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domingo, 30 de abril de 2017

Jó diante do Trono

“Ah, se eu soubesse onde O poderia achar! Então, chegaria ao seu tribunal. Exporia ante Ele minha causa, e, minha boca encheria de argumentos.” Jó 23;3 e 4
Temos Jó, no auge de sua amargura, desejando depor no Tribunal de Deus. Tal era a confiança em sua integridade que não temia diante de uma situação que assustaria a imensa maioria dos viventes; aliás, desejava-a.

Há dois prismas em que nossa pretensa justiça pode ser mensurada; no horizontal, nossa relação interpessoal, e, no vertical, diante do Senhor do Universo. Se, no primeiro caso, alguém íntegro como Jó poderia estar mesmo, confiante, no segundo, quem?

Quando, por fim, O Eterno concedeu a anelada oitiva, fez umas dezenas de perguntas sobre as obras da criação, e demandou do infeliz patriarca, onde ele estava quando tudo fora feito. Falando do cavalo, perguntou por que aquele não teme a morte, antes vai a um combate como se, a uma festa; “Escava a terra, folga na sua força, sai ao encontro dos armados. Ri-se do temor, não se espanta; não torna atrás por causa da espada” Cap 39;21 e 22

Ou, quis saber quem ensina o melhor habitat para as aves, por exemplo; “Voa o gavião pela tua inteligência, e estende as suas asas para o sul? Ou se remonta a águia ao teu mandado, e põe no alto o seu ninho?” VS 26 e 27 Mencionando a imponência do crocodilo, lembrou: “Brincarás com ele, como se fosse um passarinho, o prenderás para tuas meninas?... Ninguém há tão atrevido, que despertá-lo se atreva; quem, pois, é aquele que ousa erguer-se diante de mim?” Cap 40; 4 e 10

Não estava, O Senhor, acusando Jó de impiedade, antes, de temeridade; de, sendo criatura finita, mortal, estar questionando os juízos do Eterno. Aliás, quando foi chamada a “senha” de Jó, perante O Santo Juiz, O Meritíssimo apresentou como acusação, ignorância. “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?” cap 38;2

Assim, por melhores que sejam nossos caracteres, mais relevantes nossas boas obras, ainda resta uma separação abissal, entre a criatura inclinada a pecar, e O Criador, “Tão puro de olhos, que não pode contemplar o mal.” Hc 1;13

Esse abismo moral, não só desqualifica nossas obras como meio de salvação, como, declara inútil qualquer sacerdócio praticado por homens, presos no mesmo vale que nós.

Por isso, o Amor de Deus não fez menos que o necessário para colocar a Salvação ao nosso alcance, Jesus Cristo. “Este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Porque nos convinha, tal, Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos Pecadores, feito mais sublime do que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo a si mesmo. Porque a lei constitui sumos sacerdotes, homens fracos, mas, a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre.” Heb 7;24 a 28

Óbvio que, quando diz que Cristo éSeparado dos pecadores” refere-se ao Seu Ser, Sua Santidade; entretanto, como Sacrifício substituto, deu-se por nós; como Mestre, comeu, andou, com pecadores, socorreu-os; como Sumo Sacerdote Eterno intercede por aqueles que Nele confiam. Sua Intercessão filha do Seu amor atribui aos arrependidos, pureza, inocência que só Ele tem. 

Daí que, fraquejando nossas justiças, por melhores que sejam, como era a de Jó, resta o socorro do Senhor, Justiça Nossa. “Nos seus dias Judá será salvo, Israel habitará seguro; este será o Seu Nome, com o qual Deus o chamará: O Senhor Justiça Nossa.” Jr 23;6

Se, boas obras, contudo, são irrelevantes para a salvação, não significa que sejam más; apenas, insuficientes. Uma vez que, sem Cristo seriam praticadas por pessoas espiritualmente mortas; o que faria, delas, igualmente, mortas. Por isso, a primeira “Obra” que o Eterno requer, é operada pela fé. “Jesus respondendo disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;29

Feito isso, os crentes “nascem de novo” pela fé, então, obras derivadas daí, como frutos da salvação, serão aceitas como “cheiro suave ao Senhor.” “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10