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quarta-feira, 28 de março de 2018

Se eu soubesse que não sei...

“Não te fatigues para enriqueceres; não apliques nisso tua sabedoria... Aplica teu coração à instrução; os teus ouvidos às palavras do conhecimento.” Prov 23;4 e 12

A superioridade do ser sobre o ter é cantada em prosa e verso; embora, a maioria das pessoas não se importa em ser falsa, hipócrita, corrupta, parcial, violenta até, se, um desses “assessórios” lhe permitir auferir algum bem.

Os próprios ditos que alugam alhures, o fazem com o fito de ter reputação de intelectuais, bem resolvidos, quiçá, sábios mesmo. Embora, o saber, eventualmente desfile na passarela das palavras é na avenida das atitudes que passeia com proveito, como aconselha Tiago. “Quem dentre vós é sábio, entendido? Mostre pelo seu bom trato suas obras...” Cap 3;13

Antes denunciara o que se olha no espelho e não se lava; “Sede cumpridores da palavra, não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte e não cumpridor é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla, vai-se, e logo esquece de como era.” Cap 1;22 a 24

Um omisso em aperfeiçoar-se à luz da sabedoria. A Palavra de Deus. Depois, o relapso em agir com saber, por refugiar-se numa teoria boa, cuja ausência prática a anula; fé sem as obras. “... mostra-me tua fé sem tuas obras, e te mostrarei minha fé pelas minhas obras.” Cap 2;18

Não que a fé ortodoxa seja dispensável; mas, ela só é validada mediante coerente proceder. Não se derive daí, pois, a crença rasteira que cada um pode agir como quiser desde que faça o bem. Sem o Novo Nascimento ensinado pelo Salvador, as boas obras são apenas “Obras mortas” e “Deus não é Deus de mortos”.

Depois de renascidos recebemos a adoção de filhos, junto vem a Doutrina do Pai, bem como, Sua disciplina; “Porque o Senhor corrige ao que ama, açoita qualquer que recebe por filho. Se, suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não, filhos.” Hb 12;6 a 8

Aquisição da sabedoria começa com a necessária admissão de ignorância; depois, beber na fonte certa. Seríamos, certamente, muito melhores que somos se, fizéssemos de coração a oração de Moisés: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios.” Sal 90;12

Mas, vivemos tempos difíceis onde paixões sufocam o pensar; gritos abafam os argumentos; o fogo das palavras produz calor sem gerar luz. Temos uma caixinha de palavras feitas, moldes que se nos introjetaram em com elas “nos defendemos” sem precisarmos do exercício pesado do pensamento lógico, análise crítica, ou, pisarmos na saudável sarjeta da dúvida.

Aí, se o sujeito pensa diverso de nós em assuntos políticos, por exemplo, abrimos a gaveta dos adjetivos pejorativos e cobrimos o tal com essa bosta intelectual e estamos resolvidos. Basta dizer que o sujeito é nazista, fascista, elitista, golpista, comunista, mesmo que não saibamos nada sobre o real significado disso, e “fizemos nossa parte”. Não, não fizemos. Fomos anulados pela omissão, pela preguiça mental; onde deveria haver um ser humano capaz de pensar si mesmo nos fizemos apenas uma “caixa de som” a troar em nós inclinações alheias.

Henry Ford dizia: “Pensar é o trabalho mais duro que há; por isso, tão poucos se dedicam a ele.”

Urge que busquemos um ponto de re-civilização, pois, descemos céleres à ladeira do barbarismo em pleno século 21.

Até assuntos esportivos que deveriam ser brincadeiras pueris, exibem nossa fúria rudimentar de modo vergonhoso. Em alguns lugares, como em São Paulo, agora, os jogos decisivos são feitos com a torcida de um time só de cada vez; senão, “o couro come” a violência descamba.

Se, como vimos, a sabedoria é mais preciosa que todos os bens, e por ela devemos labutar; entretanto, estamos algemados por paixões e pelo desejo de ter, além de miseravelmente pobres somos sem noção da nossa miséria.

Ontem vi na rua um carro com o seguinte adesivo: “Livrai-nos do mal”. Primeiro pareceu normal; depois surgiu a pergunta: O que ele quer dizer? O que considera mal? Pois, desde a queda o Diabo sugeriu que nós mesmos decidiríamos sobre o bem e o mal. Assim, excluindo Deus excluímos junto Seus Valores, e, não raro, invertemos de lugar o mal e o bem.

Quanto a mim pediria que Deus nos livrasse, sobretudo, do mal da ignorância; ao menos nos fizesse saber que não sabemos; isso poderia nos reconduzir a Ele; “Se, algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, o não lança em rosto, ser-lhe-á dada.” Tg 1;5

domingo, 12 de abril de 2015

Dá um tempo

“Os meus dias são como a sombra que declina; como a erva me vou secando. Mas tu, Senhor, permanecerás para sempre; tua memória de geração em geração.” Sal 102; 11 e 12


Alguns servos de Deus cogitaram as suas relações com o tempo em contraste com o Eterno; a desvantagem humana, óbvio, resultou imensa. 

Moisés: “Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, como a vigília da noite... Os dias da nossa vida chegam a setenta anos; se, alguns, pela sua robustez chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando.” Sal 90; 4 e 10 

Pedro: “Mas, amados, não ignoreis uma coisa; que, um dia para o Senhor é como mil anos, mil anos como um dia. O Senhor não retarda  sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânime para conosco, não querendo que alguns se percam, senão, que todos venham a arrepender-se.” II Ped 3; 8 e 9 

Tiago: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco,  depois se desvanece.” Tg 4; 14 

Em Hebreus encontramos o que segue: “Jesus Cristo é o mesmo; ontem, hoje e eternamente.” Heb 13; 8 Muitos exemplos mais, há; contudo, por ora, esses bastam. 

Acontece que, se as coisas criadas estão sujeitas ao tempo, Aquele que é Pai da Eternidade possui o tempo em Suas mãos. Por isso, a Dádiva Maior de Seu amor, Jesus Cristo, visa guindar aos que Lhe ouvem e obedecem, a uma dimensão onde o tempo não conta mais. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida” Jo 5; 24 

Sim, a morte tem seu consórcio com o tempo, onde, ceifa a torto e a direito como lhe apraz. A vida eterna, porém, livra aos filhos das garras da morte. 

Então, lermos o tempo com a lupa humana vale para as nossas coisas, não, para as que são eternas. Nesse quesito fracassaram os opositores de Jesus. Quando Ele disse: “Antes que Abrão existisse, Eu Sou” soou blasfemo, pois, lhe davam pouco mais de trinta anos, sua saga humana. Entretanto, quando desafiou à lógica ao ressuscitar um morto de quatro dias demonstrou cabalmente que, Seu postulado de imunidade ao tempo é veraz. 

Como vive num eterno presente, incita-nos a uma decisão no mesmo prisma: “Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje sua voz, não endureçais  vossos corações...” Heb 3; 7 e 8 

A urgência não é por que o tempo em si seja exíguo; antes, porque o nosso em particular pode findar a qualquer momento. Todos os dias milhares de vidas adentram à eternidade órfãs de uma decisão séria no âmbito espiritual, pois, mesmo ante inúmeras oportunidades postergaram; findou seu tempo e não buscaram a Salvação, como disse Jeremias, noutro contexto: “Passou a sega, findou o verão e nós não estamos salvos.” Jr 8; 20 

É próprio de Um Ser Amoroso, que possui todo o tempo, ser longânime, como Deus é; entretanto, descansarmos nisso como se a Santa paciência fosse cumplicidade com nossos descaminhos soa à blasfêmia; Ele diz: “Estas coisas tens feito, ( ver contexto ) eu me calei; pensavas que era tal como tu, mas eu te argüirei, as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50; 21 

Que dizer ainda dos, que, de posse de menos de um século de vida contraditam ao Eterno com  teorias biodegradáveis? Essas poses de super-homens valem para discursos inflamados, teses doentias; contudo, a “Kriptonita” do tempo basta para verter em vermes a tais “homens de aço.” 

O precursor do Salvador, aliás, também anunciou essa mensagem: “Uma voz diz: Clama; alguém disse: Que hei de clamar? Toda a carne é erva, toda a sua beleza como a flor do campo. Seca-se a erva e cai a flor, soprando nela o Espírito do Senhor. Na verdade o povo é erva. Seca-se a erva cai a flor, porém, a palavra de nosso Deus subsiste eternamente.” Is 40; 6 e 7 

Não é pequena a insensatez de quem cambia a segurança de Diretrizes Eternas pelo pólen fugaz de flores enfermiças. 

É próprio de nossa sociedade apodrecer moralmente e filosofar: Os tempos são outros! Isso mascara que os humanos são outros, cada vez piores. Ignoram deliberadamente que, sua falta de tempo para Deus rouba a todo tempo de si. 

Seja nossa, pois, a oração de Moisés: “Ensina-nos a contar nossos dias, de tal maneira, que alcancemos corações sábios.” Sal 90; 12

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Salvação; coisa de louco

“Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.” Sal  90; 12
 
Há orações na Bíblia pedindo livramento de inimigos; orientação quanto ao caminho; mesmo pedindo a morte, como fizeram Elias, Jeremias e Jó; poucas vezes se pediu Sabedoria. Salomão orou assim; os discípulos pediram para que Jesus os ensinasse a orar, certa vez… se mais há, não me ocorre exceto no verso supra onde Moisés o faz. 

Cotejando o tempo da vida humana com O Eterno, ele se rendeu; pediu que se lhe permitisse viver sabiamente seus dias.

Sendo a sabedoria o que é deveria ser bem mais cortejada. “Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; e tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8; 11 Claro que para sentir necessidade dela, carecemos já a possuir, em certo grau, e apreciar. Nada valerá a maior destreza do sábio se não encontrar anseio de aprender no discípulo.

Em tempos de informática acessível, ninguém mais precisa, ao que parece. Afinal, basta clicarmos em “frases famosas” e num piscar de olhos  a luz pretérita inunda o presente. De modo que, num passe de mágica nos tornamos “çábios”… na verdade, isso não passa de certo conhecimento; difere muito da sabedoria; sobretudo, porque armazenado em memória alheia.

Informação apenas não basta  para que moldemos nossa vida. Que o digam os fumantes que leem advertências nefastas nos maços de cigarro; os jovens que não se deram à drogadição e o fazem mesmo cientes do resultado que produz; ou, os cidadãos que viram o comunismo falir o leste europeu, tolher liberdade, tirar milhões de vidas, envilecer Cuba e Coreia do Norte, e sonham implantá-lo por aqui. 

Assim, o conhecimento é patrimônio da mente; sabedoria demanda um consórcio entre essa e a vontade.
Como a vontade natural tende à rebeldia, carecemos reconhecer, temer, alguém superior; senão, endeusaremos nossas escolhas e justificaremos às mesmas. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, os loucos desprezam a instrução.” Prov 1; 7

Interessante que em oposição à sabedoria não temos a ignorância como seria de se esperar, mas, a loucura. Essa pressupõe uma patologia psíquica que instiga contra o bom senso; uma vontade enferma que triunfa aos reclames de um cérebro esclarecido.

Justo nessa lacuna entra a Cruz de Cristo. A negação do “Eu” em prol do reconhecimento do Seu Senhorio aprisiona esse louco que me desvia da sabedoria implantando uma mentalidade superior, agora sim, capaz de conduzir à vontade, uma vez que me atrela a Si. “Nós temos a mente de Cristo”. I Cor 2; 16

Claro que tal coerência entre informação e atitude soará insana aos olhos daqueles que ainda não lograram conseguir o mesmo. Todavia, essa “loucura” é só o “mise en scène” da vera sabedoria, não a coisa em si.

Aliás, Paulo aludiu a essa discrepância com refinada ironia: “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação. Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.” I Cor 1; 21 a 23
 
Para judeus escândalo, pois, teriam desprezado a Sabedoria à porta: A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” I Cor 2; 8 

Para  gregos, loucura; pois, sua mitologia estava plena de ensino da imortalidade dos deuses; um que se fizesse mortal por amor aos humanos soava como loucura total; o mesmo escritor disse: “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” Cap 1; 2
 
Quando Erasmo de Roterdã escreveu “O Elogio da Loucura”, atinava a essa, bendita, que contradiz à “sabedoria” do mundo.

A oração de Moisés foi plenamente atendida mais tarde, quando do Advento do Salvador. “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.” Jo 17; 14 

Afinal, os religiosos eram já sábios demais para aceitar Um que os contradissesse. Sim, a contradição se impõe quando alguém é ignorante e a sabedoria fala; a menos que a humildade consiga antes um assento.

E quem assenta-se em lugares altos demais para sua condição usa essa “grandeza” para apequenar-se. O Mais sábio dos humanos, disse: “… se alvoroça a terra; …Pelo servo, quando reina; e pelo tolo, quando vive na fartura;…” Prov 30; 21 e 22 

Muitos preferem se fazer de loucos e pleitear absolvição por insanidade; acontece que essa “insanidade” é precisamente, sua culpa.