quinta-feira, 8 de junho de 2017

Orar ou não, eis a questão!

“Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele, clamor, ou oração, ou, supliques, porque não te ouvirei.” Jr 7;16 “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor; porque não os ouvirei no tempo em que clamarem a mim, por causa do seu mal.” Jr 11;14 “Disse-me mais o Senhor: Não rogues por este povo para seu bem.” Jr 14;11

Um dos Atributos do Senhor, certamente, é Sua longanimidade, Paciência. Isaías O declara “Grandioso em perdoar”. Entretanto, se Sua Santa Paciência acabar, nenhuma oração será útil, ou, suficiente para fazê-lo mudar de ideia.

Era Sua nação de postura réproba perante Ele, que insistiu bastante através do ministério de Jeremias, para que houvesse correção de rumos, arrependimento. “Desde o ano treze de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até o dia de hoje, período de vinte e três anos, tem vindo a mim a palavra do Senhor, vo-la tenho anunciado, madrugando, falando; mas, vós não escutastes.” Cap 25;3

Vinte e três anos “Falando às paredes”. O Santo disse; basta! Ao seu servo, o profeta; não ores mais, descanse, acabou! Na introdução aos Provérbios também consta algo assim, vejamos: “Atentai para minha repreensão; pois, eis que vos derramarei abundantemente do meu espírito, vos farei saber minhas palavras. Entretanto, porque clamei e recusastes; estendi minha mão e não houve quem desse atenção; antes, rejeitastes o meu conselho, e não quisestes minha repreensão, também de minha parte, me rirei na vossa perdição, zombarei, vindo o vosso temor.” Cap 1;23 a 26

Então, quando Isaías nos exorta: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55;6 Não é uma figura apenas, mas, a realidade que, em dado momento, persistindo a obstinação humana, O Criador se coloca inacessível longe dos tais.

Soam ridículas, pois, certas “Orações poderosas” que circulam nas redes sociais, como se, compartilhando aquilo, ou, dizendo “Amém” alguém tivesse acesse ao “Trono da Graça de Deus.” Mediante o mesmo mensageiro ensinou como se deve orar: “Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração.” 29;13

Todavia, essa promessa esperaria para depois do juízo, os setenta anos de cativeiro em Babilônia, só então, O Santo seria achado no sentido de, os restituir, à sua Terra. “Serei achado de vós, diz o Senhor, farei voltar os vossos cativos e congregar-vos-ei de todas as nações, de todos os lugares para onde vos lancei, diz o Senhor, tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei.” V 14

Claro que, Deus disciplina os que se dizem seus, que invocam Seu Nome; os que se colocam alienados, não os corrige nem disciplina ainda; seria ministrar remédio aos mortos. “Já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, não desmaies quando por ele fores repreendido; porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há que o pai não corrija?” Heb 12;5 a 7

Aqueles, pois, que fazem o que lhes dá na telha, cometem toda sorte de pecados e nada acontece, não devem presumir que essa “liberdade” signifique inexistência de Deus; antes, é inexistência de vida espiritual neles, que os torna insignificantes para serem corrigidos.

Paulo escrevendo aos romanos lembrou-lhes, de quando eles eram assim, “livres pra pecar”; “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20 depois, inquiriu sobre o “Saldo” daquela “liberdade”: “Que fruto tínheis então das coisas que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” V 21 Livres, porque, mortos. Quem se converte nasce de novo, não é tão livre assim, antes, sevo de Deus. Como tal, O Senhor disciplinará, corrigirá.

Ontem deparei com uma frase: “Para ser feliz, evite crenças que te limitem”. Ora, Deus nos limita aos parâmetros santos de Sua Palavra. Que, embora seu escopo seja, antes, nossa salvação, que felicidade terrena, promete, no porvir, um cenário onde não haverá lágrimas. Aqui é lugar de inscrição apenas, e o ingresso, mui estreito, da largura de uma cruz.

Qualquer crença, por bela e envernizada que se nos apresente, se, o alvo dela for o império das humanas vontades, é diabólica, suicida. Foi ele, o maligno que ensinou a autonomia, independência do Criador, ao custo da vida.

Enfim, não existe orações poderosas, mas, as que O Senhor aceita, outras, que “Não infrói nem diminói” melhor não fazer, nem perder tempo. Até um que fora cego de nascença sabia disso. “Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve.” Jo 9;31

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Os ladrões e o bilhete premiado

“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima... Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra; porque já estais mortos; vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3;1 a 3

Seguido deparo com pregadores usando a saga de José, ou, a passagem da viúva para qual Deus multiplicou o azeite, para estimularem seus ouvintes a desejarem coisas grandes, garantindo que Deus suprirá. Contudo, o que eles fazem parecer bíblico perante incautos, é obsceno diante de um olhar mais esclarecido.

Primeiro: José não desejou coisas grandes; sonhou o que sonhou, porque Deus decidiu mostrar o que pretendia fazer com ele; que só entendeu deveras, quando aconteceu. Portanto, não foi um sonho de José, antes, um plano Divino que envolveu sua vida.

Igualmente, a viúva, não planejou nada, apenas pediu socorro ao profeta, pois, se não pagasse sua dívida seus filhos seriam feitos escravos. Desse modo, nenhum dos eventos patrocina ganâncias carnais dos que anelam grandezas terrenas como se estivesse Deus, ao seu dispor.

Segundo: O Contexto, então, era da conquista da Terra Prometida, do estabelecimento do povo escolhido; após o Advento de Cristo é anunciado O Reino de Deus; e O Rei dos Reis disse: “Meu reino não é deste mundo.”

Logo, alguém pretender pertencer ao Senhor, e ainda apegar-se ferrenhamente às coisas materiais, das duas uma: Ou, não entendeu a significado de nascer de novo, ou, sequer, nasceu.

Novo nascimento requer a morte do velho homem, ou, mortificação, negando-lhe o controle sobre a Casa do Espírito Santo, para que esse, paulatinamente opere a santificação; nos capacite a juntarmos “Tesouros no Céu”; ou, buscarmos as coisas de cima, como exortou Paulo.

Dada a ignorância sobre os ensinos do Mestre, recapitulemos uns trechos: “Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? Qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? Quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam; vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. 

Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé? Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?... De certo vosso Pai celestial sabe que necessitais de todas estas coisas; mas, buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça; todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;25 a 33

Não que não devamos desejar prosperar em nossas vidas, antes, que isso não deve ser prioridade; essa, deve ser a busca do Reino de Deus, Sua Justiça.

Paulo escrevendo a Timóteo foi categórico ao denunciar a febre materialista: “...homens corruptos de entendimento, privados da verdade, cuidando que piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas, é grande ganho, piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.

Mas, os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e muitas concupiscências loucas, nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas, tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” I Tim 6;5 a 11

As palavras desses, laços, armadilhas, descem ao mais íntimo das pessoas que se identificam com sua febre. A vera mensagem, grave, com sal sob medida, é desprezada, pois, as pessoas querem bens terrenos, não O Supremo Bem, Jesus Cristo.

Como Esaú trocam o que é relevante, por um prato de lentilhas. Tais mensageiros usam um texto bíblico aqui, outro, acolá, como o pescador usa minhoca para disfarçar o anzol.

Ora, todo pregador que fizer a Bíblia parecer um bilhete premiado é ladrão. A Palavra é uma declaração de amor, sim; mas, que desafia ao caminho estreito, à cruz. Sem ela, nada feito. Com; o demais, é com Deus. “Entrega teu caminho ao Senhor; confia nele, e o mais, Ele fará.”

terça-feira, 6 de junho de 2017

Conta as bênçãos

“Porque toda a casa de meu pai não era, senão, de homens dignos de morte diante do rei meu senhor; contudo, puseste teu servo entre os que comem à tua mesa; que mais direito tenho eu de clamar ao rei?” II Sam 19;28

Mefibosete e sua humilde postura diante do recém retornado rei Davi, que fugira durante o levante de seu filho Absalão. Reconheceu que a casa de Saul era culpada em relação ao rei, e o simples ser acolhido na mesa da corte era já além da conta, não lhe cabia reivindicar mais nada.

Todavia, essa postura grave, com noção, que reconhece os benefícios recebidos, não é muito comum, infelizmente. Tendemos a ignorar o que possuímos, por muito que seja, e superdimensionarmos o que falta, mesmo que, não seja urgente, ou, vital.

A letra de certo hino cristão é um lembrete que cabe a cada um de nós; “Conta as bênçãos dize-as quantas são; recebidas da Divina mão; uma a uma, dize-as de uma vez; e verás surpreso quanto Deus já fez.” Tendemos a nos entediar com o normal; às vezes carecemos um fato novo para vermos como o “normal” é bom.

Ontem, retornava de Tio Hugo, onde trabalho, para minha casa em Soledade; chovera, a pista molhada requerendo dirigir com cautela; por dentro a inquietação, pressa de chegar. De repente, na metade do percurso, um enorme congestionamento, um acidente; o trecho que costumo fazer em aproximadamente meia hora, demorou duas.

Dada a gravidade do ocorrido, duas vidas se perderam carbonizadas num veículo utilitário que colidiu e incendiou; vendo isso, até minhas duas horas de percurso se tornaram insignificantes, quando me pus a pensar na imensa desgraça de se perder a vida assim.

Quem dirige todos os dias num trânsito meio insano, estradas muito mal sinalizadas, esburacadas, pior, sob chuva como nos últimos dias, somente chegar são e salvo é já uma grande bênção.

Ocorre-me a gratidão expressa em um Salmo: “Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito?” Sal 116;12
Bonita postura, de gratidão por ser abençoado, mas, sempre com a febre humana da troca fisiológica, tipo, toma lá dá cá, como ensinam os da “prosperidade”.

Não que O Senhor que abençoa não deseje nada; Ele não deseja coisas, mas, que Seu amor seja correspondido. As coisas, já possui, como diz noutro hino: “Da tua casa não tirarei bezerro, nem bodes dos teus currais. Porque meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes; minhas são todas as feras do campo. Se, eu tivesse fome, não te diria, pois, meu é o mundo e toda a sua plenitude. Comerei eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes?” Sal 50;9 a 13

Adiante, ensina: “Oferece a Deus sacrifício de louvor; paga ao Altíssimo os teus votos. invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.” Vs 14 e 15 Ou, mediante Miquéias foi mais específico sobre o que espera dos tencionam corresponder ao Seu amor. “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; que é o que o Senhor pede de ti, senão, que pratiques a justiça, ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?” Miq 6;8

Diferente da sugestão do inimigo, pois, que nós mesmos decidiríamos o bem e o mal, O Senhor reservou a Si o direito de decidir o que nos é bom. No texto de gênesis 12, da chamada de Abrão, onde, O Eterno prometeu abençoar ele e sua descendência, desafiou-o: “Sê tu, uma bênção”! Óbvio que para isso carecemos ser abençoados, pois, não podemos dar do que não temos. Porém, quando descemos do pedestal do egoísmo e nos dispomos a servir sendo uma bênção a outrem, O Santo é conosco. Sua “Simples” presença é já uma bênção inaudita. E quantas vezes, mesmo não nos dando o que pedimos, nos faz chegar às mãos, coisas que sequer sonhamos, e são bênçãos grandiosas!!

Então, diferente dos ensinos de orações petulantes, blasfemas, tipo: “Determino, decreto, ordeno, não aceito”, sejamos gratos pelo que O Santo nos fez chegar às mãos, e pacientes pelo que anelamos e ainda não veio. Pode que nem venha, se, Ele, que sabe o que é bom, decida por algo melhor.

Afinal, como Mefibosete ante o Rei, nós e nossa casa também éramos dignos de morte perante O Senhor; entretanto, nos amou de modo tal, que fez com que nossos “méritos” recaíssem sobre Seu Filho Amado, Jesus; e imputa-nos os inefáveis Méritos Dele, se, somente O seguirmos, obedecermos. Que direito temos de reclamar?

“Quem acolhe um benefício com gratidão, paga a primeira prestação da sua dívida.” ( Sêneca )

O Efeito PT

“Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um”. - Fernando Sabino

Essa frase, aparentemente sábia traz em seu bojo uma contradição dialética, um cabo-de-guerra que, desde sempre tem sido puxado pelos ditos, liberais, de um lado, e, os “socialistas” do outro.

O mesmo ponto de partida, nivelamento das condições sócio-econômicas, tentado em países como Polônia, Romênia; extintas, Tchecoslováquia, União Soviética, Alemanha Oriental e demais nações do leste europeu, é o postulado da “justiça” comunista.

Já, a chegada dependendo de cada um, atenta ao prêmio pelo mérito, pelo trabalho, que é justo, a defesa dos que adotam a postura liberal como conceito econômico e político.

Acontece que o Estado “Socialista” não se contenta em nivelar a partida dos cavalos, deixando livremente cada um, desenvolver seu galope; antes, restringe, limita se faz tutor de tudo; do que se pode fazer, dizer, pensar, crer... Não se trata, pois, como dizem seus mentores, de oportunidades iguais, antes, de subserviência ao deus-estado, que, embora, eventualmente use o termo democracia, não tolera dissenso, oposição. Persegue, prende, mata, pois, a única igualdade que perdura é que todos são coagidos a pensar o que o Estado autoriza, não mais.

Aí, vem a censura à imprensa eufemisticamente batizada de “controle social da mídia”, discriminação ideológica premiando com altos postos os alinhados, e deixando os demais no esquecimento, e a consequência inevitável: Uma vez que o mérito, o trabalho, já não contam como estímulo, as nações que adotam esse sistema, inevitavelmente empobrecem, como se viu nos países citados, bem como, Cuba, Bolívia, Venezuela, exemplos mais recentes.Quando deparo com pessoas presumidamente inteligentes defendendo isso, duvido da minha inteligência, ou, da delas...

É falacioso esse discurso que, alguém é a favor dos pobres, ou, dos ricos, como se essa dualidade abarcasse todo arcabouço ideológico possível. E, não existe mais ponto de partida; temos de “pegar o barco andando” afinal, não inventamos a sociedade agora. Chegamos atrasados pra inauguração e temos que lidar com ela como está; uma mescla de ricos remediados e pobres.

Ora, com a carga de impostos que pagamos, temos recursos sobejos para sermos um país desenvolvido, com excelentes estradas, escolas, professores, médicos, policiais, serviços de primeira relevância, bem assalariados. Por que não é assim? Por causa da corrupção.

Esse monstrengo é mui versátil e se amolda a qualquer sistema; viveu bem com a turma do Renan, Sarney, Barbalho et caterva, e logrou colossal upgrade com o advento da Esquerda no poder, os governos do PT. Aí, deprecio e abomino isso, eu, que acreditei e votei no PT um dia, e, invés de ser acusado de ter despertado, após cometer um erro, sou taxado de elitista, coxinha, reacionário, conservador, burguês, o cacete.

Ora, lidemos com fatos, não palavras. Certas frases circulam nas redes e são bem didáticas: “Votei no Aécio, você no Lula, dois ladrões; a diferença que quero o Aécio preso; você quer Lula presidente novamente.” Ou, “Aécio foi delatado na Lava Jato, perdeu a presidência do PSDB; Gleisi foi delatada também, foi eleita presidente do PT.” Dois fatos venéreos como diria, certo humorista. Como lidamos com eles?

Será a esquerda algo tão bom, que, mesmo ladra, amoral e imoral, inda é melhor que uma visão mais liberal? Mas, diria alguém, os da “direita” se corromperam também. Sim, mas, são apenas corruptos por conta própria, paguem pelo que fizeram, não foram canonizados como “guerreiros do povo brasileiro.”

A recém eleita Gleisi disse que seu partido não fará autocrítica, pois, não é uma organização religiosa. Assim, danem-se os fatos; vivam os discursos obscurantistas!

Todavia, mantendo-me no foco dos fatos, porém externos, comparemos o “status quo” de países liberais: Onde os pobres são mais pobres, nos países “socialistas” citados, ( muitos faliram ) ou, em países de economia de mercado, liberais, como Suécia, Dinamarca, Noruega, Alemanha, Japão, Austrália, Canadá, Nova Zelândia, ou, os malditos Estados Unidos?

Aliás, alguém já deparou com jovens estudantes desses países de “coxinhas” querendo intercambiar com Cuba, Venezuela, Bolívia, ou, Coréia do Norte? Lidemos com fatos, reitero. Eles insistem em gritar contra a falácia comunista.

Ora, o ponto de partida comum, possível, é a igualdade de oportunidade de trabalho para todos, com salários decentes, mas, até isso nosso governo “Socialista” estragou legando 14 milhões de desempregados ao cenário atual.

Se, queremos deveras, mudar isso, limpemos a bunda com bandeiras, e escolhamos para gerir a nação, ano que vem, gente com ficha limpa, sem traços de corrupção, e com competência; basta da estultícia romântica de achar bonito uma sociedade que deveria luzir conhecimento, ser gerida por analfabetos.

“Muitos homens, como as crianças, querem uma coisa, mas não as suas consequências.” José Ortega Y Gasset

domingo, 4 de junho de 2017

Pílulas de farinha

“Oh! quão fortes são as palavras da boa razão! Mas, que é que censura vossa arguição?” Jó 6;25

Jó enfadado da presença dos loquazes amigos, com muitas falas, nenhum discernimento; muita “doutrina”, nenhuma empatia. Tudo que sabiam dizer era se arrependesse dos seus erros, reconciliasse com Deus; suas cogitações, que o sofrimento do infeliz era consequência de pecados.

Ainda que assim fosse, redargüiu, ele, em dado momento, sua aflição e dor eram tais, que deveriam ser compassivos; “Ao que está aflito deveria o amigo mostrar compaixão, ainda que deixasse o temor do Todo-Poderoso.” Cap 6;14 Adiante, ampliou a ideia: “Falaria eu também como vós, se, vossa alma estivesse em lugar da minha, ou amontoaria palavras contra vós, menearia contra vós minha cabeça? Antes, vos fortaleceria com minha boca, e a consolação dos meus lábios abrandaria vossa dor.” Cap 16;4 e 5

Uma coisa que nos deveria ser elementar: Quando a demanda for por compaixão, empatia, deixemos a doutrina, as exortações, para momento oportuno; ajudemos, como o samaritano, sanando às feridas. Porém, as coisas não são assim, infelizmente.

As facilidades tecnológicas por um lado nos dão asas, por outro, nos endurecem, desumanizam. Todos têm acesso às redes sociais, podemos compartilhar idéias, que, mesmo profundas, não requerem de nós que conheçamos mais que a superfície; aí, estultos posam de sábios, carnívoros, de espirituais. Brincamos de apascentar “tropas de ossos” virtuais e nos sentimos partícipes da Obra de Deus.

Pior é o efeito colateral dessa sapiência mecânica, esse “cristianismo” de esteira, de academia; não satisfeito ao supor-se genuíno, inda faz contraponto a outros que “comem gafanhotos e mel”. Digo; sofrem agruras do deserto, para se manterem íntimos de Deus.

Quantas vezes deparei com a frase: “Deus não escolhe os capacitados; Ele capacita os escolhidos.” Ok. Contudo, esse Divino Capacitar demanda sofrimento, entrega, obediência, humildade. Pois, a capacitação espiritual tem outra têmpera, que muitas vezes prescinde de cultura, polidez, loquacidade, coisas que a carne tanto aprecia. Essas armas são periféricas; Deus pode fazer Sua Obra sem elas, usando pessoas rudes, toscas, culturalmente; entretanto, íntimas Dele, obedientes, experimentadas.

Paulo que era tão culto quanto se poderia ser em seu tempo, alertou: “Porque, vede, irmãos, vossa vocação; não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos nobres que são chamados. Mas, Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são.I Cor 1;26 a 28

O que quero dizer com isso? Que cultura, polidez, eloqüência são coisas más? Não. Que ministério espiritual não deriva de autônomas iniciativas, antes, requer escolha por parte do Senhor. Podemos como os amigos de Jó ter muitas palavras e ignorarmos as carências reais da alma humana, ou, desconhecermos a Fonte que alegamos fluir por nós; Deus.

A diferença entre um remédio que sana enfermidades e um placebo, é que esse, diverso daquele, é um simulacro, sem o princípio ativo, portanto, ineficaz. Igualmente, pretensões espirituais nos lábios de quem não pratica, não passam de pílulas de farinha, mera encenação.

Quando Paulo ensinou que nossas palavras deveriam ser temperadas com sal, no fundo, requeria isso: Que soassem verdadeiras; tivessem sabor de coerentes, temperadas com um testemunho conforme, para soarem eficazes aos que ouvirem. Aliás, o mesmo Jó acusou as falas de seus amigos dessa falta: “Comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo? Minha alma recusa tocá-las, pois são para mim como comida repugnante.” Cap 6;6 e 7

Na verdade, iniciativas autônomas fazem dano à Obra de Deus, o “trabalho” dos enxeridos, acaba dando trabalho aos escolhidos, desde o início da Igreja. “...alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento...” Atos 15;24

Os frutos dos que saíram por conta foi perturbação doutrinária; agora, vejamos as credenciais dos que foram escolhidos e enviados para corrigir: “Pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns homens e enviá-los com os nossos amados, Barnabé e Paulo, homens que já expuseram as suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.” Vs 25 e 26

Assim, os escolhidos não o são para “brilhar”; antes, para que exponham as próprias vidas por amor à Obra de Deus.

Façamos a escolha que nos cabe, apenas, e essa, independente de ministério, nos fará abençoados. “Os céus e a Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30;19

sábado, 3 de junho de 2017

Vitória; só que não

“O Senhor disse a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela, da casa de teu pai, para a terra que te mostrarei.” Gên 12;1

Alguém disse que sentimos nas mudanças certo alívio, inda que estejamos mudando para pior. Embora não seja verdade absoluta, em muitos casos, nos perece mesmo, assim. O desapego d’onde saímos, bem como, eventuais possibilidades da nova meta se encarregam de forjar em nossas almas, tal estado emocional. Todavia, sempre mudamos daqui pra acolá. Digo; de um lugar para outro, não é o jeito natural de nosso agir, deixarmos o porto seguro para derivar no mar.

Contudo, na chamada de Abrão O Eterno ordenou que deixasse sua terra, seus parentes, por um alvo inda desconhecido; “uma terra que te mostrarei.” Assim, lícito nos é concluir que Deus chama primeiro, à confiança em Si, Sua Palavra; depois, às conseqüências disso, sejam bênçãos, sejam, provas. O Fato de confiarmos Nele, pois, não é salvo-conduto contra intempéries da vida, antes, certeza de que, mesmo nelas, Sua Fidelidade e Presença, nos assistirão. “Quando passares pelas águas, estarei contigo, quando pelos rios, não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem, chama arderá em ti.” Is 43;2

Infelizmente, no meio evangélico atual, grassa, um imediatismo doentio que tenta situar de modo pontual, algo que deveria estender-se por toda nossa vida. A Vitória. Não raro deparo com a “Chave” dela atrelada a certo “amém” ou, compartilhamento de alguma mensagem, quiçá, basta que a receba. Gostaria de saber o que essas pessoas tentam conceituar como “Vitória”. Não existe conquista pontual que possa ser aquilatada como vitória, no sentido pleno; nem a própria conversão, pois, essa demanda a perseverança até o fim, para se verificar.

Mesmo, eventualmente, reconhecendo bons passos em determinadas comunidades de convertidos, as cartas do Apocalipse colocaram a vitória como desafio, uma possibilidade; não, algo, já, por elas obtido. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Quem vencer não receberá o dano da segunda morte.” Apoc 2;11 etc. Parece que a primeira qualidade dos vencedores espirituais é ter bons ouvidos quando O Espírito Santo Fala.

A maioria do que se vislumbra em nosso horizonte é conquista de coisas, sendo avaliada de modo errôneo; elas são meios, não, fins. Paulo foi ao encontro da morte como um atleta vencedor subindo ao pódio: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” Sua vitória custou-lhe a vida.

Certas afirmações são tão obscenas, no escopo da lógica, que trazem em si mesmas, sua antítese, sua negação. Parece o Lula oferecendo-se como solução para os problemas que ele criou, ou, sugerindo que ninguém combate a corrupção como seu partido. Assim, pessoas, com alvos egoístas, rasteiros, mesquinhos, batizando-os de vitória. Ora, essas coisas também os do mundo aplaudem, buscam; Tiago ensina que ter esse tipo de “amizade” é adultério espiritual, mui longe de ser vitória.

Na verdade, abster-se de pecar, arrepender-se, confessar ao falhar, e descansar no que Deus prometeu, mesmo que inda não vemos, é uma forma vitoriosa de viver. “Porque todo que é nascido de Deus vence o mundo; esta é a vitória que vence o mundo, nossa fé.” I Jo 5;4 Como “Fé sem obras é morta”, devemos pautar nosso agir pelo nosso crer, daí: “buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Enquanto estivermos num corpo de carne e sangue, ainda que, possamos viver de modo vitorioso, nos adequando às demandas para herdar a Vitória de Cristo, só um hipócrita negará, que convivemos diariamente com pequenas derrotas, quiçá, grandes. 


Paulo chamou de vitória, cabalmente, o momento em que seremos libertos, de vez da natureza corrupta, perversa, e seremos revestidos de Cristo. “Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. Quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.” I Cor 15;53 e 54

Assim como a morte foi a consequência do pecado, da queda, é, justo, contra esse, o pecado, feitor da perdição, que devemos vencer, sendo obedientes, mesmo que ao custo da vida. “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4

Enfim, como fez com Abrão, Deus chama primeiro à confiança irrestrita em Si, a andar por fé. Seguir assim é como dirigir sob densa neblina. Enxergamos pequeno trecho de estrada, e só veremos adiante, depois de percorrermos aquele que vemos. Ló deslumbrou-se com a visão ampla das campinas de Sodoma e Gomorra; Abrão abdicou do direito de escolher terra, pois, escolhera Deus.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

O Falso testemunho, "de Deus"

“Quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; sem derramamento de sangue não há remissão.” Heb 9;22

Deparei com um vídeo onde a petista “evangélica”, Benedita da Silva fala a uma platéia “vermelha”, incitando-os a “fazer a hora”, não mais esperar, pois, disse, “ na minha Bíblia está escrito: Sem derramamento de sangue, não há remissão”. Foi aplaudida de pé.

O texto não é cabal sobre purificação, pois, diz: “Quase todas as coisas...” Despojos de guerra, por exemplo, seriam purificados com fogo, água, conforme a tipo de material. “Toda a coisa que pode resistir ao fogo, fareis passar pelo fogo, para que fique limpa, todavia, se purificará com água da purificação; mas, o que não pode resistir ao fogo, fareis passar pela água.” Números 31;23

Entretanto, sangue de animais substitutos era oferecido pelos pecadores arrependidos para purificação das almas. A oferenda preferencial era um cordeiro, ou, bezerro; caso fosse pobre, dois pombos, ou, extremamente pobre, menos que isso, sem sangue, até. “Porém, se em sua mão não houver recurso para duas rolas, ou dois pombinhos, então, aquele que pecou trará como oferta a décima parte de um efa de flor de farinha, para expiação do pecado; não deitará sobre ela azeite nem lhe porá em cima o incenso, porquanto é expiação do pecado.” Lev 5;11

De qualquer forma, a redenção, ou, remissão, abordada na Bíblia, sempre, referia-se à reconciliação com Deus, por parte de alguém que pecou. Deveria patentear esse sentimento mediante o ritual prescrito e estaria redimido.

Teria a oradora, em mente, esse tipo de remissão, e de sangue quando citou A Palavra de Deus? Na verdade, após O Calvário, nem mais aquele sangue, de animais, que era um tipo profético da Remissão por Cristo, se requer, pois, tal sangue, não removia pecados, embora, justificasse temporariamente. “Vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior, e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes, bezerros, mas, por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado eterna redenção.” Heb 9;11 e 12

Assim, não se aponta mais, legitimamente, para derramamento de sangue remidor, antes, para o Feito Maravilhoso de Jesus Cristo, Suas Virtudes, Seus Méritos; a Eficácia plena e Eterna de Seu Sacrifício, que Pedro chamou de, “Aspersão.” Disse que os crentes são, “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo”. I Ped 1;2

Como a citada parlamentar se diz evangélica, deveria fazer isso, quando cita a Bíblia e tão nobre tema, a redenção. Todavia, bem sabemos que a “redenção” que eles têm em mente, traz dois aspectos distintos; primeiro: Retomar o poder nem que seja na marra, quebrando tudo, como fizeram e Brasília, das mãos dos “golpistas”. Segundo: A volta do assistencialismo demagógico, populista, desregrado, que chamam, “inclusão social” redenção dos pobres. Claro que desejo que os pobres desfrutem melhores condições, só, discordo dos métodos que a esquerda propõe.

Notemos que a “inclusão” Divina facilitou as coisas para os pobres; não possuíam um cordeiro, dois pombos, bastaria; se, nem isso, uma porção de farinha. O indispensável é que estivessem arrependidos dos pecados; os meios pra demonstrar isso lhes eram facilitados. Entretanto, apesar desse cuidado com os pobres, A Palavra de Deus jamais patrocinou algo, tipo, um sistema político que tire de uns e dê a outros, a despeito de méritos, como se, a pobreza fosse mérito. Antes, avisou: “Sempre tereis pobres convosco”.

Afinal, salvos casos de indigência, condições adversas, que demandam ajuda, mesmo, muito da pobreza é conseqüência de vadiagem, aversão ao trabalho. Nesses casos a “redenção” se dá com o “sacrifício” do próprio sangue, músculo. Paulo foi taxativo: “Quem não quiser trabalhar, que também, não coma”. Simples assim.

Não sou adepto da idéia que evangélico não pode ser político; não deve escandalizar, corromper-se, dar mau testemunho. Agora, evocar a Santa Palavra do Eterno, como se Ele patrocinasse suas paixões político-partidárias, é um colossal falso testemunho, pois, faz parecer que O Altíssimo está ao rés do chão; rasteiro, como rasteira e suja é, a política, sobretudo, em nosso País. Mais que falso testemunho; é profano.

Sobre derramamento de sangue humano, A Bíblia tem um apreço diferente do pretendido por Benedita: “Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá; se, alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto. Aqui está a paciência e fé dos santos.” Apoc 13;10

Em suma, sejam políticos os evangélicos que quiserem, abracem bandeiras que lhes aprouver, malgrado, as discrepâncias com sua fé; Deus julgará a cada um. Contudo, quando tratarem das coisas “de César” não as misturem, com as de Deus.