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domingo, 5 de abril de 2020

Julgar ou não; eis a questão!


“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados; com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir.” Mat 7;1 e 2

Esse texto tem servido de biombo atrás do qual, muito falcatrua tenta se esconder. A ideia vulgar é que se pode agir como quiser; ninguém deve dizer nada pois, estaria “julgando” coisa que pertence a Deus apenas; será?

Parece que Paulo pensava diferente no espectro das ações humanas. Vejamos: “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” I Cor 6;1 e 2

Estariam Cristo e Paulo em contradição? Não. Qual a consequência de julgarmos, segundo O Salvador? “Com a medida que medires sereis medidos...” Isonomia; isso é mau? Ora, não julgamos ações segundo nosso valores? Digo, se desprezamos ao ladrão, ao mentiroso, ao hipócrita, poderíamos agir como eles sem ser motivo de desprezo? A mesma medida, ora.

Uma coisa elementar que as pessoas fingem não entender é que, quando determinado comportamento é rejeitado com base na Palavra de Deus, não é quem apresenta A Palavra que está julgando, antes, está apenas sendo um veículo do Juízo de Deus.

Querendo ou não, julgar as ações com essa “medida” no devido tempo todos seremos por ela julgados; “Quem rejeitar a mim, não receber Minhas Palavras, já tem quem o julgue; A Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48

O que O Senhor vetou foi o juízo temerário que não vendo ações de terceiros presume-as patrocinado pela malícia, ou, vendo coisas legítimas atribui razões torpes.

Outro dia em face a algo que escrevi fui chamado de egoísta, vaidoso, e até meu esmero em escrever da melhor forma que posso foi atacado como algo mau.

Invés de julgarem ao que escrevi, que pode e deve ser julgado, (Examinai tudo e retende o bem) julgaram-me e atribuíram-me motivos que desconhecem; esse foi o juízo que O Senhor desaconselhou.

Como eu, observando alguém que canta bonito, por exemplo, diria que ele(a) faz aquilo por egoísmo, vaidade invés de ser para a Glória de Deus que lhe deu tal talento? Tal juízo é indevido, temerário e traria uma sentença contra mim.

A Epístola aos Romanos denuncia a alguns que eram ciosos ao julgar erros alheios e omissos em vigiar os próprios; o saldo, invés do encorajado “Tesouro nos Céus” foi um “tesouro” de juízo. “Segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5

O que falamos aqui é registrado nos Céus, será usado no devido tempo; “Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; O Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor; para os que se lembraram do Seu Nome.” Mal 3;16

Ora, se A Palavra não é tão inclusiva, tão ecumênica assim, antes, demanda que, para nosso bom relacionamento com Deus ser preservado nos separemos dos que tomam atitudes réprobas, como faremos isso sem certo julgamento? Como identificaremos de quem nos separar? “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas?” II Cor 6;14

Aliás, além dos infiéis há uma prescrição contra os falsos cristãos ainda mais severa; “Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com avarentos, ou os roubadores, ou os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.” II Cor 5;9 a 11

Dizemos com frequência que aparências enganam; baseados nesse lapso, sejamos prudentes com o que não vemos claramente. Mas, certas atitudes são de calibre tal, que nem precisamos conhecer à Palavra de Deus para rejeitar. Isso não é julgamento, é decência, coerência, compromisso com valores. E reitero, segundo À Palavra, o juízo vem de Deus.

Somos desafiados a ser sal e luz. Um cristianismo que não influencia pelo exemplo seria luz que não ilumina, ou sal que não tempera.

Cristo em nós deve ser visível como uma cidade sobre um monte; porém, ausência Dele também é visível, para quem tem discernimento. Nesses o logro da aparência é dissipado pela Luz do Espírito Santo.

domingo, 5 de janeiro de 2020

Cuidado com o sal!


“Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar?” Luc 14;34

O sal sempre teve um papel relevante; sobretudo, no mundo antigo onde se desconhecia a eletricidade e a conservação possível dos alimentos era mediante seu uso. Carnes salgadas e secas ao sol conservam por muito tempo sem se corromper.

Tanto era valioso que, soldados romanos recebiam pagamento em sal; daí a palavra salário; do latim salarium; porção de sal; que migrou para nossos dias como a conhecemos.

No Antigo Testamento era indispensável para os sacrifícios oferecidos ao Senhor. Enquanto vetava uso de fermento e mel, O Senhor requeria o uso do sal; “Nenhuma oferta de alimentos, que oferecerdes ao Senhor, se fará com fermento; porque de nenhum fermento, nem de mel algum, oferecereis oferta queimada ao Senhor... Todas tuas ofertas dos teus alimentos temperarás com sal; não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas tuas ofertas oferecerás sal.” Lev 2;11 e 13

Quando O Salvador figurou Seus discípulos como “Sal da Terra e luz do mundo” tinha em mente fazer deles um fator de conservação da sã doutrina, dos valores celestes; e do seu modo de agir um exemplo que desafiasse outros a seguir, uma luz que atraísse. Assim como é impossível esconder uma cidade construída sobre um monte, seria impossível viver Nele sem chamar atenção, ensinou.

Paulo usou a mesma figura atrelando o sal à gravidade na postura dos cristãos, sobretudo, no falar; “vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4;6

Sendo o sal um elemento conservador e o desafio aos cristãos é para que sejam o sal da terra, dizer-se um cristão conservador chega a ser redundante, como “subir para cima, descer para baixo”. O cristianismo veraz exige a conservação da sã doutrina.

Liberalismo doutrinário não é adequação aos novos tempos como devaneiam os mais sonolentos, antes, são nuances da degeneração do sal, onde se deveria perguntar pelas “veredas antigas” como dissera Jeremias. O Eterno não se moderniza.

Paulo advertiu: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre teu ministério.” II Tim 4;3 a 5 A mesma coisa que aos imprudentes era comichão por mudanças, para um evangelista sóbrio seriam aflições a sofrer sem condescender.

Se, os meios se aperfeiçoam a cada dia, saímos da escrita em pedra para pergaminhos, papiros, livros, e agora digital, contudo, o teor é eterno. “Passarão os Céus e a Terra, mas Minhas Palavras não passarão.” Mat 24;35 Permitir “evolução” na revelação Divina atribuiria a Deus imperfeição; é blasfemo. O que há é uma revelação progressiva de Deus nas Escrituras em atenção amorosa às humanas limitações.

O Antigo Testamento narra um incidente em Jericó onde uma fonte corrupta foi sarada pelo profeta Eliseu depois de jogar sal nela; “Então saiu ele ao manancial das águas, deitou sal nele; e disse: Assim diz o Senhor: Sararei estas águas; não haverá mais nelas morte nem esterilidade.” II Reis 2;21 Notemos que paralelo ao ato de jogar o sal tivemos a Palavra do Senhor. Eloquente figura!

Assim como aquelas águas estéreis e degeneradas somos nós pecadores; Eliseu em hebraico significa: “Deus é salvação;” figura de Jesus, cujo original Yeoshua significa Jeová é Salvação a mesma coisa. Então, um prato de sal nas fontes junto com a Palavra do Senhor, e as águas estéreis passam a ter vida; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

É “só” isso! Digo; o alvo da Obra do Salvador é trazer vida onde imperava morte. O Pacote não promete felicidade na Terra, trazer a pessoa amada de volta, prosperidade, satisfação de anseios naturais, nada.

Deus envia sol e chuva sobre justos e injustos; o que cada um fizer mediante trabalho frutificará, independente do rumo espiritual abraçado. Claro que os fiéis são alvo de graças especiais, embora, sofram mais pela oposição que no mundo há.

Evocando amor, tolerância, inclusão, muito sal tem degenerado; vai piorar com o ecumenismo em gestação.

Não fomos chamados para sermos legais, simpáticos, inclusivos; recebemos uma “despensa” suprida, da qual devemos distribuir alimento; “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, despenseiros dos mistérios de Deus... requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” I Cor 4;1 e 2

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Inimigos Íntimos

“Porque o filho despreza ao pai, a filha se levanta contra sua mãe, a nora contra sogra; os inimigos do homem são os da sua própria casa.” Miq 7;6

A Bíblia é recorrente em apresentar casos de inimigos oriundos do mesmo sangue; Caim matou seu irmão Abel; Esaú odiava ao gêmeo Jacó; os irmãos de José fizeram o mesmo, etc.

Embora, nosso senso lógico tenda a ver em estranhos, ameaças, e na família, o porto seguro, muitas vezes as coisas não são assim.

Infelizmente, até na família da fé, a igreja, são os de dentro que nos fazem dano. Os de fora, embora haja escarnecedores também, a maioria nos respeita, sobretudo, se tivermos bom testemunho ante eles.

Aliás, essa é a ideia quando Cristo diz que somos “O sal da Terra e a luz do mundo”, pois, amplia: “Não se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus.” Mat 5;15 e 16

Muitos textos acabam sendo necessários, para correção das heresias que são compartilhas por gente que se diz, cristã. Pior, não só heresias, há os “memes” essas zombarias virtuais que fazem sobre os nossos problemas, que existem, coisa para consumo de todos, mesmo sendo a maioria dos nossos contatos de gente não convertida.

Ora, A Palavra ensina: “Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo o propósito debaixo do céu... Tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar;” Ecl 3;1 e 7

Se, há um tempo em que o cristão maduro deve estar calado sobres assuntos internos da Igreja é quando está perante aqueles que não compartilham de sua fé; Não que deva ser hipócrita fingindo não haver problemas onde há; mas, deve ser prudente e perante aqueles que deveria apresentar a Luz de Cristo, jamais acenar com as baixarias da carne.

Um exemplo: Muitos compartilham um chiste que diz que certos crentes precisarão dois caixões quando morrerem; um para o corpo, outro, para a língua; dado, serem muito fofoqueiros. Mas, esse “irmão” que lança esse lixo numa rede social que pode ser acessada pelo mundo inteiro é o quê? Não existe língua maior que essa, que demandará um contêiner para ser enterrada. Mas, o sem noção se sente “espiritual” fazendo isso.

Outros mostram o culto do “Show Gospel” hiperlotado, e o de estudo da Palavra de bancos vazios. A conclusão que meu cavalo chega, ele usa certa lógica, é que o irmão que posta isso deprecia o oba-oba na Igreja e ama estudar a Palavra; mas, se é mesmo assim, por que não aprende e pára de postar estrume e começa a mostrar seu conhecimento escrevendo, ou, partilhando coisas que sirvam para edificação, salvação? Meu cavalinho rumina até agora sem entender.

Nunca vivemos um analfabetismo Bíblico tão engajado como o atual. É tanta porcaria escrita, ou, compartilhada, que o diabo poderia tirar férias; esses “crentes” se encarregam de dar trabalho e envergonhar aos que amam a Obra e labutam com seriedade. Por que não aprendem a calar a boca já que não sabem o que falam?

Crescimento físico é algo espontâneo, quase imperceptível; o corpo alimentado, hidratado, certo curso de tempo e logo, um que era infante assoma como adulto no palco da vida.

Entretanto, o crescimento espiritual não é assim. Depende de quanto nos alimentamos da Palavra. Ou seja: Ouvir com diligência, e pautarmos nosso ser, nosso agir, pelo que aprendemos. 

Senão, o tempo passará e não seremos mais que meninos velhos. Alguns Hebreus padeceram esse mal, vejamos: “... vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça; é menino.” Heb 5;11 a 13

Ser menino é uma coisa boa, no prisma espiritual; se, meninice significar pureza, inocência, dependência do Pai, humildade; agora, pretender falar como mestre e se portar como menino que é problemático. Paulo sintetiza: “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas, sede meninos na malícia e adultos no entendimento.” I Cor 14;20

Ele, no início com zelo sem entendimento servia ao inimigo pensando servir a Deus; esses fazem o mesmo. Uma hora O Senhor os chamará e perguntará: Fulano, por que me persegues?

“A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na retaguarda para ver.” Bertrand Russel

domingo, 13 de maio de 2018

Sabor de Sal

“Todas tuas ofertas de alimentos temperarás com sal; não deixarás faltar à tua oferta de alimentos o sal da aliança do teu Deus; em todas tuas ofertas oferecerás sal.” Lev 2;13

Naquela época sem energia elétrica, um dos poucos conservantes usados era o sal. A carne salgada pode resistir por muito tempo em condições de ser consumida; seu uso inibia a putrefação, processo célere em climas quentes, sobretudo.

Como os sacrifícios deveriam subir perante O Senhor em “cheiro suave”, Ele ordenou que se fizesse assim. Além disso, há um tipo profético apontando para “sacrifícios” futuros da Nova Aliança, onde, piedade, testemunho, constância e gravidade dos salvos foram figuradas usando o sal como parâmetro. “Vós sois o sal da terra; se, o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens.” Mat 5;13

Paulo aludiu à linguagem sadia esperável dos salvos usando a mesma figura: “Vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um.” Col 4;6

Infelizmente, muito da “piedade” humana é biodegradável; isto é: Não resiste à ação do tempo, nem, as adversidades que testam-na. Camões, o poeta disse: “A verdadeira afeição na longa ausência se comprova”. Aquele que É Amor, Deus, por certo não se contentará com algo que não seja vera afeição; correspondência real ao Seu Amor. Mas, como reagirá nosso sentimento em relação a Ele, em caso de demorada ausência? Seguirá conservado na redoma da constância, como se, carne temperada com sal, ou, apodrecerá indefeso ante o calor da provação?

Na Parábola do Semeador O Senhor figurou os meramente emotivos como sementes que caíram sobre pedras; presto nasceram e ao primeiro calor secaram. Como crianças que “desgostam” de um brinquedo assim que divisam outro diferente, se portam os que fazem calorosas profissões de fé em momentos de abalos emocionais e saem de fininho ao primeiro sinal de luta.

O exemplo de Jó, que, privado de todos os seus bens preservou sua integridade é o que O Santo espera dos Seus. Ele não permitiu aquilo tudo que Seu servo fiel sofreu por algum rasgo de sadismo em Seu Caráter Santo; antes, para desbancar falácias do inimigo e nos ensinar algo sobre a fé que Ele aprecia.

O Mesmo Senhor, aliás, depreciou nuances de “piedade” tão tênues, que comparou ao orvalho, o qual foge rápido com a chegada do sol; “Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque a vossa benignidade é como a nuvem da manhã, como o orvalho da madrugada que cedo passa.” Os 6;4

Em Platão também encontramos algo interessante sobre o caráter; disse mais ou menos o que segue: “Quando alguém for considerado justo, virtuoso, lhe caberão elogios, louvores, aplausos; e, não saberemos se, o tal, é justo por amor à justiça, ou, aos louvores que recebe; Convém testá-lo numa situação em que todas essas coisas lhe sejam negadas; se, ainda seguir sendo justo ama a justiça”.

Pois, na caminhada com O Senhor somos desafiados a uma peregrinação entre adversários, e ainda levando nossas cruzes; não há aplausos, louvores, reconhecimento algum, enquanto, na Terra. Ainda há situações em que o Próprio Senhor parece se distanciar para infundir em nossas almas a preciosa têmpera da fé; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Entretanto, há pregadores melosos, de um lado, outros, espancadores inchados na carnal compreensão, com ênfase doentia em usos e costumes pensando que falta de educação seja sal. Felizmente há saudáveis também, claro! Mas, a carne viva detesta sal; arde. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus; não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7

Devemos, os ministros, aprender com o exemplo de Davi que recusou-se a oferecer ao Senhor sacrifícios que não lhe custassem nada. Assim, antes de nos candidatarmos à fala, emprestarmos ouvidos apurados e submissos à Palavra de Deus; quem sai por aí espalhando mel ainda não aprendeu o valor do sal. Aquilo que cheira suave ao paladar natural se faz nauseabundo às Narinas de Deus.

Aplausos e facilidades terrenas onde deveria ser campo de batalha, não mostram que Deus alargou a porta, antes, que há ímpios usando verniz.

Quem ama a justiça faz réu a si mesmo todos os dias; policia-se revendo seus passos e busca perdão sempre que falha; pois, quando despertar no além anseia seu parecido com o Pai; “Quanto a mim, contemplarei tua face na justiça; me satisfarei da tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

sábado, 23 de dezembro de 2017

Posso não comemorar o Natal?

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Edificais os sepulcros dos profetas, adornais os monumentos dos justos,e dizeis: Se existíssemos no tempo de nossos pais, nunca nos associaríamos com eles para derramar o sangue dos profetas. Assim, testificais que sois filhos dos que mataram os profetas.” Mat 23;29 a 31

Religiosos edificavam sepulcros e adornavam monumentos dos “heróis da fé”; todavia, essa “piedade” oca era apenas um testemunho contra eles, que, sendo descendentes dos que mataram aos justos, cultuavam ainda a hipocrisia em lugar da justiça.

Há divisão entre evangélicos na questão de comemorar o Natal. A maioria o faz, nos mesmos moldes do mundo. Nem todas as coisas a Palavra de Deus aborda expressamente; algumas derivamos dos princípios que A Palavra ensina; por exemplo: Não há um texto que ordene obedecer aos sinais de transito; todavia, o princípio da obediência está expresso: “Obedecei às autoridades”.

Quando, uma prática não é mencionada, sequer seu princípio, resta o arbítrio de cada um, com uma ressalva: “... Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova.” Rom 14;22 Isto é, o fato que aprovo algo não o faz lícito, necessariamente; bem pode me trazer condenação.

O que a Bíblia fala sobre comemorar o Natal? Nada. Não menciona, ordena, nem proíbe; sequer traz a data precisa, que, com certeza não foi em Dezembro.

Todavia, as comemorações que julgou relevantes Deus sempre ordenou. Assim, tínhamos as Primícias, Páscoa, Tabernáculos, Pentecostes... tudo expresso na Palavra. Se, o Natal deve ser comemorado pelos filhos de Deus, por que esse silêncio Bíblico?

Na verdade, Ele, Jesus, mandou que comemorássemos Sua Morte, não, Seu Nascimento; pois, foi ali, na Cruz, que Triunfou em Sua Missão. “Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.” I Cor 11;26

Ontem deparei com um vídeo onde uma pregadora nos acusou, os que não comemoram o Natal de “coar um mosquito e engolir um camelo”, segundo ela, não comemoramos, mas, depois compramos roupas brancas para o culto da virada, quiçá, pulamos sete ondas para Iemanjá. A anta sem noção foi aplaudida por uma plateia igualmente sem noção. Quem disse que se recuso a comemorar uma festa mundana o faço em outra igualmente mundana? De onde tirou isso?

Mas, suponhamos que eu fosse um hipócrita assim, eu e muitos que não comemoram; ela basearia sua teologia em nossa hipocrisia invés da Palavra? Uma fora da casinha assim deveria ser internada, não aplaudida.

Disse que somos “A luz do Mundo” isso “explica” as luzes de Hong Kong nas fachadas; que o pinheirinho lembra que somos “como árvores plantadas junto às correntes das águas”; todas à volta estão secas, mas, nós estamos verdes. Aplausos de novo. Ora, o mundo é um deserto de sentido espiritual, de aversão a Deus, mas, segundo ela, fazendo igualzinho mostramos nossa diferença de árvore verde entre as secas??

Uma metáfora usa uma figura para realçar uma substância; “vós sois a Luz do mundo”; isto é, sois responsáveis por iluminar com vosso exemplo, não copiar as fajutas encenações mundanas; desenhando: “...resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras...” Mat 5;16 Tem a ver com nosso agir, obras, caráter.

Quem não sabe interpretar uma metáfora, uma alegoria, um símile, uma parábola, não está apto para interpretar Às Escrituras. Disse também O Senhor que somos “O Sal da Terra”; à “teologia” daquela senhora justifica-se o sal grosso que tantos macumbeiros “evangélicos” usam.


Assim como o sal era o elemento da conservação de alimentos num tempo em que não havia geladeiras, devem os salvos ser elementos de conservação da moral, dos bons costumes, da sã doutrina, não mais.

Além disso, se, como disse Tiago, amizade com o mundo é inimizade contra Deus, e todo mundo comemora isso que chama de Natal, mas, no fundo é um festival hipócrita de, comes e bebes, qual minha parte nisso?

Imaginem um filho rebelde, desobediente, drogado, dissoluto, avesso aos pais o ano todo, que no dia dos pais ou, mães chega solícito com presentes; seus pais terão prazer nele? Assim vive a maioria do mundo, avessa Ao Senhor, Sua Vontade; até, combatendo aos servos do Senhor, mas, no Natal e na Sexta-feira Santa têm um surto de piedade.

Anuncio a Palavra do Santo o ano todo; cometo erros, falhas, peco; mas, não preciso de dois dias para fingir que me importo em agradá-lo.

Não acho que aplauso seja pecado, mas, não gosto que plateias aplaudam pregadores. Geralmente as pessoas aplaudem a si mesmas no que se identificam. Um mensageiro probo gera contrição, invés de identificação, pois, apresenta Deus a um povo que tende a alienar-se Dele.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

A bênção desprezada

“A bênção do Senhor enriquece e não acrescenta dores.” Prov 10;22

Alguém poderia objetar: Mas, não são assim todas as bênçãos? Não. Algumas trazem efeitos colaterais danosos, entre os quais, podemos encontrar a cegueira espiritual, visão distorcida, onde, alguém se supõe abençoado, de posse de certas coisas, mas, é apenas desgraçado coberto de auto-engano.

Com essa régua, aliás, O Senhor mensurou certa igreja que descambara para o materialismo e desprezara a pureza necessária. “Dizes: estou enriquecido, de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, miserável, pobre, cego, e nu; Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; roupas brancas, para que te vistas e não apareça a vergonha da tua nudez; unjas teus olhos com colírio para que vejas.” Apoc 3;17 e 18

Paulo realçou o exemplo dos que isso buscavam, e, no fim, acharam dores também; “Os que querem ser ricos caem em tentação, laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;9 10

Dizemo-nos, pela fé, descendentes de Abraão; e àquele O Senhor ordenou: “Sê tu uma bênção!” Assim, antes que, uma coisa a se buscar, estritamente, bênção é um modo de ser; e, fomos desafiados a ser “Sal da Terra e luz do mundo.”

Quando diz que a bênção do Senhor enriquece, precisamos como disse Paulo, “comparar as coisas espirituais com as espirituais”; As riquezas que O Santo tenciona para nós são, justo, aquelas que faltavam à igreja de Laodicéia, que, malgrado a opulência material, era miserável.

Num mundo apodrecido como vemos, onde a perversão em todos os aspectos, inclusive deformando até às crianças, libertinagem parece ser o “sonho de consumo”; quem ainda preza valores como, verdade, pureza, decência, pudor, família, dignidade humana, etc. de repente, sem mais nem menos descobre-se muito mais rico que supunha, dada a miséria circunstante.

Parece que nossa sociedade ocultava de modo hábil, até, suas mazelas; vindo a lume de roldão a impressão é que apodrecemos cem anos em dez.

Por um lado um congresso desértico nos itens probidade, e competência; um oásis aqui outro, acolá; por outro, um sistema educacional eivado de obscenos obscenizantes, cuja meta, invés da difusão do conhecimento é, abertamente, a desconstrução dos valores cristãos, das famílias. A erotização precoce, consumo de drogas várias, tudo o que sempre nos soou abjeto, de repente virou objeto das escolas que, desviados do mister de forjar alunos cultos, pretende formar rebeldes indecentes, libertinos.

Em meio a isso, uma “Igreja” descompromissada com O Senhor e Seus ensinos; o capeta subindo na mesa, destruindo tudo; os bravos “missionários e apóstolos” em ensurdecedor silêncio quanto a isso; porém, a sempre agitada promoção dos seus valore$, uma vergonha!

Se, sabem o caminho das pedras esses canalhas pós-graduados em simonia, digo, se podem mesmo vender bênçãos como acenam, por que precisam do dinheiro do povo? Se, suas orações são canais de bênçãos, por que não as fazem em proveito próprio? Porque a ignorância dos incautos, em última análise é a “bênção” deles.

Parecem com certo vendedor de dicas de como acertar na Loto fácil; afirma conhecer a fórmula infalível, mas, invés de ganhar dinheiro usando sua técnica, prefere vender seus “segredos” em livros virtuais; pior, tem quem compre. Esse tipo de “bênção” tem filas de gente anelando, mas, a do Senhor, que oferece bens duráveis, “tesouro no Céu”, aí faltam pretendentes.

Quem ignora a diferença entre pedras e diamantes pode usar preciosidades numa funda; a maioria, infelizmente, não sabe; corre após o estrepitoso berrante do engano recebendo pedras ordinárias e desprezando as quem têm valor, deveras.

Quando diz que a Bênção do Senhor não acrescenta dores não significa que servi-lO seja indolor, antes, requer cruz, e encontramos ferrenha oposição; mas, mesmo as dores necessárias em nosso aperfeiçoamento são bênçãos embaladas em pacotes toscos, que em seu tempo encherão de sentido as lutas; trarão lenitivo e conduzirão a bênçãos maiores.

O Senhor não acrescenta nada além do necessário; quando decide abençoar o faz como Pai que ama; não, como mercador; claro que espera a contrapartida da fidelidade, não por bênçãos, mas, por Seu Amor que anseia ser correspondido.

Abençoa injustos, inclusive; mas, quando a pauta for o livramento do juízo será seletivo: “Eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim jóias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve. Então vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Ml 3;17 e 18

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Omissão; co-autoria do pecado



“Não odiarás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo, e por causa dele não sofrerás pecado”. Lev 19; 17

Acostumamos com a ideia que a condenação da omissão seja originada em Tiago, mas, na verdade, vem desde Moisés. Os judeus de então foram orientados a exortarem seus irmãos em caso de pecado, sob pena de sofrerem punição.

Deixar de repreender ao errado, aliás, foi equacionado com odiar. A profecia sem a qual o povo se corrompe é um agente inibidor do mal que deve residir, em parte, em todo o servo de Deus; Sua Palavra, claro! Essa é a ideia do sal da terra, enquanto a luz tem mais a ver com o testemunho de vida. 

Se tivermos como visão a concepção que devemos fugir às polêmicas,  sermos “bonzinhos" como o  R. R. Soares que não critica ninguém e “cura” a todos, acabaremos sendo inúteis ao propósito do Senhor.

Quando Jeremias compôs suas Lamentações sobre as ruínas de Jerusalém, atribuiu, antes de tudo,  aos profetas “bons” a causa do desastre. “Os teus profetas viram para ti, vaidade e loucura e não manifestaram a tua maldade, para impedirem o teu cativeiro; mas viram para ti cargas vãs e motivos de expulsão.” Lam 2; 14 O que esses profetas receitaram se tornou motivo de rejeição por parte de Deus, estranha receita!

Paulo aconselhou ao jovem Timóteo a não participar de pecados alheios. Não se tornar, por assim dizer, co-autor. “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro.” I Tim 5; 22 

O assunto em pauta era a consagração de obreiros, que se fazia como foi feito com o mesmo Timóteo, mediante imposição de mãos. Não que se não possa orar com imposição de mãos pelos pecadores, sobretudo arrependidos; nesse  caso, o ministro se identifica com a necessidade do suplicante e por ele intercede. No caso da apresentação para o ministério, significa identidade de valores, recomendação; e então, se a imposição for sobre um de caráter dúbio, de vida errada, o que o recomenda se faz partícipe dos seus pecados.

Claro que a omissão não se restringe ao ministério profético; antes, em Tiago, tem mais a ver com o socorro dos necessitados que outra coisa qualquer; saber fazer o bem e deixar de fazê-lo. 

Contudo, contemplar o erro e silenciar, na melhor das hipóteses é falta de zelo para com Deus, sinal claro de falta de amor. O salmista foi deveras incisivo quanto a isso: “Pois falam malvadamente contra ti; e os teus inimigos tomam o teu nome em vão. Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam, e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti? Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos.” Sal 139; 20 - 22

Fácil é, pois, entender às limitações de um errado de espírito, as precipitações de um novato qualquer e até suportar posições indelicadas de alguém assim; agora, contemplar o teatro nauseabundo de um herege contumaz sem se irritar, sem reagir de modo enfático é muito difícil. 

E nem se trata do medo de ser punido por omissão, mas da ira que nasce ao ver o povo ludibriado, e o Santo Nome de Deus profanado.

Adotamos em parte, no meio cristão, a ideia mundana que amar é ser sempre agradável, simpático, cordato. Aquele de quem a Bíblia fala que ninguém tem maior amor que Ele, não foi assim.

Na verdade, o profeta está para a batalha espiritual como o atalaia que era posto sobre os muros, para avisar  que o exército inimigo que se aproximava; um cochilo, uma falta de aviso era derrota certa; mas, o sangue derramado era culpa do atalaia, figura que Deus usou com Ezequiel. “Mas, se quando o atalaia vir que vem a espada, e não tocar a trombeta, e não for avisado o povo, e a espada vier, e levar uma vida dentre eles, este tal foi levado na sua iniquidade, porém o seu sangue requererei da mão do atalaia.” Ez 33; 6
 
Em nossos dias as heresias veem como um exército armado em busca dos servos do Senhor; e aqueles que foram postos “em cima do muro” para ver mais longe, devem bradar a plenos pulmões, para que não sejam apanhados desprevenidos, os que dependem de seu aviso.

Não sejamos omissos, pois, para que não prospere a iniquidade, e nem sejam ceifados os simples de coração sincero. 

Ademais, possuir uma Escalibur como temos, uma espada de Rei e não usá-la oportunamente, além de um desperdício, encerra uma maldição. “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulosamente; e maldito aquele que retém a sua espada do sangue.” Jr 48;10