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quinta-feira, 26 de março de 2015

Que dureza!

“Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios e comei carne. Porque nunca falei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios. Mas, isto, lhes ordenei, dizendo: Dai ouvidos à minha voz,  eu serei o vosso Deus,  vós sereis o meu povo;  andai em todo o caminho que eu vos mandar, para que vos vá bem.” Jr 7; 21 a 23 

Eis uma coisa muito mal entendida pelo povo, quando da vigência do Velho Testamento. Uma triste necessidade humana como sinal externo de arrependimento foi tratada como sendo uma espécie de culto, algo cujo fito seria agradar a Deus. Nada poderia estar mais distante da verdade. 

Mediante Davi o Espírito Santo foi preciso: “Porque meu é todo animal da selva,  o gado sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes;  minhas são todas as feras do campo. Se eu tivesse fome, não to diria, pois meu é o mundo e toda a sua plenitude. Comerei eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes?” Sal 50; 10 a 13 

Então, os sacrifícios ofertados com pompa e circunstância, nada tinham de agradáveis a Deus; “ ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios e comei carne...”  Tal “culto” era mera forma rasteira de satisfazer anseios naturais. O anelo Divino era mais alto: “Daí ouvidos à minha voz. Andai em todo o caminho que Eu vos mandar...” 

Assim, os sacrifícios que amenizavam os descaminhos dos israelitas passaram a ser o centro de seu culto, em sua parca visão. 

Na verdade, a função sacerdotal era antes, profilática, que saneadora. Deveria ser um ensinador dos caminhos santos, invés de mero “açougueiro” a serviço de pecadores. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2; 7 Assim, o povo daria ouvidos à voz de Deus, ouvindo ao sacerdote. 

Embora o Sacerdócio Eterno de Cristo, ensejado pelo Novo Testamento em Seu Sangue elimine a repetição de sacrifícios, a doença de querer apenas o perdão que conserta, não, o ensino que previne segue a mesma. 

Pior, certos cretinos encorajam a “sacrificar” para ser abençoado, como demonstração de fé. Aquilo que era uma triste necessidade no Velho Testamento é vertido na “essência” do Novo, como se, o Deus que rejeitara aquelas coisas, agora, as estivesse requerendo. 

A mensagem é diferente: “Nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz comemoração dos pecados, porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados... Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro para estabelecer o segundo.” Heb 10; 3, 4 e 9

Não se trata de uma adição, antes, mudança.

Mas, dirão, sabemos que somos justificados pelo sacrifício de Jesus; apenas estamos demonstrando nossa fé para sermos abençoados. Ora, a “fé” que quer algo em troca, assemelha-se à “fezinha” que os apostadores fazem quando jogam em loterias diversas. 

Fé em Jesus demanda compromisso, identificação. “Se me amais, guardai os meus mandamentos.” Jo 14; 15 Uma vez mais: “Daí ouvidos à minha voz.” 

O Sacrifício que Deus aceita é apenas o De Cristo; quanto a nós, a identificação com Ele requer certa renúncia também; mas, não se trata de oferecer coisas para negociar, antes, uma vida para ser transformada segundo Ele. “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12; 1 

Se, a razão, o entendimento são chamados à arena, então, se espera de nós que não deturpemos as coisas. Não basta alguém se dizer sacerdote de Deus, para que, automaticamente, tudo o que ensinar mereça crédito. Antes, além do testemunho coerente deve ter afinidade escriturística tal, que possa dizer com verdade como disse Paulo: “Por que eu recebi do Senhor o que também vos ensinei.” 

Vivemos dias difíceis; todos têm algo a dizer, poucos sabem ouvir. Contrariar eventual erro equivale a ofender; temos o direito de “curtir”; jamais ensinar. 

Pior; vemos um festival de baboseiras sem base bíblica desfilando com status de profecias, enquanto, a Voz de Deus, Sua Palavra é ignorada. 

O preceito do “Sacrifício vivo” nos faz agradáveis a Deus, embora, nem sempre compreendido pelos homens. Os falsos profetas, entretanto, oferecem facilidades mentirosas com as quais agradam ao homem, enquanto são odiados por Deus. 

Ainda que, os mesmos melindrosos “filosofem”: melhor prevenir que remediar, ouse alguém evocar a prevenção segundo Deus; presto será rejeitado, pois, a dureza de muitos corações segue irremediável...

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Teoricamente sábios



“Teoria é quando se sabe tudo e nada funciona. Prática é quando tudo funciona e ninguém sabe por quê.” ( Anônimo ) 

Essa sacada meio irônica bem combina com o “status quo” religioso encontrado por Jesus. Escribas, Fariseus, Saduceus, Doutores da Lei chegavam-se a Ele para debater; o intento? Demonstrar que eram conhecedores dos Oráculos de Deus, ou, que Cristo não era. 

E eis que se levantou certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês?” Luc 10; 25 e 26

Mesmo não tendo estudado a dialética socrática, o Mestre devolveu a pergunta; a suposição era que ambos conheciam a Lei. Caso houvesse discrepâncias seria de interpretação. Então, o Senhor quis saber como aquele interpretava. “Como lês?” 

“E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças, de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás.” VS 27 e 28 

Realmente, o conhecimento do Doutor era precioso, pois,  sintetizar toda a Lei em dois mandamentos, amor a Deus e ao próximo, o mesmo Jesus ensinou. Porém, “na prática a teoria é outra”, como diria Joelmir Betting.

O Senhor não era mero teórico, antes, demonstrava de modo prático Seus ensinos. Desafiou ao Doutor que fizesse o mesmo.  “Faze isso...” Nada mais frustrante a um teórico empedernido que o fim do pleito com um desafio à prática. Ele não gostou do fim precoce da brincadeira e resolveu prolongar um pouco. Ele, porém, querendo justificar a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?” v 29 

Aí o Mestre contou a clássica história do peregrino assaltado e ferido, deixado moribundo junto ao caminho, que fora ignorado por dois passantes. Um; sacerdote; outro, Levita; teoricamente, dois servidores de Deus. ( não dá pra ignorar a penetrante ironia dessa história ) “Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão; e, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho;  pondo-o sobre a sua cavalgadura levou-o para uma estalagem e cuidou dele; partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro e disse-lhe: Cuida dele; tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar. Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai; faze da mesma maneira.” VS 33 a 37 

Além da dupla ironia de acentuar a indiferença dos religiosos e tomar como benfeitor um samaritano, considerado maldito pelos “santos”, o Senhor encerrou sua história com o mesmo desafio do princípio; sai da teoria e age! “ Vai; faze da mesma maneira.”  

O fato de que a salvação é pela fé, não por obras, visa podar qualquer pretensão de mérito humano no que é de Cristo;  não, tolher às boas obras que devem testificar o que Jesus fez em nós. Tiago ensina: “Mas dirá alguém: Tu tens a fé eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.” Tg 2; 18
   
As obras de justiça prescindem, muitas vezes, de palavras; nem por isso, deixam de iluminar. “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5; 16 

Por outro lado, meras palavras desprovidas de verdade cansam a mais não poder. Estamos em pleno horário eleitoral no Brasil, onde os teóricos deitam e rolam. A sensação que passam é que 60% do que falam é mentira; 40% utopia; o resto é verdade. Não sem razão, pois, que quando de sua dura diatribe aos Fariseus, o adjetivo recorrente nos lábios do Mestre foi, “Hipócritas!” 

O grande dilema da Teoria da Evolução, por exemplo, é a dificuldade de demonstração prática. Os fatos insistem em negar sua veracidade. Quanto à verificação de Sua Doutrina, Jesus desafiou eventuais céticos a testarem-na, na arena da prática para confirmarem em si mesmos a eficácia da “teoria.” “...A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou, se eu falo de mim mesmo.” Jo 7; 16 e 17   

Uma vez mais somos chamados a deixar o discutir para agir conforme; há tantos “próximos” bem próximo... Se meu saber não melhora meu agir, no fundo, é só um refém da ignorância em busca de aplausos como resgate.