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sábado, 17 de janeiro de 2015

A culpa de Deus



Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei; não te ponhas com os que buscam mudanças, porque de repente se levantará  sua destruição; a ruína de ambos, quem o sabe?” Prov 24; 21 e 22.

Lido de modo superficial pode esposar a errônea ideia que toda mudança seja má. Não te intrometas com os que buscam mudanças, ponto. Entretanto, convém um mínimo de esforço para que entendamos o alvo do sábio.

Antes do aspecto negativo temos dois afirmativos: “Teme ao Senhor e ao rei;” óbvio concluir que, as mudanças desaconselhadas residem nisso: Rebelião, contra os governos, Divino e humano. Afinal, após o preceito temos uma dupla sentença também; “A ruína de ambos, quem o sabe?” 

Uma  coisa com a qual os humanos lidam muito mal é a figura de autoridade. A maioria parece resistir à ideia de ser governado. Entretanto, o mesmo pensador parece atribuir um peso nefasto sobre quem governa, antes, do que é governado. “Tudo isto vi quando apliquei o meu coração a toda a obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua.” Ecl 8; 9  

Parece contraditório defender que a desgraça ameaça quem governa, invés do que é governado. Afinal, o primeiro detém o poder, a autoridade, as prerrogativas decorrentes. Ao segundo cumpre obedecer, pagar impostos, sustentar o conforto daquele. A imensa romaria rezando a mesma cantilena de promessas que a cada eleição se constata demonstra quê, aos olhos humanos, governar é preferível, a ser governado. Por quê? Por que os que  se propõem, salvas possíveis e raras exceções, contemplam a coisa do ponto-de-vista dos privilégios, não, das responsabilidades. 

Aos olhos Divinos não é assim. Quando O Senhor exortou sobre a necessária vigilância dos postulantes ao Reino, Pedro cogitou ser para os pequenos; os apóstolos seriam a elite, portanto, isenta. “E disse-lhe Pedro: Senhor, dizes essa parábola a nós, ou também a todos? E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração?” Luc 12; 41 e 42 

O mesmo Salvador dissera que, ao que mais se lhe dá, dele,  mais se cobrará. Tiago amplia para os que detêm o dom da sabedoria: Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçam em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, tal, é perfeito; poderoso para também refrear todo o corpo.” Tg 3; 1 e 2 Aquilo que posso ensinar devo fazer; essa é a ideia. 

Por ocasião do Êxodo ( embrião da Nação de Israel ) tivemos um exemplo dessa dupla rebelião no caso do Bezerro de Ouro. Passaram da Teocracia representada por Moisés para a democracia; de Deus, para  um desprezível quadrúpede inerte. As consequências foram perdição, tristeza, morte de muitos rebeldes. Democracia, naquele caso, não era alternativa desejável. 

Muitos sonolentos se iludem com manifestações de rua no Brasil, como se fosse a veia democrática pulsando; basta um mínimo de acuidade intelectual para ver que, nisso, há muito de, anarquistas, gente que deplora qualquer tipo de governo. 

Ora, conhecendo as paixões humanas, o potencial destrutivo das mesmas, não fossem as cercas da lei, a vigilância das autoridades, e volveríamos à barbárie, ao predantismo do homem pelo homem. Então, quem obedece às leis, aos governantes, ainda que, não concorde com seus atos, é fiador do sistema que preserva a ordem social. 

Claro que, corrupção institucionalizada como temos no país é um teste à têmpera moral do homem de bem. Na verdade, uma afronta, por ser governado por gente inferior a si. Mas, se mesmo afrontado, tal, não abdica dos valores, a desgraça em que caem aqueles governantes indignos, não lhe atingirá. 

Como o sal consegue conservar a carne em face à decomposição, os homens e mulheres de valor são ainda fatores de preservação social. Claro que, malgrado a declaração de fé desses ditosos, no fundo, é o temor de Deus que os inspira a conservar ainda valores. Dirão uns: Sou ateu, faço isso por questão de consciência social. Ignoram que a consciência é um fragmento de Deus no homem, creia ele ou não. 

Se, Tiago ensina que, mera omissão é pecado, que dizer do governante que deve fazer o bem a que se comprometeu? Se não existisse Um Deus que julga seria só um espertalhão; mas, os valores que se opõem à derrocada moral do gênero humano são  digitais mostrando que, a Mão de Deus tocou em  almas... 

Dizem que o crime perfeito é aquele que não deixa nenhuma prova. Eis o ponto fraco da criação! Plena está de indícios da “culpa” de Deus.

sábado, 25 de outubro de 2014

O gramado do vizinho



“Para a tua perda, ó Israel, te rebelaste contra mim, a saber, contra o teu ajudador. Onde está agora o teu rei, para que te guarde em todas as tuas cidades, os teus juízes, dos quais disseste: Dá-me rei e príncipes? Dei-te um rei na minha ira, tirei-o no meu furor.” Os 13; 9 a 11 

O Senhor estava evocando mediante Oseias um incidente, onde, a pretexto de maus passos dos filhos de Samuel rejeitaram seu governo pedindo um Rei em seu lugar. 

Deus disse ao profeta que O rejeitado era Ele próprio. “E disseram-lhe: Eis que já estás velho, teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações.” I Sam 8; 5  “E disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim  têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles.” V 7   

Sendo a Bíblia o que é; livro idôneo, não omite o fato que, os filhos de Samuel, realmente não lhe imitavam. Todavia, mesmo velho, Samuel ainda presidia com integridade, e, quando chegasse a hora de buscar um substituto o problema seria de Deus, não, dos anciãos do povo, como ocorreu. 

Como é fácil a transferência de culpa para disfarçar nossas rebeliões interiores! Na verdade, esse vício foi o primeiro “lenitivo” encontrado, tão logo a culpa passou à consciência do primeiro casal. 

Por que a psicologia secular que culpa aos pais, a sociedade, aos complexos, etc. é sempre melhor aceita que a Palavra de Deus? Porque essa “ciência” labora em prol dos vícios humanos, trazendo embutida uma pretensa bondade inata, que fatores externos corrompem. Assim, um “serial killer”, por exemplo, não é mau, antes, doente; afinal, é isso que significa: Psicopata. Doente de alma. 

A Bíblia não faz assim, antes, dá nomes aos bois; coloca o dedo na ferida. “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3; 39 

Quantas vezes convivemos com pessoas que, durante três ou quatro anos congregam em paz sob a liderança de certo pastor. De repente, sem nenhum fato novo, determinado “fiel” começa a ver defeitos em seu líder, questionar e resistir sua autoridade, pois, ele “está errado”?   

Uma consequência imediata de se rejeitar a Deus no coração é a rejeição de quem O representa no teatro das ações.  Foi assim nos dias de Samuel, como fora nos de Moisés, quando da rebelião de Datã, Abirão e Coré, por exemplo.  Não entraram na Terra prometida por incredulidade, desobediência. À sentença de vagar no deserto proferida por Deus, rebelaram-se e culparam a Moisés de não tê-los levada à Terra da Promessa. 

Por que é tão difícil ao ser humano olhar para dentro de si mesmo, e tão fácil perceber falhas alheias? Lembro uma frase de autor desconhecido que define bem a coisa; “Reconhecemos um louco sempre que o vemos, nunca, quando o somos.  

A busca da falha alhures traz embutida a pretensão egoísta e hipócrita que não há falhas em nós. O Salvador curou circunstancialmente essa patologia quando do episódio da mulher adúltera. Todos prontos a apedrejá-la; O Salvador desafiou: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado seja o primeiro a atirar pedra.”  Sabemos que, a uma mudança de prisma, a fúria condenatória sumiu. 

Não significa, contudo, a instituição do auto-apascentamento, que cada um é pastor de si mesmo, uma vez que ninguém pode atentar em erros alheios. Antes, está dito: “Tira primeiro a trave de teu olho, depois, o cisco do olho de teu irmão.” Desse calibre devem ser pastores, e demais líderes espirituais que representam a Deus na Terra. 

Não se trata de colocá-los acima do bem e do mal; antes, de que devem ser obedecidos e imitados, a menos que seu modo de vida destoe da mensagem que ensinam.  Quem rejeita arbitrariamente diretrizes de líderes fiéis, em última análise, rejeita a Deus que os constituiu. 

Quando somos refratários às lideranças colocadas pelo Santo, acabamos colocando nosso ego no lugar. Na hora do mau tempo que virá, nada valerá clamarmos a Deus. Se, disse, àqueles: “Onde está o rei que pedistes”? Dirá a nós: Onde está a tua própria sabedoria que decidistes seguir, invés daqueles que comissionei para te guiarem? 

Seria insano alguém cortar regularmente a grama do pátio do vizinho e deixar crescer a sua abrigando cobras, escorpiões. De um assim diríamos: Louco, fora da casinha!

Mas, precisamente isso fazemos nos domínios espirituais, quando, somos ciosos e atentos aos erros alheios, e ignoramos aos nossos.  Olhemos no espelho da Palavra, pois, é possível que tenhamos bastante grama para cortar.

domingo, 28 de setembro de 2014

Nosso umbigo universal

“…mataram os teus profetas à espada, e só eu fiquei; e buscam a minha vida para tirarem. …a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar. Também deixei ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda a boca que não o beijou.” I Rs 19, 14, 16, e 18
 
Tendemos a universalizar nosso existenciário; derivar a “verdade” das circunstâncias; generalizar as experiências.  Um homem que teve duas ou três decepções com mulheres infiéis, dirá: “A única mulher que presta é minha mãe”. Por outro lado a mulher que padeceu o mesmo; “Todos os homens são iguais, nenhum presta”. Outro que conviveu com ministros que pareciam fiéis e se revelaram hipócritas dirá que a fidelidade é fachada, só existe hipocrisia.

É próprio da natureza caída permitir que o peso da decepção esmague o pleito da razão, do bom senso. Elias estivera fugitivo e solitário por mais de três anos; sobre os profetas do Senhor só soubera notícias de morte, perseguição; assim, concluiu: “Mataram Teus profetas e fiquei só". 

O Senhor ordenou que ungisse a Eliseu em seu lugar e lembrou que havia sete mil em Israel que se mantinham fiéis; dos quais, a qualquer um lhe faria sucessor se o desejasse.

Uma das razões que justifica sobejamente a primazia de Deus em nossas vidas é Sua Onisciência; pois, deriva seus atos de um “existenciário” universal, dada, Sua Onipresença.

Outra faceta humana é usar a circunstância adversa como “prova” que as promessas de Deus falham como se coubesse a nós determinar o tempo e o modo adequados para se cumprirem.

Moisés sofreu com isso durante o Êxodo; “Porventura pouco é que nos fizeste subir de uma terra que mana leite e mel, para nos matares neste deserto, senão que também queres fazer-te príncipe sobre nós?” Num 16; 13 

Para os rebeldes, então, o fato de que Moisés “não cumprira” o que prometera era motivo para disputarem espaço no governo. Ao invés de terem olhos em Canaã a terra que “mana leite e mel” falaram assim do cativeiro egípcio falseando a verdade para justificar a rebelião. Os políticos de hoje já se faziam representar.

Acontece que a marcha para Canaã fora detida precisamente pela rebeldia e incredulidade; se ainda vagavam no deserto era por causa do Juízo de Deus, não, falha de Moisés. Mas, sempre é mais fácil transferir a culpa. 

Só que ante O Eterno, não funciona. Quando Davi mandou que Joabe tirasse a cobertura do valente Urias, para que morresse em combate, Deus Sentenciou ao rei: “…mataste com a espada dos filhos de Amom.” II Sam 12; 9
  
Do mesmo modo, quando nos recusamos à prática do que é justo, “justificados” por experiências infelizes, estamos tentando fugir à responsabilidade; traindo a nós mesmos.

Nossas experiências não limitam a aventura humana; nosso horizonte não abarca um milionésimo das possibilidades de Deus; e a generalização é incoerente. Sempre brota de lábios frustrados pois esperavam que as coisas fossem diferentes e concluem que são iguais; nesse caso, firmam sua “razão” no fato de terem sido irracionais; esperado coisas que “não existem”.

Ora, como bem disse Shakespeare, “há mais coisas entre o céu e a terra que supõe nossa vã filosofia”. Como a fé é o “firme fundamento das coisas que não se veem…” aqueles que por ela vivem devem contar com o inusitado, o fato novo, dada a criatividade de Deus. 

Claro que resultados palpáveis  são edificantes e muitas coisas se repetem; contudo, os olhos da fé podem ver até melhor quando os da carne nada veem, como os três dias de cegueira de Paulo.

O moço de Eliseu, sucessor de Elias, viu certa vez um cerco de inimigos e se apavorou. O profeta orou para que ele visse um pouco do que há “entre o céu e a terra”. “E ele disse: Não temas… E orou Eliseu, e disse: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos para que veja. E o Senhor abriu os olhos do moço e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo em redor de Eliseu.” II Rs 6; 16 e 17
 
Assim, os que “justificam” a apostasia evocando como argumento experiências infelizes, além de patentearem sua incoerência, anexam seu atestado de ignorância bíblica; pois ela adverte que os últimos dias seriam precisamente assim. Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos” II Tim 3; 1 e 2
 
O incoerente é um “soldado prudente” que cava duas trincheiras; uma para resistir ao bom senso, outra para enterrar a esperança.