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domingo, 2 de outubro de 2016

Efeito manada

“Toda a multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que se retirasse deles; porque estavam possuídos de grande temor. Entrando ele no barco, voltou. Aquele homem, de quem haviam saído os demônios, rogou-lhe que o deixasse estar com ele;” Luc 8;37 e 38

Duas situações antagônicas. A multidão pedindo que O Senhor se afastasse, o liberto desejando manter-se perto Dele.

Os gregos definiram a multidão como um “monstro acéfalo”, ( sem cérebro ) na maioria dos casos isso se verifica. Basta que uma voz de comando dê o primeiro grito, tanto faz, “herói”, “crucifica-o”, “não vai ter golpe”, “grande é a deusa Diana”, “fora daqui”, presto, o efeito manada, acaba unificando os anseios do “monstro”.

Pouco importava se, o recém liberto fora um alijado social, que vivia entre sepulcros autoflagelando-se, e, agora estava livre. Alguém viu mais valor numa vara de porcos, e, tal, deve ter dado a voz de comando à manada; O Senhor se retirou. Contudo, quem peregrina pelo deserto sabe, como ninguém, apreciar o valor da água; digo, um que fora cativo de uma legião de demônios, sabe bem, quanto vale, ser, enfim, livre. Por isso, grato ao Libertador, tencionou permanecer com Ele.

Não obstante se “filosofeie” a primazia da qualidade sobre a quantidade, grosso modo, essa tem sobrepujado àquela. Lembro de um texto que enviei certa vez a um editor esperando que me ajudasse a publicar um pequeno livro. O material era de cunho teológico, e, a editora, especializada em publicações desse viés. Devolveram-me com muitos elogios ao conteúdo sadio, mas, escusaram-se dizendo não ser do seu perfil; noutras palavras, um livro como aquele, tinha pouco apelo comercial, não venderia. Na apreciação deles, pois, tinha qualidade, mas, por isso, prejudicava à quantidade.

Basta que entremos numa livraria “Evangélica” aliás, para ver em destaque um monte de esterco, doutrinariamente falando, e eventuais obras de sadio conteúdo, esquecidas em prateleiras dos fundos. Autores como Benny Him, Kennet Hagin, Napoleon Hill, e, outros tantos, menos votados, cujos ensinos desafinam da boa hermenêutica Bíblica, vendem muito, dão lucro, portanto, fazem sucesso. De novo, a multidão, cujo apelo deveria ser evitado, ensino que vem desde Moisés. “Não seguirás a multidão para fazeres mal; nem, numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito.” Ex 23;2

Cheia está a Internet desse lixo de jogar com a curiosidade em busca de números, visitas. Certos sites são especialistas em manchetes bombásticas, para atrair; aí a gente vai ler e não passa de um traque; ou, seria um truque? Nesses, depois de uma ou duas, considero-os sinônimos de fraude; não  leio mais, mesmo que, eventualmente, tenham algo de valor. Seu histórico desqualifica.

De igual modo trato ministros cujos ensinos em parte são corretos, noutra, hereges. Toda heresia precisa certo, quê, de verdade para ser palatável, pois, em seu estado “puro” não é. Assim, o que de correto esses histriões ensinam serve de “farinha” entre a qual dissolvem seu “princípio ativo”.

Então, quem se impressiona com números, multidão, coisas que “viralizam”, certamente se manterá afastado do Salvador, pois, aos olhos naturais será como foi aos seus coevos, quer, gadarenos, quer, judeus. Isaías anteviu tal desprezo: “...olhando nós para ele, não havia boa aparência, para que o desejássemos. Era desprezado, o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos; como um de quem escondiam o rosto, era desprezado, não fizemos dele caso algum.” Is 53;2 e 3

Desgraçadamente, os demônios que possuíam ao infeliz, identificando O Senhor, pediram misericórdia; homens que viram isso tudo, pediram distância. Um pecador de coração endurecido consegue ser pior que o diabo.

Não sem razão, pois, O Senhor figura a mudança que faria nos convertidos com um transplante de órgãos. “Dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos, os observeis.” Ez 36;26 e 27


Essa sociedade apodrecida, alienada de Deus, no prisma político faz moda da opção das minorias, por imoral que seja; no aspecto filosófico, a onda é o “politicamente correto”, marchar com a maioria. 

O Eterno não se impressiona com números, quer módicos, quer, astronômicos; Ele criou os astros. O que impressiona ao Santo é caráter, fidelidade, integridade, como tinha Jó.

Assim, Sua ceifa será qualitativa, seletiva, pouco importando quantos serão. Quem usufrui a libertação de Cristo quer ficar perto dele; e, a Seu tempo, ficará, O verá pessoalmente. “Meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.” Sal 101;6

sábado, 16 de abril de 2016

Multidão: Sábia ou, imbecil?

“Foi, falou com os principais dos sacerdotes, e com os capitães, de como O entregaria; os quais se alegraram, convieram em lhe dar dinheiro. Ele concordou; buscava oportunidade para O entregar sem alvoroço.” Luc 22;4 a 6

Me intrigava, assim que dei os primeiros passos em Cristo, por que, sendo Ele uma figura pública, facilmente encontrável, precisava ser entregue por um traidor? Contudo, era justamente sua publicidade que O “escudava”, só um dos Seus poderia entregá-lo num momento de privacidade, sem concurso da multidão que tumultuaria. Esse foi o papel de Judas.

Invés de usarem à multidão para escudar alvos, estilo nosso “Não vai ter golpe”, buscaram apenas seu objetivo, posto que, inocente, evitando, inicialmente, o concurso da multidão.

Os gregos não tinham um conceito elevado das multidões, antes, o oposto disso. Lembro uma cena do “Banquete” onde uns oito pensadores deveriam fazer cada qual, por sua vez, um discurso de elogio ao amor. Quando chegou a vez de Agatão, o dramaturgo, ele disse estar tímido ante à tarefa. Alguém lembrou-o que no teatro acabara de levar a multidão ao delírio com sua atuação, era “craque”. Mas, disse, bem sabeis que a multidão é ignorante. Um homem prudente teme muito mais o juízo de meia dúzia de sábios, que se expor ante uma plateia de tolos.

Não sei se concordo ou discordo dessa análise, embora, “lato sensu” a coisa é mesmo assim. Afinal, a mesma multidão que seria um óbice à prisão de Cristo, devidamente manipulada, estava, depois, ante o Tribunal de Pilatos berrando pela soltura de Barrabás, e, crucificação do Salvador.

Ainda não convencido da “Terra arrasada” dos gregos, suspeito que a qualidade da multidão depende do motivo que a aglomera. E, que há uma diferença diametral, de quando meu motivo é a afirmação de valores, minha consciência, para quando, minha adesão se dá movida pelo som de um berrante ao qual me acostumei; som esse, que por me ser tão agradável dispensa-me de pensar valores, raciocínio lógico, minha adesão à massa é a diluição do meu “Eu”, invés da sua afirmação.

Amanhã teremos, em função do processo de Impeachment, duas multidões antagônicas nas ruas; embora a verde amarelo, será, seguramente, muito maior, como tem sido invariavelmente. Se adotarmos o conceito grego, serão ambos os lados, imbecis, ignorantes. Algum lado deve ter razão, o que o indisporia com os adjetivos aqueles.

Quando é a paixão o elo de uma multidão, esse basta para abstração de todos os demais valores. Tomemos como exemplo a paixão pelo futebol. De um lado os gremistas, de outro, os colorados. Um time qualquer faz um gol, todos os de paixão comum se abraçam, mesmo que, entre eles haja advogados, professores, traficantes, assassinos, policiais, etc. naquela hora mágica não há distinção; estão todos felizes, são “iguais”.

Porém, quando os mesmos atores saem do “Coliseu” para o teatro comum das relações sociais, sua “igualdade” se desfaz, e em muitos casos os coloca em situação de inimizade, conflito. Esse tipo de multidão, pois, que anula indivíduos e valores na massa amorfa, acéfala e apaixonada, não dá para discordar que seja ignorante, pois, aglomera-se em torno de uma bandeira a despeito de outros valores.

Todavia, quando nossas coisas do dia a dia, que são derivadas das decisões políticas também são tratadas sob a bandeira das paixões, essa é a mais perniciosa das paixões, pois, a defesa incondicional de uma sigla a despeito de valores, nesse campo, é mais que contraproducente, é o cidadão traindo a si mesmo.

Infelizmente, nossa política faz dos partidos e seus anseios, Poder, o fim, invés do cidadão e seus legítimos pleitos. Assim, qualquer proposição, de vier “deles” estará errada, a despeito de eventuais méritos; se for “nossa” estará certa, malgrado o concurso de vícios.

Não nos comportamos como empregadores dos políticos que somos, e fiscais de seu desempenho, que deveríamos ser; antes, os temos como nossos “convocados pra seleção” e somos torcedores pelo seu sucesso. Se um dos “nossos” é flagrado em atos de corrupção, não acreditamos como o corno apaixonado que se volta contra quem o adverte da pérfida consorte.


Ora, o crescimento físico se dá imperceptível, ao concurso do tempo, apenas; o espiritual, de um convertido, à proporção que se alimente da Palavra de Deus, buscando entender e praticar à mesma; o crescimento psicológico que forja nossa têmpera demanda decepções, desenganos, dores. O crescimento cívico de um povo, o aprimoramento da consciência cidadã deriva de embates como o atual, onde, à força de sofrer as consequências da incompetência e improbidade, até os alienados são instados a tomarem posição.  Afinal, não temos um partido a preservar; temos direitos, deveres, e um país. Que triunfem a verdade e a justiça!

domingo, 28 de dezembro de 2014

Meios de massificação



Desde que o ser humano se pôs a pensar do ponto de vista filosófico, nuca teve a “manada” a multidão, como aferidora da medida. Malgrado o dito que, “a voz do povo é a voz de Deus”, embora útil a sentença em determinadas situações, isso nem sempre se verifica.  “A multidão é ignorante”, diziam filósofos gregos. 

Entretanto, o fenômeno moderno dos veículos de comunicação de massa, traz um efeito colateral à comunicação; a massificação.  Somos imitadores natos. Quem sabe,  faltem parâmetros imitáveis em nosso meio; e isso delegue o espelho às ditas celebridades, que se nos tornam modelos; invariavelmente ancoradas em um dom, um talento, quase nunca, em valores. 

Assim, pior que a massificação em si, é a qualidade da massa que se produz.  Os vencedores, amiúde, são contados por troféus, conquistas, fama, com ou sem virtudes, bastando seu talento.  Esses ícones que a maioria da galera gostaria de ser, são projeções ímpares de indivíduos; contudo, ainda que, involuntariamente, acabam sendo meios de anulação dos demais que os admiram e idolatram, fantasiando  nos tais, a perfeição que lhes falta. Muito “seguidores” inclusive brigam com seus ídolos, quando, se decepcionam com essa ou aquela postura. 

O indivíduo, como o nome sugere, é indivisível o “átomo” metafísico.  Seu potencial, suas características são únicas. A adesão de um assim a outro, posto que talentoso, não obra a realização individual, antes, anulação do ser, a perda do “eu” no coletivo. 

Qualquer um que ouse ter uma postura não “ortodoxa” como a Jornalista Raquel Sheherazade, por exemplo, enfrenta duras restrições, afinal, não fala nem pensa como “todo mundo”. Embora não concorde necessariamente com tudo o que ela diz, admiro pessoas que entram no mar e não viram peixe, digo, não se contaminam pelo meio, antes, preservam a individualidade e as opiniões, quer sejam pacíficas, quer, polêmicas. 

Mesmo no meio espiritual, muitos acreditam que a Vontade de Deus seja produzir uma “massa” santa. Ora, basta apreciarmos um minuto o que nos cerca para vermos como O Criador ama a diversidade. Aliás, quando Pilatos usou o peso coletivo como argumento contra o Salvador, Ele devolveu a responsabilidade ao indivíduo. Pilatos respondeu: Porventura sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim.” “...Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz...” Jo 18; 35 e 37 

Isso de diluir responsabilidades funciona nos meios sociais, políticos; ante Deus, não, como disse Paulo: “Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, toda a língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14; 11 e 12

Até os de fora questionam a diversidade denominacional dos cristãos como se isso fosse prova de confusão, erro. Em Seus dias na Terra o Salvador disse: “Quem não é contra nós é por nós.” 

Claro que há muita confusão,  heresias no seio do cristianismo; isso advém da mistura de salvos e não salvos, obedientes e rebeldes, nada tendo a ver com nomenclaturas, ou, mesmo método de evangelização. A unidade dos salvos é espiritual. Pertencemos a um mesmo Espírito e somos indivíduos. 

Nosso “ícone” não massifica; antes faz crescer, santifica. “Até que todos cheguem à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejam mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4; 13 e 14 Essa unidade, invés de massa, forja adultos espirituais.

Cada cristão conhece a Vontade de Deus para si parcialmente; uns mais, outros menos. A medida de nosso conhecimento é nossa luz; segundo  ela, Deus espera que andemos. “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros  e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1; 7  

Como todo ser vivo tende a crescer, igualmente a luz dos salvos; “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4; 18

Alguém disse: “Quando todos pensam o mesmo, ninguém pensa grande coisa.” Se observarmos com atenção os profetas, nunca foram aves de bando, antes, águias solitárias arrostando tempestades. 

Embora saibamos que a lisonja faz mais mal que a crítica, a maioria prefere esta, pelo conforto, àquela, dado que é um remédio amargo.  De certo modo, é inevitável que estejamos na massa; mas, mesmo estando, podemos não ser massa, como as passas do Panettone. Se, Maria vai com as outras, pelo menos, que as outras saibam pra onde vão.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O racismo e a massa



"Você não se sente sozinha aqui no deserto?
No meio da multidão também nos sentimos sozinhos.”
( Saint-Exupéry )
  
A brilhante definição do poeta francês expõe que, mesmo a solidão tendo sua faceta exterior, quando, em isolamento; também teu seu aguilhão interior que, pode ferir até em circunstâncias impensáveis, como, entre uma multidão. 

A massa nem sempre é encontro; na maioria das vezes é perda, anulação. O eu deixa de existir e “gruda” numa coisa acéfala, amorfa, estúpida, divorciada dos valores individuais.

Por exemplo: Torço para o Grêmio, embora, não frequente o estádio há muitos anos. Mas, quando ia, deixava de ser eu entre a massa. Vibrava, aplaudia, gritava com; abraçava desconhecidos, graças um fato comum simbolizado por três cores; Grêmio.  

Uma multidão sempre é heterogênea, composta de honestos e safados, corajosos e covardes; fortes e fracos; inteligentes e parvos; civilizados e bárbaros; etc.  Assim, a massificação nivela o que, absolutamente não está no nível. 

Outro dia, torcedores do grêmio cantaram frases aludindo à morte de Fernandão, ídolo colorado, provocando rivais, durante um Grenal. Ora, mesmo rivalidade acirrada deve ter limite, que paire acima de coisas abjetas como essa. A imensa maioria discorda daquilo, mas, foi a torcida do Grêmio, a massa. 

Agora, o clube será julgado por ofensas racistas que alguns imbecis dirigiram contra o jogador Aranha, goleiro do Santos. Na condição de gremista me envergonho uma vez mais. Como ser humano folgo, porque não estava lá; senão, a vergonha seria maior. 

O ridículo disso é que grande parte do elenco do Grêmio tem negros ou descendentes; a torcida os aplaude. Nem é racismo no sentido estrito do termo, mas, estupidez mesmo. Estou advogando-os? Não. Que respondam pelo que fizeram. Talvez, o Grêmio seja desclassificado no julgamento de hoje. Se for, nada a reclamar. Acharia justo se fosse outro time; acho também, sendo o meu. 

Somos sete bilhões de biografias sendo escritas, concomitantemente, cada uma com suas peculiaridades; mas, a bosta do “efeito manada” teima em tentar anular indivíduos. A ideia é fazer o que outros fazem; cantar o que cantam; pensar o que pensam; enfim, reitero; anular o eu. 

Deus não planejou assim, nem tratará com a massa. “...cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14; 12 Quando Pedro tentou “diluir” um toque especial na multidão Jesus não aceitou. “E disse Jesus: Quem é que me tocou? Negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão te aperta, te oprime, e dizes: Quem é que me tocou? E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude.” Luc 8; 45 e 46 A mulher do fluxo de sangue foi exposta, mas, abençoada, curada. 

Se, por um lado, os mandamentos são os mesmos para todos quantos pretenderem agradar a Deus, por outro a diversidade cultural, a individualidade são respeitadas. 

Basta ler com atenção a epístola aos Romanos para perceber isso. O que é individual, pois, é indivisível. Ao receber instruções pessoais Pedro quis saber também da sorte de João. “Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que  importa a ti? Segue-me tu.” Jo 21; 22  

No âmbito funcional da igreja, também, as diferenças são respeitadas. “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato?” I Cor 12; 12 a 17

Então, a unidade espiritual e a diversidade funcional ficam estabelecidas na “massa” dos salvos. Assim como é possível estar só na multidão para efeito de conforto pessoal; também  é no sentido de não ser absorvido pelos “valores” que a massa professa, caso discorde. Estar na massa sem massificar; preservar a identidade como as passas do panetone. 

Isso, tanto para efeitos positivos; andar entre os maus sem se tornar um; quanto negativos; congregar com os salvos mantendo-se ímpio. 

Se, é sábio que os pinguins se aglomerem durante uma nevasca aquecendo-se mutuamente, no prisma humano a sabedoria costuma andar meio solitária. “As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas, mais do que o clamor do que domina entre os tolos.” Ecl 9; 17