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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Pancada no Coração


Anteontem sofri um pequeno acidente de trabalho; uma madeira com peso considerável caiu-me no crânio gerando um sangramento expressivo até; os colegas sugeriram que eu fosse até ao posto de saúde e fizesse uma pequena sutura, ao que resisti; pois, sou meio refratário a isso e preferi limpar o sangue que corria até que estancasse; não demorou muito e ficou só a dor da pancada.

Ontem, meu irmão e minha cunhada encorajando-me a tomar uma decisão sobre um tema em apreço eu os respondi com bom humor. Vamos ver; vamos esperar o efeito da pancada na cabeça para saber se me curou da loucura ou, acentuou-a.

Agora pensando sério sobre o assunto lembrei que eram as novelas que usavam e abusavam de traumas assim onde personagens perdiam a memória, apagavam histórias e, como diz numa canção sertaneja que pegou carona, geravam errantes que “assinavam com X”.

A cabeça é extremamente sensível, dado o HD que armazena. Todo o nosso funcionamento, coordenação motora, pensamentos, decisões, vontades derivam dela; atuam ao seu comando.

Talvez, por isso O Criador tenha estruturado o corpo colocando os ossos por dentro, enquanto na cabeça, a caixa craniana fica por fora, apenas com um tênue invólucro, o couro cabeludo.

Por causa da função vital imprescindível que exerce, tendemos a fazer nossa “sala de comando”, a sede do nosso íntimo, o coração.

Como O Eterno costuma falar-nos numa linguagem que entendemos, aludindo à conversão que tencionava gerar no porvir prometeu dar um novo coração; “Então aspergirei água pura sobre vós e ficareis purificados de todas vossas imundícias e de todos vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei um coração novo; porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós Meu Espírito; farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” Ez 36;25 a 27

Embora, na figura usada pelo profeta pareça que O Senhor tencionava um transplante de órgãos, mediante Isaías deixou claro que a mudança buscada era no modo de agir e no de pensar. “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque Meus Pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Quando, a rejeição ao Salvador envolveu sentimento; “amaram mais...” esse foi um subproduto da mente. Pensaram e entenderam que, servir Ao Senhor trazia no pacote o abandono de pecados dos quais gostavam; optaram pelo autonomia egoísta e suicida. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Várias vezes O Salvador disse: “Por que sobem tais pensamentos aos vossos corações?” Ora, se subiam, o “coração” em apreço deve ser no alto, onde os pensamentos costumam habitar.

Então, quando tencionamos falar de amor, por exemplo, usamos o coração como “argumento”; muito embora, seja nossa mente que tece palavras, compõe poesias até, quem possui o dom. Soaria estranho aos nossos ouvidos invés de um “te amo do fundo do coração, um “te quero do mais recôndito dos meus pensamentos”. (a esta altura meu irmão e cunhada devem estar preocupados com o efeito da pancada)

Salomão o mais sábio dos homens colocou-o com a fonte de onde saem todas as decisões; portanto, o que deve ser guardado com mais zelo; “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4;23

Assim, um coração convertido invés da autonomia egoísta tão adequada ao ímpio paladar, terá suas fontes em Deus; “... todas as minhas fontes estão em ti.” Sal 87;7

Por isso a relevância intransferível de conhecermos à Palavra de Deus, a “Mente de Cristo”; pois, sem conhecermos aos Pensamentos do Santo, acabaremos endeusando aos nossos.

Decisão autônoma, independente, como vimos no Gênesis foi sugestão do Traíra; assim, por dramático que pareça é a mais cristalina verdade que, ou agimos segundo Deus, ou, a ação será, necessariamente, segundo o inimigo; que, não labora por mudar sentimentos, antes, cegar entendimentos; ele sabe onde batem nossos corações. “... o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;4

domingo, 30 de julho de 2017

Profeta; O Coração de Deus

“Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que profetizam; dize aos que só profetizam do seu coração: Ouvi a palavra do Senhor;” Ez 13;2

Profeta é alguém que fala em nome de outrem, no caso dos verdadeiros, do Senhor; comissionados por Ele. Assim, não decide quando vai falar, tampouco, o quê; antes, depende do Espírito de Deus que move seus passos e até, suas esperas.
Ezequiel estava denunciando os imitadores, os falsos.

Interessante que, não sendo de Deus, necessariamente faziam a obra da oposição; contudo, não diz que eram inspirados pelo inimigo, antes, pelo próprio coração. Coração deve ser entendido como a essência da personalidade, conjunto dos desejos, sentimentos e mentalidade de alguém.

Assim, embora pareça meritório quando alguém afirma fazer algo de todo coração, não sendo um coração regenerado, ainda é um doente terminal. Mediante Jeremias O Senhor disse: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, perverso; quem o conhecerá? Eu, O Senhor, esquadrinho o coração, provo os rins; isto para dar a cada um segundo seus caminhos, segundo o fruto das suas ações.” Jr 17;9 e 10

Notemos que antes de galardoar às obras O Senhor pesa os motivos; sonda o coração. A coisa certa com intenção errada também é má.

O Salvador avançou mais; “Porque do coração procedem maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.” Mat 15;19 Reitero, querer ou fazer, algo de todo coração não é nenhum “Selo do Inmetro” nenhuma garantia; depende do coração em questão.

Esse foi o imenso estrago da queda; o casal incauto que creu na promessa majestosa, “sereis como Deus” caiu e arrastou sua descendência a um estado tal, que não carece esforço para alinhar-se ao inimigo. Basta voarmos nas asas do nosso próprio coração caído, e, seremos como o diabo.

O Senhor em Sua Onisciência e Misericórdia prometeu tratar disso mediante o mesmo Ezequiel: “Então aspergirei água pura sobre vós e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito, farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” Ez 36;25 a 27

Notemos que antes da “cirurgia” temos a assepsia da ferida; “água pura sobre vós...” depois o transplante do novo coração, que passaria a funcionar com outros ares em comunicação com o “Pulmão” do Espírito Santo. Água pura, sabemos, figura da Doutrina de Cristo, que lava, regenera; Malaquias falando Dele disse: “Porque ele será como o fogo do ourives, como o sabão dos lavadeiros.” Mal 3;2

Só pela ação do Espírito Santo em nós, somos capacitados a ir paulatinamente trocando nosso modo de pensar e sentir pelo Divino, o Coração de Deus. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

E, para não termos coração duplo como disse Tiago, precisamos sacrificar o velho, para que o novo tenha todo o espaço; Paulo definiu essa escolha como a razão espiritual, disse: “...apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 1 e 2

O “sacrifício vivo” equivale à negação de nossa vontade natural, aquela que assemelha ao inimigo, para sermos paulatinamente impregnados da Vontade Divina. Os que ousam dar esse passo podem ser chamados, como Davi, homens segundo o Coração de Deus. Ou, como disse Paulo, têm “a Mente de Cristo”.

Tais, caso desejem falar das coisas espirituais certamente o farão como veros profetas; será o Coração de Deus, não o seu, a fonte de Suas Palavras. “...todas minhas fontes estão em ti.” Sal 87;7

Enfim, para ser falso profeta a serviço do capiroto basta “dar boca pro gateado” como dizem os gaúchos, para ser profeta do Senhor carecemos conversão, mudança de sentir e pensar, novo coração segundo Deus, e, sobretudo, o consórcio do Bendito Espírito Santo em nossos ministérios.

Distinguindo falsos dos verdadeiros o Senhor usou duas figuras interessantes; palha e trigo. Enquanto uns serviriam apenas ao fogo, outros seriam fontes de alimento espiritual. Quem tem intimidade com o “Pão Vivo que desceu dos Céus” tem paladar assaz apurado, de longe discerne as coisas geradas em corações de palha.

sábado, 1 de julho de 2017

Maravilhosa Graça

“... no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria; a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade.” II Cor 8;1 e 2

Se, há algo que a Graça Divina opera como só ela é a reversão das expectativas. Tira vitória da morte, força da fraqueza, capacitação, da inépcia; e, como vimos acima, alegria dentre provas, tribulações, generosidade da pobreza.

Quando Paulo desejou a remoção de certo incômodo que denominou: “Mensageiro de Satanás”, ouviu:”...minha graça te basta, porque meu poder se aperfeiçoa na fraqueza...” II Cor 12;9

Davi dissera: “Porque tua graça é melhor que a vida, os meus lábios te louvarão.” Sal 63;3

Muitos tropeçam por inverterem Moisés e Jesus; digo; Lei e Graça. “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e verdade vieram por Jesus Cristo.” Jo 1;17

Erram os que se supõem tão “agraciados” que não precisem ser santos, e, os que por demasiado legalistas acabam caindo da Graça esperando obter justificação mediante preceitos da Lei, cujo fim, era manifestar pecados, não, redimir.

“... o homem não é justificado pelas obras da lei, mas, pela fé em Jesus Cristo... porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.” Gál 2;16 disse mais: “Se torno a edificar aquilo que destruí, constituo a mim mesmo transgressor. Porque pela lei estou morto para a lei, para viver para Deus.” Vs 18 e 19

Noutra parte, escrevendo aos romanos comparou a adultério espiritual, pertencer à Lei e graça ao mesmo tempo. “vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro; mas, morto o marido, livre está da lei; não será adúltera, se for de outro. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos frutos para Deus.” Rom 7;3 e 4

Se, a Graça Divina opera uma série de reversões, a mais notável de todas as “invertidas” é que, os espiritualmente mortos renascem por ela; “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Contudo, fato de ser graça elimina apenas nossos méritos, não, nossa participação como creem alguns. Criaram a teologia da “graça irresistível” para pontuar que Deus salva quem escolhe, antes que, pecadores escolham aceitar Sua Graça, ou não. Contudo, Aquele que salva condicionou a uma resposta humana, supostamente, livre: “...quem ouve minha palavra e crê...”

O “mérito” de quem abraça a Graça salvadora é apenas amor pela vida, desejo de não perecer; contraponto à queda, onde a ameaça de morte não bastou como força persuasória à obediência. Agora, desejo de vida, pra alguns tem bastado.

Quando Paulo exclui obras como meios de salvação, exclui a Lei, orgulho dos judeus. Contudo, a fé no Salvador, é equacionada por Ele mesmo, como “Obra” que Deus espera dos Seus filhos; “...A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que Ele enviou.” Jo 6;29 Depois dessa, no singular, as obras boas, não para salvação, mas, para sermos testemunhas vivas da transformação que a Graça operou em nós. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Se, a fé vem pelo ouvir; a Luz apela aos olhos; ao recebermos essa somos feitos luzes também. Nosso resgate ilumina; “...muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3 Nossa atuação, idem; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;16

O traço mais marcante de um agraciado é humildade; sabedor que foi guindado por amor a um lugar que não merece como o Pródigo no retorno, aceita o que tiver, mesmo, a condição de servo, malgrado, seja filho.

Quando vejo ou ouço, alguém, “determinando” isso ou aquilo, exigindo seus “direitos” constato que a “cirurgia” da graça que transplanta um coração espiritual em lugar do pétreo egoísta, ainda não foi feita. A pior desgraça não é estar por aí existindo simplesmente, sem vida espiritual alienado; antes, é ser esse deserto todo travestido de oásis, estar morto dentro da igreja; um cadáver flutuando nos remansos da Graça que recusa aceitar.

Nesses casos, será a Lei que obrará reversão de expectativas. Estar entre filhos não faz da família; a graça não vem sozinha, antes acompanhada de outra preciosa, a Verdade. Em Cristo, “Misericórdia e verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram.” Sal 85;10

Enfim, agraciados não são foras da Lei; submetem-se a Cristo. Legalistas e hipócritas encenam alienados da Graça; que desgraça!

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Reis falidos

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Dizimais hortelã, endro, cominho, e desprezais o mais importante da lei, juízo, misericórdia e fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.” Mat 23;23

Parece que nossos antepassados Fariseus faziam de bom grado as coisas fáceis, sem, contudo, se importarem em praticar o que era mais importante para Deus: “O juízo, a misericórdia e a fé.” O fato de algo ser prioritário, porém, não exclui a prática de outras coisas necessárias. O Senhor disse: Continuem fazendo essas coisas menores ainda, mas, pratiquem também as que são de maior relevância.

Com outras palavras o Mestre denunciou que eles coavam um mosquito e engoliam um camelo. O quê nos leva a sermos criteriosos com coisas pequenas, e relapsos com as principais? Provavelmente, o fato de que nosso “critério” não deriva de zelo de Deus, antes, não passa de uma selfie “espiritual” onde buscamos nosso melhor ângulo para nos expormos à torcida.

O homem espiritual sabe que está numa luta renhida, onde, nada menos que a verdade, aprendida, vivida e ensinada, o faz probo ante O Senhor. O hipócrita se satisfaz com um verniz dourado que o faça parecer áureo ante os olhos humanos, mesmo que, esteja desnudo diante de Deus. O danoso desse cristianismo “para inglês ver” é que, se mantido, nos fará herdeiros de uma “salvação” do mesmo calibre.

No fundo somos imediatistas demais para esperarmos viçarem os demorados frutos da fé. Assim, “recompensas” agora, prezamos mais que o galardão porvir. Por outro lado, a certeza que as consequências das más ações são demoradas também, nos dá “segurança” para seguirmos no escuro, imaginando que, um dia, oportunamente, sairemos à luz. Salomão ensinou: “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11

Sabemos que pensamentos geram ações, ações forjam caracteres, e esses, colhem um destino. Enquanto não cambiarmos nosso jeito de pensar, seguiremos agindo apenas para a humana plateia, como que, cegos para a perdição que espera-nos, do outro lado do rio da vida.

Por isso, a conversão nunca começa no escopo das obras, antes, na mudança de mente, de coração, pois, feito isso, as coisas exteriores cambiarão também, tendo cambiado sua fonte, vejamos: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Prov 4;23 “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, e se converta ao Senhor...” Is 55;7 “Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;2 etc.

Cada um é rei no vasto império da vontade, e nossas escolhas pretéritas são as crônicas dos “decretos” que selamos desde nosso trono. Cristo, como a Herodes, soa uma ameaça à coroa que tanto prezamos.  Como aquele, hipocritamente queremos “adorar” o Novo Rei, embora, no fundo, obramos para que morra.

O que levou o Sinédrio a impor a Pilatos a morte do Messias, senão, o medo de perderem seu lugar? Pois, esse é o “problema” do Salvador: Ele quer o meu lugar. Disse: “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz, e siga-me.” Luc 9;23

Desse modo, a conversão é absolutamente impossível à natureza caída, pois, teria que trair à própria inclinação que se opõe a Deus. “Porque a inclinação da carne é morte; mas, a inclinação do Espírito, vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8;6 e 7

Esse é o papel da cruz. Matar um inimigo de Deus, e, em seu lugar, trazer à luz um filho adotivo mediante Jesus Cristo. Em quem aceitar tal renúncia, O Eterno se dispõe a fazer um transplante de órgãos, para possibilitar a obediência, antes, impossível. “Vos darei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis.” Ez 36;26 e 27


Feita essa mudança vital, nosso próprio agir há de ser uma mensagem ante quem vê, e nosso anseio pueril de exibir virtudes sumirá paulatinamente, pois, a atuação do Espírito Santo, “Sangue” do novo coração, pulsará para que se veja Cristo em nós. 

É só um presunçoso invés de convertido todo “cristão” quem inda não pode falar como João Batista, o amigo do Noivo: “Convém que ele cresça e eu diminua.” 

sábado, 8 de novembro de 2014

Tendência suicida



“Então disse Saul ao seu escudeiro: Arranca a tua espada, atravessa-me com ela; para que porventura não venham estes incircuncisos e escarneçam de mim. Porém o seu escudeiro não quis, porque temia muito; então tomou Saul a espada e se lançou sobre ela.” I Crôn 10; 4

Diverso do que ensinam certos psicólogos e alguns pastores “psicologizados”, nossa carência não é de auto-estima. Embora esse nome composto soe até bonitinho é mero disfarce de outro nem tão belo, o orgulho.

O incidente supra, mostra Saul derrotado, diante de si, apenas a morte; mas, uma vez que seu escudeiro recusou a matá-lo, lançou-se sobre a própria espada, para não dar aos inimigos o gosto de zombarem dele.

Isso é nobre, corajoso, vil? Não sei. Por ora me interessa a constatação que, a vida estava perdida, o orgulho seguia intacto, vivinho. Se nem mesmo um revés que nos priva da vida é capaz de nos induzir à humildade, então, essa é nossa maior carência. 

Claro que não esposo a postura covarde que suplica desesperadamente pela própria vida, invés de aceitar a derrota e morrer com dignidade. Assim fez O Salvador; igualmente Estevão, posto que, suas “derrotas” eram grandes vitórias. Teriam maculado-as, se morressem como covardes. 

Mas, da sobrevida do orgulho temos ainda o exemplo de um dos ladrões crucificados. Enquanto seu cúmplice arrependido suplicou e obteve perdão, ele, no uso do único membro livre que tinha, a língua, blasfemava do Mestre.

Ora, o hábito milenar de transferência de culpa, outra coisa não é, senão, decorrência do orgulho. Primeiro afrontamos à Palavra de Deus; depois justificamo-nos transferindo a culpa às circunstâncias, necessidade; quando não, a outras pessoas. 

Se imaginamos a cena de alguém se arremessando contra uma espada fazemos caretas, como que sentindo um pouco da dor. Entretanto, por nossa parte fazemos o mesmo sem dor nenhuma. Como assim? A Bíblia mesmo ilustra a Palavra de Deus como uma espada; “Tomai também o capacete da salvação,  a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;” Ef 6; 17 Assim, cada vez que  desobedecemos, afrontamos, arremessamos nossas vidas contra a Espada. 

A “nosso favor” temos o fato que a morte não é imediata como foi a de Saul. Abusamos da longanimidade de Deus; quando se torna hábito é mais difícil erradicar que um erro eventual. Salomão identificou essa postura “espaçosa” do ser humano no “vácuo” da paciência Divina. “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8; 11 

A morte de Adão e Eva não decorreu justo, disso? Arremeterem ambos contra a Espada? Naquele evento fora prometido ao primeiro casal a substituição da dependência pela autonomia; essa, é a mãe do orgulho, sendo pai, o velho ego. 

O hábito, como a palavra sugere, é algo que habita em nós; desse modo, os maus hábitos nunca são de fácil remoção. Quando ilustra o que Cristo viria fazer, mediante Ezequiel, Deus usa a figura de um transplante de órgãos, para ser devidamente expressivo acerca do que estava em jogo. “E dar-vos-ei um coração novo,  porei dentro de vós um espírito novo;  tirarei da vossa carne o coração de pedra,  vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” Ez 36; 26 e 27. 

Esse novo coração, como vemos, não bombeia sangue, antes, seu “combustível” é o Espírito de Deus. Quando disse: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração...” O Dr. Jesus estava já “anestesiando” pacientes para a devida cirurgia. 

Se, o que Ele fez, entre outras coisas, nos livra de um mal mais resistente que a morte, isso não deve alimentar pretensa auto-estima; ( o negue a si mesmo desmonta nosso auto )  antes, aumentar a estima pelo Salvador.

Assim como o escudeiro de Saul recusou matá-lo, ninguém faz isso conosco no domínio espiritual; o arbítrio é nosso, a decisão também. 

Embora aos críticos a conversão pareça decisão de fracos refugiados atrás da Bíblia, a coisa não é bem assim. A cirurgia da auto-negação é dolorosa, quem tomou a cruz  sabe bem. E isso requer certo brio, mesmo que, despido de orgulho. “  Melhor é... o que controla o seu ânimo do que aquele que toma uma cidade.” Prov 16; 32 

Removido o velho coração, junto saem aos poucos, hábitos ligados a ele. E o novo implanta novos valores restaurando a dependência em lugar da suicida autonomia. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5; 17