Mostrando postagens com marcador videira verdadeira. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador videira verdadeira. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

As varas

"Será que a vara do homem que eu tiver escolhido florescerá; assim farei cessar as murmurações dos filhos de Israel contra mim, com que murmuram contra vós... Torna a pôr a vara de Arão perante o testemunho, para que se guarde por sinal para os filhos rebeldes; assim farás acabar as suas murmurações contra mim e não morrerão.” Núm 17;5 e 10

Algumas coisas chamam atenção nesse incidente de confirmação por parte do Senhor, da escolha de Aarão para o sacerdócio. As murmurações contra os escolhidos pelo Senhor era o mesmo que murmurar contra Ele; disse: “...murmurações dos filhos de Israel contra mim, com que murmuram contra vós...” Isso deve ser entendido em seu contexto; nem de longe patrocina a pretensa “Ungidolatria” de certos safardanas sem frutos, probidade, aos quais, mera crítica doutrinária já os força a se esconder atrás do biombo de intocáveis “ungidos do Senhor”.

Há pessoas idôneas escolhidas e capacitadas para determinados ministérios; mas, não são intocáveis. Elas podem padecer “fome e sede de justiça”, sendo caluniadas, perseguidas; ou, se parecer bem Ao Santo pelejar por honrar Suas Escolhas, será sempre iniciativa Soberana Dele, não, fruto de melindres carnais de gente que anela o aplauso humano.

Contudo, volvendo ao princípio, tivemos um juízo em misericórdia, para evitar outro em ira. Digo; confirmação sobrenatural da Divina Escolha, para que não fosse necessário punir exemplar e cabalmente aos rebeldes; “...assim farás acabar suas murmurações contra mim e não morrerão.”

Então, o primeiro julgamento se ateve a dissipar eventuais brumas entre verdade e mentira; entre vontade humana e Divina. Deus sofreu a desonra humilhante de ter que provar algo. O Fez espetacularmente. Se, ainda assim persistissem murmurando, restaria apenas Sua Ira, a morte dos rebeldes.

A Missão de Cristo, em seu contexto é como o primeiro juízo; uma separação entre luz e trevas, entre verdade e mentira. Sua Vitória sobre a morte confirmada de modo sobrenatural. Como foi então, uma vara morta receber o dom de florescer e frutificar, foi o aponte do Eterno sobre O Caminho da Salvação; Sua Doutrina, as placas que orientam a caminhada.

A reação a Ele não foi das melhores, contudo: João diz: “A luz resplandeceu nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” Jo 1;5

Na verdade, o que João atribuiu a um lapso de compreensão em relação à Luz, Cristo, o Próprio, definiu como lapso afetivo, incapacidade de amar; “...a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

O fato que, pecadores indo ao Senhor, seus feitos deparam com reprovação, tem sido um jugo insuportável para aqueles, cujo amor próprio se tornou um ídolo; patrocinador de uma presunção tal, que torna seus hospedeiros incorrigíveis, fadados à ira por recusarem implicações necessárias pra receber a Misericórdia Divina; arrependimento, confissão, e abandono gradativo do pecado.

Do seu modo são como os murmuradores aqueles, que acusaram Moisés de nepotismo; Deus fez manifesta Sua Vontade, a Vara escolhida floresceu e frutificou, mas, os rebeldes seguem murmurando, dizendo que foi “golpe”, digo, fraude. Conhecemos gente assim, não é? Nem uma muralha de argumentos factuais, lógicos, detém aos indômitos touros das paixões desorientadas.

Pois bem, Dado que É a Vida, O Salvador está mui distante de ser uma vara morta; antes, se apresenta como a Planta Dileta do Pai: “Eu sou a videira verdadeira, meu Pai É o Lavrador.” Jo 15;1 Nós, de certa forma éramos apenas varas mortas, mas, Sua Vida Sobrenatural derramada na cruz em nosso favor, nos permite nascer de novo.

Todavia, alguns estacionam na conversão achando que ela é o fim, o alvo do Lavrador; não. Sua Meta são frutos; nós, as varas enxertadas em Cristo, os meios pelos quais, os mesmos devem ser produzidos. Senão, seremos varas inúteis, descartadas na poda. “Toda a vara em mim, que não dá fruto, tira; limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais ainda.” V 2

Então, cada vez que a Doutrina do Senhor nos ilumina, corrige, vejamos como um juízo eventual, temporário, uma manifestação do Divino cuidado, para nos livrar daquele julgamento que será o final.

Tendo isso em mente, Paulo advertiu aos irmãos sobre a seriedade de sermos ramos na Videira Santa: “Porque, se nós julgássemos nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.” I Cor 11;31 e 32

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

O "Racismo" Divino

Não semearás a tua vinha com diferentes espécies de semente, para que não se degenere o fruto da semente que semeares, a novidade da vinha” Dt 22;9

Embora a “semente” da vinha seja, usualmente, uma rama, da qual se faz  nova muda, o que temos acima é a prescrição da pureza, da não miscigenação de espécies para preservação dos frutos.

Se, no aspecto humano, a mistura racial é positiva, amalgamando culturas, gostos, na igualdade dos diversos, nas coisas da natureza a mescla foi vetada por Deus, sob pena da degeneração. 

Porém, objetaria alguém, os Hebreus eram racistas também, uma vez que, deveriam casar seus filhos apenas entre irmãos de sangue, não com gentios. Talvez.

Qualquer intérprete honesto que ler as Escrituras verá que a coisa não era bem assim. O veto tinha um cuidado espiritual, não, racial. “Nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos, não tomarás suas filhas para teus filhos; Pois, fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; a ira do Senhor se acenderia contra vós, depressa vos consumiria.” Dt 7;3 e 4

Então, o “racismo” hebraico visava a preservação da relação com O Todo Poderoso, evitando a influência espiritual de povos que tinham seus cultos a deuses alternativos de sua própria feitura. Tanto é assim, que, estrangeiros como, Raabe, Rute, Urias, etc. mesclaram-se ao povo judeu sem problema algum. Um exemplo negativo da mescla, porém, foi Jezabel, que, trouxe consigo o culto a Baal, quando casou-se com o pusilânime, Acabe. Era isso que O Eterno vetava.

Ademais, nunca O Altíssimo se apresentou como “propriedade” exclusiva dos hebreus, antes, desejou que eles fossem um povo diferente, para servir de testemunhas a todos os povos, sobre o Caráter Santíssimo do Eterno. “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. Vós me sereis um reino sacerdotal e povo santo...” Êx 19;5 e 6

Ora, sacerdotes servem de mediadores entre Deus e homens; se, Israel fora vocacionado a ser Reino Sacerdotal, tencionava, O Eterno, que fosse um meio de reconciliar consigo todos os povos, não se tratava de um deus tribal, como acusam alguns. Aliás, quando da chamada de Abrão, patenteou Seu cuidado universal. “Abençoarei os que te abençoarem, amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gên 12;3

Entretanto, a “vinha” que deveria ter preservado sua pureza ao longo da história passou mui longe disso. “Trouxeste uma vinha do Egito; lançaste fora os gentios, e a plantaste. Preparaste-lhe lugar, e fizeste com que ela deitasse raízes, e encheu a terra.” Sal 80;8 e 9 “Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?” Is 5;3 e 4

Eis as consequências de não se ter dado ouvidos a Deus! A degeneração, a produção de “uvas bravas”. Não precisamos pensar muito para sabermos que não se trata de uvas, estritamente, mas, de uma alegoria para os frutos espirituais, produzidos pelo povo escolhido. Isaías interpreta sua alegoria: “Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das suas delícias; esperou que exercesse juízo, eis aqui opressão; justiça, eis aqui, clamor.” Is 5;7

Assim, a vinha, outrora pura, tornou-se degenerada, incapaz de produzir os frutos ansiados por Deus, falsa. O povo que deveria introduzir Deus entre outros povos, tornou-se tal, que, para Deus, feito homem, caminhar entre eles enviou diante de si um precursor para “limpar” um pouco, dizendo: “Preparai o caminho do Senhor.”

A falha da primeira videira não significou o fracasso de Deus, antes, o absoluto fracasso humano, pois, mesmo O Eterno se dispondo a andar conosco, somos rebeldes, desobedientes, falhos. Videira se planta na Terra, e não havia “muda” que não fosse degenerada, falsa; o Plantador proveu do Céu, uma, impoluta, Jesus Cristo: “Eu sou a videira verdadeira, meu Pai é o lavrador.” Jo 15;1

Embora muitos tentem “enxertar” em Cristo filosofias humanas, doutrinas espúrias, para O “Lavrador”, somente a Pureza de Cristo é aceitável, o demais, não passa de ramo sem frutos que arderá no fogo.


Enfim, misturem-se humanos de todas as raças, mas, nenhuma doutrina humana, à pureza da Bendita Palavra de Deus. “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, sejas achado mentiroso.” Prov 30;5 e 6

quinta-feira, 28 de julho de 2016

O último vinho

“Todo o homem põe primeiro o vinho bom, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas, tu guardaste até agora o bom vinho.” Jo 2;10

Interessante confissão do jeito humano de ser, por ocasião do milagre de Jesus, transformando água em vinho. Todo homem põe primeiro o bom vinho, depois que a galera está meio “alta”, o inferior.

Claro que esse “todo” é uma hipérbole, cujo alvo é realçar o jeito comum de ser da maioria, não pretende ser uma verdade absoluta, um escrutínio exaustivo do “modus vivendi” humano.

Entretanto, essa faceta nossa vai muito além do vinho; digo, em geral as pessoas mostram primeiro, ou, somente, o que acreditam ser suas melhores qualidades, ocultando, tanto quanto podem, seus defeitos. Por isso costumamos dizer que os outros sempre nos decepcionam. Claro que, formamos nossas expectativas a partir das primeiras impressões que nos passam, e, como fazem tudo para nos causarem as melhores, nossas expectativas também são altas.

Pense um instante, você que está lendo, quantas pessoas já te surpreenderam para cima, e quantas, para baixo. Digo, quantas, depois da primeira impressão se revelaram melhores do que pareceram, e quantas, piores.

Na verdade, nossa capacidade para o engano vai muito além, da de enganar aos outros; conseguimos “melhor” que isso, enganamos a nós mesmos. Alguém disse, não recordo quem, que, “O melhor negócio da terra seria comprar os homens pelo que valem, e revendê-los pelo que pensam que valem.”

Nosso “bom vinho”, pois, não raro, é fermentado nos arcaicos tonéis da presunção, e, o simples fato de precisarmos ser seletivos em nossa exposição, é já uma implicação de apurada autocrítica; de nos reconhecermos, ao menos em parte, feios, seja no âmbito moral, espiritual, estético... Como nas fotos da moda as pessoas buscam seus melhores ângulos, fazem caras e bocas pra exporem suas selfies, também as almas, buscam seus trejeitos psíquicos para saírem “bem na foto” da encenação social.

Infelizmente, nossas faculdades foram atingidas de tal modo, por ocasião do pecado, que, mesmo a noção de nossa maldade carece perspicácia, profundidade; assim, ao mero fato de vislumbrarmos outros cujo agir os faz parecer piores que nós, ante esse cotejo circunstancial, já nos presumimos, “bons”.

A Palavra de Deus não foi dada para massagear nosso ego pecaminoso, antes, denunciá-lo. Por isso diz: “Não há um justo sequer”; “Não um que seja bom, senão, Deus.” Sei que escrever algo radical assim fere certos orgulhos, mas, a simples existência desses, constata que a afirmação é verdadeira.

Deus, Onisciente como É, não alimenta ilusões a respeito de nossos caracteres. Mediante Isaías, nos desnuda: “Mas todos nós somos como o imundo, todas as nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

Não combina, pois, com a Excelsa Sabedoria Divina esperar o “bom vinho” de nossas uvas mirradas. Denunciou certa vez que Seu povo escolhido o decepcionara, no tocante a isso; “Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas?” Is 5; 4

Na verdade, quando O Salvador pediu de beber no auge da agonia, nossos representantes deram a “mostra do pano”: “Afrontas me quebrantaram o coração, estou fraquíssimo; esperei por alguém que tivesse compaixão, mas, não houve nenhum; por consoladores, mas, não os achei. Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre.” Sal 69;20 e 21

Sabendo o que podemos produzir, O Senhor requer que reconheçamos a ruindade de nosso vinho, primeiro, ( arrependimento, confissão ) para que, o bom vinho da regeneração no Espírito Santo, o novo nascimento, possa, enfim, ser milagrosamente produzido em nós, se, tão somente nos esvaziarmos de nossas pretensões, e deixarmos Ele nos encher com a Bendita Água da Vida.

Depois da queda, nenhum homem, por melhor que tenha sido, logrou ser outra vez, “imagem e Semelhança”, como fora o primeiro. As melhores videiras ainda davam frutos degenerados, uvas bravas. Por isso, Jesus Cristo, o “Segundo Adão”, pautou a diferença entre si, homem sem pecados, e os demais, dizendo: “Eu sou a videira verdadeira, meu Pai é o lavrador.” Jo 15;1

Diverso dos homens, Deus deixa o melhor para o fim, por isso, desafia à renúncia, entrega, obediência; a cruz. Aos que forem aprovados na sala de testes da vida terrena, propõe bem aventurança eterna, festa nos Céus, as Bodas do Cordeiro.


Assim, O Santo nos ordena que semeemos com lágrimas, e garante que ceifaremos com alegria. O homem dissimula defeitos com máscaras de qualidades, Deus corrige-os podando seus ramos, para que, as virtudes que ensina e fomenta frutifiquem inda mais.