“Quem há
entre vós que feche as portas por nada, não acenda debalde o fogo do meu altar?
Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei oferta da
vossa mão.” Ml 1; 10
Mesmo a sabedoria popular admite a necessidade do lugar adequado
para as coisas; deplora o hábito de “colocar o carro diante dos bois”. No texto
supra, mediante Malaquias Deus rejeita aos que colocam o ritual antes do
caráter. Parece que eram assíduos no hábito de cultuar, entretanto, estavam
“acendendo debalde o fogo do altar”; oferecendo um culto hipócrita que O Santo
desejou que fechassem as portas do templo. A Razão? “Eu não tenho prazer em
vós...” disse.
Ora, mesmo no âmbito natural sabemos que o prazer mútuo é a
chave da longevidade e higidez de um relacionamento. Com O Eterno não é
diferente. Se Ele tiver prazer em nós, teremos força e amparo, como disse
Neemias: “A alegria do Senhor é a vossa força.”
Infelizmente, acossados pelas
cobiças de obreiros mercenários, muitos são levados a crer que a oferta faz o
relacionamento, homem-Deus, quando, na verdade, o relacionamento sadio leva ao
culto por gratidão e amor, não um rasteiro troca-troca, como se a igreja fosse
local de comerciar favores espirituais.
O Salvador exemplificou tal prazer, de
modo a colocá-lo num patamar superior às necessidades fisiológicas, até.
Trouxeram-lhe comida da cidade; não desprezou, mas, priorizou a colheita espiritual
que iniciava em Samaria. “Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade
daquele que me enviou, realizar a sua obra. Não dizeis vós que ainda há quatro
meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: Levantai os vossos olhos,
vede as terras, que já estão brancas para a ceifa.” Jo 4; 34 e 35
Assim como, a
união via matrimônio funde dois numa só carne, a ideia é que o retorno a Deus
nos unifique em Um Espírito. “E não rogo somente por estes, mas também por
aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim para que todos sejam um, como
tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o
mundo creia que tu me enviaste.” Jo 17; 20 e 21
Essa unidade em espírito,
necessariamente há de agradar às duas partes; o salmista escreveu: “Deleita-te
também no Senhor, ele te concederá os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho
ao Senhor; confia nele, ele tudo fará.” Sal 37; 4 e 5
A Palavra ensina que em
Deus não há mudança nem sombra de variação. Mais: “Andarão dois juntos se não
estiverem de acordo?” Am 3; 3 Pergunta. Óbvio que não. Assim, para o homem
pecador andar com Deus precisa mudar de tal forma que o acordo se restabeleça;
aí entra a conversão.
Isaías ensina: “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem
maligno os seus pensamentos; se converta ao Senhor que se compadecerá dele;
torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus
pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os meus, diz o Senhor.”
Is 55; 7 e 8
Entretanto, aos que preferem ignorar ditando debaixo para cima o
seu culto, mediante o mesmo profeta, o Eterno se ocupa em patentear seu
desprazer. “Quem mata um boi é como o que tira a vida de homem; quem sacrifica
um cordeiro é como o que degola um cão; quem oferece uma oblação é como o que
oferece sangue de porco; quem queima incenso em memorial é como o que bendiz um
ídolo; também estes escolhem os seus próprios caminhos, a sua alma se deleita
nas suas abominações. Também eu escolherei as suas calamidades, farei vir sobre
eles os seus temores; porquanto clamei e ninguém respondeu, falei e não
escutaram; mas, fizeram o que era mau aos meus olhos; escolheram aquilo em que
eu não tinha prazer.” Is 66; 3 e 4
Afinal, embora muitos apregoem a fé como uma
força que faz as coisas acontecerem é antes, motriz de um relacionamento que
visa agradar Àquele que tem poder para fazer acontecer. “Ora, sem fé é
impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima creia
que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” Heb 11; 6
Em suma, a “oferta”
que apraz ao Santo, excede às coisas, se faz de vidas consagradas. “...apresenteis os vossos corpos em sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Rom 12; 1 Mero
ritual é morto se nossas vidas O desagradam; se ele se apraz em nós, o novo
modo de vida é já o culto que apraz ao Altíssimo.