domingo, 31 de julho de 2016

Incertas trombetas

Então o Espírito do Senhor revestiu a Gideão, o qual tocou a buzina, e os abiezritas se ajuntaram após ele.” Jz 6;34

Havia entre as tribos de Israel três modos de tocar trombetas; um, para levantar acampamento; outro, para reunir-se na “Tenda da Congregação”; por último, o toque marcial, que convocava soldados à peleja. Paulo ensinando a disciplina no uso do dom de línguas lançou mão disso como alegoria: “Se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?”  Preparar-se para a batalha ordenada por Deus, estava em jogo na convocação de Gideão.

Sem me aprofundar nisso, por ora, veremos outra nuance da questão: Se, foi o Espírito do Senhor que motivou Gideão ao feito, vamos pensar nas ações que empreendemos após a habitação Dele, em nós.

No Velho Testamento, Sua atuação sobre o homem era eventual, nas vidas de profetas, reis, sacerdotes, não, uma permanência contínua, como se dá aos filhos do “Novo Nascimento”.

Quando Samuel foi ungir Saul como rei, apontou alguns sinais horizontais que pautariam a marcha daquele, depois, o essencial: “O Espírito do Senhor se apoderará de ti, profetizarás com eles, tornar-te-ás um outro homem. E quando estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão, porque Deus é contigo.” I Sam 10;6 e 7

Esse, “faze o que achar a tua mão” não significa que O Espírito de Deus nos dá carta branca, antes, porque Deus é conosco, os pleitos Dele passam a ser nossos. Somos convocados, e convocamos outros ao Combate do Senhor.

Quem se pretende cheio do Espírito Santo, e, ainda é egoísta, mesquinho, raso, terreno, materialista, das duas uma: Ou, é uma fraude factual, o Espírito não o habita de fato, mas, o espírito do mundo inda o domina, ou, é um falido moral, no qual O Espírito Santo até habita, mas, entristecido, lutando com um fardo pesado.

Lembrei uma frase antiga: “Quando você aponta uma estrela para um imbecil, ele olha para a ponta do seu dedo.” Assim, o Espírito Santo aponta para o Alto, novos valores, perspectivas, vida eterna, riquezas que não se corrompem, mas, seu hospedeiro parvo, devaneia com as delícias da carne, corruptível.

Claro que, o convertido não cria asas e deixa o existenciário pretérito estando acima das tentações; antes, passa a ter dupla natureza, carnal e espiritual. A primeira é acossada pelos instintos animais, a segunda, alimenta-se da Palavra de Deus, e mostra sua “saúde” no silêncio de uma boa consciência, de quem anda, conforme a luz que possui.

Paulo ilustra os conflitos dessa dupla natureza: “Porque o que faço não aprovo; pois, o que quero, não faço, mas, o que aborreço isso faço. Se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas, o pecado que habita em mim.” Rom 7;15 a 17 A vontade perversa induz a certas coisas, que a consciência incorruptível reprova. Esse é o gládio de todo o convertido; uma luta interior para escolher a própria vontade, ou, a Divina.

Um pouco antes, Paulo ensinara a esses duplos arbitrários: “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis; do pecado para a morte, ou, da obediência para a justiça?” Cap 6;16

Depois, uma promessa radiante aos que, movidos pelo Espírito Santo, encaram a cruz, e tomam para si a Vontade Divina: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Cap 8;1 e 2

Então, quando ouvimos certos trombeteiros dizendo que chamam à Peleja do Senhor, mas, invés do pecado, das tentações, da corrupção carnal, a “luta” proposta é pela fama, dinheiro, prosperidade, e vaidades afins, com um mínimo de discernimento podemos ver, que o “Gideão” em questão usa Deus como pretexto aos seus interesses rasos, invés de ser usado pelo Espírito Santo nos pleitos do Altíssimo.

Ouso dizer que as pessoas que seguem aos maus líderes, raramente o fazem enganadas; antes, seguem-nos porque se identificam com a doença do “pastor”, “bispo”, “apóstolo”, ou, “missionário” em questão. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Um ministro movido pelo Espírito Santo convoca à Peleja do Eterno; essa, é contra o pecado, o mundo, o maligno. Suas armas e inimigos são espirituais, as recompensas, idem. Aqui sol e chuva abençoam justos e injustos; lá, sem as vestes nupciais, ninguém entra

quinta-feira, 28 de julho de 2016

O último vinho

“Todo o homem põe primeiro o vinho bom, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas, tu guardaste até agora o bom vinho.” Jo 2;10

Interessante confissão do jeito humano de ser, por ocasião do milagre de Jesus, transformando água em vinho. Todo homem põe primeiro o bom vinho, depois que a galera está meio “alta”, o inferior.

Claro que esse “todo” é uma hipérbole, cujo alvo é realçar o jeito comum de ser da maioria, não pretende ser uma verdade absoluta, um escrutínio exaustivo do “modus vivendi” humano.

Entretanto, essa faceta nossa vai muito além do vinho; digo, em geral as pessoas mostram primeiro, ou, somente, o que acreditam ser suas melhores qualidades, ocultando, tanto quanto podem, seus defeitos. Por isso costumamos dizer que os outros sempre nos decepcionam. Claro que, formamos nossas expectativas a partir das primeiras impressões que nos passam, e, como fazem tudo para nos causarem as melhores, nossas expectativas também são altas.

Pense um instante, você que está lendo, quantas pessoas já te surpreenderam para cima, e quantas, para baixo. Digo, quantas, depois da primeira impressão se revelaram melhores do que pareceram, e quantas, piores.

Na verdade, nossa capacidade para o engano vai muito além, da de enganar aos outros; conseguimos “melhor” que isso, enganamos a nós mesmos. Alguém disse, não recordo quem, que, “O melhor negócio da terra seria comprar os homens pelo que valem, e revendê-los pelo que pensam que valem.”

Nosso “bom vinho”, pois, não raro, é fermentado nos arcaicos tonéis da presunção, e, o simples fato de precisarmos ser seletivos em nossa exposição, é já uma implicação de apurada autocrítica; de nos reconhecermos, ao menos em parte, feios, seja no âmbito moral, espiritual, estético... Como nas fotos da moda as pessoas buscam seus melhores ângulos, fazem caras e bocas pra exporem suas selfies, também as almas, buscam seus trejeitos psíquicos para saírem “bem na foto” da encenação social.

Infelizmente, nossas faculdades foram atingidas de tal modo, por ocasião do pecado, que, mesmo a noção de nossa maldade carece perspicácia, profundidade; assim, ao mero fato de vislumbrarmos outros cujo agir os faz parecer piores que nós, ante esse cotejo circunstancial, já nos presumimos, “bons”.

A Palavra de Deus não foi dada para massagear nosso ego pecaminoso, antes, denunciá-lo. Por isso diz: “Não há um justo sequer”; “Não um que seja bom, senão, Deus.” Sei que escrever algo radical assim fere certos orgulhos, mas, a simples existência desses, constata que a afirmação é verdadeira.

Deus, Onisciente como É, não alimenta ilusões a respeito de nossos caracteres. Mediante Isaías, nos desnuda: “Mas todos nós somos como o imundo, todas as nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

Não combina, pois, com a Excelsa Sabedoria Divina esperar o “bom vinho” de nossas uvas mirradas. Denunciou certa vez que Seu povo escolhido o decepcionara, no tocante a isso; “Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?” Is 5; 4

Na verdade, quando O Salvador pediu de beber no auge da agonia, nossos representantes deram a “mostra do pano”: “Afrontas me quebrantaram o coração, estou fraquíssimo; esperei por alguém que tivesse compaixão, mas, não houve nenhum; por consoladores, mas, não os achei. Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre.” Sal 69;20 e 21

Sabendo o que podemos produzir, O Senhor requer que reconheçamos a ruindade de nosso vinho, primeiro, ( arrependimento, confissão ) para que, o bom vinho da regeneração no Espírito Santo, o novo nascimento, possa, enfim, ser milagrosamente produzido em nós, se, tão somente nos esvaziarmos de nossas pretensões, e deixarmos Ele nos encher com a Bendita Água da Vida.

Depois da queda, nenhum homem, por melhor que tenha sido, logrou ser outra vez, “imagem e Semelhança”, como fora o primeiro. As melhores videiras ainda davam frutos degenerados, uvas bravas. Por isso, Jesus Cristo, o “Segundo Adão”, pautou a diferença entre si, homem sem pecados, e os demais, dizendo: “Eu sou a videira verdadeira, meu Pai é o lavrador.” Jo 15;1

Diverso dos homens, Deus deixa o melhor para o fim, por isso, desafia à renúncia, entrega, obediência; a cruz. Aos que forem aprovados na sala de testes da vida terrena, propõe bem aventurança eterna, festa nos Céus, as Bodas do Cordeiro.


Assim, O Santo nos ordena que semeemos com lágrimas, e garante que ceifaremos com alegria. O homem dissimula defeitos com máscaras de qualidades, Deus corrige-os podando seus ramos, para que, as virtudes que ensina e fomenta frutifiquem inda mais.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

A entrega errada

“Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Heb 11;3

Não obstante alguns dizerem que a fé é cega, temos ela aqui em consórcio com o entendimento, que é produto da razão.

O entendimento sempre é uma reação racional em face a determinada informação, uma vez que, não podemos entender o que ignoramos. Se, eventualmente algum “insight” nos vem sobre coisas que desconhecemos, isso deve ser tributado à intuição espiritual, não, ao entendimento, que poderá advir depois, quando os fatos corroborarem a intuição.

E, o Evangelho é o conjunto de informações básico que deve ouvir todo o que almeja ingressar no Reino de Deus. O Velho testamento, com suas profecias, tipos proféticos, história, livros sapienciais, enfim, é um segundo escalão na gama de informações que deve ter todo aquele que, além de ser salvo anseia conhecer Deus, Sua relação com o homem. Não estou aquilatando valores sobre partes da Bíblia, apenas, traçando uma rota lógica dada nossa situação no tempo, se, desejamos salvação, e anexo, conhecimento do Senhor.

O Evangelho é, antes de tudo, um desafio à fé; depois, via discipulado, edificação, vão se encaixando peças no imenso “Lego” Divino, e construindo uma ponte entre o espiritual e o racional. Primeiro a fé atrai à cruz, que enseja uma separação do jeito de ser do mundo, para imitar Cristo; essa separação induz o entendimento a tornar-se alinhado com Deus, mediante o conhecimento de Sua Vontade. Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 1 e 2

Entretanto, todos parecem entender de futebol, medicina, e Deus. Nesses assuntos todos dão pitacos, nem sempre, com o necessário entendimento. Se, no futebol, arbitram as paixões, na medicina caseira, um chá que não faz bem, geralmente, não faz mal, nas coisas de Deus não é tão simples assim.
Há mais de setecentas mil palavras na Bíblia, onde, além de falar de nós, Deus fala de si. Desse modo, temos amplo material para exercitarmos nossa fé e entendimento.

Todo dia deparo com textos religiosos onde alguém “entrega” seu dia, sua semana, seu emprego, seus familiares, a direção de um culto, nas mãos de Deus, para que Ele cuide. Não é certo fazer isso? Bem, suponhamos que você leitor, trabalhe com entrega de remédios. Seu meio de transporte está cheio dos tais. Como reagiria se, outrem pedisse que lhe entregasse laticínios, carnes ou, outra coisa qualquer, fora de seu ramo? Por certo dirias que não podes entregar o que não possuis.

Que somos arbitrários é pacífico; somos senhores de nossas vontades; isso foi feito por Deus. Posso desejar que O Eterno abençoe, proteja aqueles que me são caros, mas, eles não estão em meu domínio para que, eu abdique disso, comissionando ao Senhor em meu lugar, o que O faria meu servo, invés de, ser eu, servo Dele, como convém.

O meu caminho, minhas escolhas pessoais estão em meu poder, para que eu aja conforme as inclinações do meu coração. São esses, caminho, ( escolhas ) e coração, ( sentimentos ) que devo entregar, se, deveras, pretendo ser servo de Deus. O mais, não passa de arrogância blasfema, ainda que, religiosa. “Entrega teu caminho ao Senhor; confia nele, o mais, ele fará.” Sal 37;5 “Dá-me, filho meu, o teu coração, os teus olhos observem os meus caminhos.” Prov 23; 26 Notemos que, entregar meu caminho ao Senhor é um pouco mais que renunciá-lo; é escolher para mim os caminhos Dele.

Alguns compartilhas suas “Orações poderosas.” Desculpem a franqueza, mas, não existem orações poderosas. Apenas, orações que o Todo Poderoso aceita, e responde favoravelmente.


Os “sábios” conselheiros de Jó estavam “fora da casinha”, Deus os censurou e mandou que pedissem oração ao leproso Jó, pois, esse era aceitável ante Ele. “...oferecei holocaustos por vós, o meu servo Jó orará por vós; porque deveras a ele aceitarei...” Jó 42;8 Tiago também aludiu ao tema, oração, e derivou sua eficácia de um caráter justo de quem ora, pois, um assim é aceitável ante O Altíssimo. “Confessai as vossas culpas uns aos outros, orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg 5;16 Notemos que o “justo” em questão tem culpas a confessar. Pois, Deus não chama aos perfeitos, antes aos arrependidos que se deixam aperfeiçoar. Aos tais, O Senhor Justiça Nossa, justifica.

domingo, 24 de julho de 2016

Sinais nos céus, na terra

Assim diz o Senhor: Não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis dos sinais dos céus; porque com eles se atemorizam as nações.” Jr 10;2

Se, no prisma econômico, cultural, civilizatório, a chamada globalização é um processo irreversível, no âmbito moral, espiritual, aqueles que temem ao Senhor não devem ser tão “globalizados” assim. Pois, as nações, os então, gentios, têm seus próprios caminhos alienados de Deus.

No contexto, observavam certos “sinais” dos céus, e em virtude disso esculpiam deuses  conforme suas doentias inclinações. “São como a palmeira, obra torneada, porém não podem falar; certamente são levados, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois, não podem fazer mal, tampouco têm poder de fazer bem.” V 5

Historiadores dizem que algo semelhante a um meteoro teria caído nas proximidades de Éfeso, o que deu origem à imagem da deusa Diana, cujos seguidores tanto atrapalharam ao apóstolo Paulo. Não há referências que esses sinais sejam causados por deuses falsos buscando adoração, mas, que os tais sumirão no pó, quando O Criador vier a requerer Seus “direitos autorais”. “Os deuses que não fizeram os céus e a terra desaparecerão da terra e de debaixo deste céu. Ele fez a terra com o seu poder; ele estabeleceu o mundo com a sua sabedoria, com a sua inteligência estendeu os céus.” Vs 11 e 12

Quando da criação, O Eterno disse que sol e lua serviriam de sinais, para tempos, estações. Mais, anunciou a vinda do Salvador com uma estrela. Porque a Ele, os astros obedecem, como de resto, os ditos fenômenos naturais; “Fazendo ele soar a sua voz, logo há rumor de águas no céu, faz subir os vapores da extremidade da terra; faz os relâmpagos para a chuva, e dos seus tesouros faz sair o vento.”

Não há imagem que seja melhor, aceitável, chamem-na pelo nome que a chamarem. Seja “Jesus” “Nossa Senhora” “santos” ou, o que for. Meros ídolos, todos detestáveis aos Santos Olhos do Senhor. “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; minha glória, pois, a outrem não darei, nem, meu louvor às imagens de escultura.” Is 42;8

Para o inimigo também não há diferença, qualquer imagem serve, bem como, qualquer nome para a mesma. A que fora Diana em Éfeso emprestou seu rosto à “Nossa Senhora”, à “Estátua da Liberdade” em Nova Iorque e finalmente em nosso país figurou como efígie de moedas, dizendo seus mentores, aos incautos, que era uma “Imagem da República”.

Por quê, qualquer imagem serve ao propósito satânico? Porque seu alvo é cegar às pessoas. Isso se pode fazer com venda de qualquer pano. “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4

Notemos que, o inimigo cega para que não vejamos a glória, o caráter de Cristo, que é a Imagem de Deus. O homem que foi criado Imagem e semelhança do Eterno, deixou de sê-lo por lapsos morais, espirituais, não físicos; desse modo, a regeneração deve se dar onde degenerou, não, onde permanece como o original. Ademais, um qualquer prostrado ante um bibelô de humana feitura mostra também um lapso intelectual, extrema burrice achar que depende de algo frágil, que depende dele para se “mover”.

Sabemos que a idolatria não se restringe a imagens, há ídolos de carne e osso, sendo endeusados, bem como, o amor ao dinheiro usurpando em muito, o culto do Eterno. Nenhum ídolo é melhor que o outro; todos vãos, espiritualmente mortos. O dinheiro cumpre sua função tríplice de avaliar, transformar e conservar, bens e serviços. O que passar disso é malsão.

Por fim, a globalização caminha célere para unificar moedas e religiões. Isso que, quando atingido será celebrado como o fim dos conflitos, a paz mundial, não passa de moderna Babel, motim planetário contra a Imagem de Deus, Jesus Cristo. “Por quê, se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas?” Sal 2;1 a 3

Com isso voltamos a Jeremias: “...não aprendais o caminho dos gentios...”

A cultura me permite falar novas línguas, a civilização, conhecer outros povos, costumes; a tecnologia, fazer isso de maneira veloz, contudo, nada, me permite conhecer, ou, reconhecer outro Deus, outro Salvador. Há gritantes sinais na Terra, de que se cumprem rapidamente os vaticínios do Todo Poderoso, que anunciou o fim, desde o princípio.

sábado, 23 de julho de 2016

O egoísmo sadio

“Eis que, como foi tua vida hoje de tanta estima aos meus olhos, assim seja a minha vida de muita estima aos olhos do Senhor, ele me livre de toda a tribulação.” I Sam 26;24

Davi, acabara de poupar a vida de Saul que o perseguia para matar, e disse tais palavras. Mesmo estando em suas mãos ferir ao rei, temeu e não fez; depois, alto e bom som desejou que, assim com tratara seu desafeto fosse tratado pelo Senhor.
Nada mais certo no que tange a orações atendidas, que orarmos segundo a Vontade de Deus. Mais tarde, o mesmo Senhor ensinaria que tal isonomia faz parte do agir Divino para conosco. “Perdoa nossas dívidas assim como perdoamos nossos devedores...” Ou, mesmo nas relações interpessoais; Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7;12

Desse modo, o agir idôneo, a coerência entre atos e palavras é mais que bom exemplo como defendem alguns. É indício de saúde espiritual, consciência silenciada pela mordaça da integridade. Jeito de ser que agrada a Deus, que, uma vez satisfeito com Seu filho, o abençoa.

Pois, se alguém diz as coisas certas, eventualmente, é como um paciente qualquer na medicina da vida que possui a devida receita, contudo, se age em dissenso com o que diz acreditar, assemelha-se a uma criança que recusa tomar o remédio dado seu sabor amargo, quiçá, sua dor, em caso de uma injeção, por exemplo. Seu “conforto” circunstancial acaba sendo avaliado mais importante que a saúde geral. Isso soa insano como se, um cego que vivesse de esmolas recusasse uma cura possível, preferindo sua sina, a ter que trabalhar pra ganhar a vida, uma vez recuperada a visão. Isso é loucura?? Pode ser. Entretanto, precisamos de figuras palpáveis para identificarmos verdades espirituais, como fez O Maior dos Mestres, usando parábolas e metáforas para ensinar.

Quando digo as coisas certas, meu alvo são os outros. Quando faço as coisas certas, mesmo que isso se reflita sobre os outros, me preocupo comigo, com os ditames da consciência, que demanda que eu seja, tal qual, ensino.

A purificação da consciência, aliás, é o “Upgrade” do Velho para o Novo testamento. A “purificação” do sacerdócio Levítico era externa, cerimonial, e uma vez cumpridos os ritos sacrificais pelo pecador, retornava à sua rotina “purificado” mesmo que, seu coração persistisse em sua obstinação egoísta. O Bendito Sangue de Jesus Cristo pretende fazer melhor: Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais, o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” Heb 9;13 e 14

Quem conhece a história da queda da humanidade sabe que o problema era sempre externo, no outro. Para Eva fora a serpente, para Adão, fora Eva que o induzira. Assim, o culto hipócrita faz seu “mise em scène” tendo como alvo o outro, que assiste tal encenação. Por essa razão, aliás, O Salvador altercou com os religiosos da época que, mesmo zelosos das aparências, foram comparados a sepulcros caiados, cheios de podridão por dentro.

O home íntegro traz certo “egoísmo” acusatório de modo a procurar pelas falhas primeiro em si, antes de qualquer vislumbre do outro. O clássico remover sua trave primeiro, antes de ver o cisco alheio. Entretanto, um que ensine a Palavra, mesmo que tenha também, eventuais falhas, não é necessariamente um hipócrita, desde que, aplique contra si mesmo, as exortações que apregoa alhures.

Muitos ímpios refratários a Deus e Sua correção rejeitam ensinos porque os mestres não são perfeitos, ignorando que, tais, derivam de Cristo, e Ele é perfeito, sim. Temos um tesouro em vasos de barro, como disse Paulo, e os que padecem a miopia da carnal preferência, veem o vaso apenas, sem identificar o conteúdo valioso. Assim a isonomia aquela, onde Deus nos trata como tratamos aos homens, O fará ver apenas defeitos, malgrado, eventuais virtudes. Por isso, disse: “Ao que tem, mais se lhe dará, e terá abundância; ao que não tem, ( fé obediência ) até o que tem, ser-lhe-á tirado”.

Quem quer lavar-se com água suja, pois, encontrará em abundância. Digo, justificar seus erros ancorado nos alheios; contudo, ante Deus, apenas Água da Vida, Jesus Cristo, como Ele mesmo disse: “...Se eu te não lavar, não tens parte comigo.” Jo 13;8

Ele não lava mais, pessoalmente aos Seus, antes, O Faz mediante Sua Palavra. Para a santificar, ( a igreja ) purificando-a com a lavagem da água, pela palavra” Ef 5;26

sábado, 16 de julho de 2016

Sexo na TV a "conquista" gay

“Chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez? Portanto, deixará o homem pai e mãe, se unirá a sua mulher; serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas, uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.” Mat 19;3 a 6

O tema  era o divórcio; entretanto, ao patentear que o projeto original era formar “um” da junção de macho e fêmea,  exclui a prática homossexual também, do propósito de Deus. Se, o assunto não foi mencionado aqui, noutras partes foi expresso de modo claro, como abominável aos olhos Divinos. Além disso, se Deus ajuntou macho com fêmea, e vetou que se separasse o que Ele uniu, qualquer relação alternativa é uma forma de separar, portanto, rebelião contra O Criador.

A mídia secular comemora a “conquista” do seguimento LGBT pelo fato de, a Rede Globo ter mostrado uma cena de sexo gay, interpretado pelos atores Caio Blat e Ricardo Pereira. As reações foram as mais diversas, pois, se, para uns significou um avanço na “liberdade de expressão” para outros, não passou de aumento da dissolução, da pouca vergonha, em busca de audiência.

A um telespectador que se manifestou contra as cenas de sexo em canal aberto, mesmo, hetero, a Globo respondeu: “Lamentamos profundamente o ocorrido. Estamos trabalhando para descobrir como uma mensagem escrita em 1964 veio parar aqui.” Para eles, pois, a moralidade é algo biodegradável, de modo que, valores que existiam há 52 anos atrás, não valem mais hoje.

Claro que o processo civilizatório enseja melhorias nas relações sociais, e a conquista da tecnologia, toda sorte de conforto, meios de comunicação velozes, locomoção, etc.

Agora, no que tange a valores morais, espirituais, esses, são absolutos, não sofrem ação do tempo. Honestidade, verdade, sinceridade, decência, probidade, etc. já existiam em 1964; quais desses deixaram de valer? Com a palavra, a Globo.

Liberdade individual, para fazer cada um o que desejar é um bem inalienável, proveniente de Deus, aliás. O Livre arbítrio. Porém, no prisma social é um tanto diferente do individual. Numa sociedade democrática a vontade expressa da maioria se impõe às minorias, ainda que as deva respeitar. Assim, uma coisa é um par ser livre para se relacionar como desejar, outra, é impor essa impudicícia, num veículo que molda comportamentos, forma opiniões, glamuriza e sataniza, conforme difunde sua influência.

Foi uma “conquista” de quê? Do direito de zombar na face dos que prezam por outros valores, e são imensa maioria? A queda da humanidade foi uma “conquista” afinal, não precisavam mais obedecer a Deus, poderiam livremente decidir o bem e o mal. Abdicaram da bem aventurada comunhão com o Altíssimo, pela “conquista” da morte.

Interessante que há muitos, tão “inclusivos” que criam igrejas “evangélicas” gays, para viverem como desejam e ainda assim, “cultuarem” a Deus.

Bem, se Deus ama indistintamente, tanto que, ordenou que se dissesse isso a “toda criatura”, a nenhum, malgrado sua opção sexual, propõe um caminho “natural” onde siga sendo o que é, e passe a cultuar, antes, avisa: “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. ... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do Espírito é espírito.” Jo 3;3, 5 e 6  Aí, pergunto: Pode alguém renascer do Espírito Santo com desejo de “conquistas” contrárias à vontade de Deus? Ou, não tendo renascido, será aceito no Reino porque “cultua” do seu jeito? Não nos enganemos, o retorno do homem a Deus será nos termos Dele, ou, nunca se dará.

Dou uma banana ao “politicamente correto” às comichões da moda bem como o aplauso dos mortos! Deus não é “inclusivo”, antes, seletivo, diz: “Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse, me servirá.” Sal 101;6 Isso foi escrito um pouquinho antes de 1964.

Por fim, sexo, mesmo lícito, é assunto para ser decidido entre quatro paredes, não para espetáculo cuja “arte” demanda despudor, invés de talento, criatividade. Não ignoro os rótulos que nos dedicam: “Radicais, fundamentalistas, retrógrados, homofóbicos,” etc.


Isso não nos incomoda, pois a crítica dos errados de espírito é o melhor elogio que nos podem fazer. Falando em rótulos, não fosse sua cegueira apaixonada, iriam um pouco além deles, mediante discernimento, pois, o maior assassino de almas, costuma escrever, “mel”, nos rótulos dos seus frascos de veneno letal.

domingo, 10 de julho de 2016

Dupla identidade

“Aconteceu naqueles dias que, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos, e atentou para as suas cargas; viu que um egípcio feria um hebreu, homem de seus irmãos. Olhou a um e outro lado, vendo que não havia ninguém, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia.” Êx 2;11 e 12

Moisés em sua dupla identidade. Formalmente egípcio, sentimentalmente, hebreu. Passeava entre os escravos, como um supervisor de Faraó, mas, ao ver um dos de seu sangue ferido, a identidade formal sucumbiu ante o laço de sangue, matou ao soldado que era dos “seus”, para defender um dos seus irmãos.

A dupla identidade funciona em filmes de super-heróis, mas, na vida, mais dia, menos dia, o que somos, digo, aquilo que prepondera em nosso ser, assoma, sobretudo, em momentos de crise. Vulgarmente se diz: “A ocasião faz o ladrão”. Isso é falso! A ocasião é a crise que manifesta o ladrão que habita no interior do homem ambíguo, que encena ser honesto, mas, oculta um ladrão. O íntegro não sucumbe a ocasiões favoráveis, antes, mantém sua integridade. Jamais vi a ocasião presa por roubo, sempre é o ladrão o culpado.

Porém, agir de coração como hebreu e seguir com privilégios da Corte egípcia era quase impossível; assim, “olhou a um e outro lado, vendo que não havia ninguém ali, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia.” Certificou-se de que não haveria testemunhas, depois, ocultou o cadáver tentando enterrar com ele, seu feito. Acontece que, o próprio irmão que defendera, espalhou a notícia. Tinham um defensor “egípcio”; “E tornou a sair no dia seguinte, eis que dois homens hebreus contendiam; e disse ao injusto: Por que feres a teu próximo? O qual disse: Quem te tem posto a ti por maioral e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio? Então temeu Moisés, e disse: Certamente este negócio foi descoberto.” Vs 13 e 14

O anseio de ser bem quisto pelos dois povos ao mesmo tempo se revelara impossível, desde então. Como, quem fica sobre o muro acaba levando pedradas de ambos os lados, não ficou nem egípcio, nem hebreu, teve que fugir, acabou no deserto de Midiã. O que O Eterno fez depois, com ele, é outra história; por agora estamos analisando a dupla identidade.

Quantos são “Crentes” acariciando a um ser mundano dentro de si, e, à crise de uma tentação mais incisiva escandalizam a Obra de Deus? Ou, outros que, tendo sido salvos, por uma picuinha qualquer, voltaram as costas pra igreja, não conseguem agir mais como mundanos, levam uma vida dupla, nem ímpio, nem santo, apenas uma confusão que não serve cabalmente ao inimigo, nem, presta pra obra de Deus?

Tiago fez da duplicidade o tema de sua epístola. “Peça-a, ( sabedoria ) porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, lançada de uma para outra parte. Não pense, tal homem, que receberá do Senhor alguma coisa. O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos.” 1;6 a 8 O primeiro duplo, crente incrédulo, pede a coisa certa, e duvida. Não vai receber.

“Se alguém é ouvinte da palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque contempla a si mesmo, vai-se, e logo esquece de como era.” O segundo duplo, o não praticante. A Palavra é boa como teoria, mas, na prática, prefere fazer as coisas do seu jeito mesmo.

Temos ainda o teórico, bom de propaganda e ruim de produto. “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?” 2;14 Nos lábios, amor, nos atos, indiferença.

O duplo de língua. “Com ela bendizemos a Deus Pai, com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.” 3;9 e 10

Enfim, todas essas duplicidades são traços de um, que, como Moisés, ansiava pertencer a dois povos. Naquele caso era fisicamente mesmo. No nosso, a duplicidade possível é espiritual; Tiago resume: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” 4;4

Finalmente, uma tomada de posição: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;7 e 8


Se nossa escolha é a ditosa sina de ovelhas, que nossa dieta não seja de lobos; teríamos que comer a nós mesmos, numa autofagia espiritual.