“... Senhores, que é necessário que eu faça, para me salvar? Eles lhe disseram: crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa.” Atos 16;30 e 31
O carcereiro de Filipos apavorado, após um terremoto que desfizera o cárcere, pelo qual era responsável. Certo da punição pela fuga dos presos, pensou em apressar as coisas suicidando-se. Ao ver isso, Paulo, saindo à luz, desaconselhou que assim fizesse, garantindo que ninguém havia fugido, todos estavam ali. Então, o atônito guardião fez aquela pergunta.
Em geral o homem não tem dificuldade com o ativismo; embora, costume ter com a perseverança, no “caminho estreito”.
Se, a salvação fosse reduzida a um “heroísmo” pontual, uma empresa ousada que, uma vez feita estaremos garantidos para sempre, a maioria se disporia a ela; por ocasião da multiplicação dos pães e peixes, feita pelo Senhor, no dia seguinte a mesma multidão alimentada quis “mais do mesmo”; O Salvador denunciou seu interesse raso, desafiando-os a buscarem valores mais altos; então, eles fizeram mais ou menos, a mesma pergunta: “... que faremos para executar as obras de Deus?” Jo 6;28
A resposta do Senhor foi idêntica à de Paulo, ao carcereiro; “Jesus respondeu e disse-lhes: a Obra de Deus é esta: que creiais Naquele que Ele enviou.” V 29
O homem natural gostaria duma tarefa pontual; pois, uma vez executada, poderia seguir do seu jeito, tendo “créditos” diante do Eterno. Uma espécie de inscrição, que, uma vez feita, nosso ingresso estaria garantido; mas, não é assim. “Sereis odiados de todos por causa do Meu Nome; mas, o que perseverar até o fim, esse será salvo.” Mat 10;22
Grosso modo pode parecer mais fácil, simplesmente crer no Salvador, invés de ter alguma demanda pesada para cumprir. Porém, a valentia pode ser fruto de um momento de atrevimento, de sorte, duma ditosa confluência de ocasião, e circunstância. A necessária santificação à qual somos chamados em Cristo, requer mais que um rompante pontual; demanda a coragem de entregar toda a nossa vida.
“Porque aquele que quiser salvar sua vida perdê-la-á; e quem perder sua vida por amor de Mim, achá-la-á.” Mat 16;25
O “Negue a si mesmo” está distante de um afirme a si mesmo, que, o homem natural gostaria.
A santificação é requerida no íntimo; nossa boa consciência no espírito, em submissão ao Espírito Santo que nos foi dado; é antes de tudo um andar sadio em temor ao Santo Nome do Senhor. É novo modo de ser, mais que, algo a fazer. Mesmo, nos lugares em que estaremos sós, sem companhia dos semelhantes, sem plateia nenhuma para contemplar nosso desempenho. Demanda uma renúncia contínua dos maus hábitos que em nossa natureza palpitam; não requer um denodo pontual, como quem salta de bungee Jump; antes, um andar contínuo, o empreender duma jornada para largos dias.
O que é necessário que eu faça? Que eu me submeta ao Senhor, confiante no que Ele fez por mim. “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho, nem do homem que caminha, dirigir os seus passos.” Jr 10;23
A moda da vez são os tais “Legendários” onde, pessoas que em geral vivem descompromissadas, de repente decidem fazer uma “entrega ousada” de três dias, numa mescla de esportes radicais, com motivação ao estilo coach, e certo misticismo. A empresa tem altos custos e promete ousados resultados. Mesmo a quem caiu sistematicamente em tentações, por ter vivido de modo pusilânime, de repente, se acena com novo vigor espiritual; assim, num toque de mágica; em três dias.
Parece que todo aquele pelotão, devidamente uniformizado, faz a mesma pergunta que analisamos nessa abordagem; “O que é necessário que façamos para sermos salvos?” Ora, como estamos lidando com coisas de alcance eterno, e não, biodegradáveis, a reposta será rigorosamente a mesma daqueles dias de dois milênios atrás.
Em geral, nem é o que fazemos, mas o que passamos a não fazer, uma vez rendidos ao Senhor, que firma nossa caminhada na vereda direita.
Paulo ensina nuances da postura conveniente aos que foram resgatados pelo Senhor e ousam andar em espírito: “... que quanto ao trato passado vos despojeis do velho homem que se corrompe com as concupiscências do engano, vos renoveis no espírito da vossa mente, e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado, em verdadeira justiça e santidade; pelo que, deixai a mentira e falai a verdade, cada um com o seu próximo...” Ef 4;22 a 25
Não que o cristianismo seja um convite à inércia; há muito a fazer, uma vez, salvo. Mas, quando a alternativa for um ativismo vazio, a espera pode ser melhor escolha; “... no ficarem quietos estaria a sua força”. Is 30;7
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