Mostrando postagens com marcador reconciliação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador reconciliação. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Bandeira vermelha da paz


“Glória a Deus nas alturas, Paz na terra; boa vontade para com os homens.” Luc 2;14

“Bendito o Rei que vem em Nome do Senhor; paz no Céu; glória nas alturas.” Luc 19;38


Duas exaltações a Deus e paz, em endereços distintos: Primeiro na Terra; depois, no Céu.

Paz é um estado de ânimo bilateral. De nada vale uma parte sentir-se “em paz” estando a outra com mágoa, com uma ferida não tratada. Assim, nossa reconciliação com Deus que traz paz na Terra requer uma contrapartida que enseje paz no Céu.

Não é algo de geração espontânea; antes, uma consequência, como ensinara Isaías: “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32; 17 Onde houver traços de justiça sendo praticada, no prisma espiritual, se vislumbrará rastros de paz com Deus.

Entrando no mundo Aquele que É, A Verdade, tendo vindo para ensinar a Justiça Divina, com sobejas razões os anjos cantaram, “Paz na Terra”. “A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram. A Verdade brotará da Terra, a Justiça olhará desde os Céus.” Sal 85;10 e 11

Se, a discórdia Divino-humana iniciou quando o primeiro homem foi instado a imputar injustiças a Deus e desobedecer, a concórdia seria restabelecida agora, para com aqueles que, ouvindo A Verdade, se arrependessem e passassem a dar crédito irrestrito a Deus; portanto, o “glória a Deus nas alturas.” O Santo que fora desonrado por calúnia e descrédito seria agora devidamente glorificado, pela verdade e a fé.

Se, Sua Santa presença entre nós é o bastante para trazer paz à Terra, a do Céu tinha um reclame de justiça ainda não satisfeito. Por isso, tão somente quando O Salvador entrou em Jerusalém para oferecer a Deus a contrapartida “humana” para reconciliação, só então, o Espírito Santo verteu de lábios anônimos a certeza que se estava fazendo paz no Céu.

Se, lá no início, a humanidade embrionária ousou desobedecer Ao Criador, não temendo à morte, agora, o “Segundo Adão” levou a obediência às últimas consequências, ensinando de modo prático, em que sentido é sábio não temer à morte.

A necessidade judicial Divina demandou que Cristo se fizesse homem, pois, não havendo na Terra, “um justo sequer”, a resposta que o Céu requeria jamais poderia ter sido oferecida por nós.

Deus entregara o domínio do Planeta ao homem. Competia ao homem, pois, colocar a “casa em ordem”; aqui temos a razão de ter, Cristo, descido da Sua Glória para se fazer um de nós. “Também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo; para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou. E deu-lhe o poder de exercer juízo, porque é Filho do homem.” Jo 5;22, 23 e 27

Para que o inimigo, que derrotara um homem, não acusasse a Deus de injustiça, de trapacear, a justiça Divina fez Cristo vencer reduzido às limitações humanas. “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.” Heb 2;14 e 15

Desse modo, A Verdade ensinada pelo Mediador é o único aferidor confiável, pois, crida e vivida aquieta consciências e testifica que estamos em paz com Deus; ou, inquietando-as, denuncia razões da nossa ruptura.

A paz no Céu foi alcançada no sentido geral, de desfazer a mentira do inimigo, os grilhões que detinham a humanidade à sua mercê; mas, a paz individual depende da resposta de cada um. Quem escolhe a impiedade em lugar da obediência desonra a Deus; não ensejando paz no Céu, tampouco, desfruta paz na Terra. “Os ímpios não têm paz, diz o Senhor.” Is 48;22

Se alguém consegue, mesmo enlameado em culpas assegurar que é o mais honesto dos homens, não deriva isso de uma consciência pura; antes, outra, cauterizada. Precisamente aí que a eficácia do Sacrifício de Cristo sobrepuja em muito às pobres oferendas simbólicas do antigo sacerdócio. “... O Sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas para servirdes ao Deus vivo.” Heb 9;14

A Boa Nova do Evangelho é um apelo à reconciliação possibilitada pelos Méritos do Único Mediador; Jesus Cristo. Sua Paz nunca ganhou nem ganhará um “Prêmio Nobel”; mas oferece eternidade aos que a recebem. “Deixo-vos a paz, Minha paz vos dou; não a dou como o mundo dá. Não se turbe vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14;27

sábado, 30 de março de 2019

"Apenas" O Rei dos Reis

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.” Rom 5;1 e 2

O Feito de Cristo por nós deveria ser óbvio, entretanto, dado o agir de muitos que pregam por aí, nunca é demais recordar. Éramos inimigos de Deus e fomos reconciliados. Isso encerra a maravilhosa graça que, sendo injustos fomos imputados justos, apenas mediante a fé; fomos justificados. Afinal, Cristo “... por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação.” Rom 4;25 Nós causamos Sua morte.

A real compreensão disso deveria obrar duas coisas. Primeiro deveríamos nos envergonhar de que a nossa maldade tenha custado tão alto preço à Justiça e Bondade Divinas. Diverso do dizer de alguns pavões da praça que o preço do resgate mensura nosso valor, na verdade mede a intensidade da maldade dos nossos pecados. Depois da vergonha seria esperável um sentimento de profunda gratidão ao que, pelo custo da própria vida, resgatou-nos.

Contudo, a sedução do “neo-evangelismo” moderno não mais se satisfaz com o “básico”. Paramentam suas mensagens com um calhamaço de acessórios de promessas fáceis, luzes, cores, coreografias, carnavais, unção disso ou daquilo; engodos materialistas que envergonham aos simplórios que pregam um Evangelho que oferece “apenas” Jesus Cristo. Antes que, o grato louvor Àquele que É Digno, as músicas na imensa maioria são antropocêntricas, egoístas, terrenas. O “Eu” que deveria ser mortificado inda dá as cartas nesse insano jogo travestido de cristianismo.

Invés de constrangimento e gratidão que deveriam habitar as nossas almas, há uma crassa falta de noção de gente que sente-se no direito de “decretar” “determinar” isso ou aquilo; uma vez que “filhos do Rei;” arvoram-se nos pretensos direitos de fruírem vidas de príncipes. Vergonha na cara, um deserto; presunção, um oceano.

Primeiro tivemos o surgimento da “Teologia da Libertação” onde inclinações políticas comunistas roubaram um verniz cristão para melhor engodar incautos fazendo parecer que as humanas e ímpias comichões seriam a Vontade de Deus; depois, importamos dos States a famigerada “Teologia da Prosperidade”, onde, invés de reconciliação com inimigos, o “Evangelho” remasterizado nem se importa muito com esse viés “secundário” da reconciliação; na verdade o que conta é que Deus nos desejaria enriquecer e empoderar na Terra.

Desgraçadamente “igrejas” proponentes dessa obscenidade enchem-se, enquanto, as que inda conservam a sóbria mensagem de reconciliação padecem dificuldades até para manter a membresia; quiçá, fazê-la crescer.

Esses dias foram vaticinados; “... haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos, repentina perdição. Muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. Por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas;” II Ped 2;1 a 3

A uma leitura superficial pareceria que nem se trata desses, afinal, pregam todos os seus descaminhos “em Nome de Jesus; e os denunciados por Pedro agiriam negando ao “Senhor que os resgatou”. Ora, O Senhor desafiou pretensos seguidores a tomarem suas cruzes e segui-lo. Essas necessariamente demandam a mortificação das vontades naturais segundo o mundo, para, enfim, serem iluminadas e conduzidas pela Vontade Divina.

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

O Nome do Santo nos lábios e as cobiças naturais na mira é mais que negar ao Senhor; antes, é profaná-lo. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Mais que uma mensagem falada, as veras testemunhas de Cristo têm uma mensagem vivida em seu modo de agir; “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos céus.” At 5;14 a 16
Uma cidade edificada sobre um monte é algo que se não pode esconder; a vera conversão salta aos olhos naturais, tanto quanto, a apostasia exibe-se obscena ante a visão espiritual.

A restauração da amizade com Deus custou tão alto, trocaríamos isso por algumas moedas? Quem ainda confunde cascalho com diamantes precisa recuperar as vistas antes que, outro bem qualquer.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Estás em paz com Deus?

“Em toda a angústia deles Ele (Deus) foi angustiado; o anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor e sua compaixão, os remiu; os tomou e conduziu todos os dias da antiguidade. Mas, eles foram rebeldes, contristaram seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo; Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;9 e 10

Dois aspectos interessantes: O Eterno, graciosamente se identificando com as necessidades do povo escolhido; e, esse, por sua rebeldia entristecendo ao Santo e ensejando a inimizade.

A relação afetiva com O Senhor, onde há, é sempre intensa; seja, nas provisões graciosas do Seu amor, seja, na oposição ferrenha que arde em Seu zelo, ao ser desprezado. Simplificando: Ou, somos amigos de Deus, ou, inimigos, não há meio termo.

Um pouco antes, mediante o mesmo profeta O Senhor dissera que, as aparentes restrições de Sua Força, eram, na verdade, traços da inimizade gerada pelas transgressões. “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem, agravado Seu ouvido, para não poder ouvir. Mas, vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Cap 59;1 e 2

Por isso, o Evangelho é, antes de tudo, uma mensagem de reconciliação. A inimizade se estabelecera e estacionara; o amor Divino deu o primeiro passo; e que passo! “Eu vim para que tenham vida...”Jo 10;10 disse O Salvador.

A contrapartida esperada dos reconciliandos é que também eles, reconhecendo suas culpas, abdiquem da autonomia sugerida e caminhem em direção ao Salvador; tomem consigo Seu Jugo; “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;28 e 29

Podemos inferir, sem forçar, pois, que a situação de inimizade com Deus traz cansaço psicológico aos seus agentes. Quantas doenças psicossomáticas, (que começam na alma e atingem ao corpo) tipo, estresse, pânico, depressão, podem ser oriundas de uma alma assim, cansada de navegar contra as ondas?

A Carta aos hebreus também sugere um descanso espiritual aos salvos; “Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas.” Heb 4;9 e 10

Embora pareça contraditório, uma vez que Jesus nos desafia a tomarmos Seu Jugo, a conversão nos livra de um peso esmagador; as consequências letais do pecado, no fim, e, temporalmente, à medida que tolhem a leveza das almas que teriam paz, se, alinhadas ao querer Divino. “Porque o meu fardo é leve, e o meu jugo suave”. Mat 11;30

Em suma, a rebelião gera inimizade com Deus; entristece-O, no caso daqueles que tinham um compromisso firmado; e a pretensa autonomia de definirmos por nós mesmo as noções de bem e mal nos coloca compulsoriamente a serviço do mal, da carne, do mundo, e do príncipe do mundo; a liberdade prometida se mostrou escravidão.

Sob o Jugo de Cristo, a cruz, a amizade se restabelece mediante os Méritos Dele; a paz outra vez nos é legada trazendo junto a leveza do descanso espiritual.

Assim, qualquer Evangelho cujo foco não priorize a reconciliação Divino-humana, por bonito, instigante que pareça é uma fraude. Jesus Cristo, O Senhor, não é Mediador entre emprego e desemprego; entre miséria e posses; entre subalterno e chefe, nem, entre cônjuges em desalinho; Sua Bendita presença pode fazer diferença nas soluções de muitas coisas como essas, mas, Sua Mediação que custou Seu Sangue, é entre o homem pecador e O Deus Santíssimo; “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5

O Evangelho sadio não é um apelo para melhorar de vida; antes, um desafio à reconciliação, para, enfim, ter vida. “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. Somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos da parte de Cristo que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;18 a 20

Fazendo isso, o Amor Divino se identificará com nossas necessidades e angústias; passará conosco pela água e pelo fogo; senão, estaremos por nossa conta, mercê do assassino príncipe do mundo, em inimizade com O Santo.

“Homens restringem a verdade. Eles a escondem, eles não querem entendê-la por causa de sua inimizade contra Deus e seus desejos de viver livre de Sua regra.” Paul Washer

sábado, 7 de abril de 2018

Habeas Animus

Mesmo quem não liga para termos jurídicos, tampouco, se interessa em entendê-los, nos últimos dias ouviu muito sobre “Habeas Corpus”, dada a repercussão que alcançou o pleiteado pelos advogados de Lula.

Habeas corpus significa "que tenhas o teu corpo"; é uma expressão originária do latim. Uma medida jurídica para proteger indivíduos que estão tendo sua liberdade infringida; é um direito constitucional.

Tanto pode ser liberatório, caso o postulante esteja preso, quanto, preventivo. Em razão dos argumentos usados para tal, os juízes avaliam se, o pleito procede ou, não; julgam deferindo, ou, indeferindo-o.

Pois bem, se, no âmbito da liberdade civil “que tenhas o teu corpo” com total liberdade de locomoção é o melhor que se pode, no prisma espiritual carecemos restringir, mortificar as demandas dos corpos, se, queremos nossas almas livres em Cristo.

Paulo ensinou: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

O “sacrifício vivo” das vontades naturais é o nosso “culto racional”; Pois, a razão do Espírito não é dar vazão às nossas vontades, antes, conhecer e praticar à de Deus.

Desse modo, abdicando do “Habeas Corpus” teremos um “Habeas animus” (espírito, alma) em latim. De outro modo; andando segundo o Espírito, não, segundo reclames do corpo, alcançaremos um modo de vida agradável diante de Deus. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito.” Rom 8;1

Nosso passado ruim, de pecados, quando andávamos segundo a carne foi perdoado; mas, isso não deve ser estímulo para seguirmos atuando ainda daquele modo; antes, somos exortados a valorizar a graça que nos livrou, mudando o modo de viver. “... Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?” Cap 6;2 e 3

Nossa identificação com Cristo demanda o fim do “Habeas corpus”; não que nossos corpos deixem de desejar às mesmas coisas, apenas, que em Cristo somos capacitados a resistir, o que, antes era-nos impossível. “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; tampouco, apresenteis vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas, apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e, vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois, não estais debaixo da lei, mas, debaixo da graça. E daí? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas, debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” VS 12 a 16

A Liberdade de Cristo é podermos escolher a quem obedecer; não se trata de liberdade absoluta, mas, capacitação para atuar segundo Deus, o que antes da conversão não tínhamos; “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

Se, é a Vontade de Deus que deve pautar nosso agir, foi essa mesma Vontade Graciosa que possibilitou-nos o novo nascimento mediante Cristo.

Sintetizando: Em Cristo fomos libertos da escravidão do pecado para podermos fazer o que devemos, não, o que queremos. Ainda presos em um corpo, vítima da queda e das ímpias inclinações decorrentes, mas, com liberdade condicional, onde, podemos desfrutar vida espiritual mortificando-o.

Antes de Cristo a vontade boa estava presa, subjugada pela habitação do pecado; o “eu”, alma, estranho no próprio corpo, escravizado e preso pelo intruso. “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas, o pecado que habita em mim. Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito, querer está em mim, mas, não consigo realizar o bem.” Rom 7;17 e 18

"De boas intenções o inferno está cheio”; diz o adágio. Pois, escravos do pecado, nossas boas intenções não passam disso; “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus...” Rom 8;7

A mensagem evangélica sadia é, antes de tudo, de reconciliação; “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se, Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;20

segunda-feira, 5 de março de 2018

A reconciliação

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.” Rom 5;1

Desde a queda a situação humana é de inimizade com Deus.

Aquele que fora criado “Imagem e Semelhança” para ser filho dileto escolhera um “profeta alternativo” que o induzira à desobediência. Desde então, a maldição permeia a Terra que fora abençoada e seu governo entregue ao homem. Sua rebeldia ensejou que delegasse a outrem, tal governo. “... sois servos daquele a quem obedeceis... Rom 6;16

O Salvador tratou a oposição como “Príncipe desse mundo” reconhecendo-o como governante eventual.

Escolhendo novo deus para obedecer, a raça humana herdou a inimizade que ele nutre pelo Todo Poderoso, fazendo-se, também, inimiga de Deus.

Olhando superficialmente para as razões da queda veremos apenas desobediência, o que, já não é de pouca relevância. Entretanto, as razões da desobediência implícitas na sugestão do Capiroto são muito mais graves ainda.
Sugeriu que O Santo seria Egoísta, não querendo que eles fossem “Como Deus”; mais, Mentiroso advertindo de um risco inexistente, no caso, a morte.

Ao dar o “Grito do Éden”, além de independência rebelde estava no pacote a acusação que Deus seria Egoísta e Mentiroso. Como se diz, “desobediência é para os fracos; os fortes desobedecem e profanam”.

Adotando os passos sugeridos pelo canhoto o homem herdou sua inimizada profana também.

A Glória de Deus, Seu Caráter Fiel, Santo e Íntegro fora maculada de forma insana, suicida. Por isso, quando do nascimento do Salvador que viria “desfazer as obras do diabo”, o canto angelical trouxe: “Glória a Deus nas alturas; paz na Terra; boa vontade para com os homens.”

Glória a Deus atina à restauração da Justiça, pois, Ele é Digno de Glória; paz na Terra refere-se a restauração da relação com o homem que fora desfeita; Boa vontade à fonte de tal iniciativa, a Graça e o Amor Divinos que patrocinavam tal passo.

Assim, a Boa Nova, O Evangelho é o anúncio a toda criatura que mediante o Sacrifício de Cristo, em submissão a Ele, O Eterno aceita a reconciliar-se conosco. Pois, se Adão foi desobediente à morte, legando-a a toda descendência, O “Segundo Adão” Cristo, fez diferente: “Esvaziou a si mesmo, tomando forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma humana, humilhou-se, sendo obediente até a morte e morte de cruz.” Fp 2;7 e 8 O estrago do que desobedecera pra morte foi reparado pelo Senhor ao obedecer à morte.

Desse modo, qualquer “Evangelho” que desconsidere isso, tenda para outro rumo, seja, para envernizar sistemas mundanos como se, Vontade Divina, seja, encorajar as ímpias cobiças como se os bens materiais fossem o alvo, é anátema.

Pois, “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

O aviso a Adão fora: “No dia em que pecares morrerás.” Falava da morte espiritual, que, fez aquele que tinha prazer na comunhão com Deus se esconder ao ouvir Sua Voz.

Na reconciliação mediante arrependimento a vida perdida é restaurada. Sem ela, por religiosos que sejamos a inimizade permanece. “...aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3;3 e 5

A desobediência “deu vida” à morte; a submissão ao Salvador recoloca os pingos nos is; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para vida.” Jo 5;24

Passar da morte para a vida em Cristo; eis o Evangelho!! Não, passar de empregado a patrão; de pobre a rico, de solitário a afamiliado, nada disso. São coisas que podem acontecer ou não; não estão necessariamente no pacote. O alvo é buscar O Reino e Sua justiça, não, as demais coisas.

As alternativas são: Aos salvos, restauração paulatina do estado primeiro de Adão onde tinha prazer na comunhão; aos demais, a situação pós-queda, onde ouvir a voz de Deus causava medo. Por irônico que pareça não precisamos coragem estritamente; a não ser, coragem de corresponder ao Amor Divino. “No amor não há temor, antes, o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor traz consigo a pena; o que teme não é perfeito em amor.” I Jo 4;18

A Paz com Deus nos coloca em inimizade com o mundo e seu príncipe; mas, herdeiros de segurança eterna, não precisamos temer os blefes de um derrotado.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Nossa Força Fraca

”O Senhor dará força ao seu povo; o Senhor abençoará seu povo com paz.” Sal 29;11

Interessante paralelismo da poesia hebraica que equaciona força com paz. Normalmente se vê, ambas, como distintas, quase, opostas. Uns chegam a postar o seguinte: “Dá-me paciência Senhor; pois, se me deres força, eu mato um”. Assim, paciência, derivada da paz seria um contraponto à força.

Outros dizem que é necessário preparar-se para a guerra, para manter a paz. Ostentação de enorme poderio bélico seria o “argumento” que frearia eventuais adversários. Estaria o mundo alinhado aos parâmetros de Deus? Não.

Talvez, pelo fato da paz mundana repousar sobre vulcões ainda ativos, que O Salvador fez questão de diferir a Sua; disse: “Deixo-vos a paz, minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14;27

Tanto o mundo tem conceitos falsos sobre paz, quanto, sobre força. A Bíblia traz parâmetros ímpares. A comunhão com Deus, da qual derivou uma revelação extraordinária, cujas consequências salvaram vidas, foi adjetivada por Daniel como, força. “Ó Deus de meus pais, te dou graças e louvo, porque me destes sabedoria e força; me fizeste saber o que te pedimos...” Dn 2;23

A força que recebera não removia montanhas, rompia muralhas, desviava o curso d’água ou coisa assim; não se equivalia ao poderio para realizar os “Doze Trabalhos” de Hércules; antes, descortinava o oculto, rompia as trevas. Exército nenhum da Terra possui essa força. José no Egito, bebendo da mesma Fonte passou por situação semelhante.

Por isso, o que foi fortalecido em sabedoria como ninguém, Salomão, cotejou: “...Melhor é a sabedoria do que a força...” Ecl 9;16 ou, “Melhor é a sabedoria que as armas de guerra, porém, um só pecador destrói muitos bens.” V 18

Se, sabedoria é melhor que força, que dinheiro, até, lícito nos seja concluir que é uma força superior. Comparando-a ao metal, o mesmo Salomão falou; “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Essas duas, Sabedoria e força, nos são propostas por Cristo num cenário de paz, de reconciliação com Deus. Tudo o que requer é que reconheçamos nossas muitas falhas, delas nos arrependamos, façamos uma “delação premiada” contra nós mesmos, a confissão; em troca, além de absolvição das culpas, inda ganhamos o prêmio da Vida Eterna. Passa a ser nossa, a Força Majestosa do Sangue Remidor, cuja consequência inicial é paz com Deus.

O cenário espiritual no qual nos inserimos é dual; assim, não existe espaço para “não alinhados” livres pensadores, etc. Ou, estamos em paz com Deus mediante Cristo, Sua Força, ou, estamos em guerra. O mesmo Senhor diz isso mediante Isaías. “Não há indignação em mim. Quem poria sarças, espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da minha força, e faça paz comigo; sim, faça paz comigo.” Is 27;4 e 5

Embora o mundo cultue os seus brutamontes como sinônimos de força, pagando até um bilhão por menos de meia hora de exibição de dois desses, como vimos há pouco, no âmbito espiritual, os craques do MMA, mostram mais amor exercitando a força sublime do perdão. E ninguém paga nada; direta ou indiretamente, pois, o “Patrocínio” é do Bendito Espírito Santo, que nos capacita a cambiar anseios de vingança, por perdão.

Quem é mais forte? O que sofre uma injustiça e devolve o perdão, ou, outrem que paga na mesma moeda? Acaso a doença de um terceiro será curada se seu vírus for inoculado em mim?

O sol passa sobre lugares imundos leva luz e calor e não se suja; assim, um homem regenerado por Deus, capacitado pelo Espírito, bem pode conviver em ambientes muito sujos no âmbito moral espiritual, sem se contaminar. É-lhe dada essa força, esse poder. “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

Alguns equacionam erradamente o perdão ao arrependido confesso, com abono ao foragido corrupto; como se um cristão, que também é cidadão da Terra não pudesse pelejar contra os que malversam o que é seu. Também para esses vale uma receita que silencia consciências, embora, traga junto a pena, diz: “O efeito da justiça será paz...” Is 32;17

Enfim, nossa força não é nossa; Aquele de quem somos aperfeiçoa-nos em nossas fraquezas. Logrando isso, alegra-se conosco e “A alegria do Senhor é a nossa força.” Ne 8;10

quarta-feira, 24 de maio de 2017

De que Espírito somos?

“Seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor; queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias fez? Voltando-se, porém, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois.” Luc 9;54 e 55

Os impetuosos “filhos do trovão” Tiago e João, desejando por “ordem na casa”, dado que, os “malditos” samaritanos recusaram receber ao Senhor. Que desça fogo do céu e os consuma! Mas, O Mestre os advertiu: “não sabeis de Espírito sois”.

Com a mesma facilidade que somos indulgentes com nossos chegados, somos rigorosos com os desafetos. Havia feridas abertas entre judeus e samaritanos, os primeiros, ciosos de seu “purismo” racial, desprezavam aos segundos que derivavam de uma mescla de povos trazida pelo rei da Assíria.

A mera identificação de Jesus e os Seus como judeus bastou para que o pouso fosse negado, pelos da Samaria. Os discípulos cogitaram usar O Poder de Deus, para vingar mesquinhas disputas humanas. Aliás, quantos usam púlpitos, que deveriam ser exclusivos para pregação, usam, digo, para ataques carnais aos desafetos, defesas orgulhosas de seus ministérios, outros que, como aqueles, não sabem de Espírito são.

Mas, diria alguém, quando Elias pediu fogo dos Céus e queimou os soldados, não foi pelo Espírito Santo? Sim. Entregara uma advertência de Deus contra o ímpio rei, aquele, invés de se arrepender, mandou cinqüenta soldados buscarem-no; ora, isso é uma prisão. Naquele contexto, pois, O Senhor o moveu para agir daquele modo, mas, nos dias de Jesus, as razões eram outras; não foram ameaçados de prisão; somente, negaram-lhes pouso.

Quando O Salvador observou: “Vós não sabeis de que Espírito sois”, noutras palavras quis dizer: Não sabeis qual o propósito da missão, “Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas, para salvá-las...” V 56

Infelizmente, muitos “pregadores” de nosso tempo agem como que, ignorando também, de que Espírito são, se é que são de Deus. Pois, fazem orações pelo incremento de coisas, quando, deveriam fazer por justiça. O Senhor lhes diria: “Buscai primeiro O Reino de Deus e Sua Justiça; as demais coisas vos serão acrescentadas.” Outros, usam palavras arrogantes, “oram” em termos atrevidos, tipo: “Decreto, ordeno, determino, não aceito”, isso ou, aquilo. Não sabem de que Espírito são; ignoram à Vontade de Deus, que, “resiste aos soberbos, e dá graça aos humildes.”

Infelizmente, apesar do conselho que deveríamos meditar dia e noite na Palavra, somos uma geração preguiçosa, que lê fragmentos bíblicos postos em evidência, cuidadosamente escolhidos para parecerem palatáveis até aos mais ímpios; agora, a Palavra como Um Todo, que ensina quem somos, também, Quem O Senhor É, Seu Caráter Excelso, Sua Justiça perfeita, Seu Inefável Amor, aí, não; só um fanático, inclusive, publicaria textos mais longos, pois, a galera tem pressa de “navegar”, não perde tempo com isso.

Nas primeiras décadas da Igreja Paulo considerou vergonhoso que a mesma pecasse na omissão em conhecer a Deus. “Vigiai justamente, não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa.” I Cor 15;34 Hoje, passados dois milênios, o desconhecimento persiste, a vergonha é bem maior.

O evangelho ensina imitarmos os sentimentos Divinos, sem parcialidades, hipocrisia; portanto, engana-se redondamente, quem imagina que O Poder de Deus, nos será dado para satisfação egoísta de nossas preferências. “...Amai vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos... Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito vosso Pai que está nos céus.” Mat 5;44, 45 e 48

Sendo O Evangelho o que É, uma Nova de reconciliação, necessariamente lidará com inimigos de Deus, mesmo quando pregado aos que, têm laços de sangue, ou, amizade conosco. Somos, os pregadores, embaixadores do Único Mediador, Jesus Cristo; assim, não são prioritárias nossas predileções, antes, é, O Amor Divino, que nos cumpre anunciar a “toda criatura”.

Em suma, é blasfemo, insano, presumir que O Eterno se uniria a nós e odiaria nossos ódios, quando, nos chama a Si, e desafia pelo Seu Espírito, a amarmos Seu amor. Tiago e João, depois, aprenderam isso. O primeiro denunciou a parcialidade de sentimentos, dizendo inconveniente brotar água doce e salgada da mesma fonte; o segundo desafiou reiteradamente ao amor, ensinando que, quem presume amar a Deus que não vê, deve demonstrar isso amando ao semelhante.

Assim como eles, aprendamos; “Pois, quando a sabedoria entrar no teu coração, o conhecimento for agradável à tua alma, o bom siso te guardará, a inteligência te conservará;” Prov 2;10 e 11

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Reconciliação

“Mas, eles foram rebeldes, contristaram seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

A ideia de termos inimizades, por inócuas que sejam, nunca é um pensamento agradável, embora, em algumas situações, pouco, ou, nada possamos fazer. Há casos, nos quais, mesmo que nada tenhamos feito de mal às pessoas, por inveja, ou, alguma outra razão insana, não gostam de nós, saem espalhando veneno a nosso respeito. “Orai pelos que vos perseguem e abençoai aos que vos maldizem”; a receita Bíblica, porque, pessoas assim, certamente, têm carência espirituais grandes.

Contudo, quando algo mais que isso pode ser feito, devemos fazê-lo. “Portanto, se trouxeres tua oferta ao altar, e te lembrares de que teu irmão tem algo contra ti, deixa diante do altar tua oferta, vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, depois, vem e apresenta-a. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.” Mat 5;23 a 25

Se, meu irmão tem algo contra mim, foi porque falhei com ele, nesse caso, reconciliação depende de mim. Quando depende dele, nada posso fazer, exceto, orar.

Não podemos chegar a Deus, saltando sobre o semelhante. “Aquele que odeia seu irmão está em trevas, anda em trevas, não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos.” I Jo 2;11 “Se alguém diz: Eu amo Deus, e odeia seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar Deus, a quem não viu? Dele temos este mandamento: que quem ama Deus, ame também seu irmão.” Cap 4;20 e 21

Entretanto, quando nossa inimizade é contra Deus, motivada por rebeldias, aí, temos um problema de outra dimensão. Eli, o sacerdote relapso, pusera a questão aos filhos: Pecavam, esses, nas coisas do próprio sacerdócio; invés de exercer com vigor sua autoridade, apenas ergumentou: “Não, filhos meus, porque não é boa a fama que ouço; fazeis transgredir o povo do Senhor. Pecando homem contra homem, os juízes julgarão; pecando, porém, o homem contra Deus, quem rogará por ele?” I Sam 2;24 e 25

O Eterno pôs a questão noutros termos, o de quem luta contra Ele. “Quem poria sarças, espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da minha força, faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27;4 e 5

Fazer paz com Deus, eis a questão! Embora incautos vejam no Evangelho apenas um desafio a mudar de religião, uma “busca por clientes” estilo telemarketing, ( nalguns casos, infelizmente, é ) no fundo, é um apelo do amor de Deus, que pelo Seu Espírito fala em nós, apresentando aos inimigos eventuiais, uma mensagem de reconciliação. Inimigos? Isso não seria dramático demais? Não. É ser bíblico. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Assim, a medida que apresentamos de modo sadio a mensagem do Único Mediador, somos feitos agentes da reconciliação entre pecadores e O Santo. “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;18 a 20

Claro que isso demanda que deixemos de vez, a rebeldia que, se, por um lado nos dá independência para agirmos como quisermos, por outro, nos distancia do Pai, como fez o filho pródigo em sua insana e egoísta saga. Achou que poderia se virar muito bem por conta; foi usado pelas cobiças alheias quando tinha o que dar; empobrecido, terminou comendo com porcos.

Quem não pode dizer de modo verdadeiro, como aquele? “Pai, pequei contra o céu, e perante ti”? Reconhecimento de culpas, eis, o primeiro passo para reconciliação com O Pai! “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas. o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Prov 28;13

Feito isso, poderemos, dizer como Paulo: “Se o Senhor é por nós, quem será contra nós”. Quem, que tenha poder maior? Contudo, “soltos das patas” digo, por nossa conta, estamos em inimizade com Deus, a mercê de um que, mesmo fingindo gostar de nós é traidor, assassino. Rogo, pois, de parte de Deus, que vos reconcilieis com Ele, mediante a cruz de Cristo.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Salvação; obra inconclusa

“Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.” Rom 5;10

Paulo põe reconciliação e salvação como distintas, tanto no ser, quanto, no tempo. Dá a reconciliação dos cristãos como obra acabada; “fomos reconciliados”; a salvação, como uma esperança; “seremos salvos”.

Embora não haja um texto sequer que desautorize afirmar que alguém é salvo quando se arrepende e crê, parece que a ideia em relevo é que nossa salvação, enquanto nesse corpo, é instável, sujeita a riscos, algo que deve ser preservado, que se pode perder.

Assim, quando a salvação é adjetivada como uma esperança, isso deve-se à nossa inconstância, não, a eventual variação no propósito, ou, no Amor Divino. “Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; nos gloriamos na esperança da glória de Deus.” V 2

Firmes na graça, uma linguagem “contraditória” do apóstolo. Graça independe de mim, deriva do amor do Eterno; firmeza, porém, tem a ver com minhas atitudes, constância, obediência, serviço... A Palavra ensina: “Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente nossa confissão.” Heb 4;14   Constância é firmeza na graça, pois.

Desse modo, mesmo a salvação sendo algo acabado no prisma Divino, no que tange a mim é inconclusa; deve ser aperfeiçoada, mantida. Sem deixar de ser um fato, é uma esperança. Esperança não é mera abstração, pensar positivo como imaginam alguns; antes, quando se espera o plausível, o que tem fundamento, é agir, dado sermos reféns do tempo, como se já não sofrêssemos suas limitações, pudéssemos tocar o futuro.

O risco aí, é devanearmos com anseios naturais, carnais, e esperarmos que Deus os cumpra; nesse caso, espera vã. A Palavra nos ensina a esperarmos o que foi prometido, não menos, nem, mais. “Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta;” Heb 6;18

Assim, esperar estritamente o que nos foi proposto equivale a nos refugiarmos, em Deus. A Graça Divina supriu nossos lapsos passados, pelo Méritos Benditos de Cristo; mas, depois de reconciliados somos exortados a sermos cooperadores de Deus, para que, a esperança seja convertida em certeza. “Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, do trabalho, do amor que para com seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis. Mas, desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até o fim, para completa certeza da esperança;” Heb 6;10 e 11

Sabemos que há certos ensinos na praça que advogam que, “uma vez salvo, sempre salvo” usando como “argumento” um texto onde O Salvador assegura que ninguém arrebatará Suas ovelhas das Suas mãos. Ora, tal afirmação tem a ver com Seu Poder, não com nossa vontade.

Se, não há no Universo força capaz de tirar Dele, há o arbítrio que nos deu. Daí, tanto podemos perseverar na graça, quanto, desistir. “Mas o justo viverá da fé; se ele recuar, minha alma não tem prazer nele. Nós não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas, daqueles que creem para conservação da alma.” Heb 10;38 e 39

Seria argumento absurdo advogar que Deus usa hipóteses impossíveis para evidenciar Sua Doutrina. Se adverte que é possível, tanto recuar, quanto, se retirar para a perdição, assim é.

Pedro alude aos que, tendo conhecido a graça, por ela sido libertos da corrupção do mundo, recaíram; comparou-os com cães que voltam ao vômito, ou, porca lavada que volta à lama. Se, não tivessem sido reconciliados, não teriam vomitado seus pecados pretéritos, não teriam sido lavados; mas, foram, e se retiraram pra perdição. Assim, a reconciliação se deu, em certo momento, mas, a salvação não foi atingida.

A mesma epístola, aos Hebreus, adverte de uns que após os dons do Espírito Santo caíram: “Porque é impossível que os que foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, da boa palavra de Deus, das virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois, eles, de novo crucificam o Filho de Deus, o expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6

Da cruz, somos chamados a ser imitadores, não, feitores. “...deixemos todo o embaraço, o pecado que tão de perto nos rodeia; corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz...” Heb 12; 1 e 2


A reconciliação está feita com quem crê; salvação, depende de uma ação que salva: Perseverança na graça.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Reconciliai-vos com Deus

“Ele ( Deus ) é sábio de coração, forte em poder; quem se endureceu contra ele, e teve paz?” Jó 9;4 Não significa, essa afirmação, que O Criador seja um tirano que sai castigando, oprimindo quem O rejeita. Antes, sendo a paz uma consequência, como todas as coisas dessa estirpe, deriva de outra fonte que chamamos, causa.

Isaías avança um pouco mais: “O juízo habitará no deserto, a justiça morará no campo fértil. O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre. Meu povo habitará em morada de paz, moradas bem seguras, lugares quietos de descanso.” Is 32; 16 a 18

A paz como consequência da justiça, que, no contexto, também é uma consequência, do Juízo. Esse “efeito dominó” se faz necessário desde que houve a transgressão que chamamos, pecado original. Daí, a humanidade passou a uma posição de endurecimento contra O Criador, a paz deixou de ser uma posse.

Presto alguém apresentaria exemplos de povos, nações que vivem em paz. Mas, estaria falando de convivência amistosa, calmaria externa, não, da paz, ora, em foco.

O Salvador, quando se aproximava da Sua Vitória, ao dar as últimas instruções preveniu os discípulos de perseguições, violências, incompreensões; todavia, disse que lhes deixava a paz, com uma ressalva: Era diferente da “paz” do mundo. “Deixo-vos a paz, minha paz vos dou; não dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14; 27 “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas, tende bom ânimo, eu venci o mundo.” Jo 16;33

Notório, pois, que nossa paz é em Cristo, o que, nos coloca como adversários dos valores do mundo. Muitos entendem mal a conversão e equacionam com ideias bizarras, tipo, “passá pra crente” “mudar de religião”, “miorá de vida” como prometem os pregadores da moda.

Contudo, a conversão não é outra coisa, senão, um filho rebelde, independente, arrogante, ser convencido pelo Bendito Mediador, a arrepender-se, reconciliar-se com seu Pai. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” Rom 5; 1

O juízo que nos tocava, a Graça de Deus fez incidir sobre Cristo. De nós, se requer tão somente, arrependimento e fé, para restabelecimento de nossa paz com Deus.

Embora os palavrões da moda sejam outros, “radicalismo” “intolerância” “homofobia”, “fundamentalismo”, “moralismo” etc. Ante O Santo, um só palavrão, tão em desuso, incomoda: Pecado. É de gravidade tal, que fomenta a inimizade, separa-nos impedindo respostas favoráveis de Deus, aos nossos pleitos, ouçamos: “A mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas, vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.” Is 59;1 e 2

Estando nós separados do Criador por causa de desacordo em nosso agir, voltarmos pleiteando reconciliação, mantendo a rebelião, natural a Divina rejeição.

Então, essa balela superficial, tipo: “Também sou filho de Deus” como licença para pecar, ou, “Deus é Pai não é padrasto” insinuando uma intimidade ausente, só pateteia a estultice de quem ainda recrudesce na inimizade.

Alguns judeus do Velho testamento que descansavam em tolices semelhantes o Eterno denunciou-os: “O filho honra o pai, o servo o seu senhor; se, sou pai, onde está a minha honra? Se, sou senhor, onde está o meu temor? diz o Senhor dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu nome...” Mal 1; 6

Não nos enganemos, filiação espiritual tem a ver com Espírito, não com DNA. Demanda novo nascimento, conversão, e, poder espiritual, legado após a regeneração. “A todos que O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus.” Jo 1;12

O mensageiro fiel, não traz mensagem pra melhorar de vida, prosperar, mudar de ideia; antes, de arrependimento, reconciliação, passar da morte, ( pecado ) para a vida. ( obediência )

Enquanto a inimizade não for resolvida, qualquer “boa obra” será inócua, pois, obra de um inimigo. Porém, a fé em Cristo, Mediador, nos permite chegarmos a Deus à sua sombra. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. Somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” I Cor 5;19 e 20

Enfim, duas opções opostas: Inimizade lutando contra Deus; ou, reconciliação, Paz. “...Quem poria sarças, espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da minha força, faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27;4 e 5

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Salvos pela morte... pela vida

  “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.” Rom 5; 10 

Duas coisas chamam atenção na afirmação de Paulo: Apresenta a reconciliação dos cristãos com obra concluída; “... fomos reconciliados...” a salvação, como algo a ser feito; “... seremos salvos...”. Mais: A reconciliação se deu pela morte de Cristo; a salvação se dará pela vida. 

Normalmente acostumamos a ver a coisa como única. Aceitei ao Sacrifício de Cristo em meu favor, me arrependi, confessei, estou salvo. Tudo se encerraria com a morte do Salvador. Entretanto, os reconciliados são chamados à vida de, e, em Cristo, para, enfim, gozarem a salvação. 

Assim, se para reconciliação se nos requer identificação com a morte, a salvação demanda identidade de vida. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Cap 6; 3 e 4

Viver a vida de Cristo só por imitação, claro! Como dissera Jó sobre sua relação com Deus: “Nas suas pisadas os meus pés se firmaram; guardei seu caminho, não me desviei dele.” Jó 23; 11 

O que nos pode encerrar no erro do simplismo irresponsável é a ideia de tratarmos a vida eterna pela duração, não pela essência; então, seria mera existência sem fim que herdaríamos após o sono do corpo. Contudo, vai mui além disso. Tem mais a ver com o caráter de quem a lega, do quê, com extensão. Algo em que podemos e devemos ingressar ainda em nossa peregrinação terrena. “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.” I Tim 6; 12 Essa é a Vida de Cristo que somos instados a viver. 

Vários textos apresentam a conversão como “passar da morte para a vida”; ou, “nascer de novo”. Se, no âmbito natural é considerado um ser vivo aquele que nasce, cresce, vive, reproduz e morre, no espiritual, a última parte deixa de existir, a morte. 

Pedro preceitua a alimentação dos renascidos: “Deixando, pois, toda a malícia, todo o engano, fingimentos, invejas, as murmurações desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2; 1 e 2 Algumas coisas bem “adultas” precisamos deixar, concomitante ao recebimento da alimentação infantil. 

Feito isso virá o crescimento espiritual, como asseverou Paulo. “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13; 11 

Todavia, o negligenciar essa faceta prioritária da vida em Cristo atrofia, paralisa, como se deu com certos hebreus. “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; vos haveis feito tais que necessitais de leite, não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas, o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5; 12 a 14 Então, um traço visível de maturidade espiritual é discernimento. 

Em suma: A reconciliação mediante o Sangue de Jesus Cristo é papel nosso, dos cristãos promover entre os que se mantêm em inimizade com o Pai. “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5; 20

Entretanto, a vida do reconciliado é de responsabilidade sua; não lhe é tolhido o arbítrio por ocasião da conversão; apenas é facultado pelo Espirito Santo escolher as coisas que agradam ao Pai, desde então. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome;” Jo 1; 12 

Desse modo, nossa salvação é “provisória”; “Porque em esperança fomos salvos...” Rom 8; 24 coisa que requer perseverança e desenvolvimento para gerar certeza. “Mas, desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança;” Heb 6; 11 

Infelizmente, a negligência na edificação enseja vermos clamando pelo Sangue de Jesus pessoas que recusam viver Sua vida. Se a Obra da salvação é completa, perfeita aos olhos de Deus, de nós se requer tomar a cruz todos os dias.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Missão possível



“E, achando-o, lhe disseram: Todos te buscam. E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue; porque para isso vim.” Mc 1; 37 e 38  

No  momento em que estava alta sua popularidade o Mestre costumava redirecionar seus passos; fama, pura e simples não era seu alvo. Havia feito curas, expulsado demônios, e por um instante afastou-se a orar. Quando o encontraram disseram: “Todos te buscam.”

Antes de se empolgar com a “alentadora” notícia manifestou outro desejo: “Vamos às aldeias vizinhas para que eu ali também pregue; porque para isso vim.”  

As questões mais comuns propostas pelos filósofos são: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Essas coisas que assombram pensadores modernos e fizeram o mesmo com antigos nunca foram problema para Ele. 

Sobre Seu Ser afirmou: “Eu sou a luz do mundo... o caminho, a verdade e a vida... Senhor e Mestre...” Etc.  De onde veio bem o sabia. “...Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo.” Jo 8; 23  Para onde ia, também; “E agora vou para aquele que me enviou; nenhum de vós me pergunta: Para onde vais?” Jo 16; 5

Seu foco não era ser, origem ou destino; antes, alvo, missão. “...para que eu... pregue... para isso vim.” Conosco deveria se passar cuidado semelhante. Invés do quem, de onde, para onde? Deveríamos cogitar o por quê? Por que viemos à vida? Qual nosso alvo? Temos uma missão?  

O Gênesis relata o primeiro homem “um pouco menor que os anjos”, coroado de glória e constituído como regente terreno de toda criação, em submissão ao Criador, claro! Assim, gerenciar a empresa Divina e manter-se em comunhão era o fim idealizado a princípio.

Enquanto a comunhão era preservada, o próprio Deus vinha ao encontro da criatura ter com ela. Entretanto, quando a serpente apresentou um “Plano B”,  o encontro com o Santo já não foi pacífico, tampouco, desejado; antes, Adão se escondeu com medo. 

Vemos assim, que, a causa primeira do medo é a certeza íntima que estamos fora do propósito para o qual fomos criados. Às vezes, razões estritamente internas ganham projeção; assombram como se fossem ameaças reais e circunstantes. “  Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov; 28; 1

Judas, por exemplo, depois que traiu ao Senhor fugiu e foi se enforcar; sem ninguém a persegui-lo, exceto, pesos internos da consciência culpada. O mesmo pensador dissera: “O homem carregado do sangue de qualquer pessoa fugirá até à cova; ninguém o detenha.” Prov 28; 17  

Assim, a aceitação da perversão do inimigo acabou fazendo necessário o plano B de Deus. Uma vez perdida possibilidade do fim primeiro; administração da criação em comunhão com o Criador, Deus deixou de buscar proximidade com o homem como antes, pois, a presença do pecado estragava tudo. 

Para evitar o distanciamento e o medo, teve que nos buscar despido de Sua Glória, esvaziado na forma humana, Cristo. Assim, vindo Ele como se frágil, usaram o “argumento” da força para livrarem-se de seus medos, uma vez que recusavam a se livrar do pecado. 

Tanto quanto poderia vir ao nosso encontro, o Altíssimo veio em Jesus Cristo. A outra metade da caminhada para reconciliação cabe a nós. 

Discursando aos gregos, Paulo apresentou já o plano B, como se fosse A; afinal, após a queda, foi o que restou. Disse: “E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17; 26 e 27  

Assim como o Salvador tomava decisões baseadas em Sua missão, “para isso vim”, o mesmo deveria se dar conosco. Se, sabemos que viemos à vida num cenário de inimizade com o Eterno, para buscar reconciliação mediante Cristo, demos nessa direção os passos necessários. 

Sabemos que viemos de Deus; somos feitura Sua; quem somos, gostando ou não, ímpios, pecadores privados da graça de Deus; para onde vamos depende de nossa resposta objetiva ao porquê viemos?   

Afinal, todos os bens criados estão disponíveis às criaturas de Deus, o que, eventualmente as priva são seu males, ( pecados ). Qualquer conquista, por pomposa que seja, se obtida divorciada de Deus, no fundo, é obra morta, sem valor. 

Enquanto não renovarmos nossas mentes entendendo quais os verdadeiros bens, nos cansaremos numa busca inútil, privados do único bem que em última análise, contará; a vida. Vamos, pois, ao encontro do que regenera! Para isso viemos.