“... O Senhor seja contigo; prospera, edifica a casa do Senhor teu Deus, como Ele disse de ti”. I Cron 22;11
Davi instruindo Salomão, para o qual, passaria a coroa. Desejara edificar um templo ao Senhor, mas fora impedido; pois, fora um homem de várias guerras, derramara muito sangue, e O Eterno não quis que ele fizesse isso.
Salomão seria rei em dias de paz; ele deveria construir uma casa de oração, para honrar ao Nome do Senhor. Informado da vontade de Deus, o rei passou o “bastão”; “... o Senhor seja contigo...”
Se tivesse feito diferente do mandado do Senhor, negaria um ensino que, provavelmente veio por suas mãos; “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...”. Sal 127;1
Um aspecto com o qual, geralmente lidamos mal; a escolha alheia para algo que, pensávamos ser nós, os escolhidos. Por quê, contigo? Por que não, comigo?
Houve uma rebelião nos dias de Moisés, quando os “notáveis” Datã, Corá e Abirão resolveram se levantar contra o “exclusivismo” de Moisés e Aarão, no tocante às coisas espirituais. “Todo mundo é santo aqui; por que vocês lideram?” Nm 16;3
O mais notável aspecto desse litígio sem sentido, é o oportunismo. Ninguém se voluntaria em momentos de crise, ausência de perspectivas. Porém, quando a posição parece oferecer alguns privilégios, presto surgem os dispostos a “defender o povo”; a rigor, fruir privilégios.
Quando a nação estava cativa, ao sabor do querer de Faraó, nenhum desses novos paladinos enfrentou ao monarca requerendo liberdade. Tampouco, Moisés o fizera; no devido tempo, fora escolhido e capacitado pelo Eterno, para isso.
Porém, quando foram libertos, então, uma grande nação marchando livre, com posses, as lideranças de Moisés e Aarão começaram a ser contestadas; havia muita “gente boa” qualificada que estava ficando de lado.
O dito que o povo tem memória curta, é derivado duma doença mui antiga. Tivesse sido liberto da escravidão, assistido às dez pragas de camarote sem ter sido atingido por nenhuma, e ainda visto o mar se abrir para o povo passar, sob a liderança de Moisés, me pergunto, em qual argumento me escudaria para contestar isso? Não sei como seria; eu lá não estava; se estivesse não teria a luz de hoje; mas, que soa estranho, isso, soa.
Quando somos chamados à fé para salvação, a primeira coisa requerida é o “negue a si mesmo”. Isso não incide no vazio, como se nos anulássemos e passássemos a bailar ao vento, quais folhas secas.
A renúncia do ego é necessária, para deixemos o leme das nossas vidas a quem de direito; O Senhor. “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará as tuas veredas”. Prov 3;5 e 6
“Porque assim como os céus são mais altos que a terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos”. Is 55;9
Como o chamado de Cristo é, antes de tudo, ao serviço, não é comum que as pessoas se voluntariem, querendo, deveras, o que ele abarca. “O maior dentre vós será vosso servo”. Mat 23;11
Por isso, um critério que certamente O Senhor considera ao escolher alguém para liderar, é a capacidade de submissão. Alguém com essa índole, não disputa espaços, antes, reconhece aos que O Senhor escolheu antes dele. No caso de Moisés, as coisas operadas pelo Eterno através dele, não deixavam dúvidas.
Eventualmente, estranhamos o fato de ver Davi citado como sendo um homem segundo o coração de Deus; afinal, cometeu graves pecados. O que O Santo requer de nós não é a perfeição; antes, a integridade de lidar com a verdade, mesmo quando ela nos desfavorece; a humildade de receber ensino e correção, segundo desejar O Senhor. Se o Pai der ao próximo, um assento que poderíamos acreditar merecer, digamos a ele: “O Senhor seja contigo”.
E não pensemos que o rei apenas resignou-se a obedecer, fazendo cara de ofendido, não edificando o templo e apenas empurrando com a barriga, a responsabilidade para seu filho.
O que lhe foi permitido fazer, naquele propósito ele fez; proveu muitos meios e deixou para Salomão; “Eis que na minha aflição preparei para a casa do Senhor cem mil talentos de ouro, um milhão de talentos de prata, de cobre e de ferro que não se pesou, porque era em abundância; também madeira e pedras preparei; tu suprirás o que faltar”. I Cron 22;14
O que carecemos para sermos segundo o coração de Deus, é entender de números ordinais; o segundo vem após o Primeiro. Se ficarmos em nosso lugar, O Senhor será conosco.
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