sexta-feira, 20 de maio de 2016

Hábitos noturnos

Eles estão entre os que se opõem à luz; não conhecem seus caminhos, não permanecem nas suas veredas.” Jó 24;13

Listando ímpios do seu tempo Jó qualificou-os como opositores da luz. Não que se levantassem ousados contra ela, antes, usavam o escuro para prática das suas obras. “De madrugada se levanta o homicida, mata o pobre e necessitado, de noite é como o ladrão. Assim como o olho do adúltero aguarda o crepúsculo, dizendo: Não me verá olho nenhum; oculta o rosto, nas trevas minam casas que de dia se marcaram; não conhecem a luz. Porque a manhã para todos eles, é como sombra de morte; sendo conhecidos, sentem os pavores da sombra da morte.” Vs 14 a 17

De dia, vagueiam “inocentes” e marcam objetivos noturnos; sua oposição à luz se verifica por agirem sempre no domínio das trevas. O simples carecer ocultarem os feitos é a admissão que são maus; entretanto, mesmo sabedores disso, não deixam de os praticarem. A luz, usam como seus disfarces de pessoas honestas, sob ela desfilam a mais absoluta “normalidade”; mas, cedeu essa, espaço à noite, rapaces noturnos saem de seus covis predando bens alheios conforme seu hábito.

Desse modo, mesmo os que não ouviram expressamente ensinos sobre a Lei de Deus, mostram em suas consciências que os reprovam, o testemunho que escolheram agir mal, traindo a própria centelha interior, onde Deus tentou imprimir Sua Vontade. “Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas, os que praticam hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo lei, para si mesmos são lei; os quais, mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente sua consciência, seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.” Rom 2;13 a 16

Assim, ante à reprovação da consciência, invés de deixarem as obras más, seguem praticando-as, porém, em segredo. Não por menos, Paulo lembrou que Deus julgará os “segredos dos homens”. Pois, as coisas boas, todos praticam à luz sem pejo nenhum, afinal, o “risco” é aprovação de quem vê, diverso das más. O Fruto do Espírito, a prática das obras contra as quais, “não há lei”, não carece julgamento, exceto, para fins de galardão, uma vez que tais obras passaram pelo crivo da luz, sem censura.

Tanto quanto, pouco vale uma placa sinalizando que determinada via é contramão, para quem não obedece às leis de trânsito, valem as advertências da luz, para quem escolheu como habitat, o império das trevas. A Luz Espiritual é muito mais que possibilidade de ver; antes, um desafio a andar. Fazendo isso, e somente fazendo isso, a eficácia do Feito de Jesus Cristo incide sobre nós. “Esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, não há nele trevas nenhumas. Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1;5 a 7

O reflexo horizontal é a comunhão fraterna; o vertical, regeneração segundo Deus. Porém, assim como os “animais noturnos” de Jó transitavam inocentes durante o dia, os da noite espiritual bem podem parecer cristãos em sua profissão, fazer menção de belos textos como filhos da luz. Mas, nossos feitos ocultos serão claros por ocasião do juízo, aí, o “cenário” sairá de cena, e se verá o “Making off” de nossas vidas.

Intuição espiritual me desaconselha às más obras, antes de as praticar; consciência censura, depois que as pratico; hipocrisia pode disfarçá-las em consórcio com as trevas, ou, o arrependimento conduzir-me a Deus, mediante confissão, trazendo-as à Luz. Dessa atitude depende minha vida, minha prosperidade espiritual. “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas, o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Enfim, andar na Luz não equivale a ser perfeito, antes, assumir, lutar contra imperfeições. Evadir-se a isso por muito tempo cauteriza a consciência, perde-se a noção. “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” Prov 4;19


O que precisa ser escondido, espiritualmente falando, já está julgado. “Não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, antes, condenai-as. Porque o que eles fazem oculto até dizê-lo é torpe. Mas, todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta.” Ef 5;11 a 13 Não sem razão, a primeira fala de Deus na Bíblia é: “Haja Luz”!

domingo, 15 de maio de 2016

"Seguidores" indesejáveis

Mas, de modo nenhum seguirão o estranho, antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;5

Segundo O Bom Pastor, Suas ovelhas O seguiriam, e evitariam estranhos, a voz dos tais lhes soaria desconhecida.

É comum nas redes sociais, pessoas terem “seguidores”, tantos, mais, quanto mais conhecida for a celebridade; e, mesmo pessoas comuns possuem os seus, de acordo com a influência que exercem sobre as tais, que as seguem. Tanto no caso primeiro das ovelhas com O Pastor, quanto nesse último, parece que o elo baseia-se em certa identidade, admiração, entre seguido, e seguidor.

Pessoalmente não gosto da ideia; não sigo a ninguém, tampouco, tenho seguidores. Tenho leitores, uns, assíduos, outros, eventuais, isso me basta, digo, basta para seguir escrevendo, pois, sem leitores, tal labor perderia o sentido.

Porém, quando quem nos segue, ou, o que nos segue é algo mau que nos pode prejudicar? Bem, qualquer pessoa psicologicamente sadia evitaria tal assédio, se assim pudesse, livrar-se-ia da indesejável visita, e os malefícios que  poderia trazer.

Moisés advertindo aos líderes de duas tribos que desejaram as terras aquém do Jordão, antes de entrarem em Canaã, autorizou-os a construírem abrigos para  animais e crianças, antes de participarem das batalhas pela Terra Prometida. Porém, desencorajou eventual omissão com as palavras que seguem: “se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o Senhor; sabei que o vosso pecado vos há de achar.” Núm 32;23

Claro que a ideia de serem achados pelo pecado é uma figura de linguagem retórica; o que ele queria dizer, de fato, é que o juízo, as consequências pelo pecado os achariam a seu tempo.

Os irmãos de José que foram a ele sem o reconhecer no Egito, ante as aflições sentidas, então, dadas as rudes exigências do Governador, disseram: “... Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão, pois, vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós, porém, não ouvimos, por isso vem sobre nós esta angústia. Ruben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo dizia eu: Não pequeis contra o menino; mas, não ouvistes; vedes aqui, o seu sangue também é requerido.” Gên 42;21 e 22

Nosso pecado nos achou; de certo modo, disseram eles. É fatal equacionarmos a longanimidade Divina com permissividade; tolerância com aprovação. Salomão refletiu sobre o assunto: “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11

Mediante Isaías o Eterno denunciou o fim de Sua Santa Paciência: Por muito tempo me calei; estive em silêncio, me contive; mas, agora darei gritos como a que está de parto, a todos os assolarei e juntamente devorarei.” Is 42;14  

Depois referiu que Sua Paciência fora mal interpretada: “Mas, de quem tiveste receio, ou temor, para que mentisses, não te lembrasses de mim, nem no teu coração me pusesses? Não é porventura porque eu me calei, isso, há muito tempo, e não me temes?” Is 57;11

Muitas das dores que nos assolam, que erroneamente reputamos como causas, são já consequências de nossos pecados, da maldição que pesa sobre os desobedientes. Como ao pássaro o vaguear, como à andorinha o voar, assim a maldição sem causa não virá.” Prov 26;2

Mas, como nos livraríamos dessa “seguidora” funesta, a maldição, se, somos todos pecadores? Paulo ensina: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;” Gál 3;13

Acontece que O Salvador resolve, mediante perdão, aos arrependidos, as consequências espirituais dos erros cometidos antes de O conhecermos; depois, nos responsabiliza por nossos atos. Spurgen dizia: “O cristão que ainda se deleitar com os frutos malsãos do pecado, fatalmente beberá o chá feito com as folhas amargas das consequências.”

Se aprendermos a nos identificar com a voz do Bom Pastor, Ele nos conduzirá na prática das coisas contra as quais, “não há lei.” Aliás, o cumprimento dos Santos preceitos, além de tolher o concurso das maldições, ainda, nos dá uma série de “seguidores” cuja vinda redundará em galardão no juízo. Ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos; as suas obras os seguem.” Apoc 14;13

Frequentemente se diz que da vida nada levamos, o que é meia verdade apenas. Nada de material, contudo, nossas obras, conhecimento, valores, são patrimônio espiritual; irão conosco; elas dirão, em última análise, se seguimos a exortação do Mestre para que fizéssemos um “Tesouro no Céu.”


Às vezes, quando considero as tremendas consequências advindas das pequenas coisas ... sou tentado a pensar ... não existem pequenas coisas. Bruce Barton

A vontade engana

Fez notórios seus caminhos a Moisés, os seus feitos aos filhos de Israel.” Sal 103;7

Há uma grande diferença entre as coisas como são, e como vemos. Daí, se diz, que as aparências enganam, embora, às vezes o engano verta de outra fonte.  Se tratando de coisas espirituais, sobretudo, as pessoas tendem a ver a partir da vontade. Noutras palavras: Veem o que querem ver. Por exemplo: Quantos ateus, que não tendo um exemplo sequer de uma espécie sendo transmudada em outra, ainda assim, “veem” como plausível a Teoria da Evolução, pois, não conseguem “ver” Deus através da criação, ou, da Palavra?

A mesma Palavra ensina que tal “cegueira” é voluntária; invés de os inocentar, aumenta-lhes a culpa. “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto, seu eterno poder, quanto, sua divindade, se entendem, claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes, em seus discursos se desvaneceram, seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Rom 1;20 a 22 Viram Deus, entretanto, preferiram a escuridão, a insensatez.

O texto do Salmista ensina que, tanto os feitos, quanto, os caminhos do Senhor, foram notórios, isto é, fáceis de perceber. Contudo, o fato de que algo é fácil de perceber, compreender, são significa que é igualmente fácil de executar. Tanto que, os caminhos do Senhor no Êxodo, levavam Israel de encontro a combates, depois, dada a rebelião, incredulidade, dos que temeram lutar, como se a vitória derivasse deles, não, do Senhor, posto isso, digo, os caminhos retiveram a nação no deserto por quarenta anos, antes de ingressar na terra prometida. A geração que fora liberta para caminhar rumo à promessa, se viu caminhando em círculos, a espera da morte, por ter blasfemado contra Seu Libertador.

As promessas Divinas são imutáveis no que tange a Ele, Sua Fidelidade, Seu Caráter; no que diz respeito a nós, condicionais; dependem de nossas respostas, nos quesitos, crer, e obedecer à Vontade do Eterno.

Nossa covardia comodista anseia facilidades, a sobriedade necessária dos “Caminhos do Senhor” nos desafia às responsabilidades. E muitos, para fugir dessas, falseiam as coisas, turbam a própria visão, como se, ao fingirem não ver claramente o dever, fossem eximidos da culpa, pela eventual omissão em cumpri-lo.

Muitas declarações de fé feitas em cenário de “tempo bom” não passam de coloridas esperanças que, as facilidades circunstanciais permaneçam indefinidamente. Essa “fé” sazonal, a rigor, não é fé; hipocrisia conveniente do bobalhão que trai a si mesmo.
Embora viceje uma geração de pregadores festeiros que faz parecer que a “avenida da fé” é um amplo espaço de conquistas, a Palavra sempre advertiu que se trata de adstrita vereda, dever, responsabilidade. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

O mundo vive seu porre dos direitos, todos os comportamentos, faixas etárias, mas, ante Deus, a senda do dever se requer como aprendizado desde a infância: “Ensina o menino no caminho que deve andar; até quando envelhecer, não se desviará dele.” Prov 22;6

Se, por um lado é certo que, aquele que deveras não vê, conta com certa misericórdia, pois, “...Deus não toma em conta os tempos da ignorância”, por outro, não menos certo é que, a maioria finge não saber o que sabe, para não abrir mão do gosta.

Sua “cegueira” deriva de uma vontade rebelde que acostumou ao prazer na maldade, e disso não abre mão, prefere o escuro. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque, são feitas em Deus.”Jo 3;19 a 21

Uns assim, como aqueles do Êxodo, recusam o combate, ( cruz ) duvidam da fidelidade e bondade de Deus, também andam em círculos no deserto da vida, a espera de uma morte sem esperanças. Daquela geração, entraram Josué e Calebe, dois que creram, apenas; da nossa, dentre os muitos convidados, uma minoria de escolhidos, infelizmente.


Os caminhos do Senhor são notórios, mas, pouco influi a Luz, ante quem aprendeu amar as trevas. “Suave é ao homem o pão da mentira, mas, depois a sua boca se encherá de cascalho.” Prov 20;17

domingo, 8 de maio de 2016

"Até uma criança sabe: Deus não existe".

Postei noutro espaço, um texto sobre o Rosto de Deus, recebi o seguinte comentário:

“Acho que até uma criança inteligente sabe hoje que Deus não existe, se existisse o Brasil não seria um dos países com um dos governos mais injustos do mundo, e que os políticos só sabem meter a mão nos nossos bolsos. Por que Deus não faz nada? Receio que é porque Deus foi inventado pelos ricos e governantes pra poderem explorar melhor os pobres, com a promessa de felicidade depois de morto. Como pode uma apresentadora de tv, por exemplo, ganhar um milhão e meio de reais enquanto há pessoas passando fome nas ruas? Como Deus, caso existisse, permitiria tal injustiça? Abraços. ( Mirko Constantius )

Embora grato ao amigo que leu, comentou, sou obrigado a discordar. Segundo ele, a inexistência de Deus é gritante; até uma criança pode perceber. Essa evidência deriva da profusão de injustiças, ante as quais, “Deus não faz nada”.

Trazer à luz esse mar de lama é já ação Divina visando abrir nossos olhos, pois, arbitrários que somos, deixa que desfrutemos do resultado de nossas escolhas. ( a responsabilidade da liberdade, que aludi no texto criticado)

Entretanto, labora por nos iluminar, se, estivermos receptivos à luz. O proliferar do mal não é nem de longe a negação de Deus, antes, a confirmação da Sua Palavra que diz que “O mundo jaz no maligno” e, “não há um justo sequer.”

A Longanimidade Divina tem dupla função. Dá tempo aos errados de espírito para que se arrependam, e faz as consequências do mal, didáticas às suas vítimas, para que façam melhores escolhas, quando possibilitadas ao bem.

Até quando “não faz nada”, O Eterno faz muito. Sobre Seu agir, disse:Estas coisas tens feito, eu me calei; pensavas que era como tu, mas, te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos. Sal 50;21 Espera Divina é Santa Paciência, não, conivência, omissão.

Quanto a ser invenção dos ricos para oprimir pobres, basta frequentar igrejas sérias, existem, para ver quantas pessoas abastadas creem também; a fé das tais obra a rejeição desse argumento.

Os, super salários, seja de apresentadores de TV, artistas, jogadores de futebol, isso deve-se a dois fatores: Idolatria de quem paga por isso e aplaude, e vaidade dos aquinhoados, que, malgrado mergulharem em piscinas de dinheiro, muitas vezes desconhecem paz, felicidade, pois, tais coisas escapam às moedas, coisa que Deus ensina também: “os que querem ser ricos caem em tentação, laço, em muitas concupiscências loucas, nocivas, que submergem homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, se traspassaram com muitas dores. Mas, tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, segue a justiça, piedade, fé, amor, paciência, mansidão. Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna...” I Tim 6;9 a 12

Muitos pregadores mercenários, distorcem a Santa Palavra, fazendo sua plateia incauta desejar o céu na Terra. Outros, olhando de fora caem na mesma armadilha, supondo que, Deus deveria fazer justiça no nosso tempo, pelos nossos padrões.

Outrora, alguns pensaram assim: “Vós tendes dito: Inútil é servir a Deus; que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus preceitos, andar de luto diante do Senhor dos Exércitos? Ora, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade são edificados; sim, eles tentam a Deus, e escapam.” Mal 3;14 e 15

A resposta Divina não foi uma negação da operação da injustiça, antes, da existência de um Memorial Celeste anotando feitos dos justos, e uma promessa de diferenciação desses, apenas, no dia do juízo. “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; o Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante dele, para os que temeram o Senhor, e para os que se lembraram do seu nome. Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve.” Vs 16 a 18


Em tempos que está na moda chamar justiça de golpe, parece previsível chamarmos Deus de fraude. Ele não quer salvar o mundo, esse já está condenado; quer salvar pessoas, às quais apela, em Seu amor. 

Quanto mais mau o mundo se nos revelar, maior deveria ser o anelo pelo Reino de Deus, onde impera justiça, equidade. Jogar a toalha não é atitude de protesto, antes, o capitular de um derrotado. Quanto mais a injustiça me incomoda, mais amo, Aquele que me ensina justiça.

Como é O Rosto de Deus?

“Porque Deus não sobrecarrega o homem mais do que é justo, para o fazer ir a juízo diante dele.” Jó 34;23 

Eloquente essa tênue fronteira que limita ao Soberano do Universo. “Não mais do que é justo...” Ou seja: A justiça. Pena que essa cerca que “restringe” O Eterno, não baste para conter o frêmito das paixões humanas. Como seria, se, cada um de nós, não ousasse nada, além do que é justo?

Para O Santo, multidão não equivale a razão, tampouco, pobreza a argumento, somente, justiça. Vejamos: “Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda.” Êx 23;2 e 3

Entre nós, paixões clubísticas, partidárias, patrocinam toda sorte de injustiças; seja, nos fazendo extremamente rigorosos com “eles”, seja, sendo demasiado indulgentes com os “nossos”.

Não raro, argumentamos segundo a justiça e somos redarguidos segundo a paixão. Em casos assim, o silêncio se torna o melhor argumento, pois, só ele possui a eloquência necessária para que possamos situar devidamente o tolo em sua insignificância.

Claro que coisas imperfeitas demandam mudanças, crescimento, ou, para usar uma palavra atual, um upgrade, rumo à perfeição. Com esse fim é salutar o gládio das ideias, cotejar de valores. Entretanto, essa é a arena onde peleja a justiça. A paixão não labora pelo aperfeiçoamento, antes, pela afirmação. Sua “matéria prima” é dobrar o outro, nunca a evolução do próprio apaixonado.

O “nós” e o “eles” de quem tem o amor à justiça como escopo são o justo x o injusto, estejam esses, sob o lábaro que estiverem. Ilustrando com nosso contexto político, pouco importa se o corrupto é do PT, PSDB, PMDB, etc. se for comprovadamente corrupto, há de sofrer a diatribe da justiça, mediante nós, se, a temos como valor supremo.

Porém, se critico alguém do PT, presto sou identificado como sendo PMDB, ou, PSDB, pois, a crítica nesse campo, alinha-se a bandeiras, invés de valores. Sinto vergonha alheia quando, alguém, para defender corruptos de seu partido acena com a corrupção de outros. Como se essa justificasse àquela. Que pai ficaria feliz, se, seu filho decidisse consumir Crack, porque há outros que fazem; ou a filha se tornasse prostituta pelo mesmo motivo? Ora, assim agem os que defendem seus maus, porque há outros maus alhures. Estúpidos servos das paixões, inimigos da justiça.

Aos meus ouvidos soa abjeto esse discurso que, “Eduardo Cunha é Ladrão, portanto, o processo de impeachment, nulo, o PT foi injustiçado”. Todos os ladrões são maus, injustos, da sigla que forem. Que pague, cada um, por sua vez, e nos curemos, inda que, tardiamente, de nossa “Síndrome de Estocolmo” onde a vítima se apaixona por seu algoz.

Ao justo não deve faltar a ousadia da concessão, nem, coragem de reconhecer eventuais injustiças. Afinal, não vê a justiça como escudo de pessoas, antes, como instrumento de afirmação dos valores Supremos, de Deus. A responsabilidade da liberdade, tolhe que sejamos inconsequentes. Noutras palavras, todos seremos julgados por nossas escolhas, no tempo aprazado pelo Criador.

O mundo considera “Astros” os que se destacam nas artes, nos esportes, na política... O Senhor, adjetiva assim, aos Seus cooperadores, que, secundando Suas Leis, ensinam a justiça, diz: “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.” Dn 12;3

Somos tardos para entendermos as coisas espirituais. A maneira que foi ordenado a Aarão que abençoasse o povo invocava sobre ele o “Rosto de Deus”; O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.” Núm 6;25 e 26

Como devemos entender o resplendor da Face de Deus sobre Seus abençoados, se, Deus é Espírito? A mesma Palavra ensina: Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; eu me satisfarei da tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15


Assim, a bênção de Deus sobre nós, outra coisa não é, senão, nos ensinar a andarmos em justiça; capacitar mediante Seu Espírito Santo, que assim andemos. As coisas materiais, via trabalho estão ao alcance até dos injustos. 

A paz de espírito, o silêncio de uma consciência pura, porém, apenas os que praticam a justiça usufruem. O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17 Aos demais, agitação e sujeira, segundo o mesmo profeta: “Mas, os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

sábado, 7 de maio de 2016

A rejeição das palavras, da Palavra

“Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;” I Cor 12;8

Tenho deparado com muitas, ácidas, postagens depreciando palavras, afinal, a virtude reside nas ações. Tal distinção a própria Bíblia se encarrega de fazer: “Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas, em poder.” I Cor 4;20

O contexto de tal frase, contudo, foi de certos agitadores que apareceram em Corinto na ausência de Paulo; sabedor, disse queria conhecer-lhes a virtude, uma vez que, das suas palavras já soubera.

Tenciono sempre, ao escrever, por em relevo ensinos bíblicos, jamais, os ofuscar, distorcer, contrariar; então, se assim A Palavra afirma, assim subscrevo, assim é.

Contudo, a superfície do lago não basta para revelar seu todo. Primeiro, não é o uso das palavras que a Bíblia combate, antes, o agir diverso do que se fala, o que configura hipocrisia, largamente combatida por Jesus. Ademais, esses “filósofos” de Facebook que atiram para todos os lados com armas alheias depreciam o uso das palavras, através de, palavras.

Ora no que tange à Palavra de Deus, ela mesmo insta-nos que anunciemos a tempo e fora de tempo, pois, “... a fé é pelo ouvir, e ouvir pela palavra de Deus.” Rom 10;17

Óbvio que, alguém cujo testemunho de vida conhecemos, e destoa do que ensina, não nos interessa, sendo seu viver a antítese de seus sermões; entretanto, outro que, desconhecemos a vida, e, graças aos meios de hoje podemos conhecer os pensamentos, rejeitarmos por que são meras palavras, tal rejeição não deriva de lapsos no emissor da mensagem, antes, no receptor, nos valores que tal, esposa.

Certo é que, quanto maior for a luz de quem ensina, diretamente proporcional será a responsabilidade perante O Eterno; mas, isso é problema dele, não de quem lê. Tiago disse: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, poderoso para também refrear todo o corpo.” Tg 3;1 e 2

Verdade é que é muito mais fácil rejeitar algo que nos desafia, como se, indigno, desse modo a “virtude” estará conosco, o vício alhures, que ter a coragem de se olhar no espelho, e, uma vez identificando alguma sujeira, lavar-se. O mesmo Tiago aludiu a uns que até miravam-se, mas, não se lavavam. “Sede cumpridores da palavra, não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho seu rosto natural; porque contempla a si mesmo, vai-se, e logo esquece de como era.” Tg 1;22 a 24

Interessante que tais foram postos como enganadores de si mesmos. Na verdade, malgrado a forma, os instrumentos que O Senhor use para que o Evangelho chegue a alguém, no fundo, trata-se de uma disputa entre luz e trevas, tendo o ouvinte como alvo.

A escolha sempre será livre, como foi, aliás, ante o próprio Salvador. Acusou Seus ouvintes, não de rejeição a meras palavras, antes, à Luz, pela perseverança nas más obras. “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

É próprio da luz iluminar, aclarar o teatro das ações, que, nesse caso, mostra os valores do céu; não é um agir, estritamente, mas, possibilitar agir segundo Deus. “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, luz para meu caminho.” Sl 119;105

Concluindo, deve ser cabalmente reprovável, rejeitada, qualquer espécie de atitude hipócrita; contudo, muitas vezes a própria “filosofia” do que rejeita aos desafios Divinos, mediante Seus comissionados, não passa de hipocrisia, de um que recusa ter sobre a cerviz o Jugo de Cristo, e, ainda pretende sair desfilando sua loucura travestida de sabedoria.

A escalada no Monte Santo é árdua, lenta, mas, contínua, para aqueles que, humildemente fazem a boa escolha. Tais, são reputados justos, graças à justiça de Cristo. E O Espírito Santo ajuda-os, na aquisição paulatina, de mais luz a cada dia. “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18


Enfim, seja nosso, não, à hipocrisia, derivado de nosso Sim, a Cristo; por termos aprendido Dele, a conjugar valores e ações, no Santo Jugo da Integridade. 

domingo, 1 de maio de 2016

Um Jeito doentio de amar

“Vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos... Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos?” Apoc 5;1 e 2 

Livros eram rolos, diferentes dos atuais. Agora, terem as páginas usadas de ambos os lados é usual, então, os rolos, fossem papiros, pergaminhos, tinham um lado liso onde se escrevia, outro mais áspero, que era a “capa”.

Entretanto, o livro em apreça tinha Escrituras por dentro e por fora, um tipo especial. Se era assim no formato, não menos no teor, tanto que, requeria uma dignidade ímpar, para que pudesse ser aberto. “Eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, de o ler, de olhar para ele.” V 4 João desejava tanto que ele fosse aberto, que chorou ante a impossibilidade. “Disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos.” V 5

O governo que fora perdido na desobediência de Adão, foi resgatado por Jesus, por isso, apenas Ele é digno de abrir a “Escritura de Posse” e implantar em Sua Propriedade, diretrizes que desejar. No caso, desejava jugar.

Alguns devaneiam com uma distinção dimensional entre coisas materiais e  espirituais, como se, essas fossem assunto de Deus, após a morte, e aquelas, assuntos humanos que nós gerimos alienados do Santo.

Muitos entenderão tardiamente a ligação indissociável, do reino espiritual e o material. O que está escrito por dentro, ( no espírito ) será visível por fora, no teatro das ações, quando O Senhor abrir O Livro.

A dignidade nos padrões humanos é muito doentia, apaixonada. Ante Deus, não vale conchavos, eufemismos, aparências, tão usuais entre nós. Fui acusado por alguém que me lê de não ser digno de me dizer cristão, pois, escrevi que a derrocada do PT era Juízo de Deus, que remove governos conforme Sua Vontade. 

Disse, essa pessoa, que o principal mandamento cristão é amor, e, ao ser “contra os programas sociais” eu não amava aos pobres, ademais, tinha uma questão de justiça, os tais 54 milhões de votos que precisam ser respeitados.

Bem, primeiro temos uma ideia errada do amor, depois, outra, sobre justiça, respeito. Do amor se diz que, “Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas, com a verdade;” I Cor 13;5 e 6

Se pudesse acontecer divorciado da justiça, não seria necessária a Cruz de Cristo, tampouco, a pregação do Evangelho; afinal, Deus ama a todos.

Contudo, nunca ouvi ou li alguém se manifestando contra programas sociais, salvo algum reparo, que até eu fiz, ao constatar que falta critério no cadastro do Bolsa Família, por exemplo, onde uns que, ganham mais de dois mil reais por mês, gente que conheço, recebem. Coisa desonesta.

Assim desviar o foco da irresponsabilidade fiscal, corrupção, que indigna aos brasileiros decentes e apontar para convenientes barreiras ideológicas é um argumento canalha, narrativa falsa, útil para blindagem de ladrões. Mas o Cunha também roubou! Dane-se, pague! Não escrevi nada em sua defesa nem de outro ladrão qualquer, apenas que era útil no processo de impeachment, aliás, já foi. Cadeia para ele também, pois, de um cristão se requer amor à verdade, à justiça, além das pessoas.

Tais, mentem 24 horas por dia, até quando se “defendem” dizendo que o cumprimento da Lei é “Golpe”. Se fosse, ingressariam no Supremo, pois, zelar pela Constituição é o papel do referido Tribunal. Sabem que é mentira, mas, devo amar isso, se sou cristão.

Cristo pensava diverso sobre mentirosos, disse: “Vós tendes por pai ao diabo, quereis satisfazer os desejos do vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, pai da mentira.” Jo 8;44

Sobre respeitar os votos, quem prometeu muitas coisas e fez exatamente o oposto, foi Dilma, de modo que ela desrespeitou seus eleitores.

Assim, quando alguém decidir advogar ímpios usando como argumento o Amor de Deus, por questão de decência, não omita o Ódio também. De Cristo o salmista disse: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais que a teus companheiros.” Sal 45;7 


Não me preocupa se alguém que me lê me acha digno ou não, isso pertence a Deus. O que está escrito dentro de cada um, no juízo estará por fora, aí, como diz o gaúcho, veremos quem tem butiás no bolso.