quarta-feira, 14 de junho de 2017

Os "maus" samaritanos

"Ele, porém, querendo justificar-se disse a Jesus: Quem é o meu próximo?” Luc 10;29
O Senhor contou a Parábola do Samaritano, que encerra a omissão de socorro a um ferido, por parte de um sacerdote e um levita; por fim, o gracioso favor de um estrangeiro, ajudando ao infeliz. Após, devolveu-lhe a pergunta: “Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?” v 36 A resposta ficou óbvia: “... O que usou de misericórdia para com ele...” v 37

Na verdade, nós decidimos quem é nosso próximo, à medida que, afetiva, não, fisicamente podemos nos aproximar, ou, distanciar de alguém. Os dois religiosos eram socialmente mais próximos do conterrâneo assaltado; tinham laços de sangue, deveres espirituais, que os impulsionariam a eventual socorro; entretanto, se revelaram distantes, pois, omissos, indiferentes.

Por outro lado, o samaritano tinha barreiras sociais, inimizade racial, que, em tese o distanciariam do homem vulnerado; entretanto, sua compaixão, identificação com as necessidades de um ser humano, independente da crença, raça, o fez próximo, atuante, exemplar.

A sociedade nos moldes que temos, está forjada para competir, não, coexistir. Não raro os “competidores” burlam as regras, pois, o que lhes vale é chegar antes, dane-se o direito do próximo! Assim, furamos fila, passamos sinal fechado, mentimos, omitimos... qualquer coisa que nos permita “vencer” parece justificável a uma geração que tem o egoísmo como centro, vale-tudo como parâmetro, e, pressa como veículo das doentias realizações.

Que dizer dos corruptos de todas as siglas, tão em evidência? Roubam a confiança, a esperança, junto com o dinheiro daqueles para os quais discursaram tanto se dizendo seus representantes.

Muitos são induzidos a crer que a culpa é nossa no sentido de que não sabemos votar, escolher. Como se, entre os preteridos tivesse uma gama de postulantes honestos; nós, masoquistamente tivéssemos optado apenas, pelos piores. Santa ilusão! Muitos dos não eleitos estão por lá, orbitando ao lado dos corruptos, se corrompendo também, em escalões menores, mas, com anelos de um upgrade, tendo seus líderes como parâmetros do querem ser quando crescerem.

Óbvio que a culpa é nossa! Que não sabemos escolher! Porém, não me refiro a representantes; aqueles são o retrato fiel de uma sociedade corrupta e corruptora que não sabe escolher valores como, honestidade, probidade, verdade, decência...

Outro dia deparei com uma frase que diz muito: “Comece sendo a transformação que queres ver no mundo”. Nossa doença mais letal é que somos ciosos das mudanças que queremos alhures, e refratários às que deveriam ocorrer em nós. Facilmente fazemos protestos, passeatas para que a sociedade mude; por outro lado, fugimos como o diabo da cruz, para não abandonarmos os vícios que amamos.

Assim, a terra que está sob nossa administração recusamos cultivar; entretanto, queremos arar alhures, a seara que não nos pertence. O Salvador ensinou diferente: “Por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho; então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” Mat 7;3 a 5

Assim, o “próximo” que carece nossa atenção, socorro, está tão próximo que se funde conosco. Como o ferido da parábola, só necessitou auxílio de um estrangeiro porque os seus se omitiram ao que lhes seria um dever. De igual modo temos a consciência e as leis, que deveriam ser as primeiras opções de socorro, quando estivermos feridos na capacidade de discernir o que é decente, correto fazer. Na omissão desses “chegados” restará a possibilidade de um “estrangeiro”, alguém que vê nossos maus passos nos corrigir, chamar de volta à sensatez, à razão.

Porém, a febre do egoísmo já mencionada, tolhe qualquer ensino como intromissão. Cheias estão as redes sociais de diretas e indiretas sobre cada um cuidar da sua vida. No fundo, isso é não ser socorrido pelo “próximo” citado, e rejeitar até o auxílio do “estrangeiro”, pois, a ferida moral incomoda menos que eventual processo de cura. Nosso “azeite e vinho” são mandados longe; não raro, o “doente” somos nós.

O mau uso da liberdade forja duras prisões; nosso próximo segundo o Senhor é quem usa de misericórdia conosco. Porém, se lemos eventual tentativa de ajuda como intromissão, nossas feridas jamais serão curadas. Não existe engano mais perigoso que um doente terminal acreditar que está vendendo saúde.

Rejeição à virtude não vem sozinha; tem a nefasta assessoria do amor pelo vício. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

terça-feira, 13 de junho de 2017

Palmas; pra quê te quero?

“Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas, não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga.” Jo 12;42

Quando João usa a expressão, “apesar de tudo”, não se refere a alguma falha na vida, ou, Doutrina do Salvador; antes, à oposição, calúnias, perseguição que sofria por parte dos religiosos e políticos. Apesar disso relata; muitos criam, porém, não manifestavam abertamente temendo a sina que testemunhavam contra O Senhor.

Depois, anexa uma apreciação dessa enfermidade: “Porque amavam mais a glória dos homens que a glória de Deus.” V 43

Essa “timidez” espiritual não é tão inocente quanto possa parecer. Quando decido ficar bem com ímpios, invés de, o fazer, para com Deus, estabeleço prioridades patenteando o que tem mais valor. Assim, de cara afronto ao primeiro mandamento que é amar a Deus sobre todas as coisas. Quando interpretou à Lei reduzindo-a a dois preceitos, O Senhor colocou nessa ordem: Amar a Deus sobre tudo, depois, ao próximo como a si mesmo.

A “crença” que mexe com a mente, o intelecto, mas, preserva duro o coração, invés de produzir conversão, salvação, produz hipócritas que traem a si mesmos, pois, convencidos no entendimento, seguem endurecidos na vontade.

Quando João alistou certos réprobos para a salvação, no Apocalipse, entre eles, situou nossos hipócritas em apreço, os tímidos. “Mas, quanto aos tímidos, incrédulos, abomináveis, homicidas, fornicadores, feiticeiros, idólatras e todos os mentirosos, sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; que é a segunda morte.” Cap 21;8

Uma mente convencida refém de vontade rebelde tem feito a desgraça de muitos. Tiago definiu como ânimo duplo: “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Cap 4;8 Antes, dissera: “Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa. O homem de coração dobre é inconstante em todos seus caminhos.” Cap 1;7 e 8

Sobre a radicalidade da conversão O Salvador expôs de outro modo: “...Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus.” Luc 9;62

Usou uma figura de linguagem, óbvio; Seu modo de requerer dos eventuais convertidos uma entrega cabal sem reservas. No caso do profeta Eliseu, por ocasião de sua chamada, o arado, literalmente, seria que o poderia fazer voltar atrás. Filho de rico fazendeiro; ter doze juntas de bois naquela época era para poucos; todavia, convencido da convocação pelo Senhor, “derrubou a ponte” que poderia lhe fazer voltar atrás. “...tomou a junta de bois, os matou, com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, as deu ao povo, e comeram; então, se levantou seguiu a Elias, e o servia.” I Reis 19;21

Não entendamos com isso, que um convertido deve desorganizar sua vida econômica, deixar afazeres; a chamada de Eliseu era peculiar; mas, sua entrega confiante, sem reservas nem possibilidade de volver atrás, deve nos servir de estímulo, exemplo.

Esse mal, pois, de querer agradar mais aos homens ímpios que a Deus, é o fermento de toda apostasia que grassa em nossos dias. Muitos que pensam que precisamos, quiçá, devamos buscar o aplauso do mundo. Dane-se! O Salvador ensinou diferente: “...Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas, Deus conhece vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15

Nesse anelo doentio pelo aplauso humano, temos as igrejas “inclusivas” que toleram o homossexualismo, ( homossexuais devem ser amados, ensinados ) homossexualismo deve ser combatido. Mas, temos “pastores” gays casados entre si; “pastoras” lésbicas, idem; o mundo, claro! Os aplaude pela “coragem, autenticidade”.

Ora, se a premissa-base da salvação é a cruz, o “negue a si mesmo”, onde entra a desculpa esfarrapada do “eu nasci assim”? Todos nascem da carne, portanto, com más inclinações; a Bíblia põe o dedo na ferida invés de “dourar a pílula”: “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8;7

A carne não é convidada ao banquete da salvação, antes, deve ser mortificada na cruz, para que, mediante Novo Nascimento do Espírito, possamos entrar no Reino. “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3;5

Entendamos uma coisa: Salvação não é, prioritariamente, para que nos sintamos bem conosco mesmos, nem sejamos aceitos pelo mundo; é reconciliação com Deus, para regeneração da vida perdida. Isso só é possível nos termos Dele; Sua Palavra. 


Nossa escolha implica nos submetermos a ela, a Luz da Vida, ou, nos contentarmos com ouro de tolos; o aplauso dos mortos.

domingo, 11 de junho de 2017

Bolsonaro dá medo

Em pesquisas pretéritas Jair Bolsonaro aparecia com números pífios para ser o próximo Presidente da República.

Agora, ao lado de João Dória, em muitos casos lidera índices de preferência. O que o fez “crescer” tanto?

A meu ver, não cresceu nada, manteve sua estatura. Mas, diria o Ingenuildo da Silva: Como passou de pangaré a puro sangue na corrida presidencial sem crescer? Grandeza é um valor relativo, como atestam certos ditos populares; por exemplo: “Em terra de cego, quem tem um olho é guia”; ou, “Diante de formiga, lagartixa faz pose de jacaré”.

Não entendam com o símile, que pretendo reduzi-lo a um “Ciclope” o monstro mitológico de um olho só; ou, mera lagartixa. Ele tem lá suas virtudes; a maior, aos meus olhos, é ter “surfado” o tempo todo num mar de lama, e seguir com sua prancha, digo, ficha, limpa.

Assim, não é ele que está crescendo, estritamente, antes, a concorrência de charlatães que sempre prevaleceu com apoio da mídia, artistas; posaram como veros reis no império das falácias; com milionárias campanhas possibilitadas por ricos mananciais de recursos espúrios, alicerçadas no marketing, leia-se, mentiras envernizadas, vencia. Agora, estão sendo rasgadas suas máscaras. As sujeiras do PT, PMDB, PSDB, PP e nanicos associados têm vindo â tona; contra ele, apenas agressões pessoais que os fatos teimam em macular mais, seus agressores.

A esquerda, sobretudo, o PT, logrou a proeza de partir o país em dois; “nós ou eles”. E “Eles”, claro! é todo o resto do Brasil e da história, pois, o homem que foge de livros e se esconde atrás de microfones, Lula, gabou-se muitas vezes de ter feito em oito anos, mais que “Eles” em quinhentos. Pior, tinha amebas a aplaudir; inda tem algumas que acreditam nisso. Afinal, toda proeza que vendia sem compromisso com a realidade era algo que não acontecera, “Nunca antes na história deste país” seu bordão favorito.

Agora que, enfim, acesa a luz, temos visto corrupção, desvios, ilicitudes, apadrinhamentos, cumplicidade, cinismo, desavergonhamento como nunca antes.

A parcela de petistas religiosos, aqueles que são torcedores, não cidadãos, que querem o pescoço do Moro, não, a verdade, é insignificante; como se viu no último pleito municipal. E eleições locais têm outro escopo. Relacionamentos mais próximos, pessoais, levam a escolher determinados candidatos a despeito dos erros do partido num espectro mais amplo.

O discurso que laboraram contra as elites pela inclusão dos pobres, não cola mais. Na verdade, criaram uma “Elite” bastarda, elevando pangarés como os Batista, incluindo o Eike, à categoria de mega-empresários, dos quais, o “mérito” era a falta de escrúpulos; serviam de fachada para desvios astronômicos do BNDS e demais estatais, com a contrapartida de retornar certo percentual aos vendilhões da pátria.

Agora que as consequências começam assomar, falta de recursos, péssima infra-estrutura, deserto de investimentos temendo o fantasma do Risco Brasil, os pobres, tão “ajudados” penam num Tsunami de 14 milhões de desempregados. Eis os feitos melhores que o resto da história “deste país”.

Assim, excetuando embriagados de petismo, restam as pessoas que querem um país melhor, a despeito dos cantos de ninar ideológicos. O Comunismo rebatizado de socialismo matou, ao longo da história, mais que o Nazismo; Contudo, “en La prensa”, nas universidades infestadas de simpatizantes, o Nazismo é execrado, seu irmão mais violento, inocentado.

Todavia, com o advento e incremento das redes sociais, a imprensa alternativa, os fatos tendem a rasgar o véu da manipulação; os cafajestes manipuladores ficam nus sem a sonhada blindagem da mídia. O PT, malgrado, sonhe reerguer-se, tornou-se inviável por si mesmo, sem oposição combativa, apodreceu. Sua nova presidente, Gleisi, disse que não farão autocrítica; afinal, não são uma organização religiosa. Não precisa; a sociedade bem informada se encarregará de fazer isso.

Já está fazendo, aliás, e é justo esse depreciar à corrupção, cinismo, bandalheira, e incompetência, que tem relegado seu partido ao “volume morto” do esgoto nacional. Por outro lado, independente de ser de direita, centro, ou, esquerda, os eleitores apontam suas lupas para gente de ficha limpa; na esquerda há um vácuo, por enquanto; no centro temos o Dória; na direita, Bolsonaro.

A direita é mesmo assustadora! Imaginem, querer que haja disciplina nos colégios, rigor moral e cívico nos livros didáticos, que a polícia seja prioridade no Estado, não, os bandidos, que pedófilos e estupradores sejam castrados ( no caso do Bolsonaro ), que valores conservadores, cristãos, sejam evidenciados, isso é pavoroso, dá medo. Em quem?

Não digo que votarei nele, falta mais de um ano; mas, se fosse hoje, votaria sim. Tem defeitos? Tem. Não concordo com tudo, mas, se alternativa for gente atolada na bosta até o queixo que promete não fazer autocrítica, com que moral, apontariam defeitos alheios?

Perdão ou reencarnação?

“Como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.” Heb 9;27 e 28

Uma semelhança e uma distinção, entre a sina Do Salvador e os demais humanos. Como nós, morrer uma vez; diferente; invés de enfrentar um julgamento, aparecerá “julgado”, sem pecados. Não que da Sua primeira aparição tenha resultado algum pecado; mas, daquela vez tomou sobre Si os nossos; reaparecer sem, é o Seu juízo, o testemunho do Próprio Deus, da Sua pureza e Santidade.

Pois, quanto à Sua vida na semelhança humana não poderia ser justificado, uma vez que se identificou com nossas falhas, assim, teria que ser condenado pelos reclames da Justiça Divina. “...Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.” I Tim 3;16

Aqui entra no que se refere a nós, a cruz. Uma vez que só seremos justificados em espírito mediante novo nascimento devemos nela, mortificar nossas naturais inclinações, para que, quando Cristo Juiz dos vivos e dos mortos se manifestar, tenhamos confiança.

A própria conversão é aplicação do Juízo de Deus sobre nossos pecados. Ele nos declara, pela Lei, dignos de morte; contudo, prepara uma “cidade de refúgio”, Jesus Cristo. Os que arrependidos, nele se abrigam, concordam com O Juízo Divino, e são absolvidos pela justiça de Cristo.

Se, a tomada da cruz sobre si assusta muitos, a ideia de passarem pelo Juízo também soa desconfortável aos que vivem alienados de Deus. Algumas doutrinas como o espiritismo, por exemplo, chegam a negar a existência do juízo onde cada um deverá prestar contas. Preferem, antes, ensinar a teoria das reencarnações sucessivas, até que as pessoas sejam aperfeiçoadas.

Embora tal ensino possa soar mais confortável a quem ouve, é blasfemo, incoerente. Blasfemo porque supõe uma salvação futura, mediante pagamento dos “Karmas”, o que torna inócuo, irrelevante o Sacrifício de Cristo; e, mentirosos Seus ensinos sobre justificação. Incoerente porque anemiza o sentido de duas palavras basilares: Amor e perdão.

Falam bem do amor, sua excelência, necessidade; porém, sua doutrina contraditória o enfraquece. Devo amar meu semelhante fazer-lhe o bem; porém, também, cada dor do sofredor, no fundo, lhe é um bem, um karma que está sendo purgado, um aperfeiçoamento levado a efeito. 

Aí, se, por amor eu ajudar alguém aliviando seu sofrimento estarei lhe fazendo um bem, ou, mal? Afinal, estava pagando sua “dívida”; eu enxerido atrapalhei.
O Amor ensinado na Bíblia posso praticar sem medo que faça dano algum. “O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.” Rom 13;10

Sobre o perdão, contudo, seu estrago é ainda maior. O Senhor na oração do Pai Nosso ensinou rogarmos perdão, na justa medida com que perdoamos nossos devedores; disse mais, que se os não perdoarmos, não seremos perdoados. Agora, se minhas faltas demandam outras vidas para serem pagas, qual a eficácia do perdão Divino sobre os pecadores arrependidos?

A Palavra perdão em sua origem traz a ideia de perda de direito; renúncia em favor de outrem. Assim, se Deus nos perdoa em Cristo, porque seria necessária nova vida, para remover minhas culpas, meus karmas? Afinal, fui perdoado ou não?

Quem quiser crer na doutrina espírita, creia, é um direito seu; agora, ninguém moral e intelectualmente honesto tem direito de dizer que o ensino é bíblico, que é uma doutrina cristã.

Eles fazem boas obras, sei; e nada de errado há nisso. É sempre bom socorrermos a quem sofre. O risco, porém, é que seu bem seja tornado mal. Como assim? Uma coisa é fazermos boas obras em gratidão a Deus por termos sido salvos por tão grande amor e sacrifício. Daí, passar a andar como Ele espera. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Outra; seria praticar as mesmas obras, esperando ser justificado por fazê-las, não, pela Graça de Cristo. Olhemos os versos anteriores: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Não adianta, como os ouço, chamarem a Jesus de Divino Mestre, enquanto apregoam doutrinas falsas que O Contradizem. Paulo falou de alguns semelhantes em seus dias: “Confessam que conhecem a Deus, mas, negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda a boa obra.” Tt 1;16

Nascer de novo, sim, mas, inda nessa vida, por arrependimento e conversão; depois, nada feito, apenas o juízo.

sábado, 10 de junho de 2017

O bezerro de carne

“Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a Moisés, homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.” Ex 32;1

Alguns aspectos da natureza humana evidentes.

Primeiro: Pressa. Quarenta dias se revelaram um tempo demasiado longo para esperarem, aqueles, que esperaram livramento após centenas de anos. Tendemos a achar que, pelo fato de que Ele pode Deus “deve” atender nossos pleitos no tempo que desejamos. Ele podia ter abreviado o cativeiro também, se desejasse, mas, não fez; O Senhor É Soberano.

Segundo: A presunção. Dada a “demora” de Moisés quem disse que a solução seria confeccionar uma imagem semelhante às que viram no Egito? Justo, do domínio de tais deuses, O Senhor os resgatara com forte mão, como fariam algo frágil, derrotado para sua adoração? Preocuparam-se com suas comichões em ver “Deus”; não se deram ao trabalho de meditar, como isso pareceria ante O Eterno. Uma filha da presunção é a cegueira. “Façamos deuses que vão adiante de nós.” Ora, se, seria produção deles, tais deuses, óbvio que seriam inanimados, seriam carregados, invés de ir “adiante de nós” como disseram.

Terceiro: Cinismo. Depois de decidirem presunçosamente o que deveria ser feito, cinicamente atribuíram a Moisés o livramento, para fingirem-se descompromissados com Deus. “Moisés, homem que nos tirou da Terra do Egito...” Até hoje, pessoas de corações duros, insubmissas, invés de assumirem que se portam assim perante O Senhor fazem parecer que A Palavra de Deus é uma ideia do pregador; que desobedecendo-a, afrontam um homem, não, Deus.

Quarto: Loucura. Sim, apenas loucos tomariam decisões que podem custar vidas, baseados na ignorância, no que não sabem. “Não sabemos o que lhe sucedeu.” Não sabiam, sequer, de Moisés, mas, tencionavam agir como deuses.

Esses mesmos traços manifestos, então, vicejam, em nosso tempo; alguns, com maior pujança ainda. A pressa é notória nas “campanhas” de sete sextas-feiras disso, sete domingos daquilo, onde, “fiéis” estabelecem prazo para serem abençoados. Ensinos tipo, “Tomar posse da bênção,” oração atrevidas que dão ordens a Deus são rebentos da arrogância e da pressa gestados em ímpios ventres. Todavia, O Senhor tem um tempo pelo qual, Ele mesmo espera; e requer igual postura dos Seus: “Por isso, o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós; por isso se levantará, para se compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de equidade; bem-aventurados todos que nele esperam.” Is 30;18

A presunção permite que crenças que afrontam Às Escrituras Sagradas sejam a ela equiparadas. O Advento do Espírito Santo que ensinaria a Lembrar os ensinos do Mestre é equacionado com espiritismo, doutrina espúria que prega reencarnação invés de ressurreição; salvação por obras, invés do Sangue de Cristo. Pior: Se dizem cristãos. Outros nivelam tudo tendo por base suas paixões; dizem, todas as religiões são boas, como se, Cristo fosse uma; mascaram sua obstinação com drogas psíquicas com as quais traem a si mesmos, e a quem lhes escuta. Paulo foi categórico a respeito das heresias: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Gál 1;8

Os cínicos que recusam negarem a si mesmos, tomarem a cruz, invés de assumirem abertamente sua rebelião armam-se de maus exemplos, de obreiros mercenários, ( há tantos ) pra se justificarem dizendo que não se convertem por causa do testemunho de fulano, beltrano; contudo, os de bom testemunho ( também há ) são ignorados, pois, a postura desses não patrocina os falazes discursos dos cínicos.

Razões para conversão, ou, obstinação são internas, derivam do íntimo. “Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” Mat 15;19
Por fim, os loucos. Tomam decisões vitais baseados no que não sabem. Afirmam algumas porções fora do contexto, como se partes da Palavra fossem boas, outras, ruins. A loucura espiritual não é igual à demência que conhecemos; é a obstinação que recusa a ser instruído. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Prov 1;7 

Quando Paulo diz que, quem quiser ser sábio faça-se louco, está cotejando ironicamente as visões do mundo e a espiritual; não preceituando a loucura, estritamente.

Assim, apressados, presunçosos, cínicos, loucos modernos, também fazem seu bezerro particular, que invés de trazer Deus mais pra perto, apenas desperdiçam seu tempo, seu ouro. 

Agora, é o retorno de Cristo que se espera, não de Moisés; os que partem para “alternativas” deixam patente sua descrença. Tais, quando O Senhor voltar, terão ira, juízo, invés de refrigério. Esperemos no Senhor sem inventar.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Orar ou não, eis a questão!

“Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele, clamor, ou oração, ou, supliques, porque não te ouvirei.” Jr 7;16 “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor; porque não os ouvirei no tempo em que clamarem a mim, por causa do seu mal.” Jr 11;14 “Disse-me mais o Senhor: Não rogues por este povo para seu bem.” Jr 14;11

Um dos Atributos do Senhor, certamente, é Sua longanimidade, Paciência. Isaías O declara “Grandioso em perdoar”. Entretanto, se Sua Santa Paciência acabar, nenhuma oração será útil, ou, suficiente para fazê-lo mudar de ideia.

Era Sua nação de postura réproba perante Ele, que insistiu bastante através do ministério de Jeremias, para que houvesse correção de rumos, arrependimento. “Desde o ano treze de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até o dia de hoje, período de vinte e três anos, tem vindo a mim a palavra do Senhor, vo-la tenho anunciado, madrugando, falando; mas, vós não escutastes.” Cap 25;3

Vinte e três anos “Falando às paredes”. O Santo disse; basta! Ao seu servo, o profeta; não ores mais, descanse, acabou! Na introdução aos Provérbios também consta algo assim, vejamos: “Atentai para minha repreensão; pois, eis que vos derramarei abundantemente do meu espírito, vos farei saber minhas palavras. Entretanto, porque clamei e recusastes; estendi minha mão e não houve quem desse atenção; antes, rejeitastes o meu conselho, e não quisestes minha repreensão, também de minha parte, me rirei na vossa perdição, zombarei, vindo o vosso temor.” Cap 1;23 a 26

Então, quando Isaías nos exorta: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55;6 Não é uma figura apenas, mas, a realidade que, em dado momento, persistindo a obstinação humana, O Criador se coloca inacessível longe dos tais.

Soam ridículas, pois, certas “Orações poderosas” que circulam nas redes sociais, como se, compartilhando aquilo, ou, dizendo “Amém” alguém tivesse acesse ao “Trono da Graça de Deus.” Mediante o mesmo mensageiro ensinou como se deve orar: “Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração.” 29;13

Todavia, essa promessa esperaria para depois do juízo, os setenta anos de cativeiro em Babilônia, só então, O Santo seria achado no sentido de, os restituir, à sua Terra. “Serei achado de vós, diz o Senhor, farei voltar os vossos cativos e congregar-vos-ei de todas as nações, de todos os lugares para onde vos lancei, diz o Senhor, tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei.” V 14

Claro que, Deus disciplina os que se dizem seus, que invocam Seu Nome; os que se colocam alienados, não os corrige nem disciplina ainda; seria ministrar remédio aos mortos. “Já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, não desmaies quando por ele fores repreendido; porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há que o pai não corrija?” Heb 12;5 a 7

Aqueles, pois, que fazem o que lhes dá na telha, cometem toda sorte de pecados e nada acontece, não devem presumir que essa “liberdade” signifique inexistência de Deus; antes, é inexistência de vida espiritual neles, que os torna insignificantes para serem corrigidos.

Paulo escrevendo aos romanos lembrou-lhes, de quando eles eram assim, “livres pra pecar”; “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 depois, inquiriu sobre o “Saldo” daquela “liberdade”: “Que fruto tínheis então das coisas que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” V 21 Livres, porque, mortos. Quem se converte nasce de novo, não é tão livre assim, antes, sevo de Deus. Como tal, O Senhor disciplinará, corrigirá.

Ontem deparei com uma frase: “Para ser feliz, evite crenças que te limitem”. Ora, Deus nos limita aos parâmetros santos de Sua Palavra. Que, embora seu escopo seja, antes, nossa salvação, que felicidade terrena, promete, no porvir, um cenário onde não haverá lágrimas. Aqui é lugar de inscrição apenas, e o ingresso, mui estreito, da largura de uma cruz.

Qualquer crença, por bela e envernizada que se nos apresente, se, o alvo dela for o império das humanas vontades, é diabólica, suicida. Foi ele, o maligno que ensinou a autonomia, independência do Criador, ao custo da vida.

Enfim, não existe orações poderosas, mas, as que O Senhor aceita, outras, que “Não infrói nem diminói” melhor não fazer, nem perder tempo. Até um que fora cego de nascença sabia disso. “Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve.” Jo 9;31

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Os ladrões e o bilhete premiado

“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima... Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra; porque já estais mortos; vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3;1 a 3

Seguido deparo com pregadores usando a saga de José, ou, a passagem da viúva para qual Deus multiplicou o azeite, para estimularem seus ouvintes a desejarem coisas grandes, garantindo que Deus suprirá. Contudo, o que eles fazem parecer bíblico perante incautos, é obsceno diante de um olhar mais esclarecido.

Primeiro: José não desejou coisas grandes; sonhou o que sonhou, porque Deus decidiu mostrar o que pretendia fazer com ele; que só entendeu deveras, quando aconteceu. Portanto, não foi um sonho de José, antes, um plano Divino que envolveu sua vida.

Igualmente, a viúva, não planejou nada, apenas pediu socorro ao profeta, pois, se não pagasse sua dívida seus filhos seriam feitos escravos. Desse modo, nenhum dos eventos patrocina ganâncias carnais dos que anelam grandezas terrenas como se estivesse Deus, ao seu dispor.

Segundo: O Contexto, então, era da conquista da Terra Prometida, do estabelecimento do povo escolhido; após o Advento de Cristo é anunciado O Reino de Deus; e O Rei dos Reis disse: “Meu reino não é deste mundo.”

Logo, alguém pretender pertencer ao Senhor, e ainda apegar-se ferrenhamente às coisas materiais, das duas uma: Ou, não entendeu a significado de nascer de novo, ou, sequer, nasceu.

Novo nascimento requer a morte do velho homem, ou, mortificação, negando-lhe o controle sobre a Casa do Espírito Santo, para que esse, paulatinamente opere a santificação; nos capacite a juntarmos “Tesouros no Céu”; ou, buscarmos as coisas de cima, como exortou Paulo.

Dada a ignorância sobre os ensinos do Mestre, recapitulemos uns trechos: “Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? Qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? Quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam; vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. 

Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé? Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?... De certo vosso Pai celestial sabe que necessitais de todas estas coisas; mas, buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça; todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;25 a 33

Não que não devamos desejar prosperar em nossas vidas, antes, que isso não deve ser prioridade; essa, deve ser a busca do Reino de Deus, Sua Justiça.

Paulo escrevendo a Timóteo foi categórico ao denunciar a febre materialista: “...homens corruptos de entendimento, privados da verdade, cuidando que piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas, é grande ganho, piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.

Mas, os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e muitas concupiscências loucas, nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas, tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” I Tim 6;5 a 11

As palavras desses, laços, armadilhas, descem ao mais íntimo das pessoas que se identificam com sua febre. A vera mensagem, grave, com sal sob medida, é desprezada, pois, as pessoas querem bens terrenos, não O Supremo Bem, Jesus Cristo.

Como Esaú trocam o que é relevante, por um prato de lentilhas. Tais mensageiros usam um texto bíblico aqui, outro, acolá, como o pescador usa minhoca para disfarçar o anzol.

Ora, todo pregador que fizer a Bíblia parecer um bilhete premiado é ladrão. A Palavra é uma declaração de amor, sim; mas, que desafia ao caminho estreito, à cruz. Sem ela, nada feito. Com; o demais, é com Deus. “Entrega teu caminho ao Senhor; confia nele, e o mais, Ele fará.”