“Jesus
lhes respondeu, e disse: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me
enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se
é de Deus, ou se falo de mim mesmo.” Jo 7; 16 e 17
Uma acusação recorrente nos
lábios dos opositores de Jesus era que Ele falava de si mesmo. Afinal, invés do
clássico “Assim diz o Senhor” que usavam os profetas do Velho Testamento, Ele
dizia: “Eu vos digo.”
Não conseguindo eles identificar quem, de fato, O Senhor
era, nem fazendo Ele a pose de um profeta, a objeção é até compreensível.
Seu
esvaziamento, Sua humanização, O fazia “menor que o Pai”; ainda que, em
essência pudesse dizer: “Eu e o Pai somos Um”. Então, para evitar a acusação de
mera origem humana da doutrina, não evocava Seu Ser Divino, antes, a figura do
Pai que o enviara. “ A minha doutrina não é minha, mas, Daquele que me
enviou...”
Restava a inquietante figura de um profeta e Mestre, que advogava intimidade
ímpar com o Pai. Isso, óbvio, ensejaria muitas dúvidas, reservas, em seus
ouvintes; mesmo, eventuais de boa vontade que quisessem entender o que estava
em jogo.
Sabedor disso Ele propôs como modo de dissipar as dúvidas honestas
que, porventura houvesse, o desafio de testarem a doutrina via prática, para,
mediante resultados, dirimirem suas
dúvidas.
A maioria das “dúvidas” é desonesta; digo, não procede de mentes dúbias
por plausíveis razões, antes, são evasivas de quem bem entende o que se
postula, e, por não se dispor a pagar o preço, dilui sua incredulidade. Ora,
nas “falhas” do Mestre, ora, nas “incongruências” de Sua doutrina.
Sabem as
pessoas razoavelmente esclarecidas que, as barreiras para que se abrace ao
Evangelho são morais, não, intelectuais. As pessoas evitam porque não querem;
não, porque não entendem.
Ciente disso, O Salvador tirou o pleito da arena
estéril das ideias e transpôs para a dos fatos. Tirem suas dúvidas praticando a
vontade de Deus. Feito isso, saibam em vós mesmos, via resultados, se a origem
é Divina ou não.
Aqui, todos os argumentos fugazes dos que não têm argumento
perecem. Sim, quando decidem tergiversar fazem porque não abrem mão de suas
vontades; pois, o desafio do Evangelho é abraçar cabalmente à Vontade de Deus.
Muitos, no afã de diluir sua própria descrença saem caçando “contradições” na
Bíblia, para, desqualificando a Testemunha, ganharem o processo que pleiteia a
manutenção da vontade humana enferma, com o ego no trono. Perguntas desajeitadas, ímpias objeções não
colocam o Evangelho fora de combate, antes, evidenciam ainda mais.
Seria mais honesto
dizer: Entendo, mas, não estou disposto a pagar o preço; que, tentar apoiar-se
em eventuais maus testemunhos de outros que fraquejaram, ou, de mercenários
profissionais que se escondem atrás do Evangelho. Tais falhas, ou, mesmo o
lixo, sempre haverá; O Salvador advertiu que seria assim.
Agora, as minhas
falhas são intransferíveis, pessoais. Justificar-me à partir de erros alheios
equivale a lavar-me com água suja.
Poderia falar contra a Doutrina de Deus,
quem, a tivesse testado, como O Salvador desafiou; descoberto “in loco” que é
uma fraude; mas, desconheço um veraz convertido que tenha abdicado de sua
vontade pela de Deus, e possa dizer de modo honesto que é mentira. Certamente
não dirá que é fácil, mas, possível e recompensador.
As promessas evangélicas
respeitadas em seu contexto e fim, todos se cumprem perfeitamente, deixando à
senhora dúvida desprovida de qualquer álibi para se evadir à pena de morte.
Na
verdade, a maioria dos humanos reage
ante à negação de si mesmo, como Pedro reagiu quando o Mestre falou da cruz: “Tem
misericórdia de ti; de maneira nenhuma te acontecerá isso”.
O instinto natural
de preservação da vida é que acaba tolhendo que ela se torne eterna. “E quem
não toma a sua cruz, não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua
vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á.” Mat 10;
38 e 39
As pessoas morrem de medo da vida, pensando estar evitando a morte.
Sim, pois, mesmo tendo como condição a negação da nossa, a Vontade de Deus é
aprazível ao convertido, como ensinou Paulo. “E não
vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis, qual seja, a boa, agradável, e perfeita
vontade de Deus.” Rom 12; 2
Uma vez mais, o preço para identificar e
experimentar a Vontade de Deus; não andar conforme o mundo. Não por que o mundo
seja um mal em si; antes, porque esse decidiu andar em oposição a Deus. A
Doutrina de Cristo entendida e praticada nos coloca outra vez, em comunhão com
Ele.