quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Casas restauradas


“Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, não a podendo acabar, todos os que a virem comecem escarnecer dele dizendo: Este homem começou edificar e não pôde acabar.” Luc 14;29 e 30

Vendo o contexto entendemos que não se trata de edificação, estritamente; antes, do discipulado ao Senhor, e as renúncias requeridas para o mesmo.

Aquele que não entendesse e aceitasse que, carecia renunciar tudo pelo Senhor, correria risco de abandonar a obra pela metade, motivando escárnios.

O “cristão” que começa a caminhada na vereda da fé, e abandona-a antes do término, se encaixa nessa triste definição.

Quando se trata duma morada para nós, fica fácil entender quando a mesma acaba, tornando-se habitável. Porém, nossas vidas devem receber a outros “Inquilinos”. Pedro ensina: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;5
Não, edificadores; somos edificados. Ouçamos Paulo: “Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura e edifício, de Deus.” I Cor 3;9

O Salvador pontuou: “... Se alguém Me ama, guardará Minha Palavra; Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23

Como o “material de construção” requerido são renúncias, entendemos que se trata duma edificação peculiar.

Certas casas são literalmente “esculpidas” nas rochas; de certa forma, o somos também. Os espaços necessários para os Nobilíssimos habitantes são “negativos”; digo, se revelam pela remoção de entulhos, material excedente, não pela edificação de paredes segundo as técnicas de alvenaria.

Amiúde, é a restauração duma obra que foi perfeita na origem, e acabou danificada pela intrusão de gente de maus hábitos; habitantes indignos, nossos instintos desordenados que sempre fizeram o que bem lhes parecia, danando a obra original. Quem assiste vídeos de recuperação de velharias, armas, motos, bicicletas, carros, etc. tem uma ideia aproximada do processo.

A nova “edificação” é mais uma limpeza profunda com alguns reparos pontuais, que outra construção, estritamente. O primeiro a ser banido da construção, deve ser o “mestre da obra” bagunçada de antes; o ego. “Negue a si mesmo.”

Removido esse, o novo Mestre, Espírito Santo assumirá a obra de regeneração, e nos contratará como seus cooperadores. A Palavra do Sumo Arquiteto é o projeto ao qual somos submetidos, pelo qual, seremos regenerados.

Quando a obra redentora sofre percalços, o que sempre acontece, tem a ver com nossa cooperação precária, às vezes, relapsa. O Mestre não se cansa, nem desiste. “Tendo por certo isto mesmo, que Aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1;6

Ele usa alguns encarregados de áreas específicas, para que a execução do projeto seja fiel; tais, são capacitados pelo Arquiteto da redenção, Jesus Cristo; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, profetas, evangelistas, outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;” Ef 4;11 e 12

Cada um é edificado em particular; o conjunto dos redimidos é chamado de Corpo de Cristo. Os que começam e param antes de acabar, não deixam suas obras extáticas, num ponto de onde as poderão retomar; antes, por serem obras vivas, o parar significa retroceder.

Isso é uma escolha perigosa pelo que espera no fim da linha. “Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para perdição, mas daqueles que creem para conservação da alma.” Heb 10;39

Por que as pessoas escarnecem dos que, tendo começado bem e perseverado por algum tempo, depois, se retiram para a perdição? Porque escarnecem mesmo sem motivos dado o espírito invejoso que as anima.

Pois, quando andamos bem, “fazemos mal” aos que não ousam nos imitar na corajosa escolha. Não dando motivos, nos apedrejam como se, fosse diferente; se os dermos, então sentir-se-ão “vingados” de todo o desconforto que lhes causamos quando nosso andar era firme.

Caso permaneçamos inabaláveis mesmo nas provas, os caluniadores estarão glorificando a Deus em nós, quando nos desprezarem e atribuírem males que não fizemos. “... para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem.” I Ped 2;12

Quando alguém pertencente às trevas fala mal da luz, de modo oblíquo testifica da idoneidade daquela. O escárnio dos maus acaba glorificando nosso Redentor. Testificando do Sua Obra Bendita em nós; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5;16

A rigor, nossa luz não é nossa; é O Senhor em nós. “Se O Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...” Sal 127;1

Nenhum comentário:

Postar um comentário