“... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus que é o vosso culto racional.”
Há duas razões entre as quais convém fazer distinção; a razão como “Deusa” apregoada pelos iluministas franceses que deveria fazer oposição à fé, patrocinadora do ateísmo; e, razão como acessório ao intelecto.
Essa última, por certo é a que Paulo preceitua. Ela não atua como oposição à fé, antes como filtro que a purifica de elementos estranhos, fantasiosos.
Ela como vulgarmente se conhece é sinônimo de bom senso; e sensatez no domínio espiritual é comer da Árvore da Vida, não da ciência, da filosofia humana, como seria a “razão” aquela.
O mesmo Paulo pontua noutra parte o que considera sensatez: “... não sejais insensatos, mas entendei qual é a Vontade do Senhor.” Ef 5;17
Se, o culto racional demanda o “sacrifício vivo” das vontades naturais, então, somos espiritualmente racionais quando não temos razão. Isto é: Quando nos entregamos confiadamente às razões Divinas.
Paulo disse que sua entrada aos coríntios fora nas armas do Espírito, não na pretensão humana de “racionalidade”. “Minha palavra, e minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e poder;” I cor 2;4
A Sabedoria Divina desfilando perante gente que não a identificava. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação... Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte...” I Cor 1;21 e 25
Trata-se de refinada ironia, pois, como dissera Isaías, “Os meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são meus caminhos mais altos que os vossos, e meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 5;8 e 9
Se, meu culto racional me sacrifica em prol de uma Vontade Superior, minha compreensão deve ser alinhada a essa vontade também, para que o labor de quem me ensina faça sentido.
Quando um pregador brada que O Senhor dará vitória aos seus ouvintes, normalmente, cada um deriva das suas razões o conceito de vitória; o desempregado que Deus lhe dará um emprego; o enfermo, que receberá saúde; o solitário que enfim, terá um cônjuge; o de filho viciado que o verá livre...
Invés do “Sacrifício Vivo” em prol da Vontade Divina, a afirmação das humanas inclinações, numa compreensão rasteira do significado de vitória em âmbito espiritual. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; esta é a vitória que vence o mundo, nossa fé.” I Jo 5;4
Há uma gritante diferença entre “vencer o mundo” em submissão a Deus, e vencer “no” mundo como anseia a carne corrupta.
Paulo, um grande vencedor subiu ao cadafalso com quem sobe a um pódio; “Porque já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” II Tim 4;6 e 7
O vencedor espiritual não faz as coisas acontecerem ao seu favor; mesmo que aconteçam de modo adverso guarda o que é mais precioso, a fé; “... aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto a ter fome; tanto ter abundância, quanto padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13
O que muitos insensatos consideram vencer atualmente é apenas uma antiga doença cujos sintomas ainda são atuais; o materialismo envernizado. “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, miserável, pobre, cego e nu; Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” Apoc 3;17 e 18
Que o mundo viva seu pragmatismo doentio; que derive suas diretrizes da pós-verdade das narrativas falaciosas feitoras de sensações sem raízes sadias; a nossa vitória sempre será o triunfo da verdade em nossas vidas, quer nos favoreça, quer não. “Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.” II Cor 13;8
Um vencedor de Deus não triunfa em particular; antes, consome-se, dá sua vida se necessário para colocar em relevo o Triunfo de Cristo.
As humanas técnicas visando motivar ímpios, invés de exortar ao arrependimento encantam serpentes onde deveriam ser geradas ovelhas. É a deusa “Razão” buscando adoradores. Só quem se submete ao Senhor entenderá as razões de Deus.
Um espaço para exposição de ideias basicamente sobre a fé cristã, tendo os acontecimentos atuais como pano de fundo. A Bíblia, o padrão; interpretação honesta, o meio; pessoas, o fim.
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sábado, 31 de agosto de 2019
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
As razões de Deus
“Ele ( O Senhor ) reserva a verdadeira sabedoria para os
retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade”. Prov 2;7
O falso imitando ao verdadeiro vem de larga data; na Grécia antiga
tínhamos sofistas combatendo os filósofos; no Israel de antanho, os falsos
profetas opondo-se aos servos do Eterno.
Por que o falso não cria algo original, uma falsidade “zero
kilômetro” invés de sair imitando ao verdadeiro? Bem, ele pode fazer isso,
contudo, amiúde, prefere herdar a reputação, eventuais benesses de algo pronto,
que imita.
Assim, profetas de Baal alegavam profetizar pelo “Espírito do
Senhor”; tanto que, um deles, que feriu a Micaías perguntou por onde passara o
Espírito do Senhor, de si àquele, de modo que profetizasse também. Em nossos
dias, os defensores de suas religiões, por espúrias que sejam, advogam, que
todas são boas, no fim, levam a Deus. Poderiam dizer que é mero hábito cultural,
com fito de viver melhor, mas, no fim do arco íris, o foco seria a relação com
Deus.
Ora, religiões, por úteis que pareçam, são resultado de esforços
humanos na tentativa de, à humana maneira, abrirem caminho rumo a Deus. Jesus
Cristo é o Amor Divino manifesto, O Próprio Caminho aberto, trazendo junto
“placas de sinalização”, Sua Palavra, que orientam nossa caminhada.
Estabelecido isso, os falsos que não abdicam de suas naturezas
perversas, sabedores da reputação do Salvador, disseminam suas falsidades “em
nome de Jesus”, pois, assim, ante incautos ganham o desejado prêmio de parecer
verdadeiros.
O surrado, “aparências enganam” tem um paralelo psíquico mais
venenoso ainda; sensações, sentimentos. As pessoas frequentam determinados
antros de heresias, dizendo que lhes faz bem, que sentem-se melhores depois de
ir lá, como se, o alvo de Cristo fosse esse. Ora, o fumante fica nervoso à
abstinência, mas, fumando um, “acalma”; tal “nervosismo” é reflexo do organismo
viciado em nicotina, acusando no “sinal do painel” que precisa reabastecer. O
danoso consegue disfarçar-se de bom em consórcio com a sensação, por ele,
domesticada. Assim, os falsos fazem suas vítimas sentirem-se melhor.
O triunfo do agradável sobre os fatos foi versado por Fernando
Pessoa: “Tens um anel imitado, e vais contente de o ter; que importa o
falsificado, se é verdadeiro o prazer?” Essa mesma lógica se faz algemas de
quem prioriza as enganosas sensações, malgrado, a origem.
Primeiro, sendo eu, mau, tal qual, sou, ao encontrar com Aquele
que não cometeu pecados, terei uma visão mais ampla da minha maldade; um
sentimento de tristeza, arrependimento há preceder, eventual conversão. Feito
isso, a alegria de ser perdoado, os primeiros respiros do novo nascimento;
aprendidos os primeiros passos, concorrem “as aflições de Cristo” das quais, os
salvos são herdeiros também. Não é agradável, é necessário.
Cristianismo não é o império das sensações boas, antes, a escola
teórico-prática do conhecimento de Deus na Face de Cristo, em meio a
perseguições, incompreensões, dores.
O verso inicial adjetiva sabedoria como escudo, arma de defesa. Essas,
são necessárias quando sofremos ataques. Quanto mais próximos do Verdadeiro
estivermos, tanto mais, incomodaremos aos falsos. Um ministro teologicamente
sadio é a “marca d’água” que desnuda imitadores; isso, lhes incomoda.
Pois, se, por um lado, salvação não depende de sabedoria, mas, de
fé, essa, uma vez nascida há de desejar ardentemente conhecer melhor àquele que
se fez seu alvo. A isso está atrelada a vida do salvo; não é mero deleite. “A
vida eterna é esta: que conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3
Em dias idos, esse lapso foi fatal: “Meu povo foi destruído,
porque lhe faltou conhecimento...” Os 4;6
Quando nos apresentam alguém, normalmente dizemos: “Prazer em
conhecer”, quando, estamos apenas encontrando, falando pela primeira vez;
conhecer é mais profundo e demorado. A gentileza em inglês fica melhor. “Nice
to meet you”. “Bom encontrar você.”
O “problema” de conhecermos melhor a Deus, é que, paralelamente
conhecemos melhor a nós mesmos. Isso incomoda um pouco, mas, pra quem decidiu
“negar a si mesmo” paulatinamente vai entendendo as razões do Eterno. O “cara
legal” que eu pensava ser, é tão ruim que precisa mesmo ser morto, para que
Cristo viva em mim. Minha vida dupla sempre será palco de disputas,
rivalidades. “Mas, como então, ( nos dias de Abraão ) aquele que era gerado
segundo a carne perseguia o que o era segundo o Espírito, assim é, também,
agora.” Gál 4;29
Carne peleja para que escolhamos as coisas que lhe aprazem, inda
que, mortais; Espírito, as que agradam a Deus, mesmo que soem desagradáveis.
Por isso, a sabedoria espiritual não tem conexão com neurônios privilegiados,
inteligência; antes, com caráter, e esse, submisso a Deus. “Ele reserva a
verdadeira sabedoria para os retos.”
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