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domingo, 23 de agosto de 2015

"The Voice"

“E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, as ovelhas o seguem, porque conhecem sua voz.” Jo 10; 4

O senhor usa aqui uma alegoria da relação, pastor-ovelha para figurar a Sua, com seus servos. A confiança se estabelece na intimidade gerada pelo convívio, que faculta aos servos identificarem a voz do líder.

Entretanto, se às ovelhas, a voz, estritamente, já basta como aferidora, aos cristãos, o assunto resulta um pouco mais complexo. Digo, a “voz” vai além de recursos vocais, articulação fonética. Um traço posto em relevo após o Sermão da montanha foi que, Jesus era diferente da de outros metres. “E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina; porquanto os ensinava como tendo autoridade; não como os escribas.” Mat 7; 28 e 29

Nesses tempos de frouxidão moral, onde disciplina, autoridade, não raro, são equacionadas com rispidez, falta de amor, muitos terão dificuldade de identificar a voz do Pastor, por, treinados em vieses psicologizados invés do convívio com o Santo.

Poucos ministros que se dizem de Cristo logram a devida negação do eu, “que ele cresça e eu diminua” como disse João Batista, para, enfim, serem reduzidos a vozes no deserto, como aquele. Quem atinge tal alvo, se faz como a voz do Sumo Pastor; dignamente O representa.

Amiúde, a Voz de Deus abarca toda Sua Palavra, devidamente contextualizada, Seus mandamentos. Repreendendo aos do Êxodo disse: “Nada falei sobre sacrifícios e ofertas, antes, disse: Dai ouvidos à Minha voz.” Desse modo, a voz associa-se ao conteúdo do que está sendo dito, antes, que o recurso sonoro envolvido.

Paulo apresenta uma situação em que o diabo transfigura-se em anjo, seus ministros, em ministros de justiça. Se, a figura é um recurso aparente, a voz, em dado momento trará à tona o que jaz no interior. No Apocalipse temos uma figura interessante: “E vi subir da terra outra besta; tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão.” Apoc 13; 11 Temos a imitação visual de Cristo, “Semelhante a um cordeiro”, mas, a essência satânica assomando na fala; “falava como o dragão...”

Como fala tal ser? Bem, na primeira vez que apareceu “pilotando” uma serpente falou relativizando a Palavra do Criador, minimizando consequências, prometendo grandezas espúrias, imputando imperfeição ao Caráter Divino. Qualquer ministro, que, hoje, anda exibir tais traços em sua mensagem, mesmo que faça as maiores demonstrações de poder, ou, até, obras de caridade, não passa de um filhote de dragão transfigurado, tentando parecer-se com O Cordeiro.

Desgraçadamente, grande parte da igreja move-se por essas vozes. Pessoas recebem sinais, prodígios e são instadas a testemunharem para glória e arrecadação de “apóstolos” “missionários” “bispos” e “pastores” vários, como se fosse esse o fim da Voz do Salvador. Milagres não são aferidores de nada; o gládio é entre verdade e mentira, o que muitos incautos recusam-se a ver.

Paulo aludindo ao surgimento do anticristo ensinou: “Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, sinais e prodígios de mentira, com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” II Tess 2; 9 a 12

Vemos obliquamente mais um traço da Voz Bendita de Cristo: Enseja amar à verdade. Desse modo, como poderia alguém, pregar santidade, ou, mencionar o Santo em seus lábios acoroçoando ainda anseios ímpios no íntimo? O mesmo Paulo desfaz a possibilidade; “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2; 19

Desse modo, temos uma nuance mais, da “Voz” de Cristo; gera testemunho santo.

A identificação da Voz do Pastor requer ajuda do Espírito Santo, que lega o necessário discernimento. Esse faculta a abstração de todo a aparência, busca apenas, a verdade.

Em coisas espirituais, pois, deveríamos nos comportar como os jurados do programa, “The Voice” que ficam de costas para o cenário e os candidatos; eventual aprovação que resulta em virar a cadeira deriva exclusivamente da voz, outro fator não conta.

Embora se diga: “a voz do povo é a voz de Deus”, no âmbito espiritual ninguém faz passeatas tentando destituir o governo que escolheu, por sentir-se enganado. Afinal, um traço mais, da voz do Santo, é Sua imutabilidade; muito mais perene que as coisas que reputamos concretas, como advertiu O Salvador: “Passarão os céus e a Terra, mas, minhas Palavras não hão de passar.”