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sábado, 11 de julho de 2020

O Chamado de Deus


“... Deus... de antemão te designou para que conheças Sua vontade, vejas aquele Justo e ouças Sua voz. Porque hás de ser Sua testemunha...” Atos 22;14 e 15

O que se deu com a chamada de Paulo, de certa forma se dá com todos os cristãos.

“Designa de antemão”, predestina; Não significa, como entendem os calvinistas, que Deus pré-escolhe; escolhe aqueles que aceitam os termos da reconciliação mediante Cristo; prepara de antemão o destino; “Vou preparar-vos lugar...” Eis a “predestinação”!

“Para que conheças Sua Vontade...” A condição essencial, o negue-se, fará necessariamente o convertido cambiar suas vontades naturais pela Divina.

Conhecê-la será impossível, enquanto a minha ainda estiver no comando; “Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são Meus caminhos mais altos do que os vossos, e Meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;9 “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra;” Col 3;1 e 2

Se, para negar à própria vontade e buscar as coisas de cima é necessário “ressuscitar com Cristo”, óbvio que, antes carecemos “morrer” com Ele; “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?” Rom 6;3

“... Vejas Aquele Justo...”
Se, Deus por ser Espírito não pode ser visto, O Verbo Encarnado, Deus Manifesto, pode. “Quem vê a mim vê O Pai” Ensinou. “... sendo o resplendor da Sua Glória, e a Expressa Imagem da Sua Pessoa...” Heb 1;3

Atributos atinentes ao Poder e Sabedoria, as próprias obras da Criação mostram; “... Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu eterno poder, quanto Sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;20

No entanto, os sentimentos Divinos foram demonstrados cabalmente na Obra de Cristo; “Ninguém tem maior amor que este, dar alguém Sua vida pelos seus amigos.” Jo 15;13 Ou, “Deus prova Seu Amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

Acontece que, se, por ter se feito semelhante a nós, Jesus pode ser visto, tocado... não é numa imagem física que se O vê, deveras. (Deus vetou imagens, de iniciativa humana, aliás; algumas ordenou; querubins sobre a Arca e uma serpente de metal, não para ser cultuadas, mas para propósitos pontuais.)

Paulo nosso apóstolo em apreço teve o privilégio de ver a Cristo fisicamente mas, colocou como superior o conhecimento espiritual; “... ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não O conhecemos deste modo.” II Cor 5;16

Então, o conhecimento espiritual, invés de uma satisfação mental, de suprir uma curiosidade por ter “visto” algo, ou, no caso, alguém, enseja uma identificação transformadora; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo!” II Cor 5;17

Mais que numa imagem tangível pois, Deus quer ser conhecido por identificação espiritual, em Seus Atributos e valores. O Salmista dissera que esperava ver a face de Deus na justiça; “Quanto a mim, contemplarei Tua Face na justiça; e me satisfarei da Tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15

“Porque hás de ser sua testemunha...” Normalmente se passa por alto a essência de ser testemunha como se, a mesma fosse qualquer um que, dissesse saber ou, ter visto algo acontecer.

Entretanto, mesmo nos imperfeitos tribunais humanos, eventual testemunha, antes de inquirida jura com a mão sobre a Bíblia não dizer nada mais que a verdade; se, eventual oponente puder provar que, a mesma mentiu em parte, todo o testemunho será descartado, bem como a testemunha deixará de ter relevância.

Ademais, faz diferença “ser” testemunha ou “ter” um testemunho a dar. Mais que algo a contar, simplesmente, aquele que é testemunha de Cristo, deixa isso patente com ações; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;16

Parecer algo é coisa muito fácil; as redes sociais estão aí para demonstrar que a maioria sabe cultivar rosas que não dão espinhos.

Porém viver Cristo, num mundo que cultua a mentira, não raro, nos faz parecer loucos. “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.” I Cor 1;18

sábado, 27 de julho de 2019

O Depósito e o Motim

“Pobreza e afronta virão ao que rejeita a instrução, mas o que guarda a repreensão será honrado.” Pov 13;18

Apesar dos que advogam a predestinação dos salvos e perdidos, A Palavra insiste em fazer-nos livres, arbitrários, consequentes. “O que rejeita... o que guarda...” são definições de escolhas; não de sinas às quais estejamos fadados.

A própria pregação é um desafio à boa escolha, coisa que sequer teria sentido se, tudo não passasse de um jogo de cartas marcadas. “... as más conversações corrompem os bons costumes.” I Cor 15;33

Tendemos a guardar com zelo coisas que nos são caras e descuidarmos até, das mais ordinárias. Então, quem guarda a repreensão sabe que ela é derivada do Amor Divino, portanto, valiosa; “Porque o Senhor corrige ao que ama; açoita a qualquer que recebe por filho. Se, suportais a correção, Deus vos trata como filhos...” Heb 12;6 e 7

Quando apresentamos repreensões oriundas da Palavra a quem teme a Deus, geralmente, o tal arrepende-se e visa corrigir-se. Porém, as mesmas coisas ditas a outrem que rejeita a instrução encontram a muralha da má vontade pichada com defesas pífias, tipo: “Não julgueis” “você também peca”, “quem és tu para atirar pedras” etc. A forma pode variar; o teor sempre é a rejeição da correção que, mesmo vindo por meio de nós não se origina em nós; é da Palavra.

Quando apresentamos à mesma não estamos julgando, porém, deixando patente o Juízo Divino que se aplica a todos igualmente; o que nos inclui.

Desgraçadamente, a maioria do que atualmente se chama igreja tem se ocupado mais em gerar distração, entretenimento, que pregar a sã doutrina que cambia das trevas para a luz, da morte para a vida.

Dias que foram antevistos por Paulo; “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de evangelista, cumpre teu ministério.” II Tim 4;3 a 5

Tratávamos de uma antítese entre os que guardam e os que rejeitam a correção; deparamos com um terceiro tipo. Os que rejeitam a Deus de forma cínica, escorregadia, fingindo servi-lo. Escolhem o que querem ouvir, fugindo do que Ele quer que ouçam. Certamente, os que rejeitam abertamente são mais honestos que esses que se enganam com a própria hipocrisia como se, buscar facilidades equivalesse a buscar Deus.

Esses cegos traidores de si mesmos fazem a fortuna e a fama dos falsos profetas tão em voga, infelizmente.

A sobriedade espiritual tem custo, traz aflições. Mas, o conselho foi: “Sofre as aflições, faze a obra; cumpre teu ministério.”

Cheia está a Terra de patrulheiros do politicamente correto caçando “crimes” de homofobia, machismo, racismo, radicalismo e o escambau; mas, um obreiro idôneo, cheio do Espírito e da Palavra tem em si a “Patrulha da Consciência” que o leva a lançar mão apenas do “bom depósito” preocupado em servir a Deus, mais que, agradar aos homens. “Do despenseiro - disse Paulo – requer-se que se ache fiel.” I Cor 4;2

Como nos dias de José no Egito, mediante ele Deus ensinou que se fizesse depósitos de mantimento nos dias fartos para quando viessem os escassos; assim deveria ocorrer conosco enquanto usufruímos liberdade de crença, de culto; ainda há bons pregadores servindo do Pão do Céu. Quando o estio da perseguição vier, e virá, teremos em nós, se guardarmos, o “mantimento” necessário para a preservação da vida recebida em Cristo.

Desse modo, mais que guardar a repreensão no sentido de emendar nossos caminhos devemos guardar a instrução como reserva de vida no meio de tanta morte que nos circunda.

Na China, e países islâmicos a perseguição já atua. Breve a coisa será global. A destruição das famílias e dos valores cristãos, agenda “esquerdista” da ONU caminha a passos largos. Embora aos olhos desavisados seja apenas uma agenda política, trata-se do motim do salmo segundo; a instauração do império maligno na Terra.

Todavia, “Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles.” Sal 2;4

Sim é risível, ridículo a criatura ousar contra o Criador; entretanto, muitos o fazem. Ele pergunta: “... Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria.” Is 27;4
Ele, não deseja guerrear conosco, antes, mandou Cristo para propor paz; “... se apodere da minha força; faça paz comigo...” v 5

Seu amor buscou todos; “O Senhor desnudou Seu santo braço perante os olhos de todas as nações; todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.” Is 52;10 Poucos correspondem; “Quem deu crédito...” Is 53;1

sábado, 21 de julho de 2018

"Nossas" Vitórias em Deus

“Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará nossos inimigos.” Sal 60;12

Certa confusão gramatical aqui; os predicados sinonímicos, “faremos proezas” e “pisará nossos inimigos” atinam a diferentes sujeitos; nós e Deus. De modo a parecer que, o que faremos, Ele fará.

Ensinam-nos os mestres de teologia, sobre inspiração, que, a origem da revelação dos escritores e profetas era Divina; a forma de expor, humana. Assim, a construção era uma amálgama, Divino-humana. De Deus o poder; do homem a disposição de cooperar com Ele.

O Eterno me faria saber de algo e deixaria que eu expusesse com minhas palavras, como me parecesse melhor. Isso explicaria pequenas “discrepâncias” entre os Evangelhos sinóticos. Os mesmos fatos por três repórteres diferentes. Mateus, Marcos e Lucas.

Em Ezequiel vemos um incidente onde Deus ordena algo ao profeta, e, de certa forma, Ele mesmo faz; “Disse-me: Filho do homem põe-te em pé, e falarei contigo. Então, entrou em mim o Espírito, quando Ele falava comigo; me pôs em pé e ouvi o que me falava.” Ez 2;1 e 2

Os defensores da predestinação dizem que, sendo nós pecadores, inclinados ao mal, não poderíamos desejar o bem; os “eleitos” seriam salvos sem cooperação nenhuma, apenas por eleição Divina. O problema mais sério de sua doutrina é que, ao exaltarem a Soberania ferem a Justiça Divina.

Porém, em certo sentido concordo com eles; somos maus e inclinados ao mal, contudo, a mesma “força” que O Senhor deu a Ezequiel dá a todos que escutam Seu chamado; possibilita obediência; porém, o “ouvi o que me falava” a ponto de reagir como o esperado, sempre será escolha humana; senão, não haveria diatribes contra os que resistem. “... vós sempre resistis ao Espírito Santo...” Atos 7;51 etc.

A salvação continua sendo Graça excelsa, mas, ninguém é forçado a aceitá-la. A “graça irresistível” patrocinaria uma parcialidade que destoa da justiça que ama, “O Juiz de toda Terra.”

Os filósofos, Immanuel Kant, sobretudo, faziam distinção entre essência e aparência das coisas. À primeira chamavam Númeno, ou, a coisa-em-si; à aparência, a percepção sensorial, o Fenômeno, ou, a coisa-para-si. Simplificando: Como as coisas são; e, como as percebo.

Quantas vezes ouvimos alguém dizendo que determinada calça ficou pequena, quando, na verdade foi a barriga que ficou grande? Assim, pode Deus parar a Terra por certo tempo enquanto Josué batalha, e o cronista narrar que pararam Sol e Lua. Nenhuma mentira no relato; apenas, uma variável entre o Númeno e o Fenômeno.

Então, quando o salmista diz que “Em Deus faremos proezas, porque Ele pisará nossos inimigos,” está já apresentando essa “fusão” perfeita dos que ouvem a Deus, obedecem-nO, e atuam conforme Suas diretrizes. Dele o Força, O Poder, o “Tesouro”; nossa a submissão, aquiescência, cooperação; o “vaso”. “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus; não, nossa.” II Cor 4;7

Por isso é necessário o “negue a si mesmo”. Enquanto eu estiver no comando da minha vida, O Senhor estará do lado de fora; se, a conversão equivale a uma cirurgia de transplante de coração, onde, o coração endurecido é mudado por outro maleável, não somos tão “anestesiados” assim, a ponto de sermos forçados a querer.

Quando diz: “Porei dentro de vós Meu Espírito e Farei que andeis nos Meus estatutos...” Refere-se aos remanescentes fiéis, que receberam a “água pura” (doutrina) e foram purificados da idolatria.

Para que Deus faça proezas através de nós Ele demanda uma identificação, submissão tal, que possamos dizer como Paulo: “Não mais vivo eu; mas, Cristo vive em mim.” Pois, “Se, alguém me ama, guardará minha palavra; Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23
Embora, “em Cristo” pareça se referir a lugar é um “lugar” tão “invasivo” que acaba mudando o ser; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo. Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação.” II Cor 5;17 e 18

O que Deus fez por nós anseia fazer para outros usando-nos; por isso, Ele deu-nos o ministério da reconciliação.

Embora, “vitória” no contexto materialista atual seja a conquista de coisas, as “proezas” que glorificam a Deus são conquistas sobre o pecado, santificação. O Santo não poria mais lenha num fogo que deseja apagar; o egoísmo.

Ele pisará nossos inimigos; o mais cruel de todos, que todo dia quer me matar é meu ego; essa proeza de vencê-lo só é possível em Deus, na cruz. Não consigo amar meu próximo como a mim mesmo, a não ser que Cristo o faça, em mim.

sábado, 20 de maio de 2017

Nosso coração de Faraó

“O Senhor, porém, endureceu o coração de Faraó; este não os quis deixar ir.” Ex 10;27

Esse e versos semelhantes do mesmo contexto, se, mal compreendidos podem ensejar o pensamento blasfemo que Deus seria injusto; afinal, após desafiar Faraó a fazer certa concessão, “endurecia” o coração dele, depois, o punia com pragas, justo, por causa dessa dureza. Seria O Eterno um sádico?

Duas narrativas são possíveis ao mesmo fato; uma derivada do Númeno, outra, do Fenômeno. Númeno é “A realidade tal qual, existe em si mesma, de forma independente da perspectiva necessariamente parcial em que se dá todo o conhecimento humano; a coisa em si;” essa perspectiva parcial do conhecimento humano, sua visão, interpretação, é o fenômeno.

Muitas vezes o homem incorre em erros de perspectiva; por exemplo: Quando a barriga cresce diz que as calças ficaram pequenas; ou, fala que o sol nasce, quando, apenas surge, ao movimento da rotação, etc. Assim, o fenômeno são as coisas como vemos; o Númeno, elas como são.

A narrativa humana de que Deus endurecia ao coração do soberano não era a realidade, antes, a perspectiva do narrador que pensava: Se Deus pode fazer tais maravilhas, as pragas, bem poderia abrandar o coração do Rei, se não faz, é porque o endureceu.

Na verdade, não precisamos ajuda pra isso; Jesus disse: “Porque o coração deste povo está endurecido, ouviram de mau grado, fecharam seus olhos para que não vejam, ouçam, compreendam com o coração, se convertam, e Eu os cure.” Mat 13;15

O homem entregue a si mesmo está endurecido, refratário ao querer do Eterno. “... quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como animais.” Ecl 3;18

Disse mais: “O caminho do insensato é reto aos seus próprios olhos, mas, o que dá ouvidos ao conselho é sábio.” Prov 12;15

Quando diz que endurecia ao coração de Faraó, apenas o entregava a si mesmo, sem o auxiliar para que visse além da orgulhosa perspectiva, sob a qual, mantinha-se resiliente em sua rebeldia.

Nossa tendência natural é resistir às demandas Divinas por obediência, santidade. Paulo expôs assim: “...a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8;7

Sem o novo nascimento pelo Espírito Santo, estamos impedidos de ver, ou, entrar no Reino; “...aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3;3 e 5 É nossa dureza, não a Vontade Divina que nos faz “barrados no baile”.

A mudança requerida para conversão, “negue a si mesmo” é tão traumática, radical, que, mediante Ezequiel, Deus figurou como um transplante de órgãos, não, mero amolecimento. “Aspergirei água pura sobre vós, ficareis purificados de todas vossas imundícias, todos vossos ídolos, vos purificarei. Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós meu Espírito, farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos, e os observeis.” Ez 36;25 a 27

Claro que isso, se dá com nossa anuência, não se trata de imposição, como se O Santo tivesse escolhido de antemão quem será salvo, e a esse Seu apelo fosse irresistível, como advogam os da predestinação. A mudança necessária deriva sim da maravilhosa Graça do Senhor, mas, precisa despertar o desejo humano por ela, senão, pode ser resistida, como denunciou Estevão: “Homens de dura cerviz, incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim, sois como vossos pais.” Atos 7;51

Predestinação significa destino prévio para duas escolhas possíveis, não, pré-escolha. Em suma, quando Deus “endurece” alguém, apenas entrega-o a si mesmo; quando tenciona salvar, atua para persuadir mediante a Luz do Espírito Santo, mas, a decisão de andar na Luz, sempre será nossa.

Se O Eterno “endureceu” Israel e facilitou aos gentios, como diz em Romanos, refere-se ao foco da Obra circunstancialmente; o que logo voltará a ser Israel. Aos iluminados, pois, a responsabilidade de andar na luz, ou, o risco da queda, voltando a estar apenas em si mesmos; “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa palavra de Deus, as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus...” Heb 6;4 a 6

Dada a seriedade disso, a advertência: “...Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais vossos corações...” Heb 3;15

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Presunção; "nosso" lugar de Deus

“Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Rom 1;22

Eis algo bem atual, falta de noção! Aqui, expressa de modo mais amplo. Um abismo entre o que, os tais, diziam de si mesmos, e o que eram, deveras.

“O homem, medida de todas as coisas”, na filosofia de Nietzsche, ou, antropocentrismo, numa abordagem teológica, a absoluta falta de Absolutos, enseja essas discrepâncias entre o juízo particular e a realidade.

Claro que, a constatação de que os pretensos sábios eram loucos, demanda um juízo sábio, superior, de quem possui o Saber Absoluto, Deus. De outra forma, fosse mera opinião de Paulo, seus apontados redarguiriam e fariam a ele a mesma acusação; a coisa se arrastaria indefinida à exaustão.

Há no inconsciente humano um devaneio de que, a liberdade seja absoluta, e não é, nem mesmo para Deus. Quando O Altíssimo diz: “Eu velo pela Minha Palavra para cumprir”, isso O faz “refém” de Sua Própria integridade, sem falar que ama as pessoas, e o amor, de certo modo, aprisiona também.

A fixa dualidade proposta, Deus, ou, inimigo; luz, ou, trevas; verdade, ou, mentira; salvação, ou, perdição; vida, ou, morte; restringe nossa liberdade a uma escolha simples, um lado ou, outro; as consequências virão “de lambuja”. Somos “senhores das escolhas e escravos das consequências.” Como disse Pablo Neruda.

Na verdade, o homem natural, dada sua escravidão às paixões da carne, sequer consegue escolher sozinho o caminho da luz, antes, teme-o. “...a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.” Jo 3;19 e Paulo amplia, expondo o motivo: Escravidão aos pendores carnais, aos instintos naturais. “Porque a inclinação da carne é morte...” Rom 8;6

Os defensores da predestinação advogam que, por essas e outras, os homens não têm escolha. Deus salva Seus escolhidos, sem nenhuma participação humana. Dizem, com acerto, que sem Cristo estão mortos, e perguntam, a título de argumento: “Pode um morto fazer escolhas?” A resposta óbvia parece ser, não. Entretanto, não é tão simples assim. O Salvador disse: “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

Ele coloca no indicativo: Ouvirão. Depois, no subjuntivo; os que ouvirem. Isso implica, necessariamente, uma escolha. Como pode ser? Bem, a confusão deriva de ignorarmos uma regrinha básica de interpretação ensinada por Paulo, onde acusa ao homem natural de não entender, enquanto o espiritual entende, “...comparando as coisas espirituais com as espirituais.” I Cor 2;13
Assim, o morto espiritual é alguém como Adão, pós queda, com consciência pesada, quando não, cauterizada, medo de Deus, escondido. Isso não equivale à não existência. Mesmo assim, objetaria alguém, se a morte é separação de Deus, vida na carne, e essa inclina-se a perdição, como faria, eventual escravo, a boa escolha? Eis uma boa pergunta!

Quando ensinou sobre a necessidade do Novo Nascimento, tanto para ver, quanto, entrar no Reino, O senhor disse que o tal se dá, “Da água e do Espírito.” A “Água” É A Palavra, O Senhor chamou de Água da Vida, quando essa jorra, quando é pregada, digo, O Espírito Santo atua paralelo, possibilitando ao pecador, a entender o básico do que está em jogo, e tenta persuadir a que esse faça a boa escolha. Sem forçar, entretanto, pois, há advertências quanto a não resistirmos ao Espírito. Resistência, óbvio, é escolha.

Minha escolha, por sábia que seja, pois, não me faz livre. Ou me faz servo de Deus, ou, me mantém onde estou na vida natural, que, como o mundo todo, “Jaz no maligno”. Claro que, em Deus, liberdade relativa existe; somos livres para atuar, dentro de parâmetros que não firam Sua Santidade. Alguém já ouviu de uma “Possessão” benigna? Digo, O Espírito de Deus pegando alguém à força? Contudo, legiões de demônios fazem isso todos os dias.

Certa vez, o assunto era homossexualismo, o Faustão disse sob muitos aplausos, que ninguém tinha nada com isso, cada um deveria fazer de sua vida o que quisesse, se intromissão de outrem. Porém, ao dizer como cada um deveria ser, intrometeu-se na vida de milhares que o assistiam. Assim, mostrou-se incapaz de beber o líquido que receitava.

Sempre que alguém nega o devido Lugar ao Criador, acaba, querendo ou não, tomando Seu lugar. Essa é a ideia, disse o capeta, esfregando as mãos! Enfim, pouco ou nada vale o que penso de mim mesmo. Aquele que sabe todas as coisas exporá o juízo perfeito.

Pois, nossa presunção nos inflaciona demais. Alguém disse: “O melhor negócio da Terra seria, comprar os homens pelo que valem, e revendê-los pelo que, pensam que valem.”