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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Na ponta da língua

Dei banho em minha horta removendo o verde que suja.

Dentre esse uma erva mui resiliente, dura de matar que ressurge à menor umidade e brota de um naco de raiz que sobre na terra, chamada “língua de vaca”. Parece fotografia; quanto mais se tira, mais se tem.

Aí me ocorreu a pergunta: Por quê língua de vaca, não de boi? Pior que isso; o “feminismo” vai mais longe; temos ainda a pata de vaca, que dizem curar diabetes; quando uma esperança finda, dizemos que a vaca foi pro brejo; se alguém nos esculhamba não dizemos que está a “aboisalhar;” sempre vem avacalhar; na índia a vaca é sagrada; aqui, salgada.

Se bem que, em alguns casos há equilíbrio; quando alguém é traído, tanto vira boi, quanto, usa chapéu de vaca; temos vaqueiro e também boiadeiro; o cantarolar dos que tangem rebanhos é masculino, o aboio; parece que à vácuo foi usado pra outra coisa... Nos Estados Unidos temos o cowboy. Esse boy não tem nada a ver com boi que em inglês é ox; e o cow é vaca; boy é garoto; então um vaqueiro jovem...

Agora falando sério, há palavras que não tencionam uma precisão estrita; como dizer que determinada descoberta é uma conquista do homem. Não se refere ao sexo; pode ser que uma cientista descobriu; trata-se duma conquista da espécie humana.

Como a célebre pensadora Dilma Russef que pensando que a expressão “homo sapiens” se referia ao sexo masculino, (significa ser humano racional de qualquer sexo) criou a “mulher sapiens” para ser politicamente estúpida; talvez agora entendais por que preciso criar a língua de boi.

Essas coisas irrelevantes de dar nomes a atos, ou coisas são de geração espontânea; acabam consagradas pelo uso, como os apelidos.

Essa frescura onde tudo tem que ser “politicamente correto” é invenção maligna da esquerda, em suas táticas mesquinhas e irresponsáveis de dividir para conquistar.

Fazer negros pelejarem contra brancos; homossexuais contra héteros; homens contra mulheres; cristãos contra ateus, etc.

Para Benedita da Silva, usar “lista negra” é racismo. Vai se catar!! Sempre foi usada nunca com intenção de ferir ou discriminar ninguém; racismo seria menosprezar, tolher, reprimir, segregar alguém em função da raça.

Para mim o sistema de cotas nas universidades é racista; ao avesso, uma vez que faz aos de cor, superiores aos demais.

Contar uma piada que envolva gay é homofobia; uma ova! Pode-se brincar como homo, branco, negro, índio, hétero, cristão, ateu, etc. “Não sabe brincar desce do playground” como se diz.

Essa gente perde noção das coisas em suas bandeiras nefastas que tropeçam em valores, na lógica até; por exemplo: Feministas tatuam-se, mostram peitos e bundas em lugares públicos em defesa do aborto que, segundo elas, é um direito exclusivo da mulher. “Meu corpo, minhas regras”, dizem. Pois bem, 50% dos fetos abortados são também femininos; seriam assassinados indefesos pelas que defendem os direitos das mulheres?? O que diriam elas dos seus corpinhos em formação?

Outros cansaram de brincar de feminismo contra machismo; querem impor sua doença afirmando que ninguém nasce macho nem fêmea; nascem apenas humanos depois se “descobrem”; chegam a pleitear por banheiros comuns, sem essa de masculino e feminino, que seria uma imposição social.

Fizeram um alarde quando a Ministra Damares Alves disse: “Menina veste rosa; menino veste azul”; convenientemente ignoraram o teor e supervalorizaram à forma; como se ela pretendesse escolher vestes para os filhos alheios. O que ela disse apenas é que uma coisa é uma, e a outra, outra bem distinta. As cores das vestes foram só figura de linguagem que até meu cavalo entende.

Cáspita!! Pinto é pinto e periquita é periquita, não importa o que a sociedade diga.

Circula nas redes uma frase que me parece cabal; “Homem nasce homem; mulher nasce mulher; você é livre, faça o que quiser com seu corpo, mas não venha querer que a sociedade seja obrigada a gostar das suas escolhas.” Isso diz tudo.

Se, tivessem ao longo dos dezesseis anos que governaram, o mesmo cuidado com a coisa pública, que tiveram com essas futilidades que a nada levam, e estaríamos prósperos, fartos, invés de endividados e com milhões ainda no desemprego.

Quem empreende muito tempo, recursos e esforços em zelar pelo que é periférico, de menor relevância acaba omisso naquilo que é vital.

Certas palavras usadas em textos já dão azo à censura, como se tivesse palavras que devam ser proibidas. Ora, uso pensar com meus próprios neurônios, pautar-me pelos valores que creio e escrever como penso.

Nem venham esses bostas patrulheiros do politicamente correto acenando com o que pode o que não pode ser dito; para o meu gado sou eu que escolho o nome dos bois.

domingo, 23 de setembro de 2018

O Probo Solitário

“Toda a multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que se retirasse deles; porque estavam possuídos de grande temor. Entrando Ele no barco, voltou.” Luc 8;37

O “Ele não” da vez foi para Jesus Cristo; acabara de libertar um possesso crônico daquelas cercanias e, o povo “agradecido” pediu que Ele se retirasse.

É uma grotesca enfermidade humana, essa incapacidade de mensurar valores como eles, de fato, são. Um cativeiro de anos fora desfeito um ser humano, liberto; mas, eles estavam ciosos dos porcos.

Em nosso cenário, quando devemos escolher governantes, a mídia e muitos artistas engajados fazem algo semelhante contra Jair Bolsonaro; dos outros, qualquer um serve, ele, não.

Àqueles tudo se concede, pra ele, não. Se, Lula chama certas mulheres de “grelo duro” é engraçado; ele seria homofóbico; Álvaro dias o chama “vagabundo”, Ciro Gomes “filho da puta”, e estrondoso silêncio dos hipócritas. Fosse ele seria tosco, grosseiro, nazista, o cacete.

Ora, ele teve formação militar; entrou na vida pública bem antes do incremento da ditadura do “politicamente correto” imposta pela esquerda; natural, alguns deslizes verbais.

Esses patifes fazem vistas grossas à corrupção, crimes hediondos como estupro e morte defendidos pelos “direitos humanos”, perversão moral absurda na educação, etc. Mas, presto sacam as garras do Wolverine se alguém não falar aveludado a nova linguagem que pretendem impor, vão se catar!! Frases infelizes, tolices que melhor pensado não se repete são erros que todo mundo comete.

Como nada têm contra Jair em aspectos maiores, como, improbidade, corrupção, potencializam ao cubo meras falas toscas, como se, essas fizessem dele, o Capeta.

Na verdade é só uma cortina de fumaça que usam para manipular aos seus idiotas úteis. No fundo, a economia de mercado, a meritocracia, o fim do compadrio no poder, austeridade administrativa, direito de defesa do cidadão, a contenção do rio do desperdício publicitário em concubinato com a imprensa mercenária, a valorização, de novo, de professores e policiais, e, rigor no combate ao crime são as temidas garras do “Monstro”.

Assim, os que têm algo a perder com essa ameaça, batem abaixo da linha de cintura; agridem a torto e a direito; se, a facada encomendada por poderosos decadentes falhou, seguem esfaqueando como podem; escavando um osso aqui, outro ali, pois, veem na destruição da reputação dele, a única possibilidade de sobrevivência das falcatruas que sempre desfrutaram.

Porém, com as redes sociais não somos mais reféns da mídia; cada mentira é reduzida a pó; cada ponto sem nó desfeito com o devido contraponto.

A maioria das pessoas é gente de bem, que, detesta corruptos; sabe o valor dos professores e policiais; pensa em sexo como assunto de foro íntimo entre quatro paredes, não, para escândalos nas ruas e praças; não quer que seus filhos sejam pervertidos nos colégios, antes, ensinados em coisas relevantes para a vida; não pretende viver de favores governamentais, antes, deseja um Estado que não seja mastodôntico, interfira o mínimo necessário na vida do cidadão, pois, gente de bem busca o pão dignamente graças ao trabalho.

Bolsonaro representa isso tudo. E os prejudicados com isso, bandidos, corruptos, ladrões, abortistas, devassos e mercenários se unem contra ele; porém, dessa vez o “gigante acordou” deveras, e, apesar de uma minoria de viúvas dos vermelhinhos corruptos e totalitários, a vontade de gente decente prevalecerá; veremos eleito o “Probo Solitário”, que desde sempre tem lutado contra o sistema, mas, nunca foi levado a sério, pois, dado o hipnotismo da massa, ele falava às paredes.

Agora não basta o motejo irônico de sempre o desprezo dos que o viam apenas como um louco do “baixo clero”. Agora ele é uma ameaça verdadeira, tanto que os “democratas” alugaram a um “lobo Solitário” que, presto recebeu uma alcateia de advogados surgidos do nada para ajudar ao pobre desvalido; pior, a dona da pensão onde se hospedou por dez dias em Juiz de Fora, “morreu de câncer” de repente.

Eita lobo de solitário de sorte!! Só pessoas mentecaptas, ou, não tendo sido capadas de suas mentes, mas, por paixões políticas doentias recusam a ver o óbvio. Somos governados por máfia, nos três poderes, sustentada por uma imprensa prostituta que tudo faz por dinheiro.

Ao iniciar com a rejeição de Cristo em Gádara, nem de longe pretendo dizer que Bolsonaro é um Cristo, ou, que seja perfeito; é um homem como nós, com falhas e méritos. Porém, os valores que defende como plataforma de governo são coerentes com os ensinos do Salvador, sim.

Aquela vez, Cristo rejeitado se retirou; agora os libertinos perderam a noção do perigo, subiram na mesa e blasfemaram contra O Senhor. Ele escolheu uma ferramenta rude e por meio dela vem botar ordem na casa; Ele, sim.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Pequenos e Grandes

“Qualquer que receber este menino em meu nome, recebe a mim; e quem que receber a mim, recebe o que me enviou; porque aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é grande.” Luc 9;48

A aparente contradição na fala do Salvador deriva da existência de duas escalas distintas de grandeza; aliás, opostas.

O padrão mundano, que, “canoniza” gente indigna sem valor; e O Divino, que honra aos que, cientes da própria indignidade esvaziam-se de pretensões de grandeza; esse esvaziamento agrada a Deus, de modo que recompensa honrando aos que têm a si mesmos em baixa consideração. Isso lembra uma frase do Talmude que diz: “A grandeza foge de quem a persegue e persegue a quem foge dela.”

Dos “grandes” do mundo, Ruy Barbosa fez um preciso diagnóstico: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” Claro que ele não se envergonhava de ser honesto. Estava abominando a desonestidade exaltada, apenas.

Os que anseiam ser frutíferos espiritualmente devem observar o conselho de Paulo: “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas, cada qual também para o que é dos outros. Então, haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas, esvaziou-se tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; achado na forma de homem, humilhou-se a sendo obediente até à morte, e, morte de cruz.” Fp 2;4 a 8

Embora alguns falsificadores da Palavra ensinem que o homem deve ter auto-estima em alta, A Bíblia nos desafia à humildade; nosso problema não é baixa consideração sobre nós mesmos, antes, orgulho. Se, somos exortados ao auto-esvaziamento, “negue a si mesmo” é porque o homem alienado do Criador é cheio de si; orgulhoso.

Muitos confundem religião com salvação. Pregamos uma mensagem tendo a Palavra de Deus como fonte, e tribunal de apelação, para nossos argumentos; eventuais orgulhosos atingidos por ela, presto escudam-se no direito de terem suas religiões, como se, forjar religiões fosse o fito da Palavra.

Ela foi dada para gerar filhos para Deus; atua denunciando a todos nós como pecadores, alienados Dele, carentes de salvação; mais; garante que se não nos arrependermos para “nascer de novo” estamos fora, sejamos religiosos ou, não. Isso fere o orgulho de muitos. A mensagem evangélica saudável não tenciona ferir orgulho, apenas; antes, crucificar.

Na história do Fariseu e do Publicano O Salvador mostrou que uma pessoa pode ser religiosa e, cheia de si ao mesmo tempo. Patentear solenemente insana pretensão de pureza, quando, sequer aceita perante O Santo é. O Senhor dissera ao sacerdote Eli: “... os que me honram honrarei, porém, os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Os que se fazem pequenos aos próprios olhos, e lhes basta a aprovação Divina, malgrado, a rejeição humana, a esses, O Senhor honra; a alguns exalta ainda na Terra, embora, a justiça cabal esteja guardada para o além.

Tristemente somos a geração mimimi, onde tudo fere, tudo melindra, tudo deve ser “politicamente correto” ou será um “ismo” qualquer, “fobia” quando não, “Bullying”. Ora, se você quer ser salvo para ver a Bendita Face do Senhor um dia, pare de frescura! Tome tenência! A verdade só ofende a quem se escuda na mentira e os mentirosos estão fora do Reino.

O evangelho não é um compêndio para por em realce os pretensos direitos ímpios; antes, uma declaração de Amor de Deus, que reservou a Si o direito de expor os termos em que considera correspondido o Seu Amor. Esses são cristalinos: “Se me amais, guardai os meus mandamentos... Aquele que tem meus mandamentos e os guarda é o que me ama; quem me ama será amado de meu Pai; Eu o amarei e me manifestarei a ele. Jo 14;15 e 21

Quem nega seu orgulho encravando-o na cruz, não se atreve a altercar contra a Palavra de Deus como se, a mesma fosse fruto para discussões, debates; sabe que é a “Constituição do Reino”; esforça-se para cumpri-la. Os demais, que diferença faz, se estão fora mesmo?

Os que têm vida espiritual sadia sabem que os lugares altos são duros, pesados; não os almejam, pois, não olham para eles como vendo privilégios, antes, responsabilidade. Todavia, os carnais, os bobos alegres anseiam títulos, posições, renome; sua busca doentia pelas glórias da Terra patenteia o quão pouco acreditam na recompensa do Céu.

“A grandeza não consiste em receber honras, mas, em merecê-las.” Aristóteles

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Os incorrigíveis

“Ouve o conselho, recebe a correção, para que no fim sejas sábio.” Prov 19;20

Num primeiro momento isso parece pacífico, fácil de assimilar; entretanto, nas veredas práticas a coisa não é bem assim. Somos a geração mais melindrosa de todos os tempos. “Lista negra” é racismo; um apelido inofensivo qualquer é bullying; usar devidamente o artigo masculino já soa a machismo; deveria ser x, parece; a ditadura do politicamente correto tudo faz para massificar tolhendo aos indivíduos, com suas qualidades e defeitos, na amorfa e insossa amálgama da massa.

Nesse espírito, qualquer nuance de correção, por necessária que seja, fatalmente vai deparar com falas diretas, ou, indiretas para que cuidemos de nossas vidas; somos livres para “curtir” elogiar, nada mais. Ensinar é pretensão; corrigir, invasão indevida.

Uma cristã compartilhou inadvertidamente um texto com valores totalmente diversos da Palavra; adverti-a sobre isso, mas, o fiz de modo educado; ela me excluiu do seu rol de amigos; outra, postou uma frase faltando uma palavra, o que revertia o sentido; mais uma vez, tentei ajudar; meu comentário foi apagado, embora, tenha ela corrigido o erro.

Outro dia deparei com uma “navegante” postando frases com as palavras “limdo” e “abemçoe”; educadamente avisei pelo chat para não envergonhá-la. Que nada, segue fazendo ainda mais barbáries com o pobre do m mais perdido que sapo em cancha de bocha. Em suma, só podemos aplaudir ou, calar.

Faz tempo, postei um anglicismo qualquer que num aspecto estava errado; uma amiga que é professora de inglês, cordialmente avisou-me do erro. Editei, corrigi e agradeci a gentileza dela, não doeu nada, antes, melhorou meu texto, me fez crescer.

Porém, como essa geração plena de melindres, suscetibilidades, avessa a toda sorte de correção lidará com as coisas de Deus? Ora, a conversão é bem mais que um ajuste ortográfico de pequena monta; é uma mudança radical de mentalidade; cambiando nosso parco modo de pensar pelo Divino. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Paulo em sua epístola aos Romanos amplia a ideia; “Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita, Vontade de Deus.” Rom 12;2

Claro que, correção não é algo agradável, mas, seu fruto é precioso. O preceito visa um fim, não, um sentimento. “Ouve o conselho, recebe a correção, para que “no fim” sejas sábio.” Prov 19;20

A epístola aos Hebreus desenvolve mais; “Na verdade, toda a correção, no presente, não parece ser de gozo, senão, tristeza; mas, depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” Heb 12;11

Um pouco antes, explica sua existência e os motivos, e, coloca dura sentença aos que a rejeitam: “Porque o Senhor corrige ao que ama; açoita a qualquer que recebe por filho. Se, suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há que o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são participantes, sois então bastardos, não, filhos.” VS 6 a 8

Precisamos nos situar; ou, somos seres em estágio de aperfeiçoamento, enriquecimento cultural, espiritual, filosófico, que, eventualmente carecem correção; ou, somos obras acabadas, perfeitas; nossos atos e palavras refletem nossa perfeição.

Dado o fim a que conduz, A Palavra de Deus aquilata a correção como superior às pedras preciosas de alto valor; “Aceitai minha correção, não a prata; e o conhecimento, mais do que ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8;10 e 11
Eli o sacerdote perdeu o posto, os filhos e a vida; fez Deus alterar uma promessa que lhe havia feito, por ter se mostrado incorrigível, justo, em corrigir as profanações de seus filhos; “Por que pisastes meu sacrifício e minha oferta de alimentos que ordenei na minha morada; honras aos teus filhos mais que a mim... Portanto, diz o Senhor Deus de Israel: Na verdade tinha falado que a tua casa e a casa de teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém, agora, diz o Senhor: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém, os que me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;29 e 30

Servir Deus alheio à Sua disciplina não é servi-lO; é profaná-lO.


“Já vi jovens com a vida perdida serem salvos por correção e disciplina rigorosa. Mas o que mais vi, foram jovens bons se perderem por exagerados elogios.”
Bruce Lee

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Meu bem, meu mal e a besta

“Se estiver embotado o ferro e não se afiar o corte, então, se deve redobrar a força; mas, a sabedoria é excelente para dirigir.” Ecl 10;10

Pensando bem, em alguns momentos me vejo bem pior do que penso; então, urge que eu aprenda pensar melhor. A honestidade moral e intelectual são as lentes da alma que corrigem seu grau de miopia.

Somos mui espontâneos em “assumir” pretensas virtudes, receber elogios; muitos correm em busca disso como um viciado buscando drogas.

Todavia, um garimpeiro a laborar no rio lida com lama, água suja, areia; eventualmente, sua persistência é premiada com algo de valor. Assim somos em nossas almas impuras; mas, dada a vaidade exibimos nossas “pepitas”, apenas, malgrado, tenhamos muita impureza oculta...

Nossa enfermidade é tão “normal” que sequer notamos. Desde que nos foi “legada” a autonomia em relação a Deus, que nós mesmos mensuramos bem e mal ao nosso alvitre, o bem deixou de ser uma coisa derivada de valores e passou a ser fruto de sentimentos, emoções. Assim, aquilo que eu gosto, por insano que seja será meu, “bem”; o que desgosto, não obstante tenha seus méritos, virtudes, será o mal.

Dizem que mente vazia é oficina do Tinhoso; n’outras palavras quem está a esmo tende mais a fazer porcarias que a tomar boas decisões.

Bem, sempre ouvi isso por alto sem me ocupar de pensar a respeito; parecia um dito sábio. Contudo, pensando melhor, se não houver um adjetivo producente ao conteúdo da mente, talvez seja melhor que esteja mesmo baldia.

Como assim? Todos filosofam sobre a superioridade da qualidade ante a quantidade; assim, uma mente cheia de maus intentos, pensamentos viciosos seria melhor que uma vazia? Mudando a figura; seria preferível um vaso cheio de lixo a outro, vazio?

Talvez o que se queira dizer é que o envolvimento em alguma ocupação virtuosa tende a tolher nossa inclinação natural pelo mal; nisso estou de acordo.

Henry Ford dizia: “Pensar é o trabalho mais duro que há; e essa, talvez, seja a razão para que tão poucos se ocupem nele.” Alguns, presto discordarão, pois, acham que maliciar, desejar, maquinar embustes, são sinônimos de pensar. Não senhores! Pensar deveras requer uma alma filosófica que tenta entender as coisas e seus porquês; que abstraia o fenômeno, a aparência e tente tocar o motivo, o alvo.
Dizemos que as aparências enganam, quando o engano é filho de nossa percepção destreinada.

Um exemplo de vero pensar: “Quando penso nas coisas como são, pergunto: por quê? Quando as analiso como não são, questiono: Por que não?” George Bernard Shaw

A geração atual pelo seu espírito praticamente proíbe o livre pensamento. As coisas são devidamente encaixadas em seus moldes “politicamente corretos” e somos patrulhados para não sairmos da caixa. Quem deu autoridade absoluta a esses embusteiros que tentam implantar as coisas ao seu gosto? O que está vigente é abolição do cérebro cuja carta de alforria foi assinada com uma putrefata pena ideológica que está suja de muito sangue e já fez correr rios de lágrimas.

Escandalizamos-nos ao ver universitários enfiando velas acesas no rabo como sendo uma forma de “arte”; porém, no tempo que os animais falavam, digo, quando os cérebros ainda funcionavam, a arte era a expressão do belo, do criativo, seu desfile dava azo à sublimação, ao enlevo; ah, e havia diferença entre o ridículo, o abjeto, o obsceno, e ela.

Platão definiu o homem como sendo um invólucro de pele contendo dentro uma besta policéfala (de muitas cabeças) e no alto um homenzinho; segundo ele, a besta representa os instintos bárbaros, incivilizados; e, cada cabeça tipifica uma má inclinação, uma paixão doentia; o homenzinho seria nossa parte superior, a razão. Assim, o filósofo seria aquele cujo homem interior teria domínio sobre o monstro; os demais, o oposto.

Pois bem, alugando essa figura por um pouco, nossa geração tem alimentado a besta com a carne do finado homenzinho racional. Gente de renome, professores de faculdade, artistas, jornalistas, pessoas que deveriam ser os nossos luminares exibem sintomas pujantes de desonestidade intelectual e moral, e subserviência ao monstro das paixões triturador da razão, dos fatos, da história, da verdade...

O sistema facilita a indigência mental; basta compartilhar algo do qual se gostou, mesmo sem entender direito e o sujeito já será “racional” profundo.

Claro que frases feitas têm seu valor, sempre recorro a elas quando parecem oportunas, mas, se nosso “pensar” se resumir a isso não passaremos de robôs programados, mentecaptos, que literalmente significa capado da mente, castrado.

Pensar não é decorar as ideias alheias, antes, usar a massa intracraniana para gestar as nossas. “A mente não é um vaso para ser cheio; é um fogo a ser aceso” Plutarco.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Os camaleões e a Rocha

“Até à velhice Eu serei o mesmo; até às cãs Eu vos carregarei; eu vos fiz e vos levarei; vos trarei e livrarei.” Is 46;4

Será que O Eterno envelhece? Óbvio que não. Quando diz: “Até a velhice Serei o mesmo...” está falando do tempo em relação aos Seus ouvintes; até vossa velhice Serei o mesmo. Do Senhor, aliás, o mesmo profeta falara: “Não sabes, não ouviste que o Eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, não se cansa nem se fatiga? É inescrutável Seu entendimento.” Cap 39;28 Não apenas é perene Seu tempo, como Seu vigor, Seu poder.

Todavia, em contraste com O Criador o homem costuma mudar como o camaleão em vista do ambiente. José Ortega Y Gasset disse: “O homem é o homem e suas circunstâncias”; advogando que ele muda quando essas mudam.

De nossa cultura se diz que a ocasião faz o ladrão, o que, embora não seja verdadeiro, também evidencia esse mimetismo moral invés da devida constância que O Senhor preza. Não é o ladrão que se faz às ocasiões; antes, assoma a vera face dos hipócritas que encenam virtudes no teatro da vida em busca de aceitação social, mas, atrás das cortinas dão asas às almas adoecidas.

Somos chamados ao ser, não, estar; “vós sois o sal da Terra e a luz do mundo...” o ser que se preze é o que é, malgrado, onde esteja. Se, ouro é ouro mesmo nas mãos de bandidos, ladrão safado é isso mesmo, ainda que se esconda dentro de igrejas. Aliás, quanto mais avesso o ambiente for, mais claramente evidenciará o ser de alguém fiel, pois, se mantém coerente. Como o escuro da noite evidencia estrelas, a falência moral realça o caráter, onde ainda existe.

O clássico conflito entre agradar a Deus ou, aos homens, há muito foi decidido em favor dos últimos. Pouco importa se os Céus deplorem nossos passos pelas consequências; desde que pareçamos probos ante os homens, tão ruins quanto nós, quiçá, piores, estará “tudo bem”. Doentia falta de noção!

Desgraçadamente as pessoas temem mais a ditadura do “politicamente correto”, o risco de parecerem socialmente desajustados, que o Juízo do Eterno; aquele revés pode gerar umas vaias; esse, eterna perdição. Preferimos, pois, o aplauso da morte.

Desse modo, a igreja que deveria ser baluarte da contradição em relação ao mundo, Embaixada dos Céus com valores perenes e patentes, em sua imensa maioria está alinhada, aclimatada à sala de espera do inferno, invés de trazer o devido sal.

Da necessária firmeza moral O Salvador preceituou: “Seja o vosso falar, sim, sim; o não, não”. Ou, como disse Davi, o cidadão dos Céus é aquele, “A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas, honra os que temem ao Senhor; aquele que jura com dano seu, contudo, não muda.” Sal 15;4

Ora, a inversão de valores é tal que há quem defenda bandidos numa doentia identificação; castração moral; quem reclame de “trabalho escravo” fazendo nada e ganhando 34 mil reais por mês, embora a maioria ganhe menos de mil.

Tribunais que soltam bandidos; cidadãos de bem sustentam marginais nas cadeias. Prostituição infantil, perversão são equacionadas com liberdade, direito; Não chegamos à célebre “vergonha de ser honesto” de Ruy Barbosa, porque, essa senhora, a vergonha, onde ainda existe é de foro íntimo, posse inalienável de gente decente. Porém, se considerarmos o escopo social, sim; os honestos são tidos como reacionários, fundamentalistas, fascistas, nazistas, etc.

O outro lado da moeda pré-queda, onde o primeiro casal andava nu sem se envergonhar; os regenerados por Cristo podem andar, Dele revestidos, sem se envergonhar, embora, as vaias e pechas de um sistema sem vergonha, adversário da justiça, dos valores, da virtude, enfim, de Deus.

Assim como os pais gostam de encontrar traços seus, seja, na fisionomia, seja, no comportamento dos filhos, de igual modo O Eterno nos regenera para que, pouco a pouco, mediante o processo de santificação voltemos a ser de novo, Sua “Imagem e Semelhança”.

E a semelhança em apreço é a perseverança moral, a constância mesmo em meio a adversidades tantas. Diferente do prisma físico que, se debilita gradativamente mercê do tempo, espiritualmente podemos ter nosso vigor até o fim. “O justo florescerá como a palmeira; crescerá como cedro no Líbano. Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos, vigorosos; para anunciar que o Senhor é reto. Ele é minha rocha; nele não há injustiça.” Sal 92;12 a 15

Eis a escolha! A perseverança no Senhor, ou, a obstinação do capeta; mãos à obra!

“Chama-se perseverança quando é por uma boa causa, obstinação quando é por uma ruim.” Laurence Sterne

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Coragem de saber-se fraco

“Eis que chegou um dos principais da sinagoga, por nome Jairo, e, vendo-o, prostrou-se aos seus pés, e rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas, lhe imponhas as mãos, para que sare, e viva.” Mc 5;22 e 23

A rejeição ao Salvador era ácida nos meios religiosos de então. Corriam risco de ser expulsos das sinagogas os de posição que confessassem crer Nele. Segui-lo era coisa para a gentalha, não para os de elevada posição. Entretanto, no texto acima, temos um dos principais, prostrado diante de Jesus. O que o fez romper barreiras das convenções sociais e se aproximar assim, de alguém, oficialmente, “persona non grata?”

O texto mostra que Jairo se humilhava suplicando graça, em favor de uma filha moribunda. Um bem maior, a vida estava em jogo, e isso bastou para que ele mandasse às favas a opinião da torcida, e fosse à luta pelos seus anseios mais caros.

Não que a vida em sociedade seja danosa, ruim, mas, quando invade as plagas de nossas consciências, deixa de ser convívio de indivíduos para ser abolição dos mesmos, aos ditames das conveniências comuns, massificação.

Isso vige como nunca com as lupas xeretas e sempre ciosas do “politicamente correto” tentando impor ao ímpar, o “establishment” social, em detrimento das convicções individuais de cada.

A maioria se deixa persuadir pelas pressões temendo as pechas de radical, fundamentalista, fanático, etc. Acontece que a massa, tanto no prisma intelectual, quanto, moral, espiritual, nunca foi grande coisa. “A multidão é ignorante”, diziam os gregos. Todavia, os berrantes tocam para que sigamos a ignorância, invés de deixarmos viçar a beleza ímpar que Deus implantou em cada um de nós.

Somos psiquicamente drogados e nem percebemos o que está em jogo; nossas vidas. O Chamamento do Salvador é à ruptura, mesmo expondo-se à pecha de “soldadinho-do-passo-certo” por não marchar no ritmo da galera. Disse O Senhor: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Bastou para Jairo, a questão ser de vida ou, morte, para que rompesse com os ditames de uma sociedade religiosa e hipócrita, como, então. Mas, só pode ver a gravidade do que estava em jogo, porque sua filha estava morrendo. Senão, O Príncipe da Vida passaria, e ele olharia de longe, apenas.

Na verdade, salva alguma variação em atenção ao tempo, bem se aplica a cada um de nós, a mensagem que Isaías, o profeta entregou ao rei Ezequias, certa vez; disse: “...Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás. Is 38;1

Esse tempo que nos resta após termos certo conhecimento dos caminhos de Deus, é para que bem ordenemos nossas casas; nossas vidas, pois, a morte nos espera logo ali, onde, individualmente, não, em massa, seremos julgados. Nossas escolhas contarão, não, o aplauso da turma. “...cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Há casos, como o de enfermidades graves, em que a morte inda vem lenta dando certo tempo para arrependimento; outros tantos, em que vidas são ceifadas de repente, onde, as escolhas feitas não podem ser mais mudadas. Por isso, o apelo do Amor de Deus sempre nos é apresentado como urgente, um desafio presente, não, uma possibilidade futura, diz: “Enquanto se diz, hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais vossos corações...” Heb 3;15

Às vezes as pessoas mascaram sua obstinação de ceticismo, ignorância, quando, no fundo, é apenas opção pelo comodismo. Jairo não se prostraria ante Jesus rogando pela vida da filha, se, não soubesse que O Senhor poderia curá-la; se sabia, por que não iria após O Salvador mesmo sem essa urgência? Porque seria bem mais cômodo não se indispor com seus confrades de hipocrisia.

Assimilemos uma coisa, pois: Salvação e comodismo são excludentes. Quem ousa negar a si mesmo e tomar sua cruz, terá oposição dos familiares, da sociedade, e ódio do inimigo. Entretanto, terá um “Contraponto” Majestoso; a assessoria Bendita do Espírito Santo de Deus, que o fará passar vitorioso a tudo isso, se, tão somente obedecer à Voz Dele.

Se, é vero que Deus amou o mundo ao dar Seu Filho, também o é, que salvará uma minoria apenas; não por Sua Vontade, mas, por nossas inclinações serem mais para o pecado que para a justiça. 

A coragem de Jairo para romper com os seus derivou do medo de perder a filha; que a nossa derive do amor próprio, do temor de alienar-se eternamente, da Fonte da Vida, Jesus Cristo.

sábado, 11 de março de 2017

Esperança e fé

“Mas, o justo viverá da fé...” Heb 10;38 “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam...” Heb 11;1

Embora, em muitos casos apareçam amalgamadas, fé e esperança são coisas distintas. Esperança são meus anseios fixos em algo; fé, minha confiança firme em Alguém. O “algo” eu decido esperar; O “Alguém” é sábio para escolher o melhor para mim, capaz de ir “além do que pedimos, ou, pensamos.” A esperança nem sempre se realiza, contudo, a “fé não costuma faiá” como diz numa canção.

Tanto são coisas distintas, que Paulo as apresenta assim: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor...” I Cor 13;13

Nem sempre são as promessas que ensejam a esperança, antes, nossa interpretação equivocada das mesmas, que nos leva a esperarmos o que não se cumprirá. Quando uma promessa diz que, “todas as coisas contribuem juntamente para o bem dos que amam a Deus;” pensamos logo no bem, a arte-final, Divina, não, no layout, nas vicissitudes adversas de sofrermos “todas as coisas.” Malgrado, chamados à eternidade, somos imediatistas.

Paulo deu uma palhinha de como incidem sobre os santos, todas as coisas: “Sei estar abatido, também, ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto, ter fome; tanto a ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;12 e 13

Inda que a esperança fixe sua lupa em alvos sadios, é a fé, que empresta a têmpera necessária para suportarmos o processo do aperfeiçoamento, segundo Deus.

Na galeria dos “Heróis da fé” temos lapsos de esperança. Triunfaram eles, na fé, mas, nem sempre, o que esperavam, se cumpriu. “Todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.” Heb 11;39 e 40 Esperavam no seu tempo, a promessa, e descobriram que devem esperar por nós, para que alcancemos juntamente.

A imensa maioria do que se rotula fé, em nossos dias, é apenas esperança, quase sempre, malsã. A coisa gira em torno de conquistas efêmeras, chave disso, daquilo, facilidades ausentes na Palavra, cujo merecimento deriva de se escrever “amém” ou, compartilhar da mesma cobiça. A fé não depende da esperança, como mostrou Abraão: “O qual, em esperança, creu contra a esperança, tanto que, tornou-se pai de muitas nações...” Rom 4;18
Contudo, a esperança é uma coisa boa, à medida que injeta certo ânimo em seu hospedeiro, e se revela firme, se, tal, apostar suas fichas estritamente no que foi prometido. “Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos firme consolação, nós, que pomos nosso refúgio em reter a esperança proposta.” Heb 6;18

Notemos que o autor usa o termo, “reter”, que traz a ideia de ter de novo. Sim, nossas ilusões e precipitações tendem a aprazar o tempo em que nossas esperanças se cumprirão; falhando tal prazo, sempre há o risco de a esperança murchar, perder-se. Por isso, é preciso reter, cientes do que nos foi prometido, devemos estar certos, também, que o dia para cumprir a promessa cabe a Deus. Seus “Cheques” não atinam ao tempo dessa vida, meramente, antes, extrapolam a ela, dispõem da eternidade para o “pagamento.” “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Claro que essas coisas todas fazem sentido para salvos, os demais, inda não se apropriaram do básico, mediante a fé, a salvação. Embora a Palavra testifique que “não há um justo sequer”, os que receberam ao Senhor, pela Sua Justiça são reputados justos; além de perdoados herdam a Justiça do Salvador. Esses devem viver pela fé. “O justo viverá da fé.” Não é um adendo abstrato, um, algo mais, sofisticando a senda de alguém, antes, um modo de vida.

Essa fé seletiva, que crê em todas promessas e ignora os ensinos, exortações, advertências, não passa de enfermidade, esperança doentia que não se cumprirá. Quem negocia porções da Palavra da Vida, para ser socialmente aceito, politicamente correto, mostra sua fé no aplauso humano. Quem crê em Deus, deveras, espere, além do cumprimento das promessas, no fim, uma caminhada árdua, de rejeição, tentações, rótulos depreciativos como, radical, retrógrado, fundamentalista, etc.

Sendo o mundo tal qual é, inimigo de Deus, tanto quanto, mais nos identificarmos com nosso Pai, menos aceitação social teremos. A Luz de Deus incomoda olhos acostumados às trevas.

Enfim, não há necessidade de esperança e fé se divorciarem; basta que esperemos segundo a Palavra, na qual, a fé nos ensinou a crer. Pois, “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam...”

sábado, 28 de março de 2015

O prazer e o depósito

Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado...” I Tim 6; 20 

A ideia de um depósito a guardar, invés de usufruir, soa difícil demais aos afoitos que veem o sentido da vida no prazer do corpo. Jesus citou um que, diante de farta colheita cogitou abandonar o labor e regalar-se indefinidamente. “Direi a minha alma: Alma; tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga.” Luc 12; 19 

Entretanto, ensinou: Se o tal tinha um depósito para muitos anos, faltavam-lhe os anos correspondentes para usufruir. Assim, os bens só fazem sentido com o concurso da vida; sem essa buscam novo dono. “O que tens preparado, para quem será?”  Por essa vereda parece óbvia a conclusão que, a vida é maior que o prazer. 

Então, são mais que razoáveis, antes, sábias, as restrições que têm a preservação da vida saudável como alvo.  

Ademais, o prazer, quando precipitado tende a lançar seus postulantes no abismo oposto; vide o exemplo do filho pródigo. Ele não conseguiu ver em todos os bens dos quais era herdeiro, um depósito a ser guardado, antes, um meio fácil de apressar-se ao desfrute. Em sua busca desceu tanto que, o “monótono” lugar de onde saíra, de repente passou a ser um alvo alto demais. “Faze como um de teus servos” tencionava dizer ao pai. 

Atrevo-me a dizer que a maior fonte de descontentamentos entre os humanos é precisamente, falta de noção. Tanto quanto ao endereço do vero prazer, como, da realidade que as cerca. 

Nosso sistema nos bombardeia a cada dia com “heróis” do talento, posses, não do caráter,  frutos. Aí, precisamente como um dos tais, nossas crianças querem ser quando crescerem.

Faltam referenciais sóbrios; sobejam, cobertos de incenso os motivos febris. “Se a felicidade estivesse nos prazeres do corpo, diríamos felizes os bois, quando encontram ervilhas para comer.” Ensinava Heráclito.  

A falta de acesso aos prazeres superiores, saudáveis faz parecer que, os rasos é que são verdadeiros. Acostumamos ao folclore que cachorro gosta de ossos, pois, era apenas isso que se lhes dava a comer.  Experimentemos lhes dar carne regularmente e veremos se sairão enterrando ossos. 

Assim, diremos que adora funk uma criança que, desde que veio ao mundo só alimentou seus ouvidos com tal pornografia. Tivesse tido acesso à boa música e seus gostos seriam superiores, mas, acostumou-se ao “osso”. 

De igual modo, se cultuássemos  honra, caráter, verdade, ou, honestidade, como se diviniza ao sexo promíscuo, à pornografia, ao “jeitinho” malandro, a safadeza, etc. e estaríamos forjando um depósito que seria um dique contra os maus valores, tantos. 

A omissão no ensino do bem, e, o fomento do mal fatalmente impregnam nos caracteres de nossas crianças e fazem adultos do mesmo calibre. Porventura pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13; 23 

A coisa é de tal monta que as percepções já estão invertidas, quando não, são redefinidas pela ditadura do “politicamente correto” que, nem sempre traz o alvo correto em seu bojo. Na verdade, o dito que é o “homem a medida de todas as coisas”, o absoluto relativismo que grassa “amordaça” a Deus dilapidando o “depósito” de Seus ensinos como o pródigo fez com seus bens. 

Fale alguém em ensinar preceitos Bíblicos nas escolas; mediante a reação, presto identificará, a amplitude da distância que o “filho” está de casa.  Isaías denunciou esses dias: “Por isso o direito se tornou atrás,  a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a equidade não pode entrar.” Is 59; 14 

O desvio é tal que, muitos que afirmam crer na Bíblia também oferecem seus “ossos” por aí. O servo fiel é guardião do Depósito de Deus, não de interesses mesquinhos. Ainda que possua a chave da despensa distribui apenas do que O Senhor ordena. Nisso está seu prazer! “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” I Cor 4; 1 e 2

Embora algumas vozes nos acusem  de nos escondermos atrás da Bíblia, o que ocorre é que nos esforçamos para andar dentro de seus ensinos. A desconsideração humana não nos diminui, tampouco, seu aplauso nos aumenta; ( aliás, os homens aplaudem a cada imbecil! ) contudo, os que rumam ao abismo da perdição, ainda podem, se alertados, verem que há abastança na casa paterna, e que, os prazeres sóbrios concorrem com as vidas que rumam à salvação. Feliz daquele que, uma vez ciente disso ainda consiga rogar ao Pai: Faze-me como um dos teus servos.