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sábado, 18 de julho de 2020

Prevaricadores entendem como?


“O bom entendimento favorece, mas o caminho dos prevaricadores é áspero.” Prov 13;15

Provérbios antitéticos; os que cotejam antíteses; ou seja, que comparam coisas contrárias.

Por exemplo: Tolo com sábio, prudente com insensato, diligente com preguiçoso, etc. No verso acima temos o bom entendimento em oposição aos prevaricadores. Daí, resulta necessária a conclusão que, (se, as palavras escolhidas pelo tradutor estão adequadas) prevaricação é derivada do mau entendimento.

O que é prevaricar? Faltar ao cumprimento do dever por interesse ou má fé, cometer abusos de poder lesivos à sociedade ou a outrem...

O cristianismo bíblico é todo pautado em renúncia e serviço. Não contam meus interesses apenas, antes, “Levai as cargas uns dos outros...” Não somos devedores a uma estrita função para a qual comissionados; mas, devedores ao amor, de modo tal, que mera omissão é já prevaricação, dado que, “Aquele que sabe fazer o bem e não faz comete pecado.”

Não significa que tenha sido, assim entendido, desde o início; num momento de grave crise quando, O Salvador revelara que um dos doze O trairia, após breve inquietação para saber quem seria, volveram ao interesse dominante neles: “Quem era o maior”. Ver Lucas 22;21 a 24

“... Os reis dos gentios dominam sobre eles, os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; quem governa como quem serve.” Vs 25 e 26

Se, a coisa indispensável é o “negue a si mesmo” onde residirem pretensões de grandeza carnal a cruz ainda não fez seu trabalho; o “convertido” não entendeu em quê, consiste a chamada à novidade de vida.

Informação sozinha sem devido entendimento se perde, pois, o enganador torce as coisas ao seu bel prazer; mesmo a natureza caída se encarrega de se inclinar à favor do vento, rumo ao mais fácil ou, prazeroso.

Por isso, na área do entendimento preciso das coisas o inimigo trabalha; “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo...” II Cor 4;4

Entendimento no âmbito espiritual vai muito além da mera compreensão; é adequação do agir ao entender. “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13;17

Na parábola dos dois fundamentos onde um edificara sobre areia, outro, sobre a rocha, o que fazia a diferença era o fato de um cumprir, o outro não, a doutrina que ambos conheciam.

Assim, entendimento que não me leva a agir conforme, malgrado seja uma luz que labora para me mostrar salvação, acaba sendo um atestado da minha resiliência no caminho da perdição.

Vindo para me dar vida, queda impotente ante à obstinação no pecado e deixa patente minha opção pela morte. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

Quem assim age deriva escolhas de um mau entendimento; pois, considera mais proveitoso fruir toda sorte de prazeres pecaminosos, e como que cegado pela própria hipocrisia consegue acreditar que, no final, mesmo atuando assim achará um jeito de escapar, fiado no amor Divino ou, alguma esperteza de última hora.

A coisa não é tão simples assim, que nivelaria no mesmo âmbito aos fiéis de bom entendimento e os prevaricadores. “Rejeitastes todo o Meu Conselho, não quisestes Minha Repreensão, também de minha parte me rirei na vossa perdição; zombarei em vindo o vosso temor. Portanto comerão do fruto do seu caminho e fartar-se-ão dos seus próprios conselhos. Porque o erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;25 e 26 e 31 a 33

Não sem razão, pois, quando orava pelos crentes efésios Paulo disse que pedia que, “... Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em Seu conhecimento o espírito de sabedoria e revelação; tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação...” Ef 1;17 e 18

Vivemos, desgraçadamente, um cristianismo raso de entendimento que faz a fortuna dos falsos profetas e temos ainda ministérios inteiros de prevaricadores que usam as riquezas do Céu como pretexto para cavalgarem nas da Terra.

Esse fazem violência à verdade torcendo-a em prol de mesquinhos interesses, mas O Justo Juiz lhes dará, em tempo, a devida recompensa. “Do fruto da boca cada um comerá o bem, mas a alma dos prevaricadores comerá a violência.” Prov 13;2

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Ardis da Morte

“Não vos lembrais de que, estas coisas eu vos dizia quando ainda estava convosco?” II Tess 2;5

Os cristãos em Tessalônica estavam afastando-se de antigas instruções em favor de “fatos novos”; Paulo exortou-os; “Não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto.” v 2

O “dia de Cristo;” anseio legitimo de todos os que O amam. Esse é o grande truque da falsidade. Primeiro identifica o que nos é mais caro; depois oferece algum meio espúrio que “barateia” para que, a uma eventual resposta favorável nos possa manipular.

Instruindo determinada igreja O Senhor falou: “O que tendes, retende-o até que Eu venha.” Apoc 2;25

A ideia de “Reter” é ter de novo, tomar posse uma segunda vez. O que temos aprendido para salvação, em linhas gerais demanda arrependimento e confissão para o novo nascimento; negação das vontades naturais, o si mesmo; mortificação na cruz, ou, o “Jugo de Cristo”; a obediência à Divina Vontade e perseverança, dado que nossa escolha se fará alvo de ataques.

Então, nosso desafio é reter aos ensinos primeiros que nos trouxeram da morte para a vida; as “percepções” novas que visam mover nosso entendimento são sutilezas malignas dos “pescadores de homens” da oposição.

A sede por novidades, doença de todos os humanos não deveria assolar a quem bebe da Água da Vida. O Santo também gosta do novo; nunca planejou estagnação espiritual aos que chamou; “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;4

Todavia, novidade não significa abandonar ao que aprendemos no pretérito; antes, verifica-se no necessário crescimento sobre as bases sadias nas quais fomos fundados. “Por isso, todo escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” Mat 13;52

Mas, como reteremos o que sequer chegamos a ter.

A maioria frequenta ambientes espirituais como quem vai a um posto de saúde com uma moléstia qualquer para a qual deseja a prescrição de uma droga que sane ou, traga alívio. Logrado isso fica, por uns dias, “saudável” até nova dose de aflições demande outro “passe” ou “oração forte” drogas que irresponsáveis travestidos de obreiros servem em fartura.

Aquilo que é íntegro não pode ser fracionado; falo da nova vida em Cristo; ou recebemos e damos o segundo passo, ou apenas enfeitamos nossos esquifes espirituais com vistosas flores do jardim das religiões.

Qual o passo seguinte à conversão? Pedro ensina: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2;2

Nosso crescimento espiritual será paulatinamente testado no mundo avesso ao Criador; “A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará qual é a obra de cada um.” I Cor 3;13

Muitas “novidades” não passam do fogo das provações testando se iremos após elas, ou, como convém não nos moveremos do entendimento inicial. Quanto mais perto nosso crescimento nos levar, do objetivo, mais resistentes seremos aos ardis em que a morte costuma se disfarçar.

O nosso alvo está posto, devemos crescer mediante aprendizado “Até que todos nós cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;13

As consequências da estatura alcançada também estão patentes da devida firmeza, a despeito dos ventos circunstantes; “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a Cabeça, Cristo.” Vs 14 e 15

Novidade de vida será expressa ao agirmos de modo diverso ao que fazíamos perante tentações; não estamos tão abertos ao “novo” assim, a ponto de sacrificarmos instruções pelas quais ganhamos vida. “Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16

Descanso para as almas; isso O Salvador prometeu aos que fossem a Ele, tomassem Seu Jugo e, Dele aprendessem.

Que o traidor pesque aos seus prometendo dinheiro para gozar a morte que chama de vida; Cristo em Seu jugo nos dá a vida que dinheiro nenhum consegue comprar!

“Porque sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;
12

sábado, 6 de julho de 2019

O Velho de Roupas Novas

... Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai dá-me a parte dos bens que me pertence...” Luc 15;11 e 12

Inúmeras vezes discorremos ou, ouvimos, sobre a saga do filho pródigo. Seu desejo por irresponsáveis aventuras; confiança ingênua em “amigos” da fartura; desperdício quase suicida dos bens amealhados com esforço; por fim, as consequência nefastas das errôneas escolhas lançando-o na lama.

O texto inicia informando-nos que dentre dois irmãos, essa iniciativa fora do mais moço. A juventude voando lépida nas asas dos devaneios supondo que a vida seja um imenso salão de festas; ele o convidado principal.

Os desejos da mocidade são uma chama quase irresistível ao redor da qual, a alma, qual mariposa encantada pela luz voeja em círculos cada vez mais perto, até que, num descuido fatal queima as asas.

A sede por “novidades” inda que, velhas, é um mal humano. Mesmo os gregos adeptos das reflexões filosóficas por seus mestres, tinham entre o populacho esse vício tão encontrável entre nós. “Todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão, de dizer e ouvir alguma novidade.” Atos 17;21

Não que as coisas novas sejam um mal, necessariamente; muitas trazem avanços quando se trata de inventos que buscam minimizar distâncias, esforços, tempo, para se fazer ou conseguir algo.

O problema mais encontrável nas “novidades” é quando rompem cercas confiáveis de ensinos, autoridades, bons hábitos, prudência, ética; conselhos são quebrados como se, em nome do “novo” tudo aquilo que sempre fora sóbrio, respeitável deixasse de sê-lo. Contra esse tipo de novidades Salomão advertiu: “Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei; não te ponhas com os que buscam mudanças, porque de repente se levantará sua destruição; a ruína de ambos, quem o sabe?” Prov 24;21 e 22
Se, a exortação realça o temor devido ao Senhor e ao Rei por Ele constituído, natural inferir que as mudanças em foco atentavam contra Esses Poderes. Em se tratando de valores, autoridade, doutrina, bens espirituais, nenhuma mudança é necessária, pois, sendo Deus Perfeito e Eterno, nem Seus Ensinos, nem Sua Obras carecem aperfeiçoamento. Tampouco poderiam ser reparadas por seres imperfeitos como nós.

Mediante Jeremias O Senhor advertiu: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos.” Jr 6;16

Tanto derivamos em “novidades” que afastam do Santo, que o retorno paulatino ao centro da Sua vontade nos coloca na contramão do mundo vivendo novidades espirituais todos os dias, mesmo na rotina costumeira da vida. “... como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;4

Esse renovo atinge a totalidade do ser, não enseja algumas novidades pontuais; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Quando, diverso da sua Irmã, Marta, que se ocupava das lidas domésticas, Maria assentou-se aos pés do Mestre para ouvi-lo, Ele disse que ela encolhera a boa parte. Primeiramente, claro! Porque era Ele O Mestre em questão.

Mas, quem invés do açodo inconsequente das novidades assenta-se e dá ouvidos aos mais experientes na estrada da vida igualmente faz a mesma escolha. “Coroa de honra são as cãs, quando estão no caminho da justiça.” Prov 16;31

Entretanto, muitos em nossa geração, depois de berços cristãos onde deveriam ter aprendido os fundamentos sadios da fé, acossados pelas novidades de outros ambientes e desejos de ficar bem com a “galera” desperdiçam inconsequentemente, como o pródigo, as riquezas de uma vida, renegando o aprendido em casa e na igreja pelas tiradas engraçadas e moderninhas de professores ateus que, com espírito de porco trabalham para a oposição que lhes governa.

Tais eram jovens cristãos, depois de dois ou três anos de faculdade tornam-se rebeldes, contestadores, citadores do “doutor humanista” tal, cujo único feito foi escrever um tratado desfazendo de Deus. Como a sina final do pródigo, esses esbanjam seus bens de modo dissoluto e jazem infelizes entre porcos.

“Novidades” que afastam de Deus têm a idade da humanidade. Mais do mesmo oferecido pela serpente, a velha mentira de roupas novas.

Quem opta em ficam bem com a “turma” sacrificando de novo a Cristo, com quem contará nas coisas que só Cristo socorre?

A vereda sóbria pode não ser tão atraente quanto aventuras; mas, preserva a vida. São essas “velharias” nas quais perseveramos que garantirão tudo novo. “O que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas... Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.” Apoc 21;5

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Servos da Ignorância

“Muitíssima gente estendia suas vestes pelo caminho; outros cortavam ramos de árvores, e espalhavam pelo caminho. A multidão que ia adiante, e a que seguia, clamavam dizendo: Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!” Mat 20;8 e 9

O Salvador jamais buscou popularidade, sucesso terreno entre os homens, mas houve momentos como o relatado acima, em que foi ovacionado; recebido com festa. A dita Entrada Triunfal.

No entanto, a massiva aprovação que O saudava derivava da ignorância, não de uma compreensão clara da Pessoa, nem da missão do Salvador.

A excitação popular vinha da errônea expectativa que, O Senhor estabeleceria Seu Reino, então, livrando-os do jugo romano. Nessa enganosa esperança fizeram a coisa certa; Receberam-no como Rei, embora, não entendendo a natureza do Seu Reino, tampouco, as circunstâncias.

Engana-se quem pensa que a fé saudável seja como pipoca; que, a um breve calor espoca e saltita crescendo em estatura e leveza; muda sua cor opaca por uma nova alvura. Tendemos a “canonizar” nossos desejos quando devaneamos que cumpri-los para nós seria o alvo Divino. Nesse caso nós seríamos deuses e, O Eterno não passaria de nosso servo. O rabo abanaria o cachorro.

Crer em Deus não é mero acreditar na Sua Existência e tê-la como patrocinadora das minhas ambições naturais pecaminosas.

Antes, requer que eu abdique meus caminhos tortuosos, meus pensamentos viciosos e me submeta ao Santo que primeiro de tudo deseja mudar minhas mesquinharias rasteiras por valores melhores.

“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio seu caminho; o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são os meus caminhos mais altos que os vossos; e meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;6 a 9

Conversão demanda que troque meus pensamentos pelos Divinos, “a Mente de Cristo;” minhas antigas aspirações não terão importância, uma vez que fui inserido numa dimensão superior que busca por coisas melhores, como exortou Paulo: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra; porque já estais mortos; vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3;1 a 3

Veraz mudança de pensamento fatalmente ensejará mudança de atitudes; “... como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;4

E, o câmbio de ações mudará o ser; a regeneração à Imagem e Semelhança do Santo; fim da Obra do Salvador. “... daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo. Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;16 e 17

Então, o Ministro idôneo de Cristo, antes de tudo é um ensinador de justiça; labora pela conversão dos perdidos e edificação dos salvos, não, para legar “facilidades” em “Nome de Jesus” a gente de entusiasmo carnal que vibra na ignorância de Cristo e de si mesma, não discernindo entre trevas e luz.

Nosso labor, dos ensinadores da Palavra é para o “... aperfeiçoamento dos santos, para obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos nós cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes...” Ef 4;12 a 14

Infelizmente, na maioria dos lábios O Nome do Todo Poderoso é um conceito oco; uma ideia piedosa para compartir em redes sociais, tipo: “Quem tem Deus tem tudo, alcança tudo, conquista tudo.”

Primeiro, O Santo não é nossa propriedade, algo que possamos ter; É Nosso Senhor ao Qual nos cumpre servir. Isso, nos Seus Termos, segundo Sua Palavra. E, quem O serve deveras, nem precisa tocar trombetas sobre isso; as pessoas que o (a) conhecem presto identificarão, pois, “... não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;” Mat 5;14

Os demais, apenas tomam O Santo Nome em vão, excitados pela própria ignorância. Muitos dos que aclamaram ao Rei dos Reis na Entrada Triunfal, depois se juntaram a outra multidão que gritava: Crucifica-o! Pois suas doentias expectativas foram frustradas.

Deixemos vãs esperanças na cruz para que, na consumação do Reino, dele façamos parte.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A "nossa" Justiça de Cristo

“Se te voltares ao Todo-Poderoso... livrará até ao que não é inocente; porque será libertado pela pureza de tuas mãos.” Jó 22;23 e 30

Um dos “amigos” de Jó presumindo a iniquidade como causa do infortúnio e exortando-o ao arrependimento. Feito isso, disse, sua intercessão seria eficaz; a pureza das suas mãos obraria livramento até dos culpados.

Deixando isso, por ora, quero discorrer sobre a identificação; onde, méritos do intercessor advogam a favor de outrem. A pureza das mãos do justo se mostra eficaz ao impuro.

A identificação funciona, tanto, para bem, quanto, para mal. Digo; tanto a pureza de quem ora por mim pode me abençoar, quanto, sua apostasia, profanação, atrair maldição. “... A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg 5;16

Deus mesmo, mediante Ezequiel disse que a intercessão de um justo, em determinado contexto, se houvesse, teria livrado o povo; “Busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro; estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que Eu não a destruísse; porém, ninguém achei.” Ez 22;30 Vemos, pois, que, não só é eficaz a intercessão de um justo, como, Deus busca-a; deseja-a.

Por outro lado, as orações e “bênçãos” de quem desonra ao Altíssimo não são coisas apreciáveis, se, temos algum senso; “Se, não ouvirdes, não propuserdes no vosso coração, dar honra ao Meu Nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei maldição contra vós; amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração.” Mal 2;2

Diatribe contra sacerdotes corruptos da Antiga Aliança.

Porém, o princípio da identificação continua válido no Novo Pacto. Quando um ministro ora por alguém com imposição de mãos identifica-se com a necessidade daquele por quem intercede.

Contudo, se, impuser as mãos num ato de consagração ministerial, por exemplo, se faz fiador daquele; recomenda-o identificando-se com seu caráter. Nesse caso, Paulo aconselhou cautela a Timóteo; “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro.” I Tim 5;22 Assim, recomendar ao Senhor perante a Igreja alguém indigno é “participar” dos seus pecados, por identificação.

Por esse caminho chegamos à Eficácia de Cristo para a Salvação. Primeiro, nossa carga de culpas é tal que não pode ser removida por um “mediador” remediado; “Porque nos convinha, tal, Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, Separado dos pecadores, feito mais sublime que os Céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque isto fez Ele, uma vez, oferecendo a si mesmo.” Heb 7;26 e 27

Dada a estatura ímpar do Santo requerido, Ele é o Único. “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5

Há falácias católicas que dizem que, sendo a Igreja o “Corpo de Cristo” isso faria que dela derivassem mediadores também. O texto é claro. “Jesus Cristo, homem”. Não se trata de um corpo espiritual, mas, encarnado para nos representar; o que passa disso é mentira. O sacerdote mentiroso é canal de maldição, não, de bênçãos.

A Expiação do Nosso Salvador resolve as culpas do nosso passado, quando éramos ovelhas sem pastor; depois de conhecê-lo, a Ele pertencer, somos desafiados a nos identificar com Sua morte para herdar a vida.

Sua cruz foi literal; a nossa demanda crucificação dos maus desejos, mortificação testificada pela nova vida que passamos a ter depois de convertidos. “... todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte. De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela Glória do Pai, assim, andemos em novidade de vida.” Rom 6;3 e 4

Quando João recusava-se a batizar Jesus, dizendo que ele carecia sê-lo pelo Mestre, não estava errado. Porém, naquele momento solene O Salvador identificava-se conosco; “participava” dos nossos pecados, para que, os remidos que lhe obedecem participem da Sua Justiça.

Nada valem as ditas “orações fortes” da praça. As aceitáveis ante O Santo vêm de vidas que Ele aprova; as demais, pecados; “O que desvia seus ouvidos de ouvir a lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9

Ironicamente, o que acusou Jó de ímpio, desafiou-o ao arrependimento dizendo que, com mãos puras livraria ao injusto; quando as circunstâncias mudaram, não o caráter de Jó, que era reto, ele teve que ser liberto pela oração do sofredor. “... meu servo Jó orará por vós; porque a ele aceitarei...” Cap 42;8

Oração “forte” é a que O Todo Poderoso aceita; as que não forem pelo caminho, sequer, chegarão à Sua Apreciação. “... ninguém vem ao Pai, senão, por mim.” Jo 14;6

domingo, 1 de abril de 2018

O Intercessor

Livrará até ao que não é inocente; será libertado pela pureza das tuas mãos.” Jó 22;30

Elifaz conselheiro eventual de Jó, que, por incapaz de entender o que se passava fez uma leitura do ser, a partir do estar; julgou os méritos de Jó pelas circunstâncias. Como eram sobremodo dolorosas concluiu que ele deveria ter pecados graves, dos quais, o acusou. Depois, exortou-o a que se voltasse pro Criador, pois, assim, “Orarás e Ele te ouvirá...” v 27 livrará até ao culpado por causa da pureza das tuas mãos. Disse.

Malgrado os seus achômetros infelizes, nessa parte ele estava certo; isto é; a eficácia de uma intercessão depende da aceitação do intercessor. Tiago reiterou isso com outras palavras: “... A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” Tg 5;16

Isso se verificou então, pois, quando O Eterno resolveu se manifestar ordenou que os amigos de Jó oferecessem sacrifícios de arrependimento; o desventurado e enfermo Jó oraria por eles, pois, apenas sua intercessão seria aceita. “Tomai sete bezerros e sete carneiros; ide ao meu servo Jó, e oferecei holocaustos por vós; meu servo Jó orará por vós; porque a ele aceitarei, para que eu não vos trate conforme vossa loucura; porque não falastes de mim o que era reto como meu servo Jó.” Cap 42;8

Interessante que, diretamente nenhum deles falou contra Deus, antes, contra Jó; no entanto, as afrontas com as quais o afrontaram O senhor tomou sobre si; “... não falastes de mim o que era reto...”

Que humilhação para os presunçosos que, apenas por estar vendo a prova de fora acharam que isso os fazia melhores!! Nunca leiamos a espiritualidade de alguém pelas dores que sofre, não é esse o aferidor. Muitas vezes, quanto mais perto do Senhor alguém está, mais facilmente será alvo dos ataques malignos; isso se deu com O Próprio Senhor encarnado, com Paulo, Estevão, os apóstolos...

Paulo após escapar de um naufrágio na ilha de Malta foi acometido por uma vibra, pensaram os nativos que Deus o odiava e perseguia para matar; nada sofrendo foram para o outro lado supondo-o, um deus. Nem uma coisa nem outra. Sofria consequências adversas da vida como todos, mas, Deus era com ele.

Embora o Evangelho traga o ensino cristalino de que, na conversão passamos da morte para a vida, os pregadores da moda ensinam que na adesão às suas mandingas se passa do desemprego para o labor; da solidão para o casamento, da pobreza para a prosperidade, etc.

Além de passarmos da morte para a vida passamos da situação de inimigos de Deus, para a sina ditosa de filhos adotivos; se, isso não garante que não veremos adversidades, assegura a contínua presença do Santo conosco. “Quando passares pelas águas estarei contigo; quando, pelos rios não te submergirão; quando passares pelo fogo não te queimarás, nem, chama arderá em ti.” Is 43;2

Embora o contexto refira-se à nação de Israel, os que, graças ao Sangue Bendito do Messias de Israel também herdam a nobre posição de servos de Deus, por certo contarão com a mesma proteção fiel; O Santo não muda.

Quando Elifaz mencionou à pureza das mãos do intercessor, por certo usou uma figura de linguagem para ilustrar a retidão do caráter. Pode que, tenha aludido ao hábito de se impor as mãos ao orarmos.

No entanto, nesse caso, tanto a pureza do intercessor pode ser comunicada, quanto, a impureza daquele no qual se impõe as mãos. Paulo ensina: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo puro.” I Tim 5;22

Há duas situações distintas: Quando imponho mãos sobre um pecador e oro por ele identifico-me com suas necessidades; porém, se imponho as mãos separando alguém para o ministério, identifico-me com o caráter do separando; caso esteja em situação indigna, minha precipitação me fará partícipe dos pecados dele. Daí, a prudência prescrita: “Não participes dos pecados alheios.”

Mas, “Olhando Deus para a Terra não viu nenhum justo, sequer.” Quem seria intercessor por nós? “Porque nos convinha tal, sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os céus.” Heb 7;26

Ele, Cristo é o que livra aos culpados por causa da pureza das suas mãos. O Único Intercessor; “Porque há um só Deus; um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5 Permitiu que Sua Mãos Santas fossem transpassadas, para que nossas vidas ímpias fossem santificadas.

Identificou-se com nossas dívidas pagando-as por nós; chama-nos agora à identificação com Seu caráter, a novidade de vida, a santificação.

Lava-nos, para que, limpos, possamos ajudar outros que carecem conhecê-lo também. E, “... Os limpos de coração verão a Deus.”

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Coisas velhas e novas

“...todo o escriba instruído acerca do Reino dos Céus é semelhante ao pai de família que tira do seu tesouro, coisas novas e velhas.” Mat 13;52

Mudança está impregnada no coletivo como sinônimo de algo bom, necessariamente; políticos em campanha dizem: “É hora de mudar”; se, estão já no poder; “para continuar mudando”. Então, como disse alguém, “Sentimos nas mudanças certo alívio mesmo que estejamos mudando para pior”.

Os versados no Reino são uma mescla de coisas velhas e novas; uma porção de atavismo, outra, de aprendizado.

Mas, o que chamamos novo? Vejamos algumas situações;
- Inexperiente = O neófito, cujos erros se atribuem ao fato de ser novo; ele vai aprender, dizemos;
- Desconhecido = Fato que ignoramos; quando nos é apresentado observamos: Essa é nova para mim;
- Recém nascido = Por motivos óbvios não demanda explicações;
- Sem uso = um produto que, mesmo tendo sido fabricado há dez, vinte anos, se, jamais foi usado, está novo;
- Posterior = Pouco importa a idade; cotejado com um que veio antes ele é novo; Por exemplo: O Novo Testamento já tem uns dois mil anos, porém, é novo em face ao que veio antes;
- Transformado = Um carro levado à oficina para retífica de algumas peças, uma vez que volta a funcionar perfeito se diz: Está novo; quem se converte torna-se “nova criatura”;
- Repetido = Quando se faz outra tentativa em algo que falhamos se diz: de novo, ou, novamente; etc.

Somos lentos para entender as coisas espirituais; muitas das apresentadas por Cristo que soaram novas eram antigas. “Ama teu próximo como a ti mesmo.” Vem desde Moisés; “Não procurem vingança, nem guardem rancor contra alguém do seu povo, mas, ame cada um, seu próximo como a si mesmo...” Lev 19;18 Preferiram dente por dente, olho por olho, contra inimigos, ignorando o ensino de amar o próximo.

Jesus era rejeitado, entre outras coisas, por ser Galileu; oriundo de lugar vil; “... Vem, pois, o Cristo da Galiléia? Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, de Belém, aldeia d’onde era Davi?” Jo 7;41 e 42 “...És tu também da Galiléia? Examina, e verás que da Galiléia nenhum profeta surgiu.” V 52

É vero que o Messias nasceria em Belém, “... de ti me sairá o que governará em Israel, cujas saídas são desde tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Miq 5;2

Seu surgimento ministerial, porém, foi predito que seria na Galiléia; “A terra, que foi angustiada, não será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e de Naftali; mas, nos últimos tempos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, na Galiléia das nações. O povo que andava em trevas, viu uma grande luz; sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.” Is 9;1 e 2

Mais uma “novidade” que não era tão nova assim.

É grave nossa preguiça mental que enseja uma compreensão parcial das coisas espirituais. O evangelho é a Boa Nova para quem desconhece; mas, traz o cumprimento de antigas promessas, e acena com o porvir de modo tal, que alguém devidamente instruído não se surpreende com nada; antes, espera o cumprimento.

Os meios de difusão se renovam cada dia nas asas da tecnologia; entretanto, o conteúdo é eterno, não comporta novidades. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para as vossas almas...”

Então, quando alguém se escandaliza com pilantras que furtam falseando A Palavra, e usa isso como “justificativa” para seu distanciamento de Deus trai a si mesmo na conveniência preguiçosa de desconhecer o que a mesma Palavra adverte.

Pois, “Haverá homens amantes de si mesmo, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas, negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” II Tim 3;2 a 5

Devemos nos afastar de hipócritas, não, de Deus. Não consigo encontrar em lugar nenhum do espaço, sequer, do tempo, um argumento que justifique perder minha salvação porque outros estão perdendo a deles. Uma antiga canção dizia: “Você quer a frente das coisas olhando de lado.”

Alguns se iludem com mudanças de calendário. Coisa nova, a data; coisas velhas, os mesmos vícios desejos, evasivas, fugas, justificações... Quer algo novo deveras? Receba a Cristo como Senhor. O novo nascimento será fruto do Dom do Espírito; com Ele, nova luz, compreensão da Palavra. As “coisas Velhas” do amor Divino te darão novidade de vida.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A mesmice nova

“Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais, e estejais confirmados na presente verdade.” II Ped 1;12
Vocês já sabem; estão confirmados; mesmo assim, seguirei exortando-vos sobre isso. Vulgarmente chamamos isso de chover no molhado.

Aquilo que aprendi no colégio, eventualmente me serve conforme circunstâncias da vida; aprendi de uma vez por todas, ou, não, mas, a coisa deixou de ser-me ensinada em dada ocasião. Por que no âmbito espiritual não é assim? O sujeito aprende gradua-se sai da escola e usufrui ao longo da vida?

Bem, algumas razões a considerar; Primeiro, o conhecimento espiritual é muito mais que mera propriedade intelectual; é necessário para exercício diário, pois, as tentações não são um teste de 
conhecimento estritamente, antes, o conhecimento da Vontade Divina requer o alinhamento submisso da nossa vontade, para que sejamos aprovados.

Primeiro deparamos com Sua Vontade negativa, o quê devemos evitar; feito isso, nos conduzirá ao aspecto positivo, como devemos proceder. “...apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Contudo, caso sejamos aprovados nalgum teste, isso não encerra o assunto, como se o inimigo dissesse: Esse é servo de Deus, vou deixá-lo em paz. Antes, quanto mais perto de Deus estamos, mais esforça-se em sutilezas, ardis, para achar alguma brecha. Como suas tentações ocorrem o tempo todo através desse ímpio sistema que ele domina, a meditação, o aprendizado, e prática da Palavra de Deus deve ser contínua; uma espécie de “tentação” do bem como contraponto, aos muitos apelos do maligno. Alguém disse: “A verdade deve ser repetida em palavras todos os dias, porque o mal repete-se em ações.”

O salmo primeiro segue caminho semelhante: Adverte contra o conselho dos ímpios, o caminho dos pecadores a roda dos escarnecedores, depois, acresce: “Antes, tem seu prazer na lei do Senhor; na sua lei medita dia e noite.” V 2

Entretanto, além dos testes diários para preservação da vida espiritual, a graduação que O Eterno tem em mente é mui excelsa. Os ensinadores foram dados mesmo sendo os próprios, ainda aprendizes, estando mui aquém do alvo. “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros, evangelistas, outros, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;11 a 13

Assim, se alguém já atingiu essa estatura pode parar de aprender; onde está o abençoado?

Desgraçadamente, o labor de grande parte da “igreja” atual não está nem aí para vida eterna; seu alvo é que os ímpios prosperem nessa vida, invés de renunciarem à impiedade pelo conhecimento do Santo, para adentrarem àquela.

Quem mira no alvo errado, mesmo acertando “na mosca” seu disparo acaba inútil. Noutras palavras: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” Mat 16;26

Se, mirarmos a salvação, o conhecimento espiritual e a prática do que conhecemos acaba inevitável. “A vida eterna é esta: que conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3

Shakespeare colocou nos lábios de uma personagem: “Há muito mais entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia”. Pois, poderíamos dizer que há infinitamente mais do sabe e vive o mais sábio dos santos, ao alcance dos que desejam de fato, conhecer a Deus. O preceito é: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor...” Os 6;3

Assim, as “mesmas coisas” de Pedro, ou, outro qualquer, se revestem de novidades sempre, uma vez que, O Espírito Santo que habita nos salvos forja uma compreensão progressiva; não raro, aquilo que pensávamos saber já, de repente, sem mais nem menos se nos abre muito mais amplo e precioso que supúnhamos. As mesmas coisas se tornam novas.

Enfim, o conhecimento é arma poderosa, pois, não estamos numa faculdade, antes, num campo de batalha. O mundo é um deserto moral, espiritual; nele somos desafiados a lutar pela sobrevivência. Nesse cenário, vindo a sede o soldado bebe sempre do mesmo cantil; cada vez que o faz, preserva suas condições básicas de vida.

O risco não é que bebamos sempre do mesmo; mas, que alguém traga-nos “água” diferente; “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado seja anátema.” Gál 1;8

sábado, 8 de abril de 2017

As pedras, ou, os pães

“Porque Jesus mesmo testificou que um profeta não tem honra na sua própria pátria.” Jo 4;44

Cá no sul usa-se certo ditado que parece contrariar a afirmação supra: “Touro em terreno alheio, é vaca”. Pode ser machista, politicamente desajustado, mas, a ideia é que, fora dos nossos domínios, não apitamos nada, antes, nos submetemos aos ditames de quem manda.

Entretanto, tratando-se de profeta, parece que o tal, manda mais, em terreno alheio, por quê? Precisamos investigar; buscar indícios.

A natureza do ministério profético supõe, que o ministro falará de coisas ocultas que ele viu em intimidade com Deus; isso o reveste de certo mistério, como se, sua própria vida devesse ter um quê, de oculta também. O fato de ter Sua Juventude e infância conhecida, era uma “falha” em Jesus, para que cressem que falava da parte de Deus. Diziam: “Não é este o filho do carpinteiro? não se chama sua mãe Maria, seus irmãos Tiago, José, Simão, e Judas? Não estão entre nós todas suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isto? Escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa.” Mat 13;55 a 57

Durante minha infância espiritual assisti e participei muito dessa doença, da qual, diziam padecer os atenienses: “Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão, dizer e ouvir alguma novidade” Atos 17;21 Tínhamos bons mestres da Palavra em nossa casa, mas, queria ver a igreja lotar, era anunciar que determinado ilustre desconhecido de oliveira estaria pregando numa “Grande Campanha” evangelística.

Na maioria dos casos tratava-se de paraquedistas vendedores de bugigangas, cujos ensinos, qualquer neófito com algum discernimento, poderia contestar, mas, a coisa “bombava”.

Temos fome por novidades, mesmo que, nocivas; certo fastio do Pão do céu, como tiveram os judeus do Êxodo, no deserto.

O fato de que, O Salvador não foi bem vindo, entre os Seus, não O desqualificou um milímetro, antes, propiciou que outros, que inicialmente eram estranhos, passassem a pertencer à família da fé. “Veio para os seus, os seus não o receberam; mas, a todos que o receberam, deu o poder de serem feitos filhos de Deus.” Jo 1;12

Não que seja um erro desejarmos coisas novas; contudo, podemos errar quando buscamos em fontes duvidosas. Doutrinariamente devemos contar com certa “monotonia” nos ensinos da salvação: “Saídos os judeus da sinagoga, os gentios rogaram que no sábado seguinte lhes fossem ditas as mesmas coisas.” Atos 13;42 “Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais por palavra vos anunciarão também as mesmas coisas.” Atos 15;27 “Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais...” II Ped 1;12 etc. Não há novidade.

Contudo, as vidas que se deixam transformar pela Palavra, experimentam novidades todos os dias, no processo paulatino de santificação; “Fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim, andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;4

Isso progride mediante obediência, limpa-nos, do “fermento velho”; em dado momento, nos vemos totalmente transformados; “Assim, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram, e tudo se fez novo”. II Cor 5;17

Ainda que, um profeta sadio seja portador de boas novas, de certo modo, rebusca-se das velhas, que foram dadas há muito, e pelo Espírito Santo, apresenta-as renovadas, cheias de vida, como, de fato, são. “Ele disse-lhes: Por isso, todo escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” Mat 13;52 Falou dos Escribas, mas, como aqueles, o profeta escreve, só que, não em papiros, pergaminhos, antes, corações.

Infelizmente, a maioria dos que correm por novidades são meros fugitivos do que já sabem, como as reiteradas orações de Balaão, desejando que O Eterno mudasse de ideia. Deus não me dará algo novo, se, me mostro omisso diante do que sei ser, Vontade Dele. Exceto, nova exortação quanto a isso mesmo.

No deserto, a rejeição ao Maná, e os murmúrios por outro alimento, culminou com a Ira de Deus, excesso de carne em juízo contra os murmuradores. Para os atuais, novidadeiros, aos quais, a beleza da verdade não basta, algo semelhante tem vindo: “Esse cuja vinda é segundo eficácia de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios de mentira, com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam amor da verdade para se salvarem.” II Tess 2;9 e 10

Ante o tentador, Jesus negou-se a transformar pedras em pães; aos pecadores, deu-se, como Pão vivo dos Céus. Mas, muitos preferem ainda, as pedras.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Contrapartida da Graça

“Sucedeu, pois, que no dia seguinte Moisés entrou na tenda do testemunho, a vara de Arão, pela casa de Levi, florescia; produzira flores, brotara renovos, dera amêndoas.” Num 17;8

Alguns hebreus tinham posto em dúvida a escolha da tribo de Levi para o sacerdócio. Acusaram Moisés de nepotismo, de favorecer seus parentes, sendo, a escolha de Aarão para sumo sacerdote, de origem humana, não, Divina.

Ele colocou o problema para Deus, que os escolhera. O Eterno ordenou que cada tribo pusesse um bordão junto à Arca da Aliança, o que florescesse durante a noite, seria escolhido. E, fez melhor que isso; digo, além de flores, na vara de Aarão surgiram frutos, amêndoas.

Esse incidente enseja algumas reflexões sobre o testemunho. De nós para nós, no âmbito humano, digo, pela boca de duas, três testemunhas todo juízo se estabelecerá; se, alguns derem falso testemunho, como, muitas vezes acontece, dessa condição, migrarão para a de réus, quando, O Supremo julgar, finalmente.

Mas, eu tinha em mente o testemunho a favor de Deus, quem dará? Nesse caso específico, as duas testemunhas foram vida, e tempo. Sabemos que um bordão é de madeira seca, portanto, sem vida; uma “árvore” assim, brotar, florescer, é totalmente impensável, impossível, sem intervenção do Autor da Vida; além disso, florescer e frutificar numa noite, igualmente, pois, tais eventos demandariam o curso de certo tempo, ou, a intervenção do “Pai da Eternidade”.

Desse modo, quando a doutrina da Trindade era ainda oculta, O Criador servia-se de elementos da natureza como testemunhas. “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, que tenho proposto a vida e morte, bênção e maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30;19 Quando do, pós dilúvio colocou Seu Arco no céu, disse a Noé que seria uma aliança de que não haveria um novo; sempre que enviasse chuva traria junto Seu arco, o qual, vendo, se “lembraria” de Sua promessa.

Teria O Altíssimo, problemas de memória? Óbvio que não. Não era para Ele se lembrar, mas, para o patriarca não ser acossado por temores sempre que chovesse novamente. Uma amorosa proteção emocional; também, uma testemunha da fidelidade do Eterno.

Entretanto, no Novo Testamento a revelação foi ampliada; tivemos Joao Batista testemunhando da Luz; Jesus Cristo; Esse, testemunhando do Pai, mediante ensinos, obras; depois de Sua Ascenção, O Espírito Santo testemunhando Dele, fazendo lembrar cabalmente, Seus Feitos, Sua Doutrina.

Quanto a nós, após o perdão das faltas, o novo nascimento, adoção na família da fé, nosso papel funcional é justo, esse: Testemunhas. “Recebereis virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia, Samaria, e, até aos confins da terra.” Atos 1;8

Éramos como o bordão de Aarão, secos, mortos; mas, milagrosamente fomos galardoados com vida, feitos capazes de florescer, frutificar. Como o testemunho, aquele, moveu tempo e vida, igualmente, o nosso. Devemos antes de mais nada, rever nossa relação com esses dois. Diferente dos mortos que dizem: “Curta a vida, porque a vida é curta”, o fato de termos recebido vida eterna, nos permite “perdermos” essa, breve, dura, pela que ganharemos.

As agruras do combate fazem a vida dos salvos mais penosa que a dos ímpios, daí, Paulo dizer que, se tudo acabasse mesmo, aqui, seria uma perda insana: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Dos salvos, pois, se requer uma relação mais tranquila com o tempo, paciência, como a do lavrador que espera o fruto da Terra. Além disso, a vida eterna começa aqui, não é só uma reserva para o porvir: “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.” I Tim 6;12

Começando já, sua expressão tem mais a ver com qualidade de vida espiritual, testemunho, que, com tempo, pois, do nosso ponto de vista não é mais fator de preocupação. “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim, andemos também, em novidade de vida.” Rom 6;4

Os que almejaram o lugar de Aarão, não miraram nas responsabilidades pertinentes, antes, nos imaginados privilégios; Se, alguém tenciona aproximar-se do Cordeiro de Deus, por facilidades, melhor ficar onde está, na sua sina de vara morta. Todo tempo e vida Ele disponibiliza aos Seus, porém, o ingresso é uma cruz, o custo da permanência, obedecer.

A Salvação é de graça porque a não merecemos, mas, custa esforço, renúncia, porque O Santíssimo não merece que sujemos Sua Casa.

sábado, 7 de janeiro de 2017

Cruz; o "mal" das Boas Novas

“Disse o rei de Israel a Jeosafá: Disfarçando-me entrarei na peleja; tu, porém, veste tuas roupas reais. Disfarçou-se, pois, o rei de Israel, e entraram na peleja.” II Crôn 18;29

Dois reis; Jeosafá, rei de Judá, Acabe, rei de Israel. Esse, após ouvir o vaticínio do profeta Micaías, de que morreria, na batalha, disfarçou-se de soldado, e sugeriu que Jeosafá pelejasse em vestes reais, assim, pensou, se o rei deve morrer, morra Jeosafá, não eu.

Além de egoísta, pérfida, sua atitude, era digna de um mentecapto. Ora, se o profeta falara da parte de Deus, era justo a Ele, que imaginava ludibriar. Quem pensa que Deus posse ser “enganável”, reduz O Todo Poderoso, Onisciente, à sua própria estatura. De um assim, O Eterno falou: “Estas coisas tens feito, eu me calei; pensavas que era tal como tu, mas, te arguirei, as porei por ordem diante dos teus olhos.” Sal 50;21

Entretanto, centenas de profetas de Baal, nos quais confiava, aparentemente, tanto que eram mantidos pelo Estado, esses, digo, vaticinaram uma jornada vitoriosa, de modo que, parece, não teria nada a temer, de forma a que precisasse disfarçar-se. Por quê, o fez?


Sua rejeição ao profeta do Senhor, não derivava de ser, o tal, indigno de confiança, antes, sua mensagem não agradava. “...Ainda há um homem por quem podemos consultar ao Senhor; porém, eu o odeio, porque nunca profetiza de mim o que é bom, senão, sempre o mal; este é Micaías, filho de Inlá.” V;7

Ora, quando me achego ao Eterno em oração, ou, mediante outrem, Ele me fala, se, for uma exigência minha que, agrade minhas vontades, quem é O Senhor? Quem, o servo? Quando o Salvador propôs a autonegação como indispensável para se ir após Ele, não falava de suicídio; a cruz significa o sacrifício das minhas vontades em prol da Divina. Paulo definiu com precisão: “Sacrifício vivo”. “...apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus...” Rom 12;1 ou, “Já estou crucificado com Cristo; e vivo...” Gál 2;20

Se há uma geração de pregadores ensinando seus incautos ouvintes a “exigirem, decretarem, determinarem” o cumprimento das suas vontades, O Eterno é inocente; são profetas de Baal.

Uma coisa precisamos entender antes de mais nada: “Deus não é Deus de mortos.” Todos que vivem suas vidas alienados Dele, ao alvitre dos próprios desejos podem estar até, felizes, vivendo assim, contudo, estão espiritualmente mortos. O Eterno ama-os, e chama a si, mas, o faz inevitavelmente através da cruz. Como seria agradável a homem natural uma mensagem que propusesse sua morte? Certo que promete também que ressuscitará com Cristo e será capacitado a andar em “novidade de vida”.

Desse modo, como Micaías, ao profeta idôneo cumpre ser portador de notícias más, para a natureza caída, ainda que, por sua eficácia redentora, e, intenção Divina que a impulsiona, a dura mensagem é nomeada verdadeiramente, como, Evangelho, Boas Novas.

Quando a coisa causa rejeição, muitas vezes, violenta até, isso não revela nenhum lapso no Emissor, tampouco, no portador da mensagem; antes, o receptor se revela indigno dela. “o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, aparta o seu coração do Senhor... será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem...” Jr 17;5 e 6

Na verdade, no fundo, os ímpios sabem que Deus está certo, que Suas demandas são justas. Contudo, tanto quanto podem, mascaram a própria obstinação, tentam macular a imagem dos mensageiros Divinos, invés de aceitarem a correção em suas vidas deformadas.

Se Acabe não soubesse, ser verdadeira, a mensagem do profeta, não teria se disfarçado tentando fugir do juízo pela esperteza. Não contava com um detalhe: “Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra o Senhor.” Prov 21;30 Então, mesmo disfarçado, a mão de Deus o alcançou, e, morreu em sua obstinada rebeldia.

Do mesmo modo, muitos sabem, no âmago das consciências, que Deus está certo, e, é justo Seu pleito pela mudança de mentes e atitudes. Contudo, cercam-se de conselheiros vãos, como os profetas de Acabe, preferem um “cautério” psíquico, à dor da cruz, que, mortifica as vontades malsãs, e, mediante obediência possibilitada pelo Espírito Santo, Selo de Deus nos salvos, santifica os renascidos na conversão.

Cheia está a Terra de profetas para todos os gostos, e uma minoria, ao Gosto Divino. Esses não falam bem de pecadores, porém, apresentam o Sumo Bem, Jesus Cristo, graça que salva; se, o tal remédio é amargo, sua eficácia é inegável.

Tanto podemos nos disfarçar mudando as vestes, quanto, nos desnudar mediante arrependimento e confissão, para sermos revestidos de Cristo. As alternativas não envolvem modelito para uma festa, antes, são a diferença entre vida e morte; “escolhe, pois, a vida...”