“E
disse-lhes Moisés: Esperai; eu ouvirei o que o Senhor ordenará.” Núm 9; 8
Bons
tempos aqueles nos quais, o relacionamento Divino-humano era pautado pela
Palavra de Deus. O contexto era de uns que, ante à páscoa estavam “impuros”. Moisés
não admitiu aos tais na festa, tampouco, excluiu; antes, consultou ao Senhor. O
Eterno, além de facultar a participação deles advertiu: “Porém, quando um homem
for limpo, não estiver em viajem e
deixar de celebrar a páscoa, essa alma do seu povo será extirpada; ... esse
homem levará o seu pecado.” V 13
Assim, o impuro seria aceito; o “puro”, omisso,
indiferente, seria extirpado. Que estranhos esses conceitos!
Acontece que, as “impurezas”
em questão eram mais de cunho higiênico; assim considerados os que tivessem
contato com cadáveres, doentes, mulher em seus dias pós-parto, etc. Naquele
contexto seria impossível mencionar vírus, bactérias, infecções; desse modo, o
Criador encerrou a profilaxia sob o soturno rótulo de imundo, e ponto.
Um assim podia participar do santo
memorial da páscoa demonstrando, via ritual, sua gratidão pela libertação.
Entretanto, o “puro” que ignorasse o mandamento estaria em clara afronta à
autoridade de Deus; sua imundície era muito mais grave; atinava à sujeira da
alma.
O insano hábito de “purificar” insignificâncias e manter o coração poluído
foi encontrado latente entre os Fariseus, pelo Salvador. “Condutores cegos! que
coais um mosquito e engolis um camelo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
limpais o exterior do copo e do prato, mas, o interior está cheio de rapina e
de iniquidade. Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para
que também o exterior fique limpo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! sois semelhantes aos sepulcros caiados, que
por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de
mortos e de toda a imundícia.” Mat 23; 24 a 27
Essa distorção ainda é pujante
em nossos dias. Muitos erram nas humanas sendas de usos e costumes que
aprenderam a conjugar com “doutrina”; enquanto a Doutrina, propriamente dita,
acaba sumindo na omissão de quem se satisfaz com aparências. A ampla diversidade
cultural do planeta tolhe a “clonagem” externa dos santos; embora, a Lei do
Senhor seja aplicável e saneadora em todos os nichos culturais.
Temos muito
mais facilidade de ver erros alhures, que em nós. Alguém definiu de modo cabal:
“Reconhecemos um louco sempre que o vemos, nunca, quando o somos.” Acontece
que, um pecador arrependido, por maiores que sejam seus pecados é melhor aos
olhos Divinos, que um “santo” cheio de si; Cristo ensinou isso na parábola do
Fariseu e do Publicano.
Enquanto o homem
prudente “examina a si mesmo”, o “santo” corta o gramado do vizinho e deixa que
a relva cresça e abrigue cobras e sapos em seus domínios.
Todavia, também aqui
há uma tênue divisa que separa ensino, de juízo temerário; não raro, os
rebeldes equacionam ao que lhes coloca ante À Palavra, com um que “se mete” na
vida dos outros invés de cuidar da sua. Aos tais falta a postura humilde do
Eunuco ante Filipe, que disse: “Como entenderei se alguém não me ensinar?”
Acontece que, os mestres da Palavra, além de receberem mais severo juízo, como
adverte Tiago, não são fontes, antes, meros canais para fluxo do dom de Deus, o
Pastor. “As palavras dos sábios são
como aguilhões; como pregos bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos
foram dadas pelo único Pastor.” Ecl 12; 11
Tal qual, nos dias de Moisés
era Deus que determinava o modo de ser dos Seus, ainda hoje, nos termos de Sua
Palavra, mediante ensino podemos mudar nosso andar diante Dele.
Na verdade,
a Palavra de Deus, por ser o que é nunca foi pacificamente aceita; antes,
sempre foi alvo de oposição, polêmicas. Se fosse meramente humana como acusam
alguns, acariciaria às humanas inclinações. Contudo, como as contraria, a
oposição engajada mais a legitima que desqualifica como pretendem certos
opositores.
Ademais, além de aceitar aos maus, ( afronta aos “bons” ) advoga a
inutilidade das grandezas naturais. “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo
para confundir as sábias; Deus escolheu
as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as
desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são.” I Cor 1; 27 e 28
Não
que Deus deseje aniquilação de alguma coisa boa; mas, das que, por melhores que
pareçam aos olhos humanos, no final, redundam em morte. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele
são os caminhos da morte.” Prov 14; 12 Como
Ele conhece o fim de todos ouçamos o conselho de Davi: “ entrega teu caminho ao Senhor...”