"Os Céus e a Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que tenho te proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30;19
Uma advertência como essa, nem sempre levamos com a devida seriedade; de que os Céus e a Terra estejam mesmo, atentos às nossas escolhas. Naquele contexto, referia-se aos hebreus, o “povo eleito” recém liberto da servidão no Egito. Mas atrevo-me a pensar, uma vez que Deus não muda, que a mesma regra se aplica aos servos do Novo Testamento.
Normalmente, achamos que uma advertência assim, se trata de um reforço da Onisciência Divina, uma espécie de “fica esperto, que estou de olho.” Porém, é mais preciso que isso. Quando O Senhor diz Céus e Terra, está dizendo isso mesmo.
Tanto que, quando vai começar uma fala mais solene, chama atenção dos dois lugares, para que estejam atentos, caso algum anjo cronista ande distraído. No cântico de Moisés, breve resumo da sua saga, temos: “Inclinai os ouvidos, ó Céus, e falarei; ouça a Terra as palavras da minha boca.” Deut 32;1
Na introdução de Isaías encontramos: “Ouvi ó Céus e dá ouvidos, tu ó Terra, porque fala O Senhor...” Cap 1;2
Em Jeremias, o desabafo Divino acerca da apostasia na Terra, foi exposto ao apreço dos Céus: “Espantai-vos disso ó Céus, ficai verdadeiramente horrorizados, porque meu povo fez duas maldades...” Jr 2;12 e 13
Então, quando O Eterno toma Céus e Terra como testemunhas, é exatamente isso que Ele está fazendo.
O Salvador ensinou que há festa nos Céus quando um pecador se arrepende; isso enseja a demonstração que os dois ambientes estão, de certa forma, interligados. Que as decisões tomadas num, repercutem no outro. Eis uma razão para pensarmos que não se referia aos dias antigos, apenas!
Cada escolha virtuosa que fazemos, contrariando a inclinação natural, alinhados à Palavra de Deus, nossa atuação é usada como didática nos Céus, ante anjos que assim não fizeram, se deixando seduzir, e erram em “Céus” inferiores; os que caíram. Paulo ensina: “Para que agora, pela Igreja, a multiforme sabedoria de Deus, seja conhecida dos principados e potestades nos Céus.” Ef 3;10
Os que se mantiveram fiéis não precisam aprender conosco; guardam-nos. Os que caíram aprendem tardiamente que sua escolha foi estúpida. Se coisas frágeis conseguem fazer a boa escolha, quanto mais, seres poderosos como eles, poderiam e deveriam ter feito. Mas, foram levados pelo “novo líder” a duvidar da Sabedoria Divina. Agora, são humilhados com o testemunho dos Céus e da Terra.
Mais que testificar sobre nossas escolhas, os anjos de Deus as registram em memoriais eternos; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro, O Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram ao Senhor e se lembraram do Seu Nome; eles serão Meus, diz O Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para Mim joias, poupá-los-ei como um homem poupa ao seu filho que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que não o serve.” Mal 3;16 a 18
A diferença entre o justo e o ímpio, é muito mais que mera estética moral, superioridade filosófica, predileção mais sofisticada; por ser espiritual, derivada do novo nascimento, tem implicações práticas e eternas; elas tratam com vida e morte, bênção e maldição, como vimos no início. “Escolhe, pois, a vida.” Aconselhou O Criador.
Alguns céticos de má vontade, quando desafiados à virtude como forma de vida, eventualmente se ofendem: “Eu não pedi para nascer!” defendem-se, como se fossem vítimas do Criador, mal sabendo que foram cegados pelo inimigo mor. “O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos...” II Cor 4;4
Sua aversão aos bons valores, acaba mascarada de “direito sonegado” por não terem tido escolha no que tange a viver ou não. Mal sabem esses sonolentos que é precisamente esse o lugar onde se encontram. Onde podem escolher entre vida e morte. Pedir para nascer ou inclinar-se a morrer.
O que eles presumem ser a vida, é só um germe da mesma, ainda, em “stand by;” o extremo zelo do Eterno, quanto ao nosso arbítrio. Para que nossa eternidade seja derivada das escolhas voluntárias, não, uma imposição.
Poderemos nos rebuscar dos mais refinados argumentos, com os quais camuflar nossas fugas; mas, isso também será uma opção, com o troante testemunho dos Céus e da Terra.
Certo filósofo cunhou que “estamos condenados à liberdade”, pontuando nossa necessidade de tomar decisões. Tanto é vera essa “condenação” que, a recusa em fazer isso, já é uma, tornando a empresa, impossível; então, escolhamos a vida.
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