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sábado, 7 de abril de 2018

Habeas Animus

Mesmo quem não liga para termos jurídicos, tampouco, se interessa em entendê-los, nos últimos dias ouviu muito sobre “Habeas Corpus”, dada a repercussão que alcançou o pleiteado pelos advogados de Lula.

Habeas corpus significa "que tenhas o teu corpo"; é uma expressão originária do latim. Uma medida jurídica para proteger indivíduos que estão tendo sua liberdade infringida; é um direito constitucional.

Tanto pode ser liberatório, caso o postulante esteja preso, quanto, preventivo. Em razão dos argumentos usados para tal, os juízes avaliam se, o pleito procede ou, não; julgam deferindo, ou, indeferindo-o.

Pois bem, se, no âmbito da liberdade civil “que tenhas o teu corpo” com total liberdade de locomoção é o melhor que se pode, no prisma espiritual carecemos restringir, mortificar as demandas dos corpos, se, queremos nossas almas livres em Cristo.

Paulo ensinou: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

O “sacrifício vivo” das vontades naturais é o nosso “culto racional”; Pois, a razão do Espírito não é dar vazão às nossas vontades, antes, conhecer e praticar à de Deus.

Desse modo, abdicando do “Habeas Corpus” teremos um “Habeas animus” (espírito, alma) em latim. De outro modo; andando segundo o Espírito, não, segundo reclames do corpo, alcançaremos um modo de vida agradável diante de Deus. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas, segundo o Espírito.” Rom 8;1

Nosso passado ruim, de pecados, quando andávamos segundo a carne foi perdoado; mas, isso não deve ser estímulo para seguirmos atuando ainda daquele modo; antes, somos exortados a valorizar a graça que nos livrou, mudando o modo de viver. “... Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?” Cap 6;2 e 3

Nossa identificação com Cristo demanda o fim do “Habeas corpus”; não que nossos corpos deixem de desejar às mesmas coisas, apenas, que em Cristo somos capacitados a resistir, o que, antes era-nos impossível. “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; tampouco, apresenteis vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas, apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e, vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois, não estais debaixo da lei, mas, debaixo da graça. E daí? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas, debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” VS 12 a 16

A Liberdade de Cristo é podermos escolher a quem obedecer; não se trata de liberdade absoluta, mas, capacitação para atuar segundo Deus, o que antes da conversão não tínhamos; “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

Se, é a Vontade de Deus que deve pautar nosso agir, foi essa mesma Vontade Graciosa que possibilitou-nos o novo nascimento mediante Cristo.

Sintetizando: Em Cristo fomos libertos da escravidão do pecado para podermos fazer o que devemos, não, o que queremos. Ainda presos em um corpo, vítima da queda e das ímpias inclinações decorrentes, mas, com liberdade condicional, onde, podemos desfrutar vida espiritual mortificando-o.

Antes de Cristo a vontade boa estava presa, subjugada pela habitação do pecado; o “eu”, alma, estranho no próprio corpo, escravizado e preso pelo intruso. “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas, o pecado que habita em mim. Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito, querer está em mim, mas, não consigo realizar o bem.” Rom 7;17 e 18

"De boas intenções o inferno está cheio”; diz o adágio. Pois, escravos do pecado, nossas boas intenções não passam disso; “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus...” Rom 8;7

A mensagem evangélica sadia é, antes de tudo, de reconciliação; “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se, Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;20

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A caverna do ateísmo

“A mim, o mínimo dos santos, foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo... me ponho de joelhos perante o Pai... ( para ) Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, o comprimento, a altura, a profundidade; conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios da plenitude de Deus.” Ef 3; 8; 14, 18 e 19

Paulo, como um explorador que, tendo encontrado riquezas majestosas, está com dificuldade de explicar aos que, quer convencer a embarcarem consigo nessa ditosa expedição, a grandeza do que viu. “Riquezas incompreensíveis,” amor que excede o entendimento.

Ocorre-me o Mito da Caverna, de Platão, onde, os “cavernosos” estavam assaz acostumados a ter sombras por realidade; um venturoso que evadiu-se à prisão e teve contato com a verdadeira luz, por um lado, não conseguia explicar o que vira, por outro, era considerado louco, por pretender que, o que sempre fora tido por realidade, não era assim, na verdade.

Esse apego humano ao palpável, como sendo a realidade plena, é que forja “conflitos” entre fé e razão, como se, fossem excludentes. Na verdade, muitos tomam a metade da laranja pela fruta inteira. Razão, por ser uma faculdade também da alma, pode ser aprendida, em parte, por ateus, descrentes... Esse aspecto racional, contudo, é atinente ao mundo físico; acontece que o mundo espiritual também tem sua razão, sua lógica, a qual, não pode ser percebida pelos que jazem acorrentados na caverna da incredulidade; acostumaram com a sombra das coisas materiais como realidade última.

Dizem que a fé é cega, onde deveriam dizer que a ciência natural é limitada. Isaías até coloca a situação de estarmos, eventualmente, em total escuridão, mas, evoca a Integridade do Senhor, como o “Fio de Ariadne” que tira do labirinto. “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, firme-se sobre o seu Deus.” Is 50; 10 Isso não é cegueira, mas, mesmo cercado de trevas, saber pra onde olhar. A fé vê no escuro.

Moisés, quando todas as circunstâncias eram adversas, foi ordenado que desafiasse ao poderoso Faraó, em Nome do Senhor. Não tinha força bélica nenhuma, meros escravos envilecidos pelos trabalhos forçados; portou-se como um General declarando guerra a um grande exército. “Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11;28

Um “racional” dirá que o relato é mito; afinal, as coisas acessáveis pela fé lhe são ocultas ainda, desconhece a senha.

Sendo o mundo, inimigo de Deus, como disse Tiago, natural que envide esforços em sedimentar a inimizade; se, o âmbito espiritual tem mesmo sua razão, necessariamente há de ser, diversa da “razão” do inimigo. Por isso, uma mente transformada se requer, para o contato com o amor e a bondade Divinos. “...apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 1 e 2

Assim, a narrativa bíblica, o “mito” para as mentes naturais, é a razão do Espírito, onde bebem os convertidos. “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2; 2

Enfim, a ciência insta a conhecer as coisas naturais, como se tais fossem um fim em si, invés da expressão de algo maior; a fé, sem excluir a ciência válida, desafia a conhecer o motivo Supremo do que se deu para a ciência brincar; “Conhecer o amor de Cristo que excede todo entendimento...”

Pois, se a criação é uma prova de amor, é também evidência de sabedoria, propósito; quem nega isso, teme a luz, prefere a caverna. “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, quanto a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1; 20

“Aquele que olhando as maravilhas da criação ainda se declara ateu, juntamente se declara imbecil e mentiroso”. ( Spurgeon )

A defesa apaixonada de convicções naturais, cega; Paulo passou por isso; ao deparar com a Luz, caiu do cavalo; suas escamas dos olhos foram reveladas. Daí, iluminado fez do “esterco” adubo, da Luz, o sentido da sua vida. Foi escolhido porque era sincero, mesmo, sem entendimento. 

Mas, os arrogantes, O Santo deixa que esporeiem os fogosos corcéis da incredulidade, rumo à insignificância eterna...