domingo, 30 de julho de 2017

Profeta; O Coração de Deus

“Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que profetizam; dize aos que só profetizam do seu coração: Ouvi a palavra do Senhor;” Ez 13;2

Profeta é alguém que fala em nome de outrem, no caso dos verdadeiros, do Senhor; comissionados por Ele. Assim, não decide quando vai falar, tampouco, o quê; antes, depende do Espírito de Deus que move seus passos e até, suas esperas.
Ezequiel estava denunciando os imitadores, os falsos.

Interessante que, não sendo de Deus, necessariamente faziam a obra da oposição; contudo, não diz que eram inspirados pelo inimigo, antes, pelo próprio coração. Coração deve ser entendido como a essência da personalidade, conjunto dos desejos, sentimentos e mentalidade de alguém.

Assim, embora pareça meritório quando alguém afirma fazer algo de todo coração, não sendo um coração regenerado, ainda é um doente terminal. Mediante Jeremias O Senhor disse: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, perverso; quem o conhecerá? Eu, O Senhor, esquadrinho o coração, provo os rins; isto para dar a cada um segundo seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr 17;9 e 10

Notemos que antes de galardoar às obras O Senhor pesa os motivos; sonda o coração. A coisa certa com intenção errada também é má.

O Salvador avançou mais; “Porque do coração procedem maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.” Mat 15;19 Reitero, querer ou fazer, algo de todo coração não é nenhum “Selo do Inmetro” nenhuma garantia; depende do coração em questão.

Esse foi o imenso estrago da queda; o casal incauto que creu na promessa majestosa, “sereis como Deus” caiu e arrastou sua descendência a um estado tal, que não carece esforço para alinhar-se ao inimigo. Basta voarmos nas asas do nosso próprio coração caído, e, seremos como o diabo.

O Senhor em Sua Onisciência e Misericórdia prometeu tratar disso mediante o mesmo Ezequiel: “Então aspergirei água pura sobre vós e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito, farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” Ez 36;25 a 27

Notemos que antes da “cirurgia” temos a assepsia da ferida; “água pura sobre vós...” depois o transplante do novo coração, que passaria a funcionar com outros ares em comunicação com o “Pulmão” do Espírito Santo. Água pura, sabemos, figura da Doutrina de Cristo, que lava, regenera; Malaquias falando Dele disse: “Porque ele será como o fogo do ourives, como o sabão dos lavadeiros.” Mal 3;2

Só pela ação do Espírito Santo em nós, somos capacitados a ir paulatinamente trocando nosso modo de pensar e sentir pelo Divino, o Coração de Deus. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

E, para não termos coração duplo como disse Tiago, precisamos sacrificar o velho, para que o novo tenha todo o espaço; Paulo definiu essa escolha como a razão espiritual, disse: “...apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 1 e 2

O “sacrifício vivo” equivale à negação de nossa vontade natural, aquela que assemelha ao inimigo, para sermos paulatinamente impregnados da Vontade Divina. Os que ousam dar esse passo podem ser chamados, como Davi, homens segundo o Coração de Deus. Ou, como disse Paulo, têm “a Mente de Cristo”.

Tais, caso desejem falar das coisas espirituais certamente o farão como veros profetas; será o Coração de Deus, não o seu, a fonte de Suas Palavras. “...todas minhas fontes estão em ti.” Sal 87;7

Enfim, para ser falso profeta a serviço do capiroto basta “dar boca pro gateado” como dizem os gaúchos, para ser profeta do Senhor carecemos conversão, mudança de sentir e pensar, novo coração segundo Deus, e, sobretudo, o consórcio do Bendito Espírito Santo em nossos ministérios.

Distinguindo falsos dos verdadeiros o Senhor usou duas figuras interessantes; palha e trigo. Enquanto uns serviriam apenas ao fogo, outros seriam fontes de alimento espiritual. Quem tem intimidade com o “Pão Vivo que desceu dos Céus” tem paladar assaz apurado, de longe discerne as coisas geradas em corações de palha.

sábado, 29 de julho de 2017

Fuga impossível

“Ah, se soubesse onde o poderia achar! (a Deus) Então, me chegaria ao seu tribunal.” Jó 23;3

A ordem natural é o homem pecador querer distância do Eterno. Tentar se esconder; ainda que não seja possível constrói um biombo de auto-engano e refugia-se nele. “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não veja? diz o Senhor. Porventura não encho os céus e a terra?” Jr 23;24

Uma vez que somos necessariamente nascidos da carne carecemos novo relacionamento, espiritual. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7

Desse modo, contrariando a tendência fugitiva Jó desejava uma audiência. Invés de ouvir Sua Voz e se esconder como fizera Adão, queria defender-se. Aliás, afirmou expressamente ter feito diferente daquele: “Se, como Adão, encobri minhas transgressões, ocultando meu delito no meu seio;” Cap 31;33 Vemos que sua confiança não era filha da pretensão de não ter pecados; antes, de os não ter escondido, mas, confessado ao Senhor.

Ainda que sejamos pecadores, um bom andar, a preservação da boa consciência, invés de medo nos enseja paz com Deus. “Amados, se nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus;” I Jo 3;21

Coração aqui é sinônimo de consciência, aquela voz interna que denuncia quando erramos e silencia diante de passos retos. Essa pureza interior, diferente da justificação meramente formal do sacerdócio antigo, que compensava pecados com sacrifícios, sem estar, necessariamente, contrito, arrependido, a purificação da consciência; digo, é a excelência superior do Sangue de Cristo. 

Lava por dentro, não apenas exteriormente. “Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre imundos os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” He 9;13 e 14

Purificados para servir. Bem na contramão dos pregadores festeiros que acariciam ímpios para que ofertem em troca de bênçãos materiais; sequer tocam no doloroso tema da santificação. Tiago denunciou a impureza da ambiguidade, que anseia relacionamento com Deus e o mundo ao mesmo tempo, disse: “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;8

Existe grande diferença entre o temor do Senhor, preceituado como necessário, e medo. Aquele é profunda reverência pela Pessoa Bendita do Eterno, zelo para não feri-lo em Sua Honra e Dignidade, pelo Nome e a Excelsa Majestade do Todo Poderoso; esse, o medo, é só isso mesmo; subproduto da desobediência, incapacidade de buscar reconciliação mediante arrependimento, fuga inglória, impossível.

É o Temor, sabedor que Deus É “Tão puro de olhos que não pode contemplar o mal” como disse Habacuque, que nos exorta à devida purificação. “Qualquer que nele tem esta esperança purifica-se, como também Ele é puro.” I Jo 3;3

Sabedores que não existe fuga geográfica possível, pecadores contumazes inventam meios, igualmente impossíveis, mas, que logram certa eficácia no escopo da apreciação humana. Esses são os hipócritas, que, cientes, no fundo, que desagradam ao Santo, fazem sua encenação aos olhos humanos tentando cooptar a aprovação da opinião pública.

Os superficiais apreços humanos empalidecem ante a ciência do Eterno. “...porque o Senhor não vê como vê o homem, pois, o homem vê o que está diante dos olhos, porém, o Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Se, todos somos necessariamente nascidos da carne, só os convertidos que recebem ao Senhor Jesus são, também, nascidos do Espírito. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

Essa balela genérica que se ouve alhures, tipo, também sou filho de Deus padece falta de amparo Bíblico. Todos são criaturas; só os que “Nascem de novo” recebem adoção de filhos; os demais seguem sendo fugitivos. Até filhos podem ser fujões eventuais, quando erram e recusam buscar perdão mediante arrependimento. Judas errou e decidiu “consertar” as coisas do seu jeito, suicidou-se.

Enfim, embora nos falte a integridade de Jó busquemos a Deus. Na verdade, Ele nos busca, apenas, deixemo-nos encontrar; demos boas vindas ao Salvador. Ele diz: “Atentai para a minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do meu espírito e vos farei saber minhas palavras.” Prov 1;23

Diz mais: “Porque o erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” VS 32 e 33

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Vida; o melhor dos "Melhores"

“Melhor é a mágoa que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.” Ecl 7;3

Ao principiarmos nossa investigação sobre o melhor, precisamos considerar dois aspectos. Ora, resulta em face das sensações, ora, das consequências. O melhor no aspecto sensorial tem a ver com seu aspecto aprazível, agradável, o gozo que produz. O melhor visando o produto relaciona-se com o resultado a que leva; malgrado, o caminho nem sempre seja aprazível.

Por exemplo: Imaginemos uma criança enferma cuja medicação necessária é uma injeção. Se, alguém lhe perguntasse o que preferiria, uma barra de chocolate, ou, uma injeção, óbvio que seu melhor, sua escolha seria doce, não, dolorida. Contudo, na meta da restauração da saúde, o melhor seria o remédio. Assim, distinguimos o melhor segundo a sensação do outro, segundo as consequências.

Óbvio que é desse último que fala Salomão, pois, a mágoa, o choro não são sensações agradáveis, coisas que buscamos; entretanto, - ensina - isso “faz melhor o coração.” Desse modo, a opção pela coisa certa, malgrado, as sensações envolvidas acaba sendo o fator que adjetiva aos próprios agentes da busca. “O coração dos sábios está na casa do luto, mas, o dos tolos na casa da alegria.” V 4

Isso posto resulta necessária a conclusão que, não devemos aquilatar o valor de um caminho pelo caminho em si; antes, pelo objetivo ao qual leva. 

Falando da salvação que veio trazer, O Salvador apresentou Seu caminho como pior; o mais difícil. Porém, esse conduz à vida, enquanto o alternativo, à perdição. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14
Um filósofo disse: “Para dominar as multidões basta conhecer as paixões humanas, certo talento e uma boa dose de mentira.” Infelizmente ele estava certo.

Uma das paixões humanas mais latentes é o comodismo, o menor esforço, quiçá, nenhum, para conseguir saciar seus desejos desorientados. Pra constatar isso não precisamos de um tratado filosófico, uma análise antropológica profunda e tal; basta olhar nas filas lotéricas, sobretudo, em tempos de prêmios acumulados para ver o crepitar vívido do fogo dessa paixão.

Então, pregadores resolveram dizer à nossa criança do exemplo, que descobriram um chocolate medicinal; que além de servir sua doçura ainda cura o mal que assola a infeliz. Não precisa do medicamento doloroso; pode resgatar sua vida e o prazer ao mesmo tempo. Claro que essa “posologia” é a “boa dose de mentira” prescrita; mas, a “criança” não se importa, uma vez que gosta do “remédio”.

Traduzindo; refiro-me aos pregadores que acenam com salvação sem conversão; perdão sem arrependimento; cristianismo sem Cristo; prosperidade sem frutos, Evangelho sem Cruz. Pujantes estão as filas lotéricas, digo, as “igrejas” onde essas formas doces de assassinato são ministradas.

Watchman Nee disse com acerto que muitos fazem de seus ministérios um meio de ensinar viver melhor, pessoas que necessitam com urgência aprender a morrer melhor. Invés de encorajar a busca pelo fomento das paixões doentias deveriam desafiá-los a negarem-nas, na cruz.

As borboletas, cumprido seu tempo para voar exibem a beleza das asas, não o casulo, esse fica para trás. Mas, as pessoas de visão embaçada pelas paixões materiais gastam suas vidas para ficarem ricas; as que conseguem deixam tudo ao partir; chegam perante O Eterno na mais miserável indigência; descobrem tardiamente a essência do “ouro de tolo”.

Entretanto, as diretrizes para o que tem valor estão ao alcance de todos; “Aceitai minha correção, não a prata; e o conhecimento, mais do que o ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela. Eu amo aos que me amam; os que cedo me buscarem, me acharão. Riquezas e honra estão comigo; assim como bens duráveis e justiça.” Prov 8;10, 11, 17 e 18

O mesmo Salomão disse mais: “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Assim como o conserto do telhado se faz em dias de tempo bom, o homem prudente não deveria precisar de um velório, um ambiente triste para meditar nos objetivos da vida; Poderia fazer sem dor.

Contudo, se o fizer mesmo num evento assim, poderá, como fez O Senhor na Cruz, da morte tirar vida. “...quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5;24

quinta-feira, 27 de julho de 2017

X-Men e o individualismo

“Meu é o conselho, a verdadeira sabedoria; eu (a sabedoria) sou entendimento; minha é a fortaleza.” Prov 8;14

Indivíduo, como o nome sugere é algo ímpar, indivisível; a plena integridade psíquica fisiológica e espiritual de alguém. Essa imparidade é tal, que num espectro de sete bilhões não existem dois exatamente iguais.

Individualismo, contudo, é algo que pode ser dividido; digo, como se trata de um sistema comportamental pode ser adotado por muitos; embora seja nocivo e incoerente é o modo de vida dessa geração.

A suposta interação saudável das redes sociais, na maioria dos casos é hipocrisia. As pessoas não buscam amigos, buscam adoradores. Temos carta branca para bajulação, puxa-saquismo e atitudes afins; mas, ousemos algum conselho se nos parece que alguém erra, mesmo que de modo cordial; presto veremos que nossos brandos “amigos virtuais” escondiam as garras do Wolverine.

Em poucos dias fui excluído por duas que tentei ajudar; minha prancha não se equilibra bem nas ondas barrentas da hipocrisia.

Seguido deparo com inquilinos da “filosofia” individualista; “Pague minhas contas antes de se meter em minha vida”; “Devo ter Alzheimer, não lembro de ter pedido tua opinião.” Isso e outros mimos semelhantes. Muitas coisas são incoerentes, outras, impossíveis de praticar.

Certa vez, o assunto era homossexualismo, lembro que o Faustão disse mais ou menos o seguinte: “O negócio é o seguinte; ninguém tem nada com a vida do outro, cada qual sabe de si e não dá palpites nas atitudes alheias.” Foi ovacionado. Ora, do seu jeito tosco, truculento, disse como todo mundo deve ser, enquanto defendia contraditoriamente, que ninguém tem nada com a vida do outro. Assim, destruiu a casa que edificou na mesma frase. Foi aplaudido porque amebas não pensam; deveria ter sido vaiado, por insensato.

De igual modo alguém adicionar a outrem nas redes sociais, mas, permitir apenas elogios, curtidas; se, for além disso o exclui. Ora, o imbecil de plantão que supõe não precisar de ninguém, faça breve reflexão no curso de um dia apenas. Perceberá de quanto precisa. Ora, precisa de uma informação, de espaço, de atenção, de socorro, de conselho, companhia, etc. Mas, no egoísmo atual, decidimos precisar apenas do que gostamos. 

O individualismo faz do próprio umbigo um sol; das pessoas, meros planetas sem luz própria que orbitam ao nosso sistema umbilical.

Claro que há os palpiteiros gratuitos, enxeridos que ninguém gosta. Gente que descuida a própria vida e pretende gerir à alheia. Tais são réprobos, mas, a generalização é estúpida.

Por isso a Bíblia faz distinção entre sábios e tolos. “Açoita o escarnecedor, o simples tomará aviso; repreende ao entendido, e aprenderá conhecimento.” Prov 19;25 A um são necessários açoites; a outro, mera repreensão basta. Para esses últimos, o conselho não é uma intromissão; “Como as águas profundas é o conselho no coração do homem; mas, o homem de inteligência o trará para fora.” Cap 20;5

Contudo, os piores palpiteiros são os palpiteiros espirituais que, presumem-se mensageiros de Deus, mas, invés de reverberarem Sua Palavra, dão opiniões divorciadas da Bíblia. Um pregador autêntico não fala de Deus; entrega-se ao Senhor para que Ele fale segundo Deseja. Os palpiteiros trazem seus vasos com rótulos de Céu, e conteúdos de Terra. Às vezes gente que fugiu de uma chamada ministerial, e tenta “compensar” o lapso com carne.

Deus não proíbe ninguém de dar palpites nas Suas coisas, mas, eventualmente denuncia aos enxeridos: “Não mandei esses profetas, contudo, foram correndo; não lhes falei, mas, profetizaram. Se tivessem estado no meu conselho, então teriam feito o meu povo ouvir minhas palavras, e o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

Vemos que, militarmos segundo A Palavra de Deus não nos faz simpáticos, uma vez que denuncia o mal. Ninguém pediu meus conselhos, eu sei; mas, Aquele que é Senhor do Universo, ordenou que se anuncie Sua Palavra a toda criatura.

Na maioria dos casos somos arranhados pelas garras afiadas dos “X-Men” do individualismo; mas, mesmo assim, é preciso que quem recebeu dons espirituais frutifique laborando na Causa do Eterno.

Enfim, há incômodos causados por pessoas sem noção; podemos evitar esses, eventualmente; contudo, os que mais nos incomodam são aqueles cujas causas estão em nós.

Esses, não apenas incomodam, antes, condenam. “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

“Os arrogantes são como os balões: basta uma picadela de sátira ou de dor para dar cabo deles.” Madame de Stael

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Violência; perto do fim

“...o homem violento terá fim; a destruição é desfeita; os opressores são consumidos sobre a terra. Porque o trono se firmará em benignidade; sobre ele no tabernáculo de Davi se assentará em verdade um que julgue, busque o juízo; se apresse a fazer justiça.” Is 16;4 e 5

Segundo o Gênesis o Dilúvio foi porque a humanidade se enchera de violência. Isaías estava vaticinando o fim da mesma atrelada a certo Trono vindouro, onde se assentaria Um que se apressaria em fazer justiça. Óbvio que se trata de Jesus Cristo.

Contudo, como a violência teria fim, se, foram justo, homens violentos que assassinaram ao Rei sem motivo? O supra-sumo da violência, o máximo que pode conseguir é matar sua vítima; inda que, possa fazer isso com certos requintes. Tendo O Rei vencido a morte, quais alvos lhe restaram?

Ainda atua usando a cegueira doentia dos que apaixonadamente domina; entretanto, sua eficácia foi desacreditada de modo cabal, no espectro das coisas que permanecem. Somos instados a sofrê-la pacientemente, se, necessário; cientes que nossos algozes terão a justa ceifa do seu plantio. “Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se matar à espada, necessário é que à espada seja morto. Aqui está a paciência e fé dos santos.” Apoc 13;10

O antídoto proposto para ela foi a justiça, que, no devido tempo vai erradicá-la de uma vez por todas. Assim, mesmo o juízo sendo violento como foi o dilúvio, será apenas o reflexo das ações contra os agentes.

Contudo, violência não se restringe à imposição física; seu potencial é multifacetado. Mercadejar com promessas falsas é uma forma de violência como fez satanás; “Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei profanado do monte de Deus; te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas.” Ez 28;16

No modo de falar dos perversos há violência “Bênçãos há sobre a cabeça do justo, mas, violência cobre a boca dos perversos.” Prov 10;6 Falsos profetas que faziam parecer distante o juízo eram patrocinadores dela; “Ó vós que afastais o dia mau, e fazeis chegar o assento da violência.” Am 6;3 Qualquer tipo de violação; heresias são violências contra a sã doutrina.

Na verdade, os filósofos consideravam até as paixões carnais violentas. “A velhice é um estado de repouso e de liberdade no que respeita aos sentidos. Quando a violência das paixões se relaxa e o seu ardor arrefece, ficamos libertos de uma multidão de furiosos tiranos.” Platão

Contudo, se aos semeadores de violências o juízo necessariamente será violento, aos que querem ser submissos ao Rei Manso e Humilde, é suficiente a inefável, injusta violência sofrida por Ele na cruz; a nós é proposta uma “crucificação” espiritual, onde a mortificação das más inclinações capacitada pelo Espírito Santo é a violência que basta; nossa cruz. “...Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por violência, mas, sim pelo meu Espírito, diz O Senhor dos Exércitos.” Zac 4;6

Como foi então, no contexto da reconstrução do templo é depois do advento o Rei, nas vidas dos que recebem a salvação. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, da vontade da carne, nem, do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

Não significa, contudo, que não venhamos a sofrer violências; se não são necessárias para efeito de salvação, são permitidas pelo fato do mundo ainda jazer no maligno, e os agentes desse terem permissão para agir como desejam.

O Reino pacífico do Messias inda é parcial; a violência cobre a Terra. Quando for pleno não ouviremos mais sobre isso. “Nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, desolação nem destruição nos teus termos; mas, aos teus muros chamarás Salvação, às tuas portas, Louvor.” Is 60;18

Assim, pretensões políticas dos que querem anexar sistemas corruptos e violentos à Doutrina de Cristo são órfãs de filiação Bíblica. Outro dia deparei com um vídeo de um padreco canalha, comunista, dizendo que Abraão foi um “sem terra” querendo dar base Bíblica aos violadores do MST. O Senhor mandou socorrer aos pobres, cada um partindo seus próprios bens, não, tomando mediante violência os alheios para isso.

Abraão se deixou conduzir por Deus e Sua Palavra; comprou um lugar para sepultar a esposa falecida, mesmo tendo lhe sido ofertado de graça. Portanto, é pai da fé, não, do comunismo.

Ditoso dia onde a violência, até mesmo verbal, estará sepultada!

“Eu sou contra a violência porque parece fazer bem, mas, o bem só é temporário; o mal que faz é que é permanente.” Mahatma Ghandi

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Embaixadores autônomos

“Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive; prega contra ela a mensagem que te digo.” Jon 3;2

O ministério profético de Jonas passando por um “Recall”; como a convocação primeira falhara, depois de certo “estímulo” O Senhor estava fazendo segunda chamada. “Prega a mensagem que te digo.” Não quero me deter, por ora, na sina dele, mas, num aspecto da mesma que diz respeito a nós pregadores.

Não somos autônomos, antes, devemos pregar o que O Senhor ordena. Como Paulo dizer: “Porque eu recebi do Senhor o que vos anunciei...” Ou, segundo o Próprio Salvador, “O que vos digo em trevas dizei-o em luz; o que escutais ao ouvido pregai-o sobre telhados.” Mat 10;27

Paulo disse mais: “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;20 Ora, um embaixador no exercício do ofício representa seu Governo de modo tal, que não fala como sendo uma pessoa particular, mas, um país. “Na questão da emissão de gases poluentes o Brasil...” diria nosso embaixador. Ele não seria ele, seria o Brasil.

Noutras palavras, não tem autoridade nem autorização para falar de própria vontade. Seu Governo lhe põe as palavras que deve dizer no interesse do mesmo. Assim, um embaixador não é uma fonte, mas, um porta-voz. Quando quiseram saber de João Batista sobre sua identidade, ele colocou-se assim, como voz de Um Governo, não, dele. “...Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; Endireitai suas veredas.” Luc 3;4

Isso posto empalidece o sentido de certas afirmações da praça, onde, uns se dizem teólogos liberais, inclusivos, revisionistas até, ou, as pechas que se encontra do outro lado da moeda, onde estariam os fundamentalistas radicais. Na verdade não há um espectro tão amplo possível; a coisa se reduz a uma dualidade simples, ou o sujeito é fiel a quem o comissionou, ou, não; o que passar disso é verniz.

Recorramos a outra figura: “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” I Cor 4;1 e 2 Não somos nós que decidimos quais produtos haverá na despensa; é O Senhor que faz o bom depósito que nos cumpre guardar. “Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé, no amor que há em Cristo Jesus. Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós.” II Tim 1;13 e 14

Temos o bravo Jonas como modelo de fujão da Presença do Senhor, alguém pior que nós, cujo exemplo, devemos evitar. Em parte é assim; contudo, é mais honesto um fujão que se omite, e, dada a gravidade da missão teme, silencia; ainda, se dispõe a abrir mão da própria vida, como ele, que os covardes que fogem falando, pregando.

No que tange à função de embaixadores, não representam fielmente seu Governo, antes, falam de inclinações próprias pervertendo diretrizes originais para não serem vaiados na Assembléia do Mundo. Esses não podem receber uma segunda chamada, pois, acreditam estar cumprindo a primeira; se fazem surdos a qualquer coisa que divergir disso.

Embora, grosso modo se pense que desviados são os que saem da Igreja, há muitos nela, que apenas saíram da verdade e seguem pregando, como fora já, nos dias de Pedro. “Estes são fontes sem água, nuvens levadas pela força do vento, para os quais, a escuridão das trevas eternamente se reserva. Porque falando coisas mui arrogantes de vaidades engodam com concupiscências da carne, e dissoluções, aqueles que estavam se afastando dos que andam em erro; prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.” II Ped 2;17 a 19

O pior de tudo é que, dada a “matéria prima” com a qual lidam os pregadores, (pecadores e suas inclinações), as mensagens sem cruz têm um apelo maior; prometem chegar ao mesmo lugar dos que negam-se, sem necessidade desse “pedágio”. Assim, dão muito mais “frutos” as obras dos assassinos que, dos embaixadores fiéis.

Todavia, nosso alvo não é sucesso numérico, antes, preservação da Pureza da Água da Vida. Outro dia ouvi um ministro dizer que um computador de última geração funcionaria mal com software errado; as pessoas seriam a “máquina”; os pensamentos negativos o software do capeta. Fica fácil quando nossa culpa é do Capiroto.

Na verdade somos PCs comuns com o danoso vírus do pecado que põe tudo a perder. Se não formos “formatados” por Cristo, só servimos pro ferro velho. Muitos carros que foram “Tops” estão lá; e pregadores de sucesso divorciados de Deus, também estarão.

domingo, 23 de julho de 2017

A herança desprezada

"Grandemente se regozijará o pai do justo; o que gerar um sábio, se alegrará nele.” Pro 23;24

Há um provérbio asiático que diz: “A terra não é um bem que possuímos; mas, que tomamos emprestado dos nossos filhos.”

A ideia é que, o que pensamos possuir, na verdade é só o bastão na “corrida de revezamento” da vida; um dia legaremos aos descendentes. Paulo expressou assim: “...não busco o que é vosso, antes, a vós: porque não devem os filhos entesourar para os pais, mas, pais para os filhos.” II Cor 12;14

Essa é a ordem natural das coisas. Pais entesouram, filhos usufruem. Contudo, no provérbio inicial temos os pais usufruindo as riquezas dos filhos. “Grandemente se regozijará o pai do justo; o que gerar um sábio se alegrará nele.” Acontece que, se, bens materiais se transmitem, simplesmente, sem retorno, os morais e espirituais quando legamos ainda ficam conosco; nossos ensinos e exemplos guardam uma réplica na pasta dos “itens enviados”.

Essa coisas, não precisamos morrer, para que os sucedâneos herdem, antes, podemos ver e conviver com nossos enriquecidos que, de posse da herança nos fazem sentir ricos também.

Os japoneses dizem: “Se teu filho for bom não carece tua herança; se for mau, não merece.” Não se trata aqui, de desprezar as posses simplesmente, antes, de priorizar a formação do caráter, pois, se, bem feita essa tarefa, as demais perdem a relevância.

Duas correntes filosóficas se opõem desde muito no que tange ao saber: Empirismo e Racionalismo. A primeira advoga que nascemos com nossas almas como um CD virgem, e, mercê do aprendizado, das vivências, experiências, nosso saber e valores são “gravados.” A segunda, que certa dose de saber é inata; trazemos já ao estrearmos no palco da vida; recorrendo à razão, fonte desse saber, podemos chegar a sentenças justas e sábias mesmo não as tendo aprendido.

Não pretendo adotar um rótulo, nem empirista, nem racionalista, pois, acho que ambos os conceitos têm sua porção de verdade, não são excludentes, mas, complementares. Pois, se somos grandemente moldados pelos ensinos, sobretudo, pelos exemplos que miramos em nosso existenciário, muitas vezes tivemos que lidar com situações desconhecidas, e, certa intuição espiritual nos conduziu bem; de modo que parece lícito concluir que alguma centelha de luz espiritual, trazemos, em nosso HD original.

Quantas vezes aconteceu-me de sonhar algo inédito, e tempos depois isso acontecer! Qual o papel da experiência em casos assim? Agora que a coisa é pretérita se fez uma experiência, a qual, ensina que, para algumas coisas basta o espírito, não careço experiência.

Acho que, como os pais humanos legam riquezas abstratas aos filhos e se alegram no usufruto comum, Deus colocou uma centelha espiritual em nós, que devidamente avivada nos enriquece e O alegra juntamente. “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo interior até o mais íntimo do ventre.” Pov 20;27

Por ser espiritual, a riqueza é eterna; sendo atemporal prescinde da experiência que é um incidente pontual na linha do tempo. Dessas coisas que O Mestre falou quando disse que devemos ajuntar Tesouros no Céu. Na verdade devemos alegrar Nosso Pai nos exercitando desde já, nas riquezas que Ele nos legou. “Filho meu, se teu coração for sábio, alegrar-se-á o meu; sim, o meu próprio. Exultarão meus rins, quando os teus lábios falarem coisas retas.” Prov 23;15 e 16

Não se trata de rejeitar bens materiais, reitero, tampouco, o valor do ensino e dos bons exemplos; antes, de situá-los devidamente na prateleira dos meios, invés de exaltá-los no pódio dos fins, como a imensa maioria tem feito. Seria insano ganharmos determinadas ferramentas para execução de um trabalho e no fim do nosso período de labor constatarmos que multiplicamos nossas ferramentas por cem, contudo, o trabalho que era nosso alvo não foi feito.

Assim fazem os que usam todos os meios para a multiplicação de coisas, e seguem tão desprovidos de valores que nada resta para legarem aos filhos. Constroem até um berço de ouro, muitas vezes, ouro sujo de sangue dentro do qual criarão um suíno, invés de um ser humano.

O que trazemos ao nascer precisa ser fomentado, avivado, senão, definha. E, nosso cenário familiar e social, carece de referenciais de valor, decência, moral. Vivemos dias de inversão tal que o poste mija no cachorro. A pornografia e o mau gosto se travestem de arte. Em nome da liberdade de expressão, os biltres vomitam contra homens dignos; e quem se indispõe contra isso é um “reaça” “moralista radical”.

O Pai amoroso ainda deseja que mais filhos tomem posse de Suas riquezas; e, demonstra Sua alegria fortalecendo espíritos daqueles que O alegram. “A alegria do Senhor é a nossa força.”