Basta lermos o contexto imediato, para entender que isso alude à vinda do Messias, O Salvador. Salta aos olhos Seu aspecto universal; malgrado, viesse como “Filho de Davi”, alcançaria “todos os povos... todas as nações”.
O Salvador desnudaria todos, rasgaria o véu; tornaria inúteis seus pretensos esconderijos; quais?
São inúmeros os “esconderijos” do homem sem Deus. Tende o ser humano a absolutizar o próprio umbigo. Valorar às coisas segundo suas predileções, e as considerar valores universais. Os gregos tinham seus múltiplos deuses; os romanos, idem; povos mais remotos também, todos oriundos de humanas superstições.
Considerar todas essas crendices como vãs, inócuas, quase que soaria uma ofensa para os que nelas confiavam. Paulo considerou os cultos dos gregos antes de Cristo, como “tempos da ignorância.” Atos 17;30 Pois, O Salvador não se impressionara com possíveis melindres; antes, fora cirúrgico acerca do Seu exclusivismo: “Eu Sou O Caminho, A Verdade e A Vida; ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6
Uma declaração assim, é como rasgar todos os véus, lançando-os na vala comum da inutilidade.
Isaías pontuou, quanto aos deuses de humana feitura: “Eis que sois menos do que nada, a vossa obra é menos que nada; abominação é quem vos escolhe... todos são vaidade; suas obras não são coisa alguma; suas imagens de fundição são vento e confusão.” Is 41;24 e 29
No capítulo seguinte, contrapondo-o aos ídolos mortos, retomou o assunto do Messias; “Eis aqui o Meu Servo, a quem sustenho, Meu Eleito, em quem se apraz Minha Alma; pus Meu Espírito sobre Ele; Ele trará justiça aos gentios.” Cap 42;1
Apesar de Majestoso, seria humilde; “Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir Sua voz na praça. A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; com verdade trará justiça. Não faltará, nem será quebrantado, até que ponha na terra a justiça; e as ilhas aguardarão Sua Lei.” Vs 2 a 4 De novo, Sua universalidade. Nosso país, no contexto de então, era uma gigantesca “ilha” desconhecida.
Adiante, nas minúcias do Seu agir encontramos um detalhe que ajuda a entender a natureza do “véu” global que Ele rasgaria; “Para abrir os olhos dos cegos, tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas.” V 7
Véu era uma metáfora usada pelo profeta; cegueira espiritual, o vero problema que aprisionava aos povos todos. Assim, quando nosso entendimento das coisas espirituais, finalmente floresce, é como se uma cobertura que detinha a luz fosse removida.
Todavia, essa remoção nem sempre é pacífica. Os que estão “confortáveis” no escuro, reagirão quais vampiros ao nascer do sol. Presto fugirão, rumo aos seus nichos favoritos ainda não “invadidos.”
Correrão da salvação ao encontro da condenação, por preferirem o confortável ao salutar; “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19 Quando o mal é o “bem” de alguém, como poderá ser salvo?
Quem supõe que seja possível uma conversão sem dor, sem aflições pela renúncia de coisas que pareciam caras, devaneia com a possibilidade de fogo sem calor, água sem umidade. “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” Luc 9;23
Por isso essa geração melindrosa, que valora quase tudo pelos sentimentos, sem a ousadia necessária para o vero aprofundamento espiritual, é tão refratária à Palavra da Vida. À medida que o tempo passa, o percentual de pessoas que se rendem a Cristo diminui; concorre ainda, a nefasta falsificação do Evangelho, numa deletéria “esperteza” dos que se importam mais com movimento que, com renascimento.
Os coachs motivacionais, têm auditórios lotados onde exibem seus talentos de encantadores de serpentes. Os veros mensageiros da verdade, em muitos lugares são rejeitados, pelo desconforto que ensejam, e os pífios resultados numéricos que alcançam.
Falsificando a mensagem da vida, acendem seus fogos fátuos, sob a cobertura dos amantes de prazeres insanos, invés de rasgar o véu do engano, com incisões precisas da Espada do Espírito.
Quem, tendo ouvido acerca da Luz, ainda oferece à oposição alguma “cabeça-de-ponte”, de incredulidade, presto o canhoto ancorará em tais almas, trazendo novo véu, para que não sofram com a “ameaça” da luz. “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4
Salvação é para corajosos que têm ousadia de ser santos diante de todos, como marketing de Cristo; e onde ninguém vê, como amigos Dele.
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