“Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei e, segundo nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus.” Jo 19;7
Os do Sinédrio, altercando com Pilatos e pedindo a ele a morte de Jesus. Segundo a acusação, teria Ele cometido o crime de blasfêmia, que requeria pena de morte, de acordo com a Lei.
Todavia, um pouco antes, tentando evadir-se àquele incômodo, o regente pedira que os judeus julgassem ao acusado segundo suas Leis; porém, eles recusaram: “Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não é lícito matar pessoa alguma.” Cap 18;31
Nesses dois fragmentos, pois, se pode ver a “lógica” da impiedade. Primeiro, segundo a Lei, Cristo deveria morrer. Depois, pediam a Pilatos a condenação, pois, sua Lei não lhes permitia matar. Afinal, a Lei deles contemplava a pena de morte, ou não? Disseram uma coisa e seu oposto, em breve intervalo de tempo, os “Mestres” da justiça.
A Palavra ensina que Deus apanha aos sábios na sua própria astúcia. I Cor 3;19 Aqueles, queriam fazer o que estavam decididos, porém, terceirizando o trabalho sujo, para que parecesse ao vulgo, que fora um ato do Império Romano, não deles. Seu domínio espiritual e sua “santidade” careciam ser preservados “sem máculas”.
Assim, figuradamente o Sinédrio também “lavava as mãos” como literalmente o fez, Pilatos, quando permitiu que levassem a efeito seu intento assassino. Quando todos precisam se lavar é porque sabem que estão sujos.
Qualquer coisa que eu deseje fazer, mas necessite colocar na conta de outrem, isso já é no íntimo, uma inglória tentativa de fuga. Sem nenhuma força policial a perseguir, eis-me, fugitivo! Se, preciso maquiar escolhas, fazer com que pareçam melhores que são, não passo de um trânsfuga, ante a lei interior que denuncia os rumos errados.
O mínimo rasgo de desonestidade intelectual que se apresentar como “necessário”, já será uma oblíqua testemunha contra o descaminho. “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1
A ousadia dos justos testifica que ocupam devidamente o nicho para o qual foram criados; atuar em justiça. Por outro lado, a certeza que estão fora do lugar, é o fomento que enseja perturbação nas almas ímpias. “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21
O Evangelho de Cristo ao trazer a justificação em favor dos que se arrependem e creem, traz anexo a paz com Deus. A boa nova é de paz. “Vindo Ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto;” Ef 2;17
Essa paz, atina ao relacionamento com Deus que estava em inimizade, entre os que viviam às suas maneiras. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós A Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19
Como os ímpios daqueles dias, os de hoje atuam. Sempre tentam transferir culpas, diluir medos, se justificarem nos descaminhos para fugir do chamado ao caminho estreito.
Ora, porque acontecem escândalos na igreja; outra, porque “pastores são ladrões”; ou, tenho minha religião, não vejo por que mudar; etc. logo quem quiser se “lavar com água suja”, encontrará em abundância.
Porém, quem desejar ser limpo, no íntimo, para a própria salvação, precisa ousar tomar um banho melhor. “... Cristo amou a igreja, e a Si mesmo entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a Si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” Ef 5;25 a 27
Vemos que a regeneração e purificação são obradas mediante À Palavra de Deus, não por uma religião, seja essa, qual for. Os que pretendem anexar seus dogmas, tradições, ou escritos alternativos com tantos fazem, ou mesmo ressignificar porções da Palavra, já não lidam com a água pura.
Nada vai adiantar, na hora do juízo, tentarmos lançar as culpas por escolhas que foram nossas, no colo de outrem. Podemos “lavar as mãos” teatralmente ante aqueles que pretendermos fazer boa figura. Mas nada mudará, enquanto seguirmos na impiedade. “Mas, segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5
A entrega submissa a Jesus Cristo, lava muito mais que nossas mãos; purifica nossas almas de qualquer sujeira que tenhamos feito. Uma vez limpos por dentro, somos ensinados e capacitados a preservar a higiene espiritual. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8
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