“Confia no Senhor de todo o teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento.” Prov 3;5
O que há de errado com nossos entendimentos? Uma série de coisas ocorre; não pretendo esgotar, tampouco, abordar na devida ordem. Apenas considerar sua incidência.
Somos chamados a desconfiar dos nossos entendimentos abraçando À Palavra de Deus, em lugar deles; portanto, nesse escopo, humano x Divino, pretendo investigar as razões da inconfiabilidade das nossas percepções.
Razão primeira: Somos carne. Essa é uma rebelde incurável; “Porque a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à Sua Lei, nem pode ser.” Rom 8;7 Por isso, a salvação requer o “novo nascimento” para regeneração espiritual; a “mortificação” dessa, pela nossa submissão ao Espírito Santo; “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo O Espírito.” Rom 8;1
Segunda: Quem colocou o homem “no trono” em lugar de Deus, foi o inimigo; foi ele o mentor e proponente da autonomia e independência em relação ao Criador. Assim, cada “livre pensador” que pretende verter as coisas de si mesmo, a despeito de influências espirituais, no fundo, goste ou não, é um seguidor de Satanás, o autor intelectual e moral da rebeldia; a pretensa liberdade desses, mascara suas escravidões. “... sois escravos daquele a quem obedeceis...” Rom 6;16
Terceira: nossa finitude torna temerário, tomarmos dentro dela, decisões que impliquem a eternidade. Tiago ensina: “... não sabeis o que acontecerá amanhã; porque, o que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Tg 4;14 Malgrado, em sua cegueira presunçosa, o bicho-homem nos clamores “científicos” pretenda dizer como foram as coisas há “milhões de anos”, a rigor, é um frágil verme que erra no presente, ao qual, nem o amanhã pertence.
Quarta: Nossos corações por sofrer a corrupção das emoções, são péssimos juízes; as mesmas coisas que nos permitimos, não raro, negamos aos semelhantes, reféns desse corrupto juiz, e suas sentenças interesseiras. Por isso, O Salvador ensinou: “... com a medida com que medirdes, medirão a vós...” Mc 4;24 O Criador sentencia: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, O Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins, para dar a cada um segundo seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr;17;9 e 10
Quinta: como a autonomia humana, pelo rompimento com O Eterno, foi ideia da oposição, cada um que assim age, incorre em maldição; “Assim diz O Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço e aparta seu coração do Senhor.” Jr 17;5 Se aquele que O obedece, pode ser dito dele que é um homem “segundo o coração de Deus”, o rebelde autônomo atua segundo o enganador ao qual deu guarida no íntimo.
Sexta: nossos entendimentos não são nossos, estritamente; usando a incredulidade dos que se recusam a confiar em Deus, como “cabeça-de-ponte” o inimigo obra o download de todos os seus vícios, fazendo parecer que são de interesse humano. “Nos quais, o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho de Glória de Cristo, que É a Imagem de Deus.” II Cor 4;4 quando alguém cunhou que “mente vazia é oficina de Satanás” sabia o que estava dizendo. Ou buscamos a Divina influência, ou seremos buscados pela maligna, sem muito esforço.
Sétima: não somos convidados a trocar seis por meia dúzia, como se diz das coisas inócuas. Quando O Eterno ordena que deixemos nossas maneiras rasas de pensar, convida-nos a voltarmos para Ele; e explica o motivo: “Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos aminhos os Meus, diz O Senhor; porque, assim como os Céus são mais altos que a Terra, são os Meus caminhos mais altos que os vossos; e os Meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;8 e 9
Por essas e outras, confiarmos em nossos míseros e parcos entendimentos fecha sobre nós, a possibilidade de sermos socorridos em tempo oportuno, por nos fazer ignorar que carecemos desesperadamente de socorro. “Tens visto um homem que é sábio aos seus próprios olhos? Pode se esperar mais do tolo, do que dele.” Prov 26;12
Enfim, o que desconfia do próprio entendimento, e confia no Senhor, não descansa inerte sobre isso, como se uma boa teoria bastasse; antes, se esforça via oração, leitura, meditação, para entender e se aplicar, às coisas prescritas pelo Senhor. “Tem seu prazer na Lei do Senhor, e na Sua Lei medita dia e noite.” Sal 1;2 “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é O Senhor.” Jr 17;7
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