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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Amor; em nome do Pai


“O Senhor vosso Deus é Deus dos deuses, Senhor dos senhores, Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas; faz justiça ao órfão, à viúva, ama o estrangeiro, dando-lhe pão e roupa. Por isso, amareis o estrangeiro, pois, fostes estrangeiros no Egito.” Deut 10 17-19

Normalmente, quando pensamos num servo de Deus, idôneo, imaginamos alguém com identidade espiritual, moral, com Seu Senhor; certamente deve ser assim mesmo, se, de fato, O serve. Entretanto, no texto supra encontramos Ele demandando identidade sentimental. “Amareis ao estrangeiro... pois, Vosso Deus, ama...”

Religiosidade puramente formal, desprovida de sentimentos equivale à fé sem obras denunciada por Tiago como, morta. Aos Fariseus que isso faziam, Jesus, chamou, hipócritas; aos demais que O ouviam, desafiou a ir além. “Porque vos digo que, se vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” Mat 5;20 “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito vosso Pai que está nos céus.” V 48

O amor requerido foi equacionado com justiça, não, mero sentimento. Mas, diria alguém, Israel fora injustamente tratado no Egito, quando estrangeiro, logo, “baixar a lenha” em eventuais estrangeiros que peregrinassem em seu meio seria uma questão de justiça, olho por olho.

É, assim como, obediência pode ter sua faceta puramente formal, também, justiça. O, “ama a teu próximo com a ti mesmo”, significa não fazer-lhe o que não desejaria para si, pouco importando o histórico. Se, quando cativos, oprimidos, sofriam com isso, não desejavam tal sorte, em liberdade, não deveriam fazer, o que lhes era mau, simples assim.

Contudo, frequentemente deparamos com “cristãos” que publicam nas redes sociais versos bíblicos de grande relevância sobre, amor; não muito depois, frases com seus sentimentos em relação aos “estrangeiros” de suas relações. “Ainda vou calar a boca de muita gente.” “Esses que falaram mal de mim, vão ter que me engolir”, etc. coisas assim testificam desejo de vingança, egoísmo, carnalidade de açougue, malgrado, a presunção de servirem a Deus.

É vero que, circunstancialmente foram necessárias guerras, por duas razões: a) A iniquidade dos cananeus enchera todas as medidas e Deus, como juízo decidiu bani-los da Terra; b) Israel seria o povo a ocupar seu lugar para dar frutos melhores. Naquele contexto, violência era um mal necessário.

Porém, estabelecidos em Canaã, cumprida a “plenitude dos tempos,” vindo O Salvador, o alvo passou a ser a salvação espiritual, não a conquista da Terra. Por isso, Ele reformulou: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;” Mat 5;43 e 44

Vimos que o alvo não é a posse de uma nesga de terra, mas, filiação espiritual; “...para que sejais filhos...”. Que decepcionante quando me deparo com a versão “gospel” da frase do macumbeiro que teria dito: “Não mexe comigo, que ponho seu nome no meu terreiro.” A “cristã” ficou assim: “Que Deus te dê em dobro tudo o que me desejares.” Noutras palavras: Deseje-me apenas coisas boas, senão, meu Deus te pega. Que vergonha!

Deus é tão “meu” quanto do outro; não encontro nenhuma razão pela qual Ele deva amar mais a mim que ao “estrangeiro”. Se, eventualmente tivermos, eu e ele, relações distintas com O Eterno é circunstancial; estou salvo? Cuidado, posso cair! Ele ainda não está? Eis um motivo para orar, Deus o Ama. Mesmo que o sentimento não ajude, a justiça requer que eu o ame também.

Entretanto, a onda tem sido ensinar nossa geração investir num “banco” falido. O empregado é desafiado “gospelmente” às mandingas que breve, o farão patrão. O Mestre ensinou diferente: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e ferrugem tudo consomem, onde os ladrões minam, roubam; mas, ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, onde os ladrões não minam nem roubam.” Mat 6; 19 e 20

Não é crime ter dinheiro, lutar para prosperar; mas, é erro grave desviar o foco da Palavra de Deus, transformar meios em fins.

Sempre haverá “estrangeiros”, doentes, desvalidos, presos, aos quais, quando fizermos o bem, “a mim o fizestes” disse O Senhor.

Enfim, não sejamos tão “espirituais” a ponto de presumir chegar a Deus ignorando ao próximo; tampouco, humanistas devaneando soberbamente salvação por méritos. 


Afinal, boas obras são um caminho para nosso andar espiritual. “As necessidades materiais do teu próximo, são tuas necessidades espirituais”. Israel de Salant 

Quando o lapso alheio e o meu se encontram, só o Amor de Deus, pode suprir a ambos.