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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Jejue comendo mais

“E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão. Jesus lhe respondeu, dizendo: Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas, de toda a palavra de Deus.” Luc 4;3 e 4

O primeiro aspecto dessa tentação é que o inimigo se faz “oportuno” “lógico”, quando quer armar seu laço. O Senhor estava no fim de um jejum de 40 dias, quando o traíra se “preocupou” com pão. Não nos enganemos: A misericórdia do diabo não passa de senso de oportunidade, astúcia.

Todavia, meu foco, agora, é o jejum. Para muitos, uma opção mal compreendida. Tanto podemos errar no método, quanto, no mérito. Quanto ao método, é bem mais que ficar sem comer; mais que ascetismo, que dieta.

Antes, na inversão de prioridades entre espírito e corpo, ao passo que esse é disciplinado pela privação de alimento, aquele, é alimentado mais. Como diz no Salmo primeiro, depois de renunciar ao que soa errado se coloca o certo no lugar. Pouco adiantaria rejeitar o conselho dos ímpios, caminho dos pecadores, roda dos escarnecedores, seguindo o “eu” orgulhoso entronado.

Porém, após rejeitar aquelas opções errôneas, “tem seu prazer na Lei do Senhor, na Sua Lei medita dia e noite.” Igualmente, o jejum, depois de tolher anseios naturais, que em si nem seriam errados, devemos nos ocupar das coisas do Senhor.

O método certo há de clarear-nos o mérito também; digo, praticado do jeito certo, há de mostrar-nos os alvos devidos. Podemos nos abster de alimentos, e ainda nos empanturrarmos de cobiça, egoísmo.

No mesmo Salmo diz que o que age assim será “como árvore plantada junto às águas; que mesmo na estação da seca não deixa de dar frutos.” Para a “árvore” do corpo, o jejum equivale a um estio, onde lhe são negados os nutrientes básicos; todavia, há “águas” correndo perto de suas raízes, que a faz frutificar mesmo assim.

Contudo, se, água é uma necessidade da árvore, frutos são uma bênção a terceiros, não frutifica em interesse próprio. Assim, jejuar meramente por aspirações pessoais equivale a querer frutos para si; os dons do Espírito Santo em nós têm alvos melhores. “Ide e aprendei o que significa: Misericórdia quero, não, sacrifício.” Assim, se nosso jejum visa agradar a Deus, terá nosso semelhante como alvo; se, é mero sacrifício em benefício próprio, bem que podemos pecar jejuando.

Paulo aconselhou Timóteo que priorizasse o exercício espiritual ao corporal, e disse, noutra parte, como se dava consigo: Privava seu corpo de certas coisas, para não ser réprobo ante terceiros. Sua saúde espiritual seria bênção aos demais, uma vez que legitimava seu ministério, ouçamos: “Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois, assim corro, não como a coisa incerta; combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo o meu corpo, o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” I Cor 9;25 a 27

O Jejum egoísta foi denunciado certa vez: “Fala a todo o povo desta terra, e aos sacerdotes, dizendo: Quando jejuastes, pranteastes, no quinto e no sétimo mês, durante estes setenta anos, porventura, foi mesmo para mim que jejuastes? Ou, quando comestes, quando bebestes, não foi para vós mesmos que comestes e bebestes?” Zac 7;5 e 6 Depois, O Senhor apontou aos alvos dos Seus cuidados; “...Executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um para com seu irmão. Não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente cada um, em seu coração, mal contra o seu irmão.” Vs 9 e 10

Por fim, o exercício espiritual, enseja crescimento, discernimento; “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.” Heb 5; 14 O “alimento sólido” em questão é a Palavra, numa compreensão madura, não os rudimentos da doutrina que é chamado Leite.

Pois, se lhe faltam as chuvas, voltando à figura da árvore, bebe do Espírito, o “Rio cujas correntes alegram à Cidade de Deus”. Quem se exercitar dessa forma, terá o discernimento oportuno, para quando a “misericórdia” do inimigo propuser “saídas fáceis” para problemas complexos.

Em suma, Jejuar não é ficar sem comer; antes, mudar o cardápio natural que satisfaz ao corpo, pelo sobrenatural que robustece ao espírito. Feito isso, os alvos já não serão egoístas, mas, os que O Espírito Santo nos fará ver como sendo os cuidados de Deus.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Que dureza!

“Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios e comei carne. Porque nunca falei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios. Mas, isto, lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz,  eu serei o vosso Deus,  vós sereis o meu povo;  andai em todo o caminho que eu vos mandar, para que vos vá bem.” Jr 7; 21 a 23 

Eis uma coisa muito mal entendida pelo povo, quando da vigência do Velho Testamento. Uma triste necessidade humana como sinal externo de arrependimento foi tratada como sendo uma espécie de culto, algo cujo fito seria agradar a Deus. Nada poderia estar mais distante da verdade. 

Mediante Davi o Espírito Santo foi preciso: “Porque meu é todo animal da selva,  o gado sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes;  minhas são todas as feras do campo. Se eu tivesse fome, não to diria, pois meu é o mundo e toda a sua plenitude. Comerei eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes?” Sal 50; 10 a 13 

Então, os sacrifícios ofertados com pompa e circunstância, nada tinham de agradáveis a Deus; “ ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios e comei carne...”  Tal “culto” era mera forma rasteira de satisfazer anseios naturais. O anelo Divino era mais alto: “Daí ouvidos à minha voz. Andai em todo o caminho que Eu vos mandar...” 

Assim, os sacrifícios que amenizavam os descaminhos dos israelitas passaram a ser o centro de seu culto, em sua parca visão. 

Na verdade, a função sacerdotal era antes, profilática, que saneadora. Deveria ser um ensinador dos caminhos santos, invés de mero “açougueiro” a serviço de pecadores. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2; 7 Assim, o povo daria ouvidos à voz de Deus, ouvindo ao sacerdote. 

Embora o Sacerdócio Eterno de Cristo, ensejado pelo Novo Testamento em Seu Sangue elimine a repetição de sacrifícios, a doença de querer apenas o perdão que conserta, não, o ensino que previne segue a mesma. 

Pior, certos cretinos encorajam a “sacrificar” para ser abençoado, como demonstração de fé. Aquilo que era uma triste necessidade no Velho Testamento é vertido na “essência” do Novo, como se, o Deus que rejeitara aquelas coisas, agora, as estivesse requerendo. 

A mensagem é diferente: “Nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz comemoração dos pecados, porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados... Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro para estabelecer o segundo.” Heb 10; 3, 4 e 9

Não se trata de uma adição, antes, mudança.

Mas, dirão, sabemos que somos justificados pelo sacrifício de Jesus; apenas estamos demonstrando nossa fé para sermos abençoados. Ora, a “fé” que quer algo em troca, assemelha-se à “fezinha” que os apostadores fazem quando jogam em loterias diversas. 

Fé em Jesus demanda compromisso, identificação. “Se me amais, guardai os meus mandamentos.” Jo 14; 15 Uma vez mais: “Daí ouvidos à minha voz.” 

O Sacrifício que Deus aceita é apenas o De Cristo; quanto a nós, a identificação com Ele requer certa renúncia também; mas, não se trata de oferecer coisas para negociar, antes, uma vida para ser transformada segundo Ele. “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12; 1 

Se, a razão, o entendimento são chamados à arena, então, se espera de nós que não deturpemos as coisas. Não basta alguém se dizer sacerdote de Deus, para que, automaticamente, tudo o que ensinar mereça crédito. Antes, além do testemunho coerente deve ter afinidade escriturística tal, que possa dizer com verdade como disse Paulo: “Por que eu recebi do Senhor o que também vos ensinei.” 

Vivemos dias difíceis; todos têm algo a dizer, poucos sabem ouvir. Contrariar eventual erro equivale a ofender; temos o direito de “curtir”; jamais ensinar. 

Pior; vemos um festival de baboseiras sem base bíblica desfilando com status de profecias, enquanto, a Voz de Deus, Sua Palavra é ignorada. 

O preceito do “Sacrifício vivo” nos faz agradáveis a Deus, embora, nem sempre compreendido pelos homens. Os falsos profetas, entretanto, oferecem facilidades mentirosas com as quais agradam ao homem, enquanto são odiados por Deus. 

Ainda que, os mesmos melindrosos “filosofem”: melhor prevenir que remediar, ouse alguém evocar a prevenção segundo Deus; presto será rejeitado, pois, a dureza de muitos corações segue irremediável...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O site de Deus



“Ele respondeu-lhes: Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma o teu leito, e anda. Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que te disse: Toma o teu leito, e anda?” Jo 5; 11 e 12 

Digamos que pairava certa ambiguidade naquele contexto; um milagre espetacular, a cura de um paralítico que sofria, havia 38 anos, e uma pequena “transgressão”, uma vez que tal milagre ocorrera num sábado. Por qual desses dois motivos estariam os inquiridores procurando  o autor? Estariam maravilhados ante a cura, quem sabe, com outro doente para apresentar? Infelizmente, não. O motivo era seu zelo doentio pela guarda do Sábado, como se, até fazer o bem, nele, fosse proibido. “E por esta causa os judeus perseguiram a Jesus, e procuravam matá-lo, porque fazia estas coisas no sábado.” V 16

Todos nós, em dado momento temos que lidar com “ambiguidades” assim. A ênfase, a escolha, testifica de nossos valores. Quando o zelo por uma inclinação pessoal, denominação, credo, bandeira, agremiação, etc. se torna mais importante que uma vida, por melhores que pareçam nossas razões, ainda estão calcadas no egoísmo, na indiferença. 

A mesma Lei, que os Fariseus pareciam tanto zelar, apregoava amar ao próximo como a si mesmo; desse modo, curar sua enfermidade, quem conseguisse, estaria dando vívida demonstração de amor. Tiago ensina: “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.” Tg 2; 10 Tratando-se de ágape, o amor cristão, não existe amor fora da Lei; antes,  sintetiza  a razão da Lei, como ensinou O Mestre: “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mat  22; 37 a 40

Entretanto, também aqui, há o risco de ambiguidades, deturpações, ênfase deslocada. Se, é pacífico que, amor é o cerne de tudo, não exclui os mandamentos, criando uma doutrina humanista, onde, quem fizer o bem ao seu próximo, independente dos laços espirituais, estará fazendo a coisa certa. Se, o texto ensina que a Lei depende do amor, não advoga que o amor, por si só, prescinde da Lei, antes, completam-se, como ensinou Paulo: “E ainda que tivesse o dom de profecia,  conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes,  não tivesse amor, nada seria. Ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres,  ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” I Cor 13; 2 e 3 Assim, a Lei traça um caminho, o amor, provê motivo para caminhar. 

Não se entenda com isso, porém, que defendo o legalismo ultrapassado; antes, os mandamentos ensinados pelo Salvador. Ademais, se alguém presume que, amar ao semelhante, por si só, basta, a despeito das escolhas espirituais, convém lembrar que, antes de ensinar amar ao próximo, o texto ensina amar a Deus de todo coração, de toda alma. Minhas preferências, por hígidas que sejam, são minhas; o próximo, é dele; se, cuidar dos interesses dele antes dos meus, estarei dando uma demonstração madura de amor cristão. 

O Senhor ensinou isso com outras palavras: “Ide, porém, aprendei o que significa: Misericórdia quero, não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.” Mat 9; 13 No contexto, O Salvador saíra do convívio dos “santos” e assentara-se à mesa com os maus. 

Mas, desafiou a aprenderem o significado de uma antiga sentença: “Misericórdia quero, não sacrifício”. Que parte eles não tinham entendido? Em misericórdia me ocupo das carências alheias; sacrifício faço, pensando nas minhas. Aquela faceta, pois, atua altruista; essa, de modo egoísta. Parece nobre, santo, o que jejua; não que seja errado; mas, é engajado, ativo em amor o que compartilha. Não são coisas excludentes, também complementares,  disciplina do corpo e cuidado com as carências alheias. 

Aliás, lembrei da frase de um rabino que sintetiza maravilhosamente isso: “As necessidades materiais de teu próximo, - disse – são as tuas necessidades espirituais.”  ( Israel de Salant ) 

Sim, embora possamos, via oração, “acessar o site de Deus”, a senha para que sejamos aceitos depende de relações horizontais. João ensina: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão.” Jo 4; 20 e 21

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Os dois pombinhos

“Mas, se em sua mão não houver recursos para um cordeiro, então tomará duas pombas, … uma para o holocausto e outra para a propiciação do pecado; assim o sacerdote por ela fará expiação, e será limpa.” Lev 12; 8
 
Instruindo sobre os rituais de purificação, Deus, ao tratar de Sua Justiça transparece belas nuances de misericórdia. O arrependido que não pudesse comparecer ante o sacerdote com um cordeiro para sacrifício, poderia fazê-lo com um casal de pombos. Assim, se é certo que o culpado  não é tido por inocente, também o é, que Ele requer arrependimento do pecador, invés de bens.

Jesus, aliás, desafiou líderes religiosos que enfatizavam sacrifícios como supra sumo da fé a entenderem melhor a intenção Divina. “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.” Mat 9; 13 

No contexto fora censurado por assentar-se à mesa com pecadores. Os Fariseus eram pródigos em sacrifícios e ofertas, mas, insensíveis aos sofredores que os cercavam. Dos tais, o Salvador foi ao encontro.
  
Deve ter sido um tapa de luva no orgulho dos “mestres da Lei” ouvir tal exortação: “Ide e aprendei o que significa…”

Se é vero que o mundo  lança em rosto o tempo todo o que se pode fazer com dinheiro, a Bíblia ensina ao longo de sua narrativa o que Deus faz com simplicidade e obediência. Mesmo a “porta de entrada” do Salvador à humanidade não tinha pompa alguma. Quando da purificação pós parto que era requerida, conta-nos Lucas: “E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor… para darem a oferta segundo o disposto na lei do Senhor: Um par de rolas ou dois pombinhos.” Luc 2; 22 e 24 

Vemos que José e Maria não dispunham recursos para um cordeiro sequer. Para provisão dos bens necessários à sua descida ao Egito, Deus moveu três sábios que viviam há centenas de milhas, que fossem a Belém levando ouro, incenso, mirra, coisas de alto valor. Não há registro de nenhuma “corrente” de orações pedindo tal suprimento; foi iniciativa exclusiva de Deus, Sábio e Amoroso.

O que muitos da geração atual que mencionam seu Santo Nome sem reverência ou conhecimento algum precisam urgente entender é, o quê,  significa Sua Palavra; Deus quer ser conhecido, amado, não usado. “Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e  conhecimento de Deus, mais do que  holocaustos.” Os 6; 6
 
Alguns O querem exibicionista mostrando poder, como se a criação não fosse suficiente. Certo que Jesus fez muitos milagres; entretanto, Sua ênfase sempre foi na misericórdia, justiça e amor. Também é que um cego de nascença foi curado e o Senhor disse que ele nascera assim, para que se manifestassem as obras de Deus.  Jo 9; 3

Devemos concluir daí, que todos os que têm necessidades especiais devem ser curados por Ele para seguirem sendo manifestas Suas obras? Depende de qual faceta queremos manifesta.

Tenho um sobrinho autista que é amado tanto quanto sua irmã, e acredito que em todas as famílias que têm seus especiais, a coisa é igual. Quer manifestação mais hígida do vero amor que essa? Amar por amar, não por talentos, dons, perfeição; antes, apesar de eventuais lapsos físicos ou psíquicos?

Acontece que ante O Altíssimo todos somos seriamente deficientes, contudo, nos ama apesar disso. Na verdade, amar aos belos, aos fortes, talentosos, nem mesmo é amá-los; equivale a amar a nós mesmos, dada a satisfação que tais “heróis” nos propiciam.

E, há uma diferença diametral entre misericórdia e sacrifício, que o Salvador desafiou a entender. O Sacrifício visa um bem próprio, seja perdão, seja uma bênção qualquer; entretanto, a misericórdia ocupa-se essencialmente da necessidade alheia.

Mesmo aí, no domínio das ações humanas tropeçam muitos; uns por omissos espiritualizam tudo num escapismo insano que ignora as necessidades práticas; outros, vestem-se de justiça própria como se as boas obras fossem atenuantes à sua heterodoxia doutrinária.

Ora, a ortodoxia evangélica requer as boas obras, a misericórdia, e não prescinde da santidade mediante a Palavra, vejamos: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2; 10 “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.” Jo 17; 17

Obras de misericórdia testificam nosso amor ao próximo; santificação e obediência, amor a Deus. E Jesus sintetizou nisso, a saga Divino-humana: “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mat 22; 40 E convenhamos que, caso queira, ninguém é tão pobre que não possa oferecer esses “dois pombinhos” em sacrifício a Deus.