sábado, 19 de novembro de 2016

Sofrimento cristão tem limite?

“Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre.” Jó 2;9

Para a esposa de Jó, a sinceridade do servo deveria ser mantida dentro de certo limite; se, Deus ousasse testá-lo além, já era. À perda dos bens e filhos, suportou, mas, da saúde também, aí já era demais.

Uma coisa que ela, nem os mercadores espirituais atuais lograram entender, é que não existe integridade parcial, condicional. Integridade, como a palavra sugere, deriva de algo inteiro, total, cabal.

Assim, quem consegue “amar a Deus de toda sua alma, coração, entendimento”, mesmo ao aguilhão de duras circunstâncias, não “desama”. Embora, não entenda os desígnios do Criador, entende que Ele é confiável, tanto quando nos abençoa, quanto, quando nos permite sofrer. Isaías versou sobre isso: “Quem há entre vós que tema ao Senhor, ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Ademais, “amor” que vige somente quando desfruta prazeres, recompensas, não passa de egoísmo envernizado. Não era dessa estirpe o de Jó, malgrado, fosse, em parte, o da esposa. Adiante, disse: “Ainda que ele me mate, nele esperarei; contudo, meus caminhos defenderei diante dele.” Cap 13;15

Seguro da fidelidade Divina, e, da própria integridade. Abalos, incompreensões, mesmo os íntegros sofrem. Pois, quando O Eterno falou, acusou-o de falar sem conhecimento, não, de falta de caráter; disse: “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?” Cap 38;2

Então, nossa mente finita, limitada, não está apta a entender todas as coisas; há mais entre o Céu e a Terra, do que supõe nossa vã filosofia, como disse Shakespeare. Contudo, podemos entender o essencial; Deus nos ama. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira...” Jo 3;16; “Deus prova seu amor para conosco, pois, Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Assim, não permite nenhum sofrimento a nós, que Seu bendito Amor não julgue necessário; seja pela têmpera a incutir, para queimar nossas impurezas na “fornalha da aflição”, quiçá, como colheita de algum plantio indevido, ou, mesmo, tendo em vista a bênção de outros, como no caso de Jó, cujo sofrimento inefável, é, hoje, nosso tribunal de apelação quando pensamos explicar o sofrimento dos justos.

Paro o cristianismo raso atual, o “negue a si mesmo” tem sido equacionado com certas abstinências pontuais, comerciais, em cima das quais, “determinam, decretam, exigem” a realização do “Eu” inda entronizado, disfarçado de morto, contudo, muito vivo.

Paulo também não via limite até onde pudesse preservar seu amor, antes, patenteou: “Segundo minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda confiança, Cristo será, tanto agora, quanto, sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim, viver é Cristo, e, morrer é ganho.” Fp 1;20 e 21

Finalmente, a Epístola aos Hebreus coteja a mesma “linha de chegada” como sofrimento possível, aos que correm a carreira espiritual: “Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. Ainda não resististes até ao sangue, combatendo o pecado.” Cap 12;3 e 4

Em suma, cristianismo vero é alistamento militar, para pelejar em terra estranha. Isso requer entrega tal, que quase nos faz indiferentes às coisas da vida prática, se, temos chamada ministerial, sobretudo; “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.” II Tim 2;4

Contudo, invés da têmpera que vence olhando adiante pela fé, vemos frouxidão moral engajada. Gente que não quer deixar suas comichões devassas e sujas, pleiteando a “desconstrução dos valores judaico-cristãos” em prol da “Teologia inclusiva” onde os pecados passariam a ser definidos pelos seus gostos, não, pela “radical, ultrapassada” Palavra de Deus.

Que Deus sofra a relativização da Sua Palavra, mas, os “cristãos” não se dispõem à cruz, de maneira nenhuma. Ora, se precisamos reescrever ditos Daquele que afirmou: “Minhas Palavras não hão de passar”, de duas uma: Ou, O achamos ignorante, imperfeito, ou mentiroso. Eis, uma geração seguindo à risca o conselho da mulher de Jó: “Amaldiçoa Deus, e morre.”

Por fim, muitos que dizem que, creem na Palavra como é, sem alterações, se fizeram tais, que invés de clamarem por arrependimento, justiça, laboram por números, pelejam por lã. Se, eventualmente mencionam à saga de Jó, é para enfatizar que Deus lhe deu em dobro o que perdera, não, que se dispôs a perder a vida sem perder a integridade.

Desgraçadamente, pilantras profanos enganam ensinando a fugir de um sofrimento necessário que terá recompensa, e, conduzem a outro, eterno, que será a recompensa, dos maus.

domingo, 13 de novembro de 2016

A marca da heresia

“No qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.” Ef 1;13 e 4;30

Estudos adventistas sobre a “Marca da Besta” que estão na NET defendem que, a tal, é a observância do domingo. Seria uma contrafação do inimigo ao “Selo de Deus” que, segundo eles, é o sábado. Citam: “Ata o testemunho, sela a lei entre meus discípulos.” Is 8;16, ou: “Demais lhes dei também meus sábados, para servirem de sinal entre mim e eles; a fim de que soubessem que sou o Senhor que os santifica.” Ez 20;12 etc. Baseados nisso concluem que o sábado é o selo de Deus.

A mudança sacrifical do Velho para o Novo testamento é pacífica, todos entendem. Saímos dos sacrifícios imperfeitos, tipos proféticos, para o Perfeito Cordeiro de Deus. Contudo, a transição da Lei para a Graça ainda segue sob um véu, para muitos.

Não significa, isso, que a graça seja sem lei. Antes, que sendo a Lei, espiritual, como ensinou Paulo, e na era da Graça sendo-nos, dado, O Espírito Santo, podemos transcender à superficialidade e chegar ao seu Espírito.

Os superficiais se contentavam em não matar; o Espírito da Lei tolhe, odiar; os superficiais ensinavam não adulterar, o Espírito requer, nem desejar; etc. Assim, a graça não é sem Lei, é sem legalismo. Quanto ao sábado, O Senhor disse que é lícito fazer o bem, nele. Mal, aliás, é ilícito todos os dias.

O selo de Deus, como mostram os dois versos iniciais, é O Espírito Santo. Paulo O contrapõe à Lei, como sendo, aquela, agente da morte, Esse, da vida. “O qual, também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas, do espírito; porque a letra mata, mas, o espírito vivifica.” II Cor 3;6

Invés de alianças, a Lei, “Aio para nos conduzir a Cristo” trazia espada, sua ameaça realçou, sobremodo, nossa carência do Salvador. Ele sela aos que creem, com Seu Bendito Espírito Santo, que, por Sua vez, “Sela a Lei” nos entendimentos dos discípulos, promessa dada a Jeremias, reiterada em Hebreus. “Porque repreendendo-os, diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá um novo pacto. Não segundo o pacto que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para tirar da terra do Egito; pois, não permaneceram naquele pacto, e, para eles não atentei, diz o Senhor. Ora, este é o pacto que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor; porei minhas leis no seu entendimento, em seu coração escreverei; eu serei seu Deus, e eles serão meu povo; não ensinará cada um ao seu concidadão, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior. Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, de seus pecados não me lembrarei mais. Dizendo: Novo pacto, tornou antiquado o primeiro. O que se torna antiquado, envelhece, perto está de desaparecer.” Heb 8;8 a 13

Assim, os do Velho Pacto ainda têm dez mandamentos, os do Novo, pelo Espírito, condensam em dois, como ensinou O Mestre: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo teu coração, toda a tua alma, e todo teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mat 22;37 a 40
Ou, abstraídos os alvos, podemos resumir mais: “O amor não faz mal ao próximo. De modo que, amor, é o cumprimento da lei.” Rom 13;10
Segundo sua hermenêutica, a passagem de Apocalipse onde os anjos são ordenados a deterem os quatro ventos até que sejam selados os servos de Deus, significa que não haverá calamidades naturais antes que os escolhidos guardem o sábado?? O Espírito Santo vem sendo dado desde o pentecostes, e, ventos tem feito estragos concomitantemente. Então, é provável que a interpretação seja outra.

A “Estatura de Cristo” que O Espírito Santo tenta nos dar, entre outras coisas, protege contra “ventos de doutrina”.

Paulo ensinou: “Pois, todos quantos são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.” Gál 3;10
“Mas, agora fomos libertos da lei, havendo morrido para aquilo em que estávamos retidos, para servirmos em novidade de espírito, não, na velhice da letra.” Rom 7;6

sábado, 12 de novembro de 2016

Filhos de Deus, ou, filhos da outra?

“... no lugar onde se dizia: Vós não sois meu povo, se dirá: Vós sois filhos do Deus vivo.” Os 1;10

Justiça Divina junto com Sua misericórdia. Oseias casara com uma prostituta por ordem do Senhor, tivera três filhos; ao terceiro deveria chamar, Lo-Ami, que significa, não meu povo, como sinal profético do juízo, por causa das suas prostituições espirituais. Assim, o que nascera da relação de um justo e uma infiel, levaria o nome da rejeição; O Senhor estava rejeitando aquele estado de coisas, julgando.

Entretanto, olhando para dias mais distantes, prometeu, que, da semente dos, então, rejeitados, faria uma porção incontável de “filhos do Deus vivo”.

A questão da filiação espiritual era insipiente ainda. Em situações de certa paz, obediência, sentiam-se povo de Deus, servos de Deus, não, algo íntimo, como, filhos de Deus.

Parece que, bastava-lhes ser da “semente santa”, “Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, fazei as obras dele. Mas, agora procurais matar a mim que vos falei a verdade que de Deus ouvi; isso, Abraão não fez.” Jo 8;39,40

Se, suas obras destoavam do modo de agir do ascendente famoso, mesmo assim, não se sentiam como Lo- Ami, filho de uma prostituta, antes, eram “filhos de Deus”. “...Replicaram-lhe: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus.” V 41

Aí, Jesus expôs sua incoerência, pois, faltava certa qualidade no DNA espiritual de seus opositores; “Respondeu-lhes Jesus: Se Deus fosse vosso Pai, vós me amaríeis, porque saí e vim de Deus; não vim de mim mesmo, Ele me enviou.” V 42

Em nossos dias não é diferente, todos sentem-se filhos de Deus, malgrado, escolham caminhos opostos à Vontade do Pai. Quantos devassos, dissolutos, adúlteros, ladrões usam dizer: “Deus é Pai, não é padrasto; também sou filho de Deus”.

Contudo, algumas coisas são necessárias se, alguém pretende ter relação de filho, com O Eterno. O Salvador ensinou: “... se, alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus... O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do Espírito é espírito.” Jo 3;3 e 6

Como se dá o nascimento, espiritual? “A todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

Então, a filiação requer que recebamos Jesus, o amemos, condição necessária aos pretensos filhos de Deus; e, amor, é muito mais intenso que, mero sentimento, como devaneiam alguns, envolve entrega, comprometimento, obediência. “Se, me amais, guardai meus mandamentos.”

Ou, na pior das hipóteses, ao termos falhado na obediência, que, pelo menos, sejamos maleáveis, não, refratários ante à disciplina do Senhor. “Já vos esquecestes da exortação que vos admoesta como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, nem desanimes quando por ele és repreendido; pois, o Senhor corrige ao que ama, açoita a todo que recebe por filho. É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como filhos; pois, qual é o filho a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos se têm tornado participantes, sois então, bastardos, não filhos.” He 12;5 a 8

Vivemos numa geração devassa, imoral, mentirosa e sem noção. O Senhor mandou às favas o “politicamente correto” e colocou o dedo na ferida dos seus oponentes: “Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, pai da mentira. Mas, porque digo a verdade, não me credes.”vs 44 e 45

O DNA espiritual não tem a ver com ácidos das células, e demais coisas, do físico, antes, orbita em torno de nosso apreço, ou, desapreço, pela verdade. Assim como O Eterno deixa patente sua rejeição aos que se dão à prostituição espiritual, também propaga Seu anelo de gerar “Filhos do Deus Vivo” mediante O Salvador.

Como filhos naturais exibem traços físicos dos pais, os renascidos hão de ter uma “fisionomia” espiritual que lembre Seu “irmão mais velho”, Jesus Cristo, a Face visível do Pai. “...que todos cheguemos à unidade da fé e pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo;” Ef 4;13

Se O Eterno disser: “Vós não sois meu povo” nada valerá teimarmos como a turma do “não vai ter golpe”, gritos não mudam os fatos. Mas, o arrependimento, entrega, mudam o ser, o pensar, a relação, por fim, a eternidade.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Trump, o continente está "endireitando"?

Mas, a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia.” Tg 3;17

Dentre as muitas qualidades da “Sabedoria do Alto”, me ponho a pensar sobre as duas últimas do rol; “Sem parcialidade, sem hipocrisia”. Todos os defeitos são danosos, mas, esses dois, em especial. Ora, nos muitos aspectos que abrangem a vida humana, em nenhum, as pessoas são mais parciais do que o são, na política.

Afinal, essa é feita de partidos, que, como o nome sugere, são apenas partes do todo, fragmentos pequenos, ou, em caso de bipartidarismo, como nos Estados Unidos, aproximadamente a metade do bolo. 

Vemos no, atuar dos políticos, invariavelmente, eles, pondo em relevo suas pretensas qualidades, bem como, realçando os defeitos imputados aos adversários. Notem que tanto defeitos quanto, virtudes, carecem condicionais como, pretensa, e imputados, pois, no altar da política a primeira vítima imolada é sempre a verdade, de ambos os lados. Assim, é justo a infecção da parcialidade que pede ajuda para sua irmã gêmea, a hipocrisia.

Os que veem na eleição de Trump para a Casa Branca, um acidente pontual, um tiro no pé, dado pelo eleitorado, americano, esquecem de considerar que, não foi só o presidente que venceu, mas, os republicanos fizeram ampla maioria para o Senado e para a Câmara, de modo que, explicações simplistas, nada explicam.

Os democratas, sabemos, estão no poder há oito anos, e, se após isso, receberam tal “crítica” dos cidadãos de lá, quanto mais defeitos alistarem no vasto cartel de Trump, mais incisivos ficam os erros cometidos pelos partidários de Obama, pois, preferiram aquele a esse, e sua indicada, malgrado os muitos lapsos do vencedor. Para fazer uma análise imparcial, pois, os democratas devem ter feito péssimo trabalho, o que os levou a perderem assim, para alguém, tão ruim.

Ao terem que escolher entre um machista e uma abortista, talvez, as pessoas tenham pensado no mal menor. Entre o gayzismo e o conservadorismo, uma sociedade conservadora tende a marcar sua posição, malgrado a avalanche midiática que tentou empurrar goela abaixo, a candidata mais liberal.

A mim não interessa colar em Trump virtudes que ele não possui; tampouco, defeitos em Hillary. Estou tentando, vendo de fora, fazer a análise mais imparcial possível, do que teria levado os americanos a escolher dessa forma.

Ninguém trai a si mesmo conscientemente, pode se enganar na avaliação, mas, escolhe sempre o que lhe parece melhor. Se, as “favas contadas” do “IBOPE” de lá deram outra conta, possivelmente, esses vícios da parcialidade e hipocrisia atingiram institutos de pesquisas também.

Acho estranho os que acusam Trump de racista concluírem que seu potencial eleitoral adveio de “brancos, ignorantes, acima de 45 anos, de áreas rurais”. Ora, isso reduz seu “curral eleitoral” a menos de 5%, nem no subdesenvolvido, Brasil, chagariam a tanto, e ele fez mais de 50%, portanto, nessa análise, mais traços da parcialidade e da hipocrisia. Explicações alicerçadas em preconceitos, para explicarem a vitória do preconceituoso, aí, não dá.

O fato continental é que, depois de uma guinada à esquerda da América Latina, e do Norte, pois, os democratas são a esquerda possível, por lá, depois disso, digo, a Argentina mudou, o Brasil deu mostras disso na última eleição municipal, Venezuela também, de modo que o continente vai gradativamente “endireitando” de novo, numa espécie de dialética hegeliana, onde cada período é uma “tese” social, sucedido de sua antítese.

Se, a esquerda teve sua vez e deixou a peteca cair, certamente não foi por nenhum “golpe” como bradam certos jumentos de cá, antes, porque se revelaram incompetentes, melhores de marketing, que, de trabalho. Cidadãos satisfeitos são eleitores fiéis.

No Brasil, temos o legado de 12 milhões de desempregados, e uma dívida de 170 Bilhões, fraudes e mais fraudes nos programas sociais, corrupção no superlativo. Na Venezuela o povo causa tumultos nas ruas, pois, há fome e escassez de alimentos.

Agora, malgrado a manipulação da imprensa e institutos de pesquisas, os americanos deram um sonoro basta, aos democratas. Alguém disse que sentimos nas mudanças, certo alívio, ainda que, estejamos mudando para pior; pode ser o caso nos States. Mas, o desejo de mudar, não deriva da satisfação com o “status quo”, antes, do descontentamento.


Assim, quanto mais boçal fazem o Trump parecer, mais vergonhosa a derrota dos seus adversários. Pois, uma coisa seria Grêmio, ou, Inter perderem um Grenal, derrota para adversário de grandeza similar; outra, ser derrotado por um timeco qualquer, da terceira divisão. Urge, pois, que os democratas reconheçam algum defeito em seu legado, quiçá, qualidade no adversário, ou, concluam que, não obstante sua estirpe puro sangue, foram humilhados por um pangaré.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Falsa liberdade

“Se, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” Jo 8;36

Quando O Senhor enfatiza, “verdadeiramente”, está aludindo à falsa sensação de liberdade, que, no contexto, referia-se a ser escravo do pecado. Dissera: “...todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.” V 34 Contudo, seus ouvintes presumiam-se, livres. “Somos descendentes de Abraão, nunca fomos escravos de ninguém...”

Eis, a primeira vítima do escravo do pecado, a honestidade. A descendência de Abraão fora presa quatrocentos anos, no Egito, pontualmente, viveram cativeiros sob assírios, midianitas, mais tarde, setenta anos, submeteram-se ao domínio babilônico-medo-persa, e, naquele momento que altercavam com o Senhor, estavam debaixo do jugo romano, entretanto, diziam, “nunca fomos escravos de ninguém.”
Sendo a constituição humana, tal qual, é, corpo, alma e espírito, o verdadeiramente livre, há de sê-lo, em todos os aspectos do ser. A rigor, os corpos são livres, relativamente, enquanto, almas estão presas em suas dependências; o espírito, sem o novo nascimento, está morto.

Nicodemos, o príncipe, foi ter de noite com Jesus, porque era prisioneiro dos constrangimentos religiosos; o jovem rico voltou as costas, quando tocado seu “Tendão de Aquiles” o amor ao dinheiro. Antes, O Salvador manifestara as algemas da hipocrisia dos que queriam apedrejar à mulher adúltera estando cheios de pecados também. Enfim, nossas prisões são multifacetadas, embora, se possa, como fez O Senhor, sintetizar em poucas palavras: “Escravos do pecado”.

O problema que acentua a dificuldade de libertar tais, é que eles gostam da sua servidão; o pecado dá prazer nos dias do seu viço. Seus praticantes são cegados de modo a crer que seus deleites eventuais são frutos, quando, na verdade, são ilusões durante uma época de semeadura.

“Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres em relação à justiça. Que fruto tínheis então, das coisas de que agora vos envergonhais? Pois, o fim delas é a morte. Mas, agora, libertos do pecado, feitos servos de Deus, tendes vosso fruto para santificação, por fim, vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas, o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.” Rom 6;20 a 23

Vemos que ele não cogitou de frutos eventuais, durante o “plantio”, mas, acentuou seu fim, morte. Noutra parte ampliou: “Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; tudo que o homem semear, também ceifará. Porque, quem semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas, quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8

O risco é o engano; o prazer imediato alienado de Deus, equivale a semear na carne, cujo fim, é a corrupção, a perdição; andar segundo Deus e Sua Palavra iguala-se a andar em Espírito, o “sine qua non” para desfrute da vida eterna. Por isso, O Salvador equacionou a verdadeira liberdade à permanência em Sua Palavra, à obediência, disse: “...Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; conhecereis a verdade, a verdade vos libertará.” J 8;31 e 32

Isaías, antevendo o ministério do Senhor, descreveu da seguinte forma: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, proclamar liberdade aos cativos, e abertura de prisão aos presos;” Is 61;1

Dois tipos de detentos como alvo; presos, e cativos. Sabemos que, os primeiros são restringidos da liberdade dentro de determinado espaço onde são relativamente, livres, as celas, o pátio; os cativos, são presos dentro da prisão, como Paulo e Silas, em Filipos.

Assim somos, os pecadores. Uns, apenas presos ao pecado acostumados, afeitos às práticas que, mesmo dando eventual prazer, são feitoras da morte eterna; outros, cativos, presos dentro da prisão, dependentes de vícios, que já não podem sair sem ajuda de outrem, tal o estreitamento e limitação de movimentos, na “solitária” onde foram jogados pelo carcereiro mor, o príncipe desse mundo.

Se, os judeus, com todo seu histórico de cativeiros “podiam” dizer, “Nunca fomos escravos de ninguém”, natural que, os pecadores também acreditem-se livres, capazes de se conduzirem bem com seus próprios meios. Outro dia, a jornalista aquela que assumiu ser lésbica, disse: “Sou lésbica sim, mas, Deus está comigo.” Não é mais a Palavra de Deus que diz o que Ele aprova, antes, cada um, segundo suas conveniências.

Contudo, segundo O Senhor, os verdadeiramente livres permanecem na Sua Palavra. Essa, abona tudo o que está escrito, na Lei, nos Salmos e nos Profetas, não deixa espaço para inserções, omissões, e mais, promete Seu Espírito apenas, aos que, “Crerem em mim, como dizem as Escrituras.” 

As almas livres, tomam, por amor, o jugo de Jesus, e se fazem, Dele, servas. As demais, ainda são escravas do pecado, mesmo que tenham asas.

domingo, 6 de novembro de 2016

O "Poder" da oração

“Rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus; para que seja livre dos rebeldes da Judéia, e que minha administração, que em Jerusalém faço, seja bem aceita pelos santos; para que, pela vontade de Deus, chegue a vós com alegria, possa recrear-me convosco.” Rom 15;30 a 32

Muito pode ser dito sobre esse fragmento da carta de Paulo, porém, quero deter-me sobre um aspecto: “Combatais comigo nas vossas orações... pela Vontade de Deus.” Uma pergunta é necessária em virtude disso: Se, Deus é Todo Poderoso, tem uma vontade formada sobre as coisas, por que devo, ainda, orar pedindo isso?

Ocorrem-me, três razões; a) sedimentar minha dependência Dele; b) exercitar minha confiança no Amor Divino; c) identificar-me com Seu Santo propósito, aprendendo amar o que O Eterno ama. Sendo seres arbitrários, quais, somos, que outra forma melhor de firmarmos nossas escolhas, que, orando?

Amiúde, escolher a Vontade de Deus requer negação da minha, natural, pelo menos. Sem isso, minhas orações, por fervorosas que pareçam, não passam de manifestações egoístas, carnais; têm tudo para dar em nada. O mesmo Paulo ensinou: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual, a boa, agradável, perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

A “Razão” do Espírito, pois, requer sacrifício da natureza caída, o que enseja um andar desalinhado aos valores do mundo, possível, apenas, à aquisição de nova mentalidade, renovado propósito, consorciado ao querer Divino.

Quando, mediante Isaías, Deus propõe para conversão, uma nova mentalidade, enfatiza Sua Grandeza em perdoar, pois, nosso antigo modo de pensar, é pecaminoso, requer arrependimento, perdão. “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” Is 55;7

Desse modo, diverso do que muitos “mestres” fazem parecer, invés de lutarmos em oração até que Deus nos dê o que querermos, devemos orar, para que, sejamos livres de nossas tendências pecaminosas, que ofuscam-nos de ver, que o que Deus Quer para nós, é melhor; muito acima das nossas mais “profundas” orações. “Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são os meus caminhos mais altos do que os vossos, e, meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;9

Assim, nosso “livre arbítrio” não é tão amplo como gostaria a natureza pós queda. Restringe-se a escolher “andar em Espírito”, segundo Deus, ou, na carne, associados ao maligno que conhece e tripudia das suas fraquezas. Não existe “terceira via”; como na eleição americana; pode-se votar na Hillary, ou, no Trump apenas. Quem decidir alienar-se do processo, será governado por um, ou, outro, necessariamente. “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou, do pecado para a morte, ou, da obediência para justiça?” Rom 6;16

A maioria das nossas orações, requer como resposta um não! de Deus, são momentos em que se cala, e, somos incentivados pelo Espírito Santo, a repensar nossos alvos. Fé hígida, invés de supor-se uma força que instigará Deus a fazer o que quer, é, antes, confiança inabalável na Sabedoria e Bondade Divinas, de modo que, sei, que, mesmo não recebendo nada do que desejo, estarei recebendo exatamente o que preciso, pois, Deus me ama, cuida de mim.

Enfim, é vital que conheçamos a Vontade Divina expressa em Sua Palavra, para que, de acordo com ela, façamos nossas orações. Independência espiritual foi um comício da oposição; falso, pois, ao instigar o homem a quebrar sua dependência de Deus, o inimigo o colocou sob dependência sua; ser, desprovido de qualquer virtude, que desconhece a misericórdia.

Sem essa de idolatrar ao “poder da oração”; Elias fez parar de chover por três anos e meio, pois, sabia ser o Propósito Divino; Deus estava julgando um reino apóstata e idólatra. Noutro contexto, não seria ouvido. Assim, a “oração feita por um justo pode muito nos seus efeitos”, porque, os “justos” se deixam transformar segundo a “Mente de Cristo” para conhecerem o Coração do Pai. Tampouco, “poder da fé”; essa, é, antes, um laço afetivo que nos faz agradáveis a Quem possui todo poder. “Sem fé é impossível agradar a Deus...” Heb 11;6

Quando a longanimidade Divina se gasta e Ele decide julgar, oração nenhuma, pode mudar isso. “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem me supliques, porque eu não te ouvirei.” Jr 7;16

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Escudos humanos

Coro de vergonha alheia quando vejo pessoas que deveriam ter neurônios, elogiando embasbacadas à “visão política” da petralhinha títere, por nome de Ana Júlia, que falou um monte de besteiras na Assembleia Legislativa do Paraná.

Vou pinçar as mais estúpidas. Disse: “Temos o direito de ocupar, porque a escola é nossa.” Nossa, de quem? Dos alunos? Quais? Os dez por cento, truculentos, que ocupam usando a educação como pretexto para seu “Fora Temer”?

Escola é um bem público, portanto, de todos. Dos demais alunos, contrários ao sequestro, dos seus pais, e, de todos os cidadãos pagadores de impostos, mais que, dos estudantes que usufruem algo pelo qual, nada pagaram ainda, sua vida de pagadores de impostos ainda nem começou, deveras.

Segundo a “filósofa” da alfafa, os demais devem acatar as decisões do “coletivo”, no caso, a horda minoritária de truculentos que se impõe aos demais. Totalitarismo intelectual; os canhotos “pensam” os demais, obedecem, essa é a “democracia” que conhecem.

Defendeu ainda partidos na escola, sem os quais, faltaria senso crítico, segundo ela. Ora, para eles, os canhotos, é ético usar um espaço de todos, para promoção de interesses peculiares de poucos, pois, ou o sujeito é de esquerda, ou, não tem senso crítico, uma faceta mais, do totalitarismo ideológico que ruminam.

Uma vez discuti com uma besta dessas, e ao me posicionar contra a esquerda o imbecil começou a recitar “O Analfabeto Político” de Bertholt Brecht; para ele, pois, ou o sujeito é canhoto, ou, analfabeto; seu “alfabetismo” porém, era apenas vomitar ideias alheias e genéricas, que podem servir a qualquer viés ideológico, mas, o analfabeto era eu, claro!

Pelo que foi soprado, através da adolescente, fantoche, é essa a ideia deles, de senso crítico; se opor a tudo e a todos que não rezem por suas idiossincrasias.

Ora, Crítica, segundo entendidos deriva do grego Kritikos, e significa capacidade para fazer julgamentos, do verbo Krinei, separar, decidir, julgar. O que a esquerdalha faz nos colégios é lavagem cerebral, nada mais.

Formar cidadãos com senso crítico, demanda ensinar todas as alternativas políticas, sua origem, história, e deixar que cada um decida livremente, segundo sua consciência. Entretanto, para eles, ou, estão no poder, ou, estão boicotando-o.

Sua ideia de oposição não é um pensar diferente e lutar democraticamente por isso; antes, impedir ao diferente de governar. Suportamos treze anos de PT no poder, com Mensalão e tudo, eles não suportam três meses de Temer, que era seu vice.

Pergunte esses ases do “senso crítico” em que consiste a PEC 241, e 90% sequer sabe do que se trata. Uma coisa tão óbvia, que sequer careceria de ser lei para ser seguida, a restrição de que se gaste mais que se arrecada. Tivesse o governo do PT seguido isso, e não teria caído.

Por fim, disse que os deputados estaduais estavam “com as mãos sujas de sangue,” porque um jovem dos “ocupantes” foi morto por outro num ambiente onde o “coletivo” não permitia a entrada de ninguém, exceto, políticos identificados com eles, na verdade, os ventríloquos das ideias “dos estudantes.”

Mesmo, a corrupção superlativa que patrocinaram no país, sendo causa de milhares de mortes, graças à deficiência na saúde, conservação de estradas, etc. nenhum deles tem mãos sujas de sangue; aliás, Che Guevara homem de milhares de fuzilamentos de opositores, por razões meramente políticas, também tem as “mãos limpas”, afinal, é de esquerda. 

Esse é o “senso crítico” dessa escória moral; só os diferentes derramam sangue, mesmo não tendo nada a ver, como se deu em Curitiba; eles, no máximo, lutam por um mundo melhor, mesmo que, para isso, fuzilem inocentes. Que nojo tenho da desonestidade intelectual!

Pobre menina, todo um futuro, e todo um cérebro, ambos intocados ainda, mas, está sendo induzida a sacrificar ambos, pior, admirada e aplaudida por muitos, quando, infelizmente, é digna de pena.

Cansei de gritar que a coisa não é ideológica, mas, criminal; safados, corruptos, lobotomizam inocentes úteis e usam como escudos humanos para valhacouto de ladrões. 

Gente que nada sabe do que, realmente interessa, ainda, incapazes para uma redação decente de vinte linhas, já quer ser protagonista de um novo país; tiveram treze anos para mostrar o que sabem, e deu nisso.

Um esquerdista da gema que respeito, Pepe Mujica disse: “Política não é lugar para ficar rico; quem o deseja, entre para o comércio, a indústria, não é pecado; política, é para servir o povo.” Entrou e saiu pobre do governo do Uruguay.

Olhem as fortunas do Dirceu, Palocci, Lula e família, e vejam se são mesmo “socialistas” ou, apenas safados manipuladores de incautos para proveito próprio. 

“A estupidez tem de terrível o poder assemelhar-se à mais profunda das sabedorias.” Valéry Larbaud