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domingo, 7 de abril de 2019

Um Adão por dia

“Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo...” Jr 23;5

É Recorrente a figura do “Renovo” para falar do Salvador. “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, das suas raízes um renovo frutificará.” Is 11;1 “Porque foi subindo como renovo perante ele...” Is 53;2 etc.

Não precisamos muito aprofundamento para entender que a palavra renovo significa; feito novo outra vez; regenerado.

Muitos fundem vida e existência como sinônimos; ou que, no prisma espiritual não é. Algo pode existir e estar envelhecido, decadente, ser apenas uma morte adiada. Se, a sentença que ameaçara a Adão fora: “No dia em que pecares certamente morrerás”, e, quando pecou seguiu existindo, embora, com medo de Deus, escondido, não é forçada a conclusão, antes, é lógica, que a morte espiritual não equivale à inexistência; mas, à separação do Criador.

Todo pecador em estado de rebeldia assemelha-se à certa igreja descrita em Apocalipse: “Tens nome de quem vive, mas, estás morto...” Apoc 3;1

O homem natural é só um morto existente que carece desesperadamente ouvir a Voz do Renovo se, quiser, enfim, ter vida. “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; os que ouvirem viverão.” Jo 5;25

Escutar demanda orelhas, tímpanos; mas, ouvir requer coração, obediência; esse é o sentido aqui.

Se, no âmbito das promessas porvir achamos “natural” que Deus “chame às coisas que não são como se já fossem”, dado o Seu Escopo Eterno, igualmente pode chamar aos existentes, de mortos, dada, a sina espiritual que lhes pesa.

Embora os calvinistas apregoem que nada temos a ver com a salvação; derivaria da eleição Soberana de Deus sem nenhuma participação nossa, a Bíblia equaciona o Novo Nascimento à recepção do Salvador, o que necessariamente é um ato voluntário.

“Pode um morto fazer escolhas”? Questionam. Um morto espiritual ajudado pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus, sim.

Não terá méritos pela salvação; será de graça, mas, a escolha de aceitar ou não; admitir seus pecados ou não, será sempre sua. “Veio para o que era Seu, os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” Jo 1;11 a 13

Mas, se o “mérito” dos salvos é crer, a fé, um Dom de Deus, não teria Ele, feito tudo sozinho? Assim como a desobediência humana deu azo à queda, a obediência irrestrita ao “Renovo” é que nos lega a salvação.

Se, João ensina que, “O Verbo se fez carne e habitou entre nós” essa faceta foi necessária para Sua identificação conosco; “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda vida sujeitos à servidão.” Heb 2;14 e 15 Porém, a regeneração que propiciou requer a mortificação da carne, da vontade natural, para que, pela Sua Palavra a regeneração seja feita.

Paulo chamou essa mortificação de “sacrifício vivo;"
necessária em todos os aspectos para que possamos acessar à Vontade de Deus. “... apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que, experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12, 1 e 2

A dupla natureza peleja. O velho Adão, desobediente, carnal, inclinado ao pecado que deve ser mortificado na cruz; e o “Segundo Adão” Jesus Cristo, o “Renovo”, ao qual, obedecendo, teremos Nele, vida eterna.

Se, para a manutenção da vida natural em seu labor se diz que devemos matar um leão por dia, figura das cargas a ombrear, para de devida preservação da vida espiritual regenerada temos que matar a um Adão por dia.

Tipo aqueles vilões de “O Exterminador do Futuro” onde a coisa é desintegrada e seus pedaços se juntam e regeneram, assim, a natureza perversa do velho homem. Nunca morre, embora morta; sempre se regenera, embora degenerada. Ouçamos o grito de Paulo. “Miserável homem que sou! quem me livrará do corpo desta morte?” Rom 7;24

O “Renovo”; “Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor...” v 25

Nele, só Nele nossa absolvição; “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Cap 8;1

domingo, 31 de dezembro de 2017

A coroa e os coroas

“Coroa de honra são as cãs, quando, elas estão no caminho da justiça.” Prov 16;31
Notemos que, cabelos brancos em si não merecem honra nenhuma; apenas, se, o seu “coroado” estiver no caminho da justiça. Ruy Barbosa desenvolveu de outro modo: “Não te impressiones com os cabelos brancos, pois, os canalhas também envelhecem.”

Deveríamos, com o curso do tempo e as lições da vida nos tornar sábios na maturidade; entretanto, nem sempre é assim. Diz-se que o brasileiro tende a deixar tudo para última hora; em se tratando de documentos, tarifas, inscrições, pagamentos; o que, na maioria dos casos se verifica, dadas as longas filas ao expirarem prazos para essas vicissitudes.

Contudo, aprender o apreço pela justiça, e decidir andar em seus caminhos é algo mais denso que quitar certo compromisso financeiro ou, similar; na verdade é um caminho, um jeito de andar, na estrada da vida, que se aprende e preserva, malgrado, as oposições do mundo, ou, se deixa levar pelo caminho largo do comodismo conveniente, da frouxidão moral, da morte espiritual.

Não dá para aprender amar à justiça na última hora. Toda ênfase que se der à Graça de Deus ficará muito aquém da grandeza dela; todavia, essa não é um fator excludente no que tange à justiça, antes, foi a Justiça de Deus fazendo o pecado encontrar seu salário, a morte que proveu a Graça Inefável de Cristo; tomando nossas culpas para suprir nossa inadimplência da qual jamais poderíamos sair por nossos parcos meios; “Aqueles que confiam na sua fazenda, e se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele, pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;6 a 8

Desse modo, os que se arrependem recebem a vida de graça, para que regenerados pelo Espírito aprendam andar em justiça.

A justiça não é um alvo a se chegar, antes, um efeito colateral, um jeito de ser e andar daqueles que chegaram a Deus em Cristo. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais, Deus preparou para que andássemos nelas.” Ef 3;10

Moisés rogou que Deus propiciasse ao longo da caminhada uma estatura que pudesse ser reputada sabedoria; “Ensina-nos a contar nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.” Sal 90;12

Mediante o mais sábio dos homens, Salomão, Deus preceituou que, as boas escolhas podemos e, devemos desde cedo; “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias; cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento.” Ecl 12;1

Aí sim, se, inda jovens desejarmos esse caminho, que aos olhos Divinos sejamos reputados justos, então, a prática da justiça nos será algo normal, e, mesmo quando o tempo branquear nossos cabelos, ainda seremos frutíferos nas mãos de Deus. “O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano. Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos, para anunciar que o Senhor é reto. Ele é a minha Rocha; Nele não há injustiça.” Sal 92;12 a 15

Um dos frutos de nosso andar em justiça será “anunciar que O Senhor é reto... Nele não há injustiça.” Pois, se assim não for, digo, se passarmos nosso tempo alienados do Senhor, resilientes ao ensino e, eventual correção, seremos apenas velhos um dia, e nossos cabelos brancos, invés de credenciais de experiência, sabedoria, serão uma desonra, dado que até uma criança pode se nos avantajar; “Melhor é a criança pobre e sábia do que o rei velho e insensato, que não se deixa mais admoestar. Porque um sai do cárcere para reinar; enquanto outro, que nasceu em seu reino, torna-se pobre.” Ecl 4;13 e 14

Notemos que esses fazem caminho inverso, um perde o que já tinha; um reino, enquanto, o que não tinha nada acaba herdando aquilo que seria do outro. Se, isso lembra as sagas de Saul e Davi, por exemplo, só corrobora que o ensino é mesmo veraz. Aquele perdeu o reino por teimoso, rebelde, esse herdou, graças a sua comunhão com Deus.

Saul terminou suicidando-se para não morrer pela mão do inimigo, enquanto, Davi passou a coroa ao seu filho Salomão, que, depois escreveu a sentença em apreço.

Na verdade todo que aquele que exortado a abraçar a Justiça Divina como modo de vida se aliena do Criador, no fundo, é suicida, pois, sua escolha atenta contra a própria vida.

“O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã.” Leonardo da Vinci