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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Trump, o continente está "endireitando"?

Mas, a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia.” Tg 3;17

Dentre as muitas qualidades da “Sabedoria do Alto”, me ponho a pensar sobre as duas últimas do rol; “Sem parcialidade, sem hipocrisia”. Todos os defeitos são danosos, mas, esses dois, em especial. Ora, nos muitos aspectos que abrangem a vida humana, em nenhum, as pessoas são mais parciais do que o são, na política.

Afinal, essa é feita de partidos, que, como o nome sugere, são apenas partes do todo, fragmentos pequenos, ou, em caso de bipartidarismo, como nos Estados Unidos, aproximadamente a metade do bolo. 

Vemos no, atuar dos políticos, invariavelmente, eles, pondo em relevo suas pretensas qualidades, bem como, realçando os defeitos imputados aos adversários. Notem que tanto defeitos quanto, virtudes, carecem condicionais como, pretensa, e imputados, pois, no altar da política a primeira vítima imolada é sempre a verdade, de ambos os lados. Assim, é justo a infecção da parcialidade que pede ajuda para sua irmã gêmea, a hipocrisia.

Os que veem na eleição de Trump para a Casa Branca, um acidente pontual, um tiro no pé, dado pelo eleitorado, americano, esquecem de considerar que, não foi só o presidente que venceu, mas, os republicanos fizeram ampla maioria para o Senado e para a Câmara, de modo que, explicações simplistas, nada explicam.

Os democratas, sabemos, estão no poder há oito anos, e, se após isso, receberam tal “crítica” dos cidadãos de lá, quanto mais defeitos alistarem no vasto cartel de Trump, mais incisivos ficam os erros cometidos pelos partidários de Obama, pois, preferiram aquele a esse, e sua indicada, malgrado os muitos lapsos do vencedor. Para fazer uma análise imparcial, pois, os democratas devem ter feito péssimo trabalho, o que os levou a perderem assim, para alguém, tão ruim.

Ao terem que escolher entre um machista e uma abortista, talvez, as pessoas tenham pensado no mal menor. Entre o gayzismo e o conservadorismo, uma sociedade conservadora tende a marcar sua posição, malgrado a avalanche midiática que tentou empurrar goela abaixo, a candidata mais liberal.

A mim não interessa colar em Trump virtudes que ele não possui; tampouco, defeitos em Hillary. Estou tentando, vendo de fora, fazer a análise mais imparcial possível, do que teria levado os americanos a escolher dessa forma.

Ninguém trai a si mesmo conscientemente, pode se enganar na avaliação, mas, escolhe sempre o que lhe parece melhor. Se, as “favas contadas” do “IBOPE” de lá deram outra conta, possivelmente, esses vícios da parcialidade e hipocrisia atingiram institutos de pesquisas também.

Acho estranho os que acusam Trump de racista concluírem que seu potencial eleitoral adveio de “brancos, ignorantes, acima de 45 anos, de áreas rurais”. Ora, isso reduz seu “curral eleitoral” a menos de 5%, nem no subdesenvolvido, Brasil, chagariam a tanto, e ele fez mais de 50%, portanto, nessa análise, mais traços da parcialidade e da hipocrisia. Explicações alicerçadas em preconceitos, para explicarem a vitória do preconceituoso, aí, não dá.

O fato continental é que, depois de uma guinada à esquerda da América Latina, e do Norte, pois, os democratas são a esquerda possível, por lá, depois disso, digo, a Argentina mudou, o Brasil deu mostras disso na última eleição municipal, Venezuela também, de modo que o continente vai gradativamente “endireitando” de novo, numa espécie de dialética hegeliana, onde cada período é uma “tese” social, sucedido de sua antítese.

Se, a esquerda teve sua vez e deixou a peteca cair, certamente não foi por nenhum “golpe” como bradam certos jumentos de cá, antes, porque se revelaram incompetentes, melhores de marketing, que, de trabalho. Cidadãos satisfeitos são eleitores fiéis.

No Brasil, temos o legado de 12 milhões de desempregados, e uma dívida de 170 Bilhões, fraudes e mais fraudes nos programas sociais, corrupção no superlativo. Na Venezuela o povo causa tumultos nas ruas, pois, há fome e escassez de alimentos.

Agora, malgrado a manipulação da imprensa e institutos de pesquisas, os americanos deram um sonoro basta, aos democratas. Alguém disse que sentimos nas mudanças, certo alívio, ainda que, estejamos mudando para pior; pode ser o caso nos States. Mas, o desejo de mudar, não deriva da satisfação com o “status quo”, antes, do descontentamento.


Assim, quanto mais boçal fazem o Trump parecer, mais vergonhosa a derrota dos seus adversários. Pois, uma coisa seria Grêmio, ou, Inter perderem um Grenal, derrota para adversário de grandeza similar; outra, ser derrotado por um timeco qualquer, da terceira divisão. Urge, pois, que os democratas reconheçam algum defeito em seu legado, quiçá, qualidade no adversário, ou, concluam que, não obstante sua estirpe puro sangue, foram humilhados por um pangaré.