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domingo, 16 de junho de 2019

As Sutilezas Mortais

Há uns nãos que são naturais, outros, não. Facilmente nos livramos daquilo que soa desprezível. Ao estímulo de um saber que nos estimula a isso, mais fácil ainda.

Todavia, se algo nos parece aprazível, mesmo que o senso comum o ache indigno, vicioso, rompermos essa relação equivale a romper consigo mesmo; adequar-se com valores que residem fora de nós.

Num ônibus, trem urbano, alguém se levantar e dar lugar a outrem é um gesto belo, polido e encontrável; embora, cada vez menos. Contudo, descer do trono da minha presunção e colocar nele O Criador, já não é tão pacífico assim.

A tirania do ego é uma fortaleza, contra os portões da qual não pensamos usar nossos aríetes. A culpa pelas dores, desajustes, pela infelicidade tem que estar no outro, “eu sou do bem”, pensamos.

Ao assumirmos essa linha de raciocínio descemos ao inferno e beijamos a mão do Capeta chamando-o de mestre. Pois, segundo ele, medirmos as coisas ao sabor dos nossos próprios olhos nos faz “como Deus”.

Entretanto, segundo A Palavra de Deus isso nos faz sub-tolos. “Tens visto o homem que é sábio aos próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo do que dele.” Prov 26;12

Romper com a tirania do si mesmo, a endeusada e insana pretensão do humano saber, e abrir-se a uma Fonte Externa, Deus, é precisamente a ideia da conversão.

A cruz me mata. O Espírito Santo e a Palavra me fazem nascer de novo, removem minhas errôneas concepções e paulatinamente regeneram segundo Deus. “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” Is 55;7

Pois, não há meio termo como devaneiam alguns humanistas achando demasiado ácido esse negócio de estar em Deus ou, contra Ele. Claro que há desvios rústicos, toscos que qualquer simplório presto identifica a origem corrupta dos mesmos.

Entretanto, há sutilezas satânicas disfarçadas de doutrinas, socorros, caridade, lições de moral, etc. tudo no escopo de ensinos que excluem a Palavra de Deus, Única Fonte de vida eterna; cambiam-na por “verdades” que, se aprazíveis aos paladares desavisados, aos Olhos Divinos não passam de abjetas blasfêmias. Mais do mesmo, do homem “sendo Deus”, doutrinado pelo Diabo.

Mas, objetaria o “Simplício”: O que pode ter de mal num ensino que ajuda os pobres, alimenta-os, manda amar ao próximo, não julgar e cada um fazer o que lhe agrada? Qualquer coisa colocada em lugar de Deus, por palatável que pareça é blasfema. Dos ídolos diz: “Eu sou o Senhor; este é Meu Nome; Minha Glória, pois, a outrem não darei, nem meu louvor às imagens de escultura.” Is 42;8

Ao humanismo também traz sua diatribe. “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

Dos que “consultam mortos” a Palavra também versa: “Quando, pois, vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares, os adivinhos, que chilreiam e murmuram: Porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles.” Is 8.19 e 20

Diz certo adágio que o uso do cachimbo entorta a boca. A perseverança na impiedade faz algo parecido. De tanto vermos, convivermos, fruirmos certas coisas pecaminosas aos poucos acostumamos, a “não ver mal nenhum” como se, a nossa cegueira fosse uma aferidora moral, espiritual.

Nessa linha, muitas posturas indignas, imorais, insanas em dias pretéritos hoje são defendidas, cantadas em prosa e verso, aplaudidas nas pessoas que “têm coragem de se assumirem como são”. desse modo, não foi a vergonha que se perdeu, antes, coragem que se ganhou. Vejo o canhoto rindo.

Coragem tem aquele que ousa se apresentar nu diante de Deus, assumindo culpas e buscando perdão, reconciliação mediante Cristo. Os que preferem habitar nas sombras da maldade são fugitivos. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

Se, na Luz, o tal sabe que seria reprovado, em si mesmo já tem o julgamento correto sobre seus descaminhos; o simples manter distância da Luz é já sua implícita confissão.

A hipocrisia faz dourar pílulas, gerar eufemismos, criar paliativos de boas obras com se Deus vendo essa artimanha mudasse Seus Caminhos para acomodar também aos rebeldes insubmissos.

Boas obras são importantes, mas só importam mesmo se forem consequências da salvação, não, pretenso meio. Para essa, invés das mãos se requer ouvidos. “O que me der ouvidos habitará em segurança; estará livre do temor do mal.” Prov 1;33

domingo, 16 de setembro de 2018

Os bichos têm razão

“Todo o primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que haveria de assentar-se sobre seu trono, até ao primogênito da serva que está detrás da mó e todo primogênito dos animais.” Êx 11;5

A décima praga no Egito; Juízo Divino pela escravidão e opressão imposta ao Seu povo. A morte dos primogênitos, infortúnio que atingiria até aos animais. Dada a irracionalidade dos bichos, não podem ser santos, tampouco, pecadores; sua sina está atrelada à de quem os possui.

Por ocasião do juízo de Nínive vemos algo semelhante: Alarmado com a mensagem de Jonas o rei colocou até os bichos em “penitência”; “Fez uma proclamação que se divulgou em Nínive, pelo decreto do rei e dos seus grandes, dizendo: Nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma; não se lhes dê alimentos nem bebam água; mas, homens e animais sejam cobertos de sacos; clamem fortemente a Deus e convertam-se, cada um do seu mau caminho, da violência que há em suas mãos.” Jn 3;7

Sensibilizado com a súplica coletiva O Senhor poupou à cidade da destruição vaticinada e mencionou aos bichos quando explicava Seus motivos ao frustrado profeta; “Não hei de ter compaixão da grande cidade de Nínive em que estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a esquerda, e também muitos animais?” Cap 4;11

O cuidado com os mesmos é predicado dos justos; “O justo tem consideração pela vida dos seus animais, mas, as afeições dos ímpios são cruéis.” Prov 12;10

Contudo, não se pode confundir o cuidado devido com a inversão de valores que tanto grassa em nosso tempo. Hás os que são capazes de bloquear o curso de um trator por um ovo de tartaruga, contudo, silenciam, quando não, defendem o aborto. Devemos cuidar dos animais, não, fazer da vida humana inferior a eles.

Adão em comunhão com Deus recebera domínio sobre todas as criaturas; “... dominai sobre os peixes do mar, as aves dos céus e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” Gên 1;28

Naquele estado de comunhão, pureza, não era o homem apenas; era o homem em Deus.

Porém, aceita a sugestão maligna de autonomia, independência, o homem passou a estar apenas “em si mesmo.”

Essa derrocada da excelsa condição de filho, para criatura deixou-nos num inglório zero a zero com a bicharada; “Disse eu no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como os animais. Porque o que sucede aos filhos dos homens, também sucede aos animais; lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim, morre o outro; todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade.” Ecl 3;18 e 19

Essa “vaidade” nulidade espiritual, derivada da culpa do homem incidiu sobre toda a criação; “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas, por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para liberdade da glória dos filhos de Deus.” Rom 8;20 e 21

Note que o escravo é só criatura; “... a criatura será libertada...” quando livre vislumbra a “... glória dos filhos de Deus”.

De onde vem a palavra animal? De animus, em latim, mesmo que alma. O que é relativo ao espírito se diz, espiritual; à alma, animal. Como Deus é Espírito, filiação com Ele demanda renascer nessa dimensão, senão, apenas bichos seremos; “... Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3;5

Embora, vegetarianos se abstenham disso, animais foram dados como meios de subsistência, bem como, plantas. Desse modo, cuidar bem dos mesmos é uma questão de boa gestão, acima de tudo. Os de estimação, apenas, envolvem laços afetivos.

Desgraçadamente os efeitos da queda fizeram pior que nos nivelar por baixo; muitos reféns de paixões descem inda mais; “O boi conhece seu possuidor, o jumento a manjedoura do seu dono; mas, ... meu povo não entende.” Is 1;3

“Até a cegonha no céu conhece os seus tempos determinados; a rola, o grou e a andorinha observam o tempo da sua arribação; mas, o meu povo não conhece o juízo do Senhor.” Jr 8;7

Dados os gritantes sinais à vista, e a estrondosa alienação, quando não, oposição humana a Deus, isso faz pensar que, à sua maneira os bichos são racionais; os irracionais são os humanos. Que pena que tenham sua sorte atrelada à nossa! Bicho nenhum merece.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Redescobrir as fontes

“Responderam-lhe: Se este não fosse malfeitor, não te entregaríamos.” Jo 18;30

Pilatos quisera saber qual acusação pesava contra o Prisioneiro, Jesus de Nazaré, que era apresentado a ele. Invés disso, disseram: “se não fosse mau, não te entregaríamos”. Vá por nós; asseguramos que é malfeitor.

Como seria se, a inclinação de cada um fosse régua de mensurar valores? Muitos assassinos, traficantes, chamam de “sangue bom” outros como eles. É o seu conceito de bondade.

Vivemos um exemplo da distorção causada pelo relativismo moral; cidadãos acham que o grande câncer do país é a corrupção; os corruptos acham má a Operação Lava Jato, que, combate-a; tencionam até uma CPI para “investigá-la”; (intimidá-la). Como fica? Os cães oram por ossos, os ratos por queijo e todos estão certos?

Os mais informados sabem a origem do relativismo; “Certamente não morrereis, antes, sereis como Deus sabendo o bem e o mal.” Dissera a serpente à mulher.

A primeira coisa pra se plasmar o relativismo é a ruptura rebelde contra O Absoluto, Deus. Se, cada um decide a partir do próprio umbigo as noções de bem e mal, então, como apregoam os defensores do Ecumenismo, todas as religiões são boas, cada qual com sua “verdade”; todos os caminhos levam a Deus; será?

De onde resido se, quiser chegar a Passo Fundo tenho que rumar para o norte; caso faça caminho inverso, jamais chegarei. Sim, diria um gaiato, mas, Deus não é Onipresente? Está em todo lugar? Qualquer caminho leva a Ele é lógico. De certo modo, sim. A Bíblia diz que ante Ele “Todo o joelho se dobrará; toda a língua confessará que Jesus Cristo É O Senhor.”

A questão é outra: Você quer chegar como réu, ou, como filho? No primeiro caso, andando à sua maneira você está no caminho certo. Entretanto, caso desejes, como filho adotivo, chegar ao Pai, não, a Deus, simplesmente, aí, o mapa é preciso: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jo 14;6

Todos nós trazemos duas “réguas” morais em nós; uma, como vimos forjada pelo canhoto que dá asas aos desejos naturais, fazendo deusa à vontade de cada um; Outra, colocada pelo Criador, a consciência; que, ensina que o bem que quero a mim é igualmente válido ao semelhante; “ama teu próximo como a ti mesmo”; e, que, isso só se valida na arena do comportamento, não, dos sentimentos; daí, “tudo o quiserdes que os outros vos façam, fazei a eles, essa é a Lei.”

Assim agindo, o teu conceito de bem e de mal será válido, pois, já não será teu, estritamente, mas, de Deus. Porém, a longa permanência na esfera natural “atrofia” (cauteriza) a consciência, o que deriva da morte espiritual. Notemos que O Criador dissera a Adão: “No dia que pecares, certamente morrerás”; ele seguiu existindo por muito tempo ainda. Apenas, invés de comunhão como sempre, sentiu medo do Criador e se escondeu. Seu encontro deixara de ser como filho, e passara a ser como réu, consequência da morte espiritual.

Por isso, a sentença do Salvador: “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” Jo 3;3 e 5

O relato do Gênesis menciona certas fontes que eram disputadas por filisteus e pelos pastores de Isaque. Gên 26;15 Os adversários inutilizavam o que não podiam ter. Assim faz o pecado com nossas consciências, interrompe o fluxo vivo, entulha.

Porém, Cristo disse que “há alegria no céu por um pecador que se arrepende”; assim como Isaque (que significa riso) fez com as fontes aquelas, faz conosco; “Tornou Isaque e cavou os poços de água que cavaram nos dias de Abraão seu pai, que os filisteus entulharam depois da morte de Abraão, e chamou-os pelos nomes que os chamara seu pai.” Gên 26;18

Desfaz a obra do inimigo em nossas vidas e chama-nos outra vez, conforme tencionara o Pai; filhos de Deus.

Por isso, a conversão requer o abandono das práticas “normais” de quando mortos, pois, O Feito de Cristo reabre a fonte e faz brotar Água da Vida. “... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo.” Heb 9;14

Enfim, é muito fácil enxergar o mal nos outros; basta ter olhos. Para que o “vejamos” em nós, carecemos ouvidos. Pois, “A fé vem pelo ouvir, e ouvir A Palavra de Deus” sendo ela, “O firme fundamento das coisas que não se veem...”

Assim, a fé não é cega, antes, pode ver onde os cegos tropeçam.

sábado, 16 de dezembro de 2017

A Incerteza Certa

“Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; saiu, sem saber para onde ia.” Heb 11;8

Um aspecto que necessariamente acompanha uma fé sadia é a incerteza. Podemos estar certos da nossa decisão, da Integridade Divina, etc. Mas, sempre estaremos incertos quanto à caminhada, pois, aos que creem deveras, muitas vezes os Senhor testa no escuro para ver em quê, estão eles firmes. Isaías ensina: “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Então, diverso do que dizem a fé não é cega em seu objetivo; “Sei em quem tenho crido e sei que É Poderoso para guardar meu depósito” como disse Paulo. Entretanto, pela própria natureza da fé, se requer que ela “veja” n’outra dimensão; isto é; confie irrestritamente Naquele que crê, pois, se assim não for nega-se.

Muito do que se veicula rotulado por fé não passa de certo otimismo espiritual, devaneios falsamente piedosos, como se, O Todo Poderoso fosse um adido, um Ajudador para abençoar “nossos” projetos.

Quem ainda se acha capitão do navio da própria vida nunca chegou perto da cruz, berço do novo nascimento; qualquer “bênção” que suas mandingas fruírem será fortuita; ou, de fontes espúrias, não, do Senhor. “Deus não é Deus de mortos.” Se, a cruz demanda o “negue a si mesmo”, onde resta espaço, autoridade, para que eu trace as linhas de minha caminhada e deixe ao Eterno apenas a “honrosa” condição de me abençoar?

Nem se trata do viés do poder; ainda que esse bastaria para decidir quem manda; antes, da Onisciência do Pai. Ele ama a todos; sobretudo, os fiéis; como, “há caminhos que ao homem parecem direitos, mas, no final, são caminhos de morte”, Ele preceitua que deixemos a escolha do caminho com Ele; “Entrega teu caminho ao Senhor; confia Nele e tudo Ele fará.” Sal 34;5

Assim, os que vivem pela fé devem estar atentos, pois, a qualquer momento uma lícita jornada a Bitínia passará a ser desobediência, se, no silêncio da noite o Espírito Santo ordenar a ida à Macedônia, como fez com Paulo.

O homem espiritual não cumpre um conjunto de regras eclesiásticas estritamente; não que seja desobediente, mas, pela intimidade com O Senhor pode ser comissionado pelo Espírito a coisas novas, a despeito das regras horizontais. “teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30;21

O legalismo restringe seus servos a determinado conjunto de regras; o andar em espírito chama-nos à comunhão, o que, muitas vezes nos coloca em choque entre obedecer a Deus, ou, os homens. Não parece uma escolha difícil no prisma filosófico, embora, tenhas seus desdobramentos críticos no âmbito prático.

Quando Paulo diz que nossa entrega irrestrita, o “sacrifício vivo” é nosso culto racional, atina ao fato que a vida de fé, ainda que nos desafie ao escuro, à medida que caminhamos, os frutos seus convencem ao intelecto também; “... minha doutrina não é minha, mas, daquele que me enviou. Se, alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se é de Deus, ou se falo de mim mesmo.” Jo 7;16 e 17

Assim, o ingresso é no “escuro”, o desafio da Palavra; porém, a caminhada é mais ou menos como dirigir sob cerrada neblina; vemos uns trinta metros apenas, contudo, avançando aquele trecho, outro igual se descortina adiante, e, dirigindo com prudência, cuidado, iremos com segurança, desde que, sabendo ler e obedecer às placas de advertência ao longo do caminho.

O Eterno prometera Canaã a Abraão; entretanto, seus descendentes, sabedores da promessa, em dado momento tiveram que viver no Egito. A fé não aniquila-se quando, em determinadas circunstâncias anda na contramão; afinal, se tem lugares específicos prometidos, também tem um tempo oportuno; ousar antes dele não o upgrade da fé, mas, a negação, a dúvida. “Aquele que crer não se apresse”.

Não que seja ilícito homens de fé ter seus anseios, projetos, até; mas, todos esses devem ser submetidos ao Senhor. Quando Ele ocupar a primazia em nossas vidas, nos agradarmos da Sua Santa companhia, os mais caros desejos, desde que, lícitos, terão Sua bênção. “Deleita-te no Senhor, Ele te concederá os desejos do teu coração.” Sal 37;5

Em suma, a fé saudável não traça caminhos; seu hospedeiro recebe os necessários “faróis de neblina” e é capacitado a trilhar a senda escolhida pelo Senhor. Se, no imediato ignora por onde vai, no Eterno, sabe onde chegar. Eis, os olhos da fé!

sábado, 29 de julho de 2017

Fuga impossível

“Ah, se soubesse onde o poderia achar! (a Deus) Então, me chegaria ao seu tribunal.” Jó 23;3

A ordem natural é o homem pecador querer distância do Eterno. Tentar se esconder; ainda que não seja possível constrói um biombo de auto-engano e refugia-se nele. “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não veja? diz o Senhor. Porventura não encho os céus e a terra?” Jr 23;24

Uma vez que somos necessariamente nascidos da carne carecemos novo relacionamento, espiritual. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7

Desse modo, contrariando a tendência fugitiva Jó desejava uma audiência. Invés de ouvir Sua Voz e se esconder como fizera Adão, queria defender-se. Aliás, afirmou expressamente ter feito diferente daquele: “Se, como Adão, encobri minhas transgressões, ocultando meu delito no meu seio;” Cap 31;33 Vemos que sua confiança não era filha da pretensão de não ter pecados; antes, de os não ter escondido, mas, confessado ao Senhor.

Ainda que sejamos pecadores, um bom andar, a preservação da boa consciência, invés de medo nos enseja paz com Deus. “Amados, se nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus;” I Jo 3;21

Coração aqui é sinônimo de consciência, aquela voz interna que denuncia quando erramos e silencia diante de passos retos. Essa pureza interior, diferente da justificação meramente formal do sacerdócio antigo, que compensava pecados com sacrifícios, sem estar, necessariamente, contrito, arrependido, a purificação da consciência; digo, é a excelência superior do Sangue de Cristo. 

Lava por dentro, não apenas exteriormente. “Porque, se o sangue dos touros e bodes, a cinza de uma novilha esparzida sobre imundos os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” He 9;13 e 14

Purificados para servir. Bem na contramão dos pregadores festeiros que acariciam ímpios para que ofertem em troca de bênçãos materiais; sequer tocam no doloroso tema da santificação. Tiago denunciou a impureza da ambiguidade, que anseia relacionamento com Deus e o mundo ao mesmo tempo, disse: “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;8

Existe grande diferença entre o temor do Senhor, preceituado como necessário, e medo. Aquele é profunda reverência pela Pessoa Bendita do Eterno, zelo para não feri-lo em Sua Honra e Dignidade, pelo Nome e a Excelsa Majestade do Todo Poderoso; esse, o medo, é só isso mesmo; subproduto da desobediência, incapacidade de buscar reconciliação mediante arrependimento, fuga inglória, impossível.

É o Temor, sabedor que Deus É “Tão puro de olhos que não pode contemplar o mal” como disse Habacuque, que nos exorta à devida purificação. “Qualquer que nele tem esta esperança purifica-se, como também Ele é puro.” I Jo 3;3

Sabedores que não existe fuga geográfica possível, pecadores contumazes inventam meios, igualmente impossíveis, mas, que logram certa eficácia no escopo da apreciação humana. Esses são os hipócritas, que, cientes, no fundo, que desagradam ao Santo, fazem sua encenação aos olhos humanos tentando cooptar a aprovação da opinião pública.

Os superficiais apreços humanos empalidecem ante a ciência do Eterno. “...porque o Senhor não vê como vê o homem, pois, o homem vê o que está diante dos olhos, porém, o Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Se, todos somos necessariamente nascidos da carne, só os convertidos que recebem ao Senhor Jesus são, também, nascidos do Espírito. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

Essa balela genérica que se ouve alhures, tipo, também sou filho de Deus padece falta de amparo Bíblico. Todos são criaturas; só os que “Nascem de novo” recebem adoção de filhos; os demais seguem sendo fugitivos. Até filhos podem ser fujões eventuais, quando erram e recusam buscar perdão mediante arrependimento. Judas errou e decidiu “consertar” as coisas do seu jeito, suicidou-se.

Enfim, embora nos falte a integridade de Jó busquemos a Deus. Na verdade, Ele nos busca, apenas, deixemo-nos encontrar; demos boas vindas ao Salvador. Ele diz: “Atentai para a minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do meu espírito e vos farei saber minhas palavras.” Prov 1;23

Diz mais: “Porque o erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” VS 32 e 33

domingo, 11 de junho de 2017

Perdão ou reencarnação?

“Como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.” Heb 9;27 e 28

Uma semelhança e uma distinção, entre a sina Do Salvador e os demais humanos. Como nós, morrer uma vez; diferente; invés de enfrentar um julgamento, aparecerá “julgado”, sem pecados. Não que da Sua primeira aparição tenha resultado algum pecado; mas, daquela vez tomou sobre Si os nossos; reaparecer sem, é o Seu juízo, o testemunho do Próprio Deus, da Sua pureza e Santidade.

Pois, quanto à Sua vida na semelhança humana não poderia ser justificado, uma vez que se identificou com nossas falhas, assim, teria que ser condenado pelos reclames da Justiça Divina. “...Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.” I Tim 3;16

Aqui entra no que se refere a nós, a cruz. Uma vez que só seremos justificados em espírito mediante novo nascimento devemos nela, mortificar nossas naturais inclinações, para que, quando Cristo Juiz dos vivos e dos mortos se manifestar, tenhamos confiança.

A própria conversão é aplicação do Juízo de Deus sobre nossos pecados. Ele nos declara, pela Lei, dignos de morte; contudo, prepara uma “cidade de refúgio”, Jesus Cristo. Os que arrependidos, nele se abrigam, concordam com O Juízo Divino, e são absolvidos pela justiça de Cristo.

Se, a tomada da cruz sobre si assusta muitos, a ideia de passarem pelo Juízo também soa desconfortável aos que vivem alienados de Deus. Algumas doutrinas como o espiritismo, por exemplo, chegam a negar a existência do juízo onde cada um deverá prestar contas. Preferem, antes, ensinar a teoria das reencarnações sucessivas, até que as pessoas sejam aperfeiçoadas.

Embora tal ensino possa soar mais confortável a quem ouve, é blasfemo, incoerente. Blasfemo porque supõe uma salvação futura, mediante pagamento dos “Karmas”, o que torna inócuo, irrelevante o Sacrifício de Cristo; e, mentirosos Seus ensinos sobre justificação. Incoerente porque anemiza o sentido de duas palavras basilares: Amor e perdão.

Falam bem do amor, sua excelência, necessidade; porém, sua doutrina contraditória o enfraquece. Devo amar meu semelhante fazer-lhe o bem; porém, também, cada dor do sofredor, no fundo, lhe é um bem, um karma que está sendo purgado, um aperfeiçoamento levado a efeito. 

Aí, se, por amor eu ajudar alguém aliviando seu sofrimento estarei lhe fazendo um bem, ou, mal? Afinal, estava pagando sua “dívida”; eu enxerido atrapalhei.
O Amor ensinado na Bíblia posso praticar sem medo que faça dano algum. “O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.” Rom 13;10

Sobre o perdão, contudo, seu estrago é ainda maior. O Senhor na oração do Pai Nosso ensinou rogarmos perdão, na justa medida com que perdoamos nossos devedores; disse mais, que se os não perdoarmos, não seremos perdoados. Agora, se minhas faltas demandam outras vidas para serem pagas, qual a eficácia do perdão Divino sobre os pecadores arrependidos?

A Palavra perdão em sua origem traz a ideia de perda de direito; renúncia em favor de outrem. Assim, se Deus nos perdoa em Cristo, porque seria necessária nova vida, para remover minhas culpas, meus karmas? Afinal, fui perdoado ou não?

Quem quiser crer na doutrina espírita, creia, é um direito seu; agora, ninguém moral e intelectualmente honesto tem direito de dizer que o ensino é bíblico, que é uma doutrina cristã.

Eles fazem boas obras, sei; e nada de errado há nisso. É sempre bom socorrermos a quem sofre. O risco, porém, é que seu bem seja tornado mal. Como assim? Uma coisa é fazermos boas obras em gratidão a Deus por termos sido salvos por tão grande amor e sacrifício. Daí, passar a andar como Ele espera. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 2;10

Outra; seria praticar as mesmas obras, esperando ser justificado por fazê-las, não, pela Graça de Cristo. Olhemos os versos anteriores: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” Ef 2;8 e 9

Não adianta, como os ouço, chamarem a Jesus de Divino Mestre, enquanto apregoam doutrinas falsas que O Contradizem. Paulo falou de alguns semelhantes em seus dias: “Confessam que conhecem a Deus, mas, negam-no com as obras, sendo abomináveis, desobedientes, reprovados para toda a boa obra.” Tt 1;16

Nascer de novo, sim, mas, inda nessa vida, por arrependimento e conversão; depois, nada feito, apenas o juízo.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Os ladrões e o bilhete premiado

“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima... Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra; porque já estais mortos; vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Col 3;1 a 3

Seguido deparo com pregadores usando a saga de José, ou, a passagem da viúva para qual Deus multiplicou o azeite, para estimularem seus ouvintes a desejarem coisas grandes, garantindo que Deus suprirá. Contudo, o que eles fazem parecer bíblico perante incautos, é obsceno diante de um olhar mais esclarecido.

Primeiro: José não desejou coisas grandes; sonhou o que sonhou, porque Deus decidiu mostrar o que pretendia fazer com ele; que só entendeu deveras, quando aconteceu. Portanto, não foi um sonho de José, antes, um plano Divino que envolveu sua vida.

Igualmente, a viúva, não planejou nada, apenas pediu socorro ao profeta, pois, se não pagasse sua dívida seus filhos seriam feitos escravos. Desse modo, nenhum dos eventos patrocina ganâncias carnais dos que anelam grandezas terrenas como se estivesse Deus, ao seu dispor.

Segundo: O Contexto, então, era da conquista da Terra Prometida, do estabelecimento do povo escolhido; após o Advento de Cristo é anunciado O Reino de Deus; e O Rei dos Reis disse: “Meu reino não é deste mundo.”

Logo, alguém pretender pertencer ao Senhor, e ainda apegar-se ferrenhamente às coisas materiais, das duas uma: Ou, não entendeu a significado de nascer de novo, ou, sequer, nasceu.

Novo nascimento requer a morte do velho homem, ou, mortificação, negando-lhe o controle sobre a Casa do Espírito Santo, para que esse, paulatinamente opere a santificação; nos capacite a juntarmos “Tesouros no Céu”; ou, buscarmos as coisas de cima, como exortou Paulo.

Dada a ignorância sobre os ensinos do Mestre, recapitulemos uns trechos: “Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? Qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? Quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam; vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. 

Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé? Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?... De certo vosso Pai celestial sabe que necessitais de todas estas coisas; mas, buscai primeiro o reino de Deus, e sua justiça; todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;25 a 33

Não que não devamos desejar prosperar em nossas vidas, antes, que isso não deve ser prioridade; essa, deve ser a busca do Reino de Deus, Sua Justiça.

Paulo escrevendo a Timóteo foi categórico ao denunciar a febre materialista: “...homens corruptos de entendimento, privados da verdade, cuidando que piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas, é grande ganho, piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.

Mas, os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e muitas concupiscências loucas, nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas, tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” I Tim 6;5 a 11

As palavras desses, laços, armadilhas, descem ao mais íntimo das pessoas que se identificam com sua febre. A vera mensagem, grave, com sal sob medida, é desprezada, pois, as pessoas querem bens terrenos, não O Supremo Bem, Jesus Cristo.

Como Esaú trocam o que é relevante, por um prato de lentilhas. Tais mensageiros usam um texto bíblico aqui, outro, acolá, como o pescador usa minhoca para disfarçar o anzol.

Ora, todo pregador que fizer a Bíblia parecer um bilhete premiado é ladrão. A Palavra é uma declaração de amor, sim; mas, que desafia ao caminho estreito, à cruz. Sem ela, nada feito. Com; o demais, é com Deus. “Entrega teu caminho ao Senhor; confia nele, e o mais, Ele fará.”

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O lado corajoso da força

“Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés, contra Deus. Excitaram o povo, os anciãos, escribas; e, investindo contra ele, o arrebataram e levaram ao conselho.” Atos 6;11 e 12

Estevão era o alvo dessas “providências” todas. Calúnias de gentalha venal, mentiras travestidas de zelo religioso, para causar tumulto e levar o servo de Deus a julgamento. Mas, o que ele fizera que incomodava tanto aos agitadores? “Estêvão, cheio de fé, de poder, fazia prodígios, grandes sinais entre o povo.” V 8

Desde a queda, o ego, esse bastardo assassino que tomou toda humanidade, sempre emulou à competição, às disputas, inveja, de modo que, até mesmo os discípulos de Cristo em dado momento queriam saber quem era o maior. Então, alguém irrelevante, de repente começar a fazer prodígios, sinais, cheio de poder, era demais para os que, ainda preservavam sua insignificância.

A única coisa decente nos invejosos é a autocrítica. Nunca se levantam contra outrem que invejam assumindo a razão; antes, inventam outros motivos mais “palatáveis”, pois, até esses enfermos morais, no fundo, reconhecem sua doença, ainda que, jamais admitam. A Estevão, atribuíram blasfêmias, não se levantavam contra ele por serem maus, antes, zelosos da virtude; assim, tentavam parecer, pelo menos.

Já considerei noutro texto que deve ser mui trabalhoso ser hipócrita, pois, é como um ator interpretando uma personagem, que, deve encenar o tempo todo, sob pena de cair a máscara. Ser íntegro, além da saúde espiritual e física, que enseja, dá muito menos trabalho. Tal sujeito, o hipócrita, deve ser “honesto” quando, só, com seus botões, mas, à aproximação de alguém, é como se ouvisse o clássico, “Luzes, câmeras, ação!”

Pensando melhor, deve ser bem mais difícil ser honesto, senão, a maioria seria. Nessa senda, não poucas vezes, temos que enfrentar a nós mesmos, um “adversário” terrível, segundo Salomão: “Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso, o que controla o seu ânimo do que aquele que toma uma cidade.” Prov 16;32 Se, é melhor o que domina a si mesmo, que outrem que toma uma cidade, esse tal “si mesmo”, é duro na queda.

Por isso, pois, cristianismo, contrário dos motejos imbecis de uns e outros que nos acusam de covardes, de nos “escondermos atrás da Bíblia”, é coisa pra valente, que não opta por enfrentamentos fáceis, antes, aceita o primeiro desafio do Salvador: “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” Luc 9;23

Que fácil é seguir a manada gritando, impropérios, calúnias, até! Agora, seguir à justiça, não raro, nos faz réus, condição muito menos administrável que a barulhenta empreitada de juiz dos alheios motivos.

Há um chiste que circula nas redes sociais que parece, ora, oportuno, diz: “Quando quiseres falar mal de mim, me chame; sei cada coisa a meu respeito!” Embora o alvo seja certa ironia bem humorada, não deixa de ser verdadeiro. Todos sabemos coisas muito ruins sobre nós, e justamente para fugir delas, preferimos apontar as de terceiros, ou, usarmos nossa máscara mágica que “embeleza” um tiquinho.

Os “covardes” de Cristo sabem da seriedade do que está em jogo; Paulo ensinou: “Porque, se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” I Cor 11;31

O Sacrifício do Salvador no Monte Santo foi para rasgar máscaras mesmo, como Isaías dissera: “Destruirá neste monte a face da cobertura, com que todos os povos andam cobertos, o véu com que todas as nações se cobrem.” Is 25;7

Que adianta usarmos máscaras no teatro humano, se o “Oscar” espiritual será dado pela “Academia” Divina? Ou, que vale fazer tipo ante humanos se estamos nus diante de Deus? “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele, com quem temos de tratar.” Heb 4;12 e 13

Então, é mais fácil sim, para um convertido, enfrentar a si mesmo, ser honesto, que atingir temerariamente a terceiros. Por quê? Porque depois de Cristo, nasceu de novo. “Assim, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17 Se, mudou tudo, também, o conceito de beleza. “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai-o na beleza da santidade.” Salm 29;2


Essa, não enseja competição, antes, acentua, onde existe comunhão. O “si mesmo” ficou na cruz. O regenerado herdou sem merecer, a inocência de Cristo. “Que Ele cresça, e eu diminua”.

domingo, 14 de junho de 2015

Questão de vida ou morte

“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, pelo pecado a morte; assim, também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” Rom 5; 12 

Então, Adão morreu porque pecou; sua descendência pecou porque estava morta. “... a morte passou para todos os homens, por isso que todos pecaram.” 

Se, no estado original pecar era mera possibilidade para preservação do arbítrio do homem perfeito, após a queda, passou a ser a ordem “natural” das coisas. Não sem motivo, pois, a desobediência primeira é chamada de queda do homem. Caiu de uma posição excelsa de comunhão com Deus, onde podia fazer escolhas, para um patamar amaldiçoado, no qual, mesmo que tencionasse a escolha virtuosa da obediência, não era suficientemente forte para fugir do pecado.

Adiante Paulo descreve o conflito desse “puro impuro”; “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas, eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois, o que quero não faço, mas, o que aborreço faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas, o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer está em mim, mas, não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.” Rom 7; 14 a 21 

Desse modo, o apóstolo distingue o vero “eu” doutro bastardo que nos habita; “... agora já não sou eu que faço isso, mas, o pecado que habita em mim.” Esse eu carnal, inferior é meu inimigo quanto às coisas espirituais. “Porque a inclinação da carne é morte; mas, a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.” Cap 8; 6 e 7 

Tanto a queda matou o homem espiritual, quanto, deu origem a esse suicida que peleja por manter-se alienado de Deus. Para o primeiro caso o Senhor faculta nascer de novo. “Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Jo 3; 3 Porém, isso está condicionado à crucificação do assassino; a inclinação natural, a carne. 

Se, o eu verdadeiro foi tido na análise de Paulo como a essência espiritual, a consciência que denuncia às más inclinações, o “si mesmo” no desafio do Mestre é a natureza pecaminosa alienada, o ego. Do tal disse: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará”.  Luc 9; 23 e 24 

Assim, se estabelece a minha vida, como a concebo e vivo, x o amor a Cristo, que nos insta a vivermos como Ele preceitua. 

Então, embora muitos simplistas apregoem que a coisa trata-se apenas de opção psíquica, tipo, mudar de religião, a Bíblia não disfarça nem omite a seriedade do que está em jogo. É questão de vida ou morte, assim, tratada. “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim, andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6; 3 e 4

Como após a queda ficamos ineptos para a boa escolha, O Salvador enviou ao Espírito Santo para porfiar juto aos que ouvem à Palavra da Vida, no sentido de os persuadir a abraçarem a salvação. 

Essa persuasão interior é chamada de, “ouvir a voz de Deus”, sem, contudo, tolher a liberdade de escolha. “Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto.” Heb 3; 7 e 8 

Por isso o Senhor nem entra em minúcias de pecados antes de tratar do essencial, a vida. Primeiro o arrependimento, confissão, conversão; depois, o andar segundo a nova vida; “vá e não peques mais.” 

As boas obras, justiça própria, etc. antes da conversão não passam de belas roupas enfeitando a cadáveres.