é categórica: “... Cada um dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12
Esse mundo se impressiona com números, visualizações, curtidas, interações, engajamentos; essas coisas são as metas prioritárias da maioria. Os que pretendem pertencer a Cristo, devem se acostumar com outra levada. “... porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.” Mat 20;16 O fato de não sermos do mundo, fatalmente nos remete para o rol dos poucos.
No auge da pandemia, os que eram contra vacinas, como eu, foram ridicularizados, perseguidos com os argumentos mais estapafúrdios e desinteligentes. Diziam que nós, os “negacionistas”, seríamos um risco social, pois, transmitiríamos a o vírus a outros. Sempre perguntei: Mas os outros não estão imunizados pelas vacinas? Como eu os prejudicaria? O risco quem corria era eu.
Agora que se comprovou que, aquilo que foi imposto a toque de caixa, sem os devidos testes, e análise de efeitos colaterais, faz mais mal do que bem, ainda não encontrei um texto dos vacinófilos se desculpando com os “negacionistas”. Quem não aprende com erros históricos tende a repeti-los.
Naquele caso, a pressão social atiçada pela mídia maquiavélica a serviço dos interesses escusos, soou como um canto da sereia, que enfeitiçava a quem o ouvia, tolhendo o senso crítico, e castrando a capacidade de pensar. Se alguém ordenasse, “Fique em casa”, não apenas o sujeito ficava, bovinamente, como ainda se fazia caixa de ressonância, compartilhando a ordem. Sempre me rebelei contra; e trabalhei em quase todo o tempo. Até então, as campanhas de vacinação sempre obraram por esclarecer e convencer, mas nunca tinha sido uma imposição ditatorial como aquela. Isso, por si só já irritava.
A massificação pode ser menos dolorosa para o que prefere a vida irresponsável, diluindo suas culpas no todo. Mas, Deus não trata com a massa; antes, responsabiliza indivíduos. “Quem é de Deus escuta as Palavras de Deus; por isso vós não escutais, porque não sois de Deus.” Jo 8;47
Não defendo que devamos ser antissociais, avessos às coisas comprovadamente boas. Apenas, não sejamos mais do mesmo, no corpo da “besta acéfala”, castrando a capacidade de pensar, e renunciando ao direito de decidir. Cada indivíduo, como a palavra sugere, é uma partícula social indivisível, única; mordomo da própria alma, responsável pelas escolhas que faz.
Abdicar disso pela conveniência do “Mário vai com os outros” é já uma escolha, a pior de todas, porque, covarde.
Então, para não se indispor com os líderes judeus, Pilatos deixou a eles a escolha sobre o destino do Salvador, sendo que o poder e o dever eram dele. Ele mesmo se jactou disso diante de Jesus; “... Não falas a mim? Não sabes Tu que tenho poder para Te crucificar, e tenho poder para Te soltar?” Jo 19;10
Assim, o gesto fútil de lavar as mãos em defesa da Inocência do Senhor, foi como sua assinatura de que sabia estar participando de uma grande injustiça, com a qual discordava, mas não ousava se indispor, por razões meramente políticas.
Que um homem comum, massifique-se, perca sua individualidade na anulação consentida na massa, não é um gesto probo, mas, vá lá. Agora, um governante como ele, transferir para a plebe uma decisão que caberia a ele, foi uma atitude indigna, deprimente.
Diante de jesus Cristo, todo nós carecemos lavar bem mais do que as mãos; não importa o que a mídia proclame, o que as passeatas defendam, o que nossos vizinhos ou familiares achem; todos temos que lidar com a mesma questão do soberano em apreço; “O que farei de Jesus, chamado, O Cristo?”
Se fizermos ouvidos de mercadores, estaremos relegando-o à irrelevância; se presumirmos que não temos nada com isso, deixaremos patente nossa ignorância; se O recebemos como Senhor, automaticamente nos colocaremos no lugar de servos, aos quais cabe obediência, pessoal, particular.
Embora tenhamos que nos posicionar no tocante a Ele, a rigor, são as nossas vidas que acusarão o impacto da escolha, não, a Dele. Enfim, o que faremos das nossas vidas, em relação a Cristo?
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